Federação do Espírito Santo oferece apoio emocional durante isolamento social

Federação do Espírito Santo oferece apoio emocional durante isolamento social

Matéria publicada na Folha on line (https://www.folhaonline.es/casas-espiritas-do-es-oferecem-amparo-psicologico-durante-pandemia/)

Durante o período de isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), muitas pessoas diagnosticadas com doenças psicológicas tiveram o quadro agravado e outras passaram a sofrer de depressão e ansiedade.

Pensando em um modo de continuar oferecendo amparo a essas pessoas apesar da suspensão das atividades presenciais, no dia 10 de maio, a Federação Espírita do Estado do Espírito Santo (FEEES) deu início ao atendimento fraterno online. O serviço é um canal de escuta, que conta com mais de 40 atendentes preparados para oferecer apoio, e não tem por objetivo substituir o atendimento psicológico ou psiquiátrico e sim complementá-lo.

Fabiano Santos, presidente da FEEES, conta que o atendimento fraterno já é oferecido pelas casas espíritas habitualmente mas, devido à pandemia, foi preciso adaptá-lo. “O serviço é uma das atividades da casa espírita, que tem por objetivo acolher aqueles que sofrem de alguma patologia, seja depressão, ansiedade, ou até aflições causadas por dificuldades financeiras ou problemas de saúde. E sabemos que, durante o período de isolamento social, o número de pessoas que sofrem com doenças mentais aumentou, então, com as casas fechadas, resolvemos criar o serviço online, porque não poderíamos deixar essas pessoas desamparadas em um momento tão difícil”. “Trata-se de um serviço complementar e não substitutivo”, explica Fabiano sobre o atendimento, que não tem o intuito de substituir o atendimento psicológico ou psiquiátrico.

A diretora da área de Atendimento Espiritual da FEEES, Rejane Lemos Teixeira do Nascimento, conta que, em sete semanas, o projeto já atende a 280 pessoas que residem não apenas no estado, como também em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e até em outros países, como França e Estados Unidos. “Antes de darmos início ao atendimento, fizemos uma pesquisa com as 112 casas espíritas do Espírito Santo e convidamos aqueles que trabalhavam há pelo menos dois anos com atendimento espiritual presencial para se tornar um atendente”, relata. Hoje, o atendimento conta com uma equipe de 41 atendentes preparados, que se organizam para disponibilizar o canal de escuta das 08h às 22h, todos os dias da semana. De acordo com Rejane, a maior parte dos atendidos têm entre 21 e 40 anos e buscam o serviço por conflitos de relacionamento, depressão, ansiedade ou ideação suicida.

Para esses casos, o atendimento fraterno conta com o suporte de profissionais no apoio emocional. A equipe de especialistas é composta por integrantes da Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo (AMEEES). Rejane esclarece ainda que o serviço pode ser acessado por pessoas de qualquer religiosidade. “Não há discriminação, cerca de 50% dos atendidos não são espíritas”.

Para uma sessão de atendimento fraterno, basta ligar para o número (27) 3300-5000 e aguardar na fila até ser encaminhado a um dos atendentes. O serviço é gratuito e tem como propósito acolher e amparar aqueles que precisam de alguém para ouvi-los. Telefone: (27) 3300-5000.

Misericórdia e reconciliação

Misericórdia e reconciliação

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Com a ênfase dada por Allan Kardec ao ensino moral, em “O Evangelho segundo o Espiritismo” torna-se possível aprofundarmos os ensinos de Jesus com base nos princípios espíritas. Uma diferença substancial entre o Antigo e o Novo Testamento é nova visão sobre Deus e sua justiça apresentada por Jesus, trazendo a bandeira da lei do amor.

O sermão da montanha é uma autêntica proclamação de bases para uma nova sociedade. Entre outras bem-aventuranças, um diferencial importante do Novo Testamento surge nas palavras:

“Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia” (Mateus, 5:7.), mais à frente corroborado pelo registro do evangelista: “Se perdoardes aos homens as faltas que cometerem contra vós, também vosso Pai celestial vos perdoará os pecados; mas, se não perdoardes aos homens quando vos tenham ofendido, vosso Pai celestial também não vos perdoará os pecados” (Mateus, 6:14 e 15.).

O Codificador prossegue no capítulo X da obra básica citada, transcrevendo também: “Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós — deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la” (Mateus, 5:23 e 24.).

Claramente ressaltam as propostas de misericórdia e de reconciliação, separando-as dos atos religiosos tradicionais, ritualísticos e formais. A propósito dessa proposta, Kardec anota “Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento”.

Em rápidas pinceladas faremos algumas relações bibliográficas sobre o tema. Em síntese, o Codificador deixa claro no Capítulo XI:

“Quando as adotarem para regra de conduta e para base de suas instituições, os homens compreenderão a verdadeira fraternidade e farão que entre eles reinem a paz e a justiça. Não mais haverá ódios, nem dissensões, mas tão somente união, concórdia e benevolência mútua.”

Sobre essa proposta, muitas vezes de difícil praticização, também encontramos registros do apóstolo Paulo em sua 2ª Epístola aos Coríntios, que foi escrita reunindo recomendações em função dos choques de posturas entre os que tinham ideias judaizantes, outros intelectualizadas e os fieis seguidores dos ensinamentos de Jesus. Eis alguns versículos marcantes:

“3.3 Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. […] 5.17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. […] 5.19 Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. 5.20 De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.”

Paulo deixa claro que não se trata de mero formalismo de perdão e de reconciliação, por isso enfatiza “tábuas de carne do coração” e a nova postura de “embaixadores da parte de Cristo”. A propósito das situações complexas que se vive no relacionamento entre as pessoas, na mesma Epístola, Paulo recomenda:

“4.8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. 4.9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.” Essas lembranças de textos de Mateus, Paulo e Kardec podem servir de orientação e estímulo para refazimento de formas de relacionamento. Sem dúvida, não é fácil, um grande exercício de superação.

Todavia, encontramos em texto do espírito Batuíra um comentário muito real:

“Companheiros transfigurados em desafetos integram o quadro natural de nossas provas. Tenhamos coragem e suportemo-los. Decerto não será possível beijar-lhes as mãos quando se voltem contra nós, mas podemos orar por eles, tolerar-lhes as investidas, desculpar-lhes em pensamento os ataques e abençoá-los no silêncio de nossas reflexões”.

Referências:

1) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. X e XI. FEB.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Epístolas de Paulo à luz do espiritismo. Cap. 6. Matão: O Clarim.

3) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Batuíra. Mais luz. Cap. Ante o futuro. São Bernardo do Campo: GEEM.

(Foi presidente da USE-SP e da FEB)

As epidemias e os espíritas – alguns registros históricos

As epidemias e os espíritas – alguns registros históricos

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

A Revista espírita do período de Allan Kardec é muito rica de matérias doutrinárias e informativas. O Codificador opinava sobre temas do momento.

Agora que convivemos com uma pandemia torna-se interessante transcrevermos trechos da matéria “O Espiritismo e o cólera”1, oportunidade que Kardec publica uma carta enviada por um advogado de Constantinopla:

"[…] Os jornais informaram o rigor com o qual o terrível flagelo vem de maltratar em nossa cidade e vizinhanças, tudo em atenuando suas devastações. Algumas pessoas, dizendo-se bem informadas, dão o número de coléricos falecidos em 70 mil,…”

Em mensagem espiritual há o comentário:

“Certamente, seria absurdo crer que a fé espírita seja um ‘brevet’ de garantia contra o cólera. Mas como está cientificamente reconhecido que o medo, enfraquecendo ao mesmo tempo o moral e o físico, torna mais impressionável e mais suscetível de ser atingido pelas moléstias contagiosas; é evidente que toda causa tendente a fortificar o moral é um preservativo.”

E também do espírito doutor Demeure:

“O melhor preservativo consiste nas precauções de higiene sabiamente recomendadas por todas as instruções dadas a respeito; estão acima de toda limpeza, o afastamento de toda causa de insalubridade e focos de infecção, a abstenção de todo excesso. Com isto deve evitar-se a mudança de hábitos alimentares, salvo para evitar as coisas debilitantes. É preciso igualmente evitar os resfriados, as transições bruscas de temperatura, e abster-se, a menos por necessidade absoluta, de toda medicação violenta, que possa trazer perturbação na economia. Sabeis que, muitas vezes, em casos semelhantes, o medo é pior do que o mal.”

Na edição seguinte da Revista espírita, em dezembro de 1865, Kardec informa deu início a uma campanha em favor dos flagelados, aberta no escritório da Revista: “Em benefício dos pobres de Lyon e das vítimas do cólera”.

Em nosso país há alguns registros relacionando espíritas e momentos de epidemias.

De início, destacamos um episódio interessante sobre Antonio Gonçalves da Silva, o Batuíra, o português que se fixou em São Paulo, transformando-se em grande exemplo espírita: “Eis alguns traços da personalidade de Batuíra pela pena do festejado escritor Afonso Schmidt: ‘Em 1873, por ocasião da terrível epidemia de varíola que assolou a capital da Província, ele serviu de médico, de enfermeiro, de pai para os flagelados, deu-lhes não apenas o remédio e os desvelos, mas também o pão, o teto e o agasalho.”2

No século XX a autêntica pandemia que assolou o mundo – a gripe espanhola -, provocou alguns fatos vinculados ao movimento espírita. Em artigo recente publicado na Revista internacional de espiritismo, David Liesenberg comenta sobre essa última pandemia, do ano de 1918. Cita registros do jornal O Clarim, como o aumento da demanda das receitas homeopáticas na sede da FEB, no Rio de Janeiro, e, as mudanças que Cairbar Schutel adotou no Centro Espírita Amantes da Pobreza, em Matão (SP). Para atender solicitações do Governo, as reuniões públicas domingueiras noturnas foram antecipadas para as 17 horas.3

A epidemia da gripe espanhola veio encontrar Eurípedes Barsanulfo em plenas atividades em Sacramento (MG), tomando providências para a provisão de medicamentos na sua farmácia. Familiares e colaboradores foram contaminados4 e ele prosseguia “à cabeceira dos seus enfermos, auxiliando centenas de famílias pobres”.5 E o pioneiro dedicado sucumbiu vitimado por essa epidemia e desencarnou aos 1o de novembro de 1918.

Depois desses registros históricos, passam por nossa memória as epidemias que acometiam as crianças, durante nossa infância, como a varíola e a poliomielite, pois a primeira vacina contra esta última – a Salk – somente surgiu em 1955 e logo depois a Sabin. Nossa família tomava cuidados extremos para evitar a contaminação. Certa feita, com um pequeno e passageiro sinal de dificuldade motora na perna levaram-nos às pressas para uma consulta com renomado especialista da capital paulista, concluindo-se que havia sido apenas decorrência de pequeno acidente. Tempos depois quando começaram a surgir casos em nossa cidade, chegaram a nos levar junto os pequeninos irmãos a uma cidade onde não havia o surto da chamada paralisia infantil. Dessa maneira, fomos convivendo com notícias próximas e distantes de várias situações que aterrorizavam as famílias.

Já atuando na docência odontológica e na especialidade de cirurgia bucal, em 1985 surgem as contaminações da AIDS, a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (HIV), e de início causando muitas dúvidas e pânicos. Como dever estudamos a nova enfermidade e passamos a adotar os cuidados e prevenções devidas ao profissional que realizava intervenções em pacientes. Como docente passamos a nos preocupar em orientar e divulgar as formas de prevenção e surgiram aulas, seminários, palestras, publicações e uma grande campanha regional de esclarecimento. Naquele contexto, estávamos elaborando juntamente com Divaldo Pereira Franco o livro Em louvor à vida, onde comentamos mensagens de autoria de nosso tio médico desencarnado Lourival Perri Chefaly.6 De maneira inédita para a época, o livro editado em 1987 trazia a psicografia “AIDS e profilaxia” e nossos comentários “Informações sobre a AIDS” e “A profilaxia com reformas espirituais”. Entre alguns registros gravados na época encontra-se disponível a nossa atuação em grande congresso espírita em São Paulo, no ano de 1991.7

Como sugestão à reflexão sobre as epidemias, consideramos válidas as recomendações do doutor Demeure acima transcritas1 e, por oportuno, reproduzimos trecho da mensagem do espírito Lourival Perri Chefaly:

“Pensar na saúde e fomentá-la através dos pensamentos otimistas é impositivo indispensável ao progresso e à paz. Saúde/doença – binômio do corpo e da mente – são conquistas do ser, que deve aprender a optar por aquela que melhor condiz com as aspirações evolutivas, desde que a harmonia ideal será alcançada através do respeito à primeira ou mediante a vigência da segunda”.6

Referências:

1) Kardec, Allan. Trad.Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. O Espiritismo e o cólera. Novembro de 1865; Idem. Em benefício dos pobres de Lyon e das vítimas do cólera. Dezembro de 1865. Vol. VIII. São Paulo: EDICEL.

2) Oliva Filho, Apolo. A vida surpreendente de Batuíra. Página eletrônica: http://geb.org.br/quem-somos/historia/batuira (consulta em 04/07/2020).

3) Liesenberg, David. Epidemia e os sinais dos céus. Revista Internacional de espiritismo. Ano XCV. N.6. Julho de 2020. P.292-294.

4) Novelino, Corina. Eurípedes, o homem e a missão. Cap. O desenlace. Araras: IDE. 1979.

5) Ferreira, Inácio. Subsídio para história de Eurípedes Barsanulfo. Uberaba: do autor. 1962. P.112.

6) Franco, Divaldo Pereira; Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelo espírito Lourival Perri Chefaly. Em Louvor à vida. 1.ed. Cap. AIDS. Salvador: LEAL. 1987.

7) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Aids na visão Espírita. Página eletrônica: http://grupochicoxavier.com.br/historico-aids-na-visao-espirita/ (consulta em 04/07/2020).

(*) Foi dirigente espírita em Araçatuba, presidente da USE-SP e da FEB.

Lembranças das datas de Benedita e Chico Xavier

Lembranças das datas de Benedita e Chico Xavier

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No dia 27 de junho transcorrem 137 anos de nascimento de Benedita Fernandes (1883-1947), pioneira da assistencial social espírita em Araçatuba e região.

Acometida da chamada “loucura”, perdeu contato com a família e vagou pelo Estado até chegar em Penápolis. Em função dos temores que ela provocava na população acharam prudente colocá-la numa cela da Cadeia Pública. Por coincidência o carcereiro era espírita e observou que ela seria portadora de uma cruel obsessão espiritual. O carcereiro Padial e o dirigente espírita João Marchezi se dispuseram a tratá-la espiritualmente e ela recobrou a consciência.

Em meados dos anos 1920 Benedita se estabeleceu em Araçatuba e começou a trabalhar como lavadeira no então Patrimônio de Dona Ida, atual bairro Santana. Grata pela cura obtida resolveu se dedicar com as companheiras lavadeiras a atender crianças abandonadas e aqueles que eram rotulados de “loucos”. A todos atendia com carinho e autoridade e, como médium, conseguia equilibrá-los. Aos 06/03/1932 ela fundou a Associação das Senhoras Cristãs. Dessa Associação, contando com o apoio dos espíritas, maçons, autoridades e população em geral, surgiram várias obras assistenciais e principalmente o Sanatório, depois conhecido como Hospital Psiquiátrico Benedita Fernandes.

Benedita tornou-se um ícone, como pioneira da assistencial social espírita e merecendo o respeito da comunidade. Era muito prestativa, atendendo as pessoas com a aplicação do chamado passe. Nessa condição certa feita foi levada à residência de uma bisavó nossa, atendendo-a e suscitando respeito e admiração em nossa família.

Em função de mudanças na política governamental de saúde mental, o Hospital foi encerrado e substituído pelos CAPS, sendo que o Centro de Apoio Psicossocial, com o nome dela e contando com o apoio de voluntários vinculados à Associação das Senhoras Cristãs Benedita Fernandes. Com Contratos de Gestão com a Prefeitura Municipal de Araçatuba surgiram: CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial Infantil, CAPS III – Centro de Atenção Psicossocial Adulto e duas Residências Terapêuticas.

No final de 2020, será lançado o filme “Benedita: uma heroína invisível. O legado da superação”, com roteiro e direção de Sirlei Nogueira (de Araçatuba, SP); co-produção: Lalucci Filme e Cocriação Editora; direção de produção Samuel Lalucci. O filme se baseia nosso livro Benedita Fernandes. A dama da caridade (Ed.Cocriação/USE Regional de Araçatuba). Conta com um clipe especial, com música tema de Paula Zampp e maestro Mário Henrique; intérpretes Paula Zampp e Gabriel Rocha. Atua como atriz principal Sílvia Tiodoro, que interpreta Benedita. Há entrevistas e depoimentos de várias pessoas, inclusive conosco como autor do livro.

No dia 30 de junho completa-se 18 anos da desencarnação de Chico Xavier (1910-2002). Com uma longa vida dedicada ao próximo e intermediário de centenas de espíritos, tornou-se o principal médium da história do Espiritismo.

Mais de quatro centenas de livros psicográficos em vários estilos. Podemos destacar: os romances históricos, comentários doutrinários, sobre as obras de Kardec, descrições sobre o mundo espiritual, comentários sobre o Novo Testamento, crônicas, poesias e as famosas cartas familiares. As obras de Chico Xavier ensejaram a elaboração de peças teatrais, filmes, documentários e pesquisas. Inúmeras entrevistas estão disponíveis em textos e gravações.

O exemplo de vida e suas obras mediúnicas representaram um autêntico “divisor de águas” no movimento espírita brasileiro e Chico Xavier passou a ser uma referência para o povo brasileiro. Ao longo de duas décadas nós tivemos o privilégio de visitá-lo e de acompanhar suas atividades na Comunhão Espírita Cristã e no Grupo Espírita da Prece. Sempre atencioso conosco e familiares, entre outros comentários, com constância fazia referência ao espírito Benedita Fernandes.

Aliás, uma mensagem que muito nos marcou na nossa juventude, foi a de autoria do espírito Hilário Silva intitulada “Num domingo de calor”. Eis uns trechos:

"Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se. […] Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie. O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio. Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.” (Psicografia pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 27/7/1963).

Fontes:

- Carvalho, Antonio Cesar. Benedita Fernandes. A dama da caridade. Araçatuba: Ed.Cocriação/USE Regional de Araçatuba. 2017.

- Carvalho, Antonio Cesar Perri. Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. 1.ed. Capivari: EME; São Paulo: USE-SP. 2019. 224p.

(Foi dirigente espírita em Araçatuba, presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira).

O impacto emocional no fechamento das casas espíritas

Matéria para reflexão e estudo:

Entrevista

O impacto emocional no fechamento das casas espíritas

Eliana Haddad

Atuando como diretor do Departamento de Atendimento Espiritual no Centro Espírita, da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, o psicólogo Fernando Porto analisa este momento desafiador da história da humanidade. Ele destaca a importância da atenção dos dirigentes e lideranças espíritas sobre os impactos que sofrerão a participação e frequência nas casas espíritas e fala sobre as mudanças dos hábitos e os problemas emocionais e espirituais ocasionados pela crise. Acompanhe a entrevista.

1 – Como você analisa essa experiência do fechamento dos centros espíritas?

Fernando – Essa questão nos permite uma inadiável reflexão sobre o verdadeiro papel do centro espírita perante a sua comunidade e a sociedade. O saudoso filósofo Herculano Pires já havia nos alertado que “se os espíritas soubessem o que é o centro espírita, quais são realmente a sua função e a sua significação, o espiritismo seria hoje o mais importante movimento cultural e espiritual da Terra”. A convivência autêntica se estabelece pela comunhão de pensamentos guiados a um propósito comum. A quantidade de pessoas não garante conexão com a espiritualidade superior, mas a ‘afinidade e sintonia’ no verdadeiro bem. Será que nós temos valorizado e aproveitado nosso tempo de convivência no centro espírita, ou buscado frequentá-lo apenas em benefício próprio? Ele tem sido um espaço para estudo e reforma íntima ou para uma atitude passiva, conforme hábitos religiosos antigos? Em relação ao fechamento das instituições, é preciso considerar a necessidade de respeitar as autoridades sanitárias perante a pandemia, e considerar a situação de cada região, para que não nos tornemos agentes de perturbação.

2 – Muitas atividades realizadas antes presencialmente estão sendo substituídas por lives, estudos online, encontros virtuais. Isso é bom ou ruim para nossa evolução?

Fernando – O benfeitor Emmanuel na obra Paulo e Estevão nos ensina que “o valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida”. Assim como o ‘pastor conhece suas ovelhas’, o dirigente espírita precisa estar conectado às necessidades do público frequentador do centro espírita e, se os dispositivos tecnológicos são as ferramentas disponíveis no momento, cabe aos responsáveis se inteirarem de seu funcionamento e disponibilizarem alternativas para o público espírita. Nem a tecnologia ou a atividade presencial são os fatores determinantes para nossa evolução. Se não houver a internalização dos princípios espíritas e a sua aplicação na vida prática, de nada adianta o uso da tecnologia mais avançada disponível, pois esta apenas representa um recurso ou instrumento, dependendo a nossa evolução do seu bom uso ou não.

3 – O que traz mais danos emocionais? Este isolamento ou vivermos afastados de nós mesmos, voltados mais para os aspectos exteriores da vida?

Fernando – Existem duas atitudes possíveis por parte do ser humano diante do sofrimento. Enquanto uma parte das pessoas aproveitará a situação de isolamento social para uma reflexão sobre seu estilo de vida, suas prioridades e seus relacionamentos, outros, por já carregarem em seu íntimo conflitos e transtornos psicológicos, se encontrarão em uma condição de maior vulnerabilidade. Há uma crescente preocupação que fatores como decréscimo do poder aquisitivo, isolamento social, as restrições no acesso aos tratamentos de transtornos mentais e suporte religioso agravem os índices de depressão e suicídio. É difícil prever qual realidade encontraremos no pós-pandemia. Em um cenário otimista, as pessoas terão se adaptado a um novo modo de vida, no qual a realidade virtual suprirá as necessidades mais imediatas; no cenário pessimista, haverá um comprometimento físico e mental em parte da população, e precisaremos estar preparados para o acolhimento fraterno dos nossos irmãos mais necessitados de auxílio. A fé no futuro e a confiança em Deus são condições indispensáveis, em quaisquer circunstâncias para a superação desses transtornos.

4 – Como o centro espírita influencia no equilíbrio emocional de seus frequentadores e trabalhadores?

Fernando – Chegará um dia em que reconheceremos em toda a parte a presença de Deus. Que não se atribua ao dirigente espírita ou ao médium, pessoas falíveis, aquilo que nos compete realizar, afinal o reino dos céus nasce de fato nos corações. O centro espírita tem por missão atender à necessidade geral dos indivíduos, particularmente aos espíritos combalidos pelas angústias do mundo, aos pobres em espírito destituídos do esclarecimento superior e ainda aos necessitados do pão material e espiritual. E é para esses que ele se faz mais necessário.

5 – O afastamento temporário das casas espíritas nos faz pensar o quanto podemos desenvolver relações de dependência emocional com elas. Como podemos avaliar isso?

Fernando – O papel essencial do centro espírita deveria ser o de preparar os espíritas para não dependerem dele. Em outras palavras, em vez de simplesmente enxugarmos as lágrimas, precisamos ensinar o nosso semelhante a sorrir, reconhecer-se como ser imortal, estimular o desenvolvimento de suas potencialidades. A instituição espírita, como qualquer outra, é um meio e não um fim em si mesma.

6 – Você acha que podemos acabar enxergando como desnecessárias as atividades presenciais do centro espírita?

Fernando – O homem é um ser social e tem necessidade de afeto, de demonstrá-lo por meio de gestos e de receber o calor humano da mesma forma. O centro espírita não somente é a nossa escola e oficina de trabalho, como é um espaço que oferece uma atmosfera espiritual saneada para a realização de determinadas atividades específicas. Lembremos da reunião mediúnica na assistência aos desencarnados, das crianças ávidas de afeto e educação, dos idosos reféns da própria solidão, das pessoas que estão em desespero, ou em busca de um lugar onde encontrem paz, pois vivem o conflito constante em seus lares. Alguns podem até pensar que o centro espírita é totalmente desnecessário, pelo menos até o momento em que os problemas baterem em sua porta.

7 – Em sua opinião o que deveriam fazer os dirigentes espíritas ao retornarem as atividades do centro espírita?

Fernando – Deveríamos inicialmente refletir se é conveniente abrir de imediato, mesmo com a autorização das autoridades e pensar de que modo isso será feito e em quais condições as atividades serão desenvolvidas e as novas ações a serem implementadas. Há um ponto essencial a ser debatido no movimento espírita, um aspecto ‘positivo’ da crise que vivemos. Os objetivos principais do espiritismo são o combate à incredulidade e ao fanatismo, a superação das chagas humanas, o egoísmo e o orgulho. Será que o modelo atual vigente, baseado no método catequético no qual o frequentador é colocado em uma postura passiva e cômoda tem nos levado aos resultados que buscamos? Logo, o tempo de que dispomos para a convivência no centro espírita precisa ser suficientemente significativo, marcante e enriquecedor, fundado em relações autênticas, no estudo e na prática legitimamente espíritas. O nosso compromisso exige de nós ir ao encontro do sofrimento do outro, praticar a caridade, estimular os jovens para que se envolvam com centro espírita, compartilhando responsabilidades. A sabedoria diz que não se aplicam velhas soluções para problemas novos. Em outras palavras, o centro espírita necessita se transformar em ‘universidade do espírito’ para formar o cidadão do futuro sintonizado com a regeneração a ser instaurada no mundo.

8 – Sendo a religiosidade uma das caraterísticas do ser humano, você acredita que estamos passando por alguma mudança nessa relação de transcendência?

Fernando – Para que a religiosidade caminhe na direção da verdadeira espiritualidade, é fundamental a mudança de paradigma em relação à nossa compreensão sobre religião, entendendo-a como moralidade e comunhão de pensamentos, sem submissão aos aspectos exteriores. A religiosidade se baseia essencialmente no serviço ao próximo e na consciência reta do dever cumprido. Portanto, para que haja a mudança nessa relação de transcendência, precisamos abrir nossos corações para o amor, estabelecermos uma conexão autêntica com o Criador e nos tornarmos instrumentos de sua vontade pelo bem de todos. Somente assim se cumprirá a promessa do Cristo de que “haverá um só rebanho e um só pastor”.

9 – Quais os nossos maiores desafios emocionais e espirituais no momento?

Fernando – Quando as emoções se desestruturam, ocorrem as ‘perturbações neuróticas’, base de muitos transtornos mentais. As emoções negativas se ‘apoderam’ de nós de uma maneira involuntária. Infelizmente, a maioria das pessoas tem uma falsa impressão de que somos vítimas e não temos responsabilidade alguma sobre o processo. Acreditamos que a culpa pelo que sentimos se deve a fatores externos, aos acontecimentos da vida, ou aos atos e palavras das outras pessoas com as quais convivemos. Por outro lado, em um outro extremo, há aqueles que se culpabilizam e se martirizam, em um processo autodestrutivo, pelos acontecimentos considerados ‘negativos’, segundo seus pontos de vista. O primeiro cuidado a ser tomado é aprender a se responsabilizar pelos próprios sentimentos, combater a rebeldia que nos impede de aceitar a ordem natural das coisas. Faz-se necessário a autoaceitação, porque podemos estabelecer 7 exigências excessivas além da nossa capacidade. O autoconhecimento é o nosso maior desafio, pois ele possibilita a compreensão da exata dimensão de nossos compromissos, da nossa missão aqui na Terra. E, a partir de então, adotar a postura do equilíbrio, na emotividade e no pensamento, na palavra e na ação. Eduquemos nossa vida mental, evitando os fatores causadores de desequilíbrio e buscando a sustentação na meditação, na oração, na leitura edificante e, principalmente, cultivando pensamentos positivos e sentimentos elevados para obtenção de uma saúde mais plena e duradoura.

10 – O que diria para os que estão aflitos, querendo voltar à rotina das palestras, passes e estudos nos centros espíritas?

Fernando – É preciso que sobesem os prós e contras, tenham consciência dos riscos, procurem se informar em fontes fidedignas e sigam os procedimentos de segurança indicados. Pensamos que, se o frequentador pertencer aos grupos de risco, ele deve evitar se expor de modo desnecessário. Quanto aos demais, caso se sintam equilibrados, ponderem a pertinência ou não da participação presencial. O espiritismo é uma doutrina que promove a autonomia, a autoconsciência e a responsabilidade dos atos de cada um a partir de sua livre escolha.

Texto publicado no jornal Correio Fraterno – edição 493 – maio/junho 2020 – p 4 e 5.

CENTROS COM PORTAS ABERTAS AO MUNDO

CENTROS COM PORTAS ABERTAS AO MUNDO

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Com o advento da pandemia e a adoção de medidas de quarentena e de isolamento social já ultrapassando três meses aconteceu algo inimaginável: os centros espíritas com as portas cerradas!

Por outro lado, empregando-se vários recursos de comunicação pela internet abriram-se outras “portas” para a sociedade e sem barreiras físicas.

Anteriormente alguns centros já empregavam palestras, que simultaneamente às reuniões físicas, também eram transmitidas ao vivo e várias páginas eletrônicas dispunham de palestras gravadas.

Frente à inesperada emergência sanitária as instituições espíritas rapidamente precisaram buscar formas de comunicação empregando as páginas eletrônicas e as redes sociais. Mesmo que improvisada para alguns, ocorreu uma modernização acelerada para se atender às necessidades do público que estava habituado à frequência presencial e também dos colaboradores dos centros espíritas. Sim, porque os trabalhadores/voluntários também se sentiram atingidos e demonstram a carência da falta dos encontros físicos.

Há décadas habituado em atuação em instituições variadas e com viagens constantes para palestras e atividades em diversas regiões, aconteceu um fato nunca vivido: permanecer no lar! E nessa condição, restrito ao número reduzido de familiares da própria coabitação, face as orientações sanitárias relacionadas com os chamados grupos de riscos. O ambiente do lar se transformou numa central de veiculação de informações via internet. Ainda bem que os avanços tecnológicos estão favorecendo esse novo cenário. Equipamentos como computador, tablet, fone celular acoplados ao wi-fi passam a ser peças indispensáveis.

Assim, têm surgido atividades intensas ao longo de cada semana para se atender às solicitações vindas de várias partes do país: das webtvs, web rádios e das instituições espíritas em geral. Há uma variedade de formas de comunicação a distância: as palestras ao vivo e as gravadas, as lives pela rede social, as entrevistas, reuniões de estudo e de vibrações…

Fato inusitado foi o lançamento on line de livro através do Grupo de Estudos Espírita Hermínio Miranda, de Fortaleza, onde juntamente com os organizadores da obra, participamos do lançamento do livro Dimensões identitárias e assistenciais do espiritismo. A comercialização? Pela internet!

Entre várias instituições de diferentes regiões, na rotina temos colaborado com instituições em que atuamos, como a Sociedade Espírita Irmã Rosália, da época em que residimos em Brasília, e as atuais, em São Paulo.

Para o Grupo Espírita Casa do Caminho, surgem as colaborações para palestras on line para as diversas reuniões sobre Evangelho e para o grupo mediúnico que realiza semanalmente reuniões de vibrações a distância, incluindo um momento de comentários evangélicos. O grupo que, juntamente com a família, fazíamos o estudo presencial de O Evangelho segundo o Espiritismo, no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita, transformou-se em virtual.

Dessa maneira, semanalmente é feito o estudo a distância, mantendo-se bom nível de participação dos integrantes do grupo. Essa nova experiência vivida, forçada pelas circunstâncias da pandemia, com certeza estimulará o aperfeiçoamento e a ampliação das formas de comunicação e, sem dúvida, ampliará a difusão do pensamento espírita.

Em nossa ótica, imaginamos que após se vencer esse período crítico, estaremos frente ao chamado “novo normal”, ensejando muitas transformações nas instituições espíritas. Entre essas a ampliação da rede de comunicação para as necessidades do atendimento fraterno, palestras, estudos, seminários e várias atividades, incluindo a administrativa.

Abre-se um novo cenário para a difusão do pensamento espírita.

Fontes (copie e cole os links):

Palestra evangélica: http://grupochicoxavier.com.br/bem-aventurados-os-aflitos-2/

Palestra com fundamentação histórica: http://grupochicoxavier.com.br/paulo-entre-os-poderes-politicos-e-religiosos/

Reunião de estudo: http://grupochicoxavier.com.br/aflitos-em-temas-da-atualidade/

Reunião de vibrações: http://grupochicoxavier.com.br/solidariedade-e-focalizada-em-reuniao-de-vibracao-virtual/

Entrevista: http://grupochicoxavier.com.br/roda-viva-entrevista-com-cesar-perri/

Lançamento de livro: http://grupochicoxavier.com.br/lancamento-on-line-de-livro-sobre-assistencia-e-espiritismo/

Grupos fraternos de apoio em Brasília

Grupos fraternos de apoio em Brasília

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Logo após nossa mudança para Brasília, no início de 2001, passamos a frequentar reuniões de atendimento espiritual na Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão – SODEC -, que funcionava nas dependências do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, na Asa Norte.

Já conhecíamos seu dirigente João Nasser, através da revista que ele editava: O Espírita, e também do período de funcionamento de comissão planejadora (1987-1988) do Congresso Internacional de Espiritismo (Brasília, 1989), a convite do presidente da FEB Francisco Thiesen. Com a família, frequentamos semanalmente as reuniões da SODEC e quando iniciaram a reunião pública de explanações doutrinárias e passes, participamos do rodízio de expositores. Logo após a desativação do Sanatório Espírita de Brasília, a SODEC passou a utilizar uma sala do local promovendo uma reunião pública de explanações e passes aos domingos pela manhã e nós integramos o rodízio de expositores. No ambiente fraterno da SODEC conhecemos vários familiares e colaboradores de João Nasser, que aliava simpatia, firmeza e alegria. Cultivamos a sua amizade e da esposa Nívea inclusive em visitas recíprocas nos lares.

                                                    

   João Nasser, Perri e Divaldo (2007)        João Nasser, Nestor e Nívea: lar de Célia e Cesar (2008)

Com sua liderança, a equipe da SODEC colaborou com vários eventos da FEB, inclusive os Congressos Espíritas Brasileiros.

Após a repentina desencarnação de Nasser (2010) prosseguimos nas reuniões da SODEC, dirigida pelos filhos José Amin e depois Karen. Viemos a conhecer uma instituição que a SODEC apoiava no bairro de Ceilândia, o Posto de Assistência Espírita, onde também fizemos algumas palestras. Desse grupo vieram colaboradores para a secretaria geral do Conselho Federativo Nacional da FEB, como Ayda Sasse e Edmar Cabral Jr, e, para algumas ações na FEB o casal Ruth e Hermes Pinheiro.

Célia com Ayda e Ruth

Durante nosso período na presidência interina da FEB, a antiga sede do Sanatório – que a FEB havia assumido -, precisou ser rapidamente demolida para se atender determinação do Governo do Distrito Federal, em setembro de 2012; com delegação da FEB José Amin Nasser coordenou a doação de esquadrias, cercas e materiais reutilizáveis, para as instituições espíritas de Brasília, e, também colaborou com outras incumbências relacionadas com o apoio ao fundador do antigo Sanatório.

Após nossa saída da FEB, de imediato fundamos o Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier – GEECX, contando com a participação de antigos colaboradores da secretaria geral do CFN e do NEPE da FEB, inclusive nossa esposa, os filhos Flávio e, sempre que possível, Daniel. Com o apoio da SODEC, o GEECX funcionou nas dependências do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, em Brasília, durante três anos.

Ao mesmo tempo que freqüentávamos a SODEC, no ano de 2008, Nestor Masotti, como secretário geral do Conselho Espírita Internacional, constituiu um grupo de apoio espiritual para funcionar na sede do mesmo. Para tal finalidade convidou os dirigentes e médiuns da Sociedade Espírita Irmã Rosália, que tem sede no bairro Areal, em Brasília, coordenados por Patrícia e José Monteiro, Wander Lúcio Barreto e Ricardo Silva. Juntamente com nossa esposa fomos convidados a integrar esse grupo que sempre atuou de forma fraterna e harmônica. Essas reuniões semanais no CEI eram dirigidas por Nestor. Com o afastamento de Nestor e porque a sede do CEI seria desativada, na condição de presidente interino da FEB levamos esse grupo para a FEB, e passamos a dirigir as reuniões. Esse grupo de apoio foi encerrado logo após a eleição de novo presidente da FEB, em 2015.

A partir de abril de 2015, com a esposa e todos familiares, nos vinculamos à Sociedade Espírita Irmã Rosália, onde fomos fraternalmente acolhidos, em reunião de vibrações e em atividades de apoio a famílias carentes, integrando a equipe que visitava lares. Nossas atuações nesse grupo e o ambiente simples e fraterno nos remeteu às lembranças de nossas atividades iniciais, desde os tempos da adolescência, na Instituição Nosso Lar, de Araçatuba (SP). No conjunto dessas atividades de vibrações e assistenciais contamos com o convívio no local e em família, notadamente dos casais Patrícia e José Monteiro, Rose e Wander Lúcio Barreto, Luciene e Paulo de Tarso Rocha, Mônica e Adailton de Oliveira; Mara K. Leal; Neuma de Oliveira Silva; Zenaide Freitas Torres Vaz; Carla; os jovens irmãos Paulo e Carlos Eduardo Lopes; este último compareceu conosco em algumas cerimônias no Templo da LBV. Atuamos no “Irmã Rosália” até nossa mudança para São Paulo. Atualmente temos contribuído com palestras on line.

Equipe da SEIR com Célia e Cesar Perri (2017)

Aos dois grupos, a SODEC e a “Irmã Rosália”, expressamos gratidão porque representaram marcante ponto de apoio no período em que residimos em Brasília. Além desses compromissos durante a semana, atendemos aos convites para seguidas palestras com viagens aos finais de semana, mas mantendo o contato com a base onde nos revigorávamos espiritualmente e sentíamos o calor fraterno e solidário típicos de um centro espírita.

(*) Foi presidente da FEB (interino e efetivo, entre 05/2012 e 03/2015) e membro da Comissão Executiva do CEI (2007-2016).

Enquanto perdure a pandemia, que cuidados a Casa Espírita deve tomar?

Enquanto perdure a pandemia, que cuidados a Casa Espírita deve tomar?

Tudo em nosso país está a indicar que se encontra longe do fim a pandemia causada pelo novo coronavírus e que continuaremos por um bom tempo sem dispor de vacinas, de medicamentos eficazes e até dos tão falados testes em quantidade suficiente que nos possibilite atender ao que a Organização Mundial de Saúde tanto recomendou a todos os governantes.

Diante desse quadro, quando forem autorizadas a receber público, como as Casas Espíritas deverão proceder? Que cuidados deverão tomar? As dúvidas vêm de todos os lados. Claro que as máscaras e o uso de álcool em gel já se terão tornado uma rotina, mas todos sabemos que isso não é suficiente. O cuidado com as aglomerações é medida que, como sabemos, tem sido reputada fundamental.

Para responder a estas questões, entrevistamos três conhecidos e respeitados estudiosos espíritas: Antonio Cesar Perri de Carvalho, palestrante, escritor, dirigente espírita, ex-presidente da USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira; Eurípedes Kühl, médium, estudioso espírita e autor de inúmeras obras espíritas, mediúnicas e não mediúnicas; e Gebaldo José de Sousa, estudioso espírita, autor do e-book Mediunidade – Fundamental Estudar Sempre e participante, como esclarecedor, de duas equipes mediúnicas nos dois hospitais espíritas de Goiânia. A seguir, eis o que os nossos entrevistados disseram com relação às questões que lhes foram apresentadas:

PALESTRAS PÚBLICAS

Se o local das palestras públicas for grande, o distanciamento entre as pessoas não constituirá um grande problema. Como proceder, porém, quando o salão – médio ou pequeno – fica geralmente lotado?

Antonio Cesar Perri - Após superarmos as fases de quarentena da pandemia viveremos uma situação nova, que vem sendo chamada de “novo normal”. E podem surgir orientações sanitárias gerais por parte de cada Governo Estadual. Então precisaremos analisar cada situação e fazermos adequações às realidades dos diferentes centros espíritas. Será indispensável o atendimento às recomendações das autoridades sanitárias e isso é adequado à proposta de respeito à vida, ao ser espiritual reencarnado. Os centros, de acordo com suas dimensões físicas e a equipe disponível, precisará reanalisar as ofertas de reuniões públicas, talvez com variedade de dias e de horários. Além disso, precisaremos ficar atentos às orientações da área da saúde, com relação à utilização de máscaras e, eventualmente, se evitar contatos físicos, como os fraternos abraços. Um outro aspecto, que vem sendo desenvolvido no período da quarentena, é a utilização de transmissão por internet. Talvez as reuniões públicas devam contar com as duas possibilidades: um grupo fisicamente presente e outro acompanhando à distância. O importante será disponibilizar esclarecimentos na linha do acolhimento e do consolo para os que procuram o centro espírita nessa época tão complexa.

Eurípedes Kühl – Se o local das palestras públicas for grande, o distanciamento entre as pessoas, como sabemos, não constituirá um grande problema. No caso de locais médios ou pequenos, sugerimos aos dirigentes limitar o número de participantes, mantido o distanciamento necessário. Havendo quórum para outra palestra, replicá-la, com o mesmo palestrante. Quanto aos presentes, que se evitem abraços ou cumprimentos de mão.

Gebaldo José de Sousa – Importante limitar o número de frequentadores por sessão pública, buscando realizar mais palestras, no mesmo dia ou em vários outros, para dar oportunidades a todos.

PASSES

Como os médiuns passistas poderão atender à tarefa, em face da proximidade com o paciente, considerando ainda que numa sala de passes atuam geralmente muitos passistas?

Eurípedes – Cadeiras espaçadas entre atendidos, que deverão adentrar, um por vez; o mesmo quando terminar o atendimento. Passistas e atendidos usando máscara e, quanto ao passista, melhor se for aquela maior, da testa ao queixo. Importante relembrar e recomendar aos passistas: não tocar nos atendidos.

Gebaldo – Aplicar passes coletivos, como realizado nas grandes Casas Espíritas (FEB; Mansão do Caminho, etc.).

Perri - Os passes devem ser entendidos como doação de energias, de sentimentos e de boas vibrações. Não há necessidade do contato físico. A imposição de mãos com certa distância é mais do que suficiente. Em alguns momentos já não se aplicavam os passes coletivos? É também uma opção. O importante é que onde há salas de passes deve-se obedecer às orientações para maior distância com as pessoas atendidas, entre elas e também entre os passistas. Que se verifique também a possibilidade de adoção da orientação sanitária de utilização de máscaras.

GRUPOS DE ESTUDO

As reuniões de estudo são geralmente realizadas em salas pequenas. Há Centros Espíritas em que, no dia de realização do ESDE, as turmas são numerosas e todas as salas ficam tomadas. Como atender à recomendação relativa ao distanciamento entre as pessoas?

Gebaldo – A solução é limitar o número de participantes, realizando os estudos em mais de um horário ou em vários dias da semana, para não se excluir ninguém.

Perri – Inquestionavelmente haverá necessidade de revisão dessas condições. Não podemos prever em que condições retornaremos às atividades após se superar a fase da pandemia. Poderão permanecer alguns cuidados e por um período que, no momento, não se pode aquilatar. Estamos vivendo uma época em que fomos forçados a reuniões virtuais: de estudo, de vibrações, de palestras. Provavelmente deveremos nos preparar para aperfeiçoarmos essas opções e realizarmos reuniões de estudo também com transmissão ao vivo e com interatividade. E, sem dúvida, nos adaptarmos às condições adequadas de pessoas presentes em cada sala. Tudo indica que viveremos novas realidades após se superar a fase crítica da pandemia. Com certeza ainda permanecerão muitos cuidados preventivos.

Eurípedes – Cuidar da entrada e da saída dos participantes do estudo e observar o mesmo procedimento que mencionamos com relação aos “passes”; se necessário, intercalar horários ou dias dos estudos.

SESSÕES MEDIÚNICAS

Nas sessões privativas, além do ajuntamento de várias pessoas em uma pequena sala, existe uma aproximação acentuada entre os esclarecedores e os médiuns psicofônicos. Como agir?

Perri - As mesmas situações que já apontamos nas outras questões: readequação de número de pessoas presentes na(s) sala(s); provavelmente permanecerá a recomendação de uso de máscara e isso será uma dificuldade ou nova necessidade de adaptações, mas há tipos de máscaras que não dificultam a movimentação da boca; manter-se distância entre os médiuns e entre estes e os esclarecedores. Se houver necessidade de aplicação de passe, são as mesmas condições que expusemos acima, imposição de mãos e com distanciamento.

Eurípedes – Tratando-se de sala pequena, a reunião mediúnica só será possível se houver espaçamento entre os participantes, além das recomendações gerais de higiene. O grupo mediúnico não deverá ser menor do que seis participantes, nem maior que quatorze. Doutrinadores e médiuns psicofônicos devem usar máscara, se possível aquela transparente, de proteção da testa ao queixo.

Gebaldo – Sugerimos que as sessões sejam realizadas em salas maiores. Se necessário, utilizar o mesmo local que é destinado às reuniões públicas, distribuindo os médiuns pelo salão, com a distância de pelo menos dois metros uns dos outros. Esclarecer as Entidades comunicantes com o distanciamento adequado. Aplicar passes coletivos, ao final.

EVANGELIZAÇÃO INFANTIL

A dificuldade apontada no tocante aos grupos de estudo aparece também nas salas de evangelização infantil, que ficam repletas de crianças. Qual a solução?

Eurípedes - Não há outro jeito: pensamos que é necessário dividir o grupo de crianças, para que o distanciamento seja mantido, adotando-se no caso as recomendações gerais a que já nos referimos.

Gebaldo - Limitar o número de participantes, procurando realizar a evangelização em mais de um horário ou em vários dias da semana, para dar oportunidades a todas elas.

Perri - Trata-se de questão delicada, pois as autoridades médicas têm alertado para o fato de que muitas vezes as crianças são portadoras assintomáticas do vírus, mas são transmissoras. Além das questões dos espaços e distanciamentos já registrados, deve-se pensar na possibilidade de os evangelizadores serem selecionados entre pessoas que não estejam no chamado “grupo de risco”. Talvez deva ser levado a sério o detalhe legal: os pais são responsáveis pelos filhos. Nas escolas formais isso já é realidade. Em alguns países, além das escolas formais, os pais assinam documento para permitir que os filhos assistam ao ensino religioso nas diferentes agremiações. Deve existir um diálogo entre dirigentes de centros, evangelizadores e pais das crianças.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Além da distribuição de gêneros alimentícios, em muitas Casas Espíritas a assistência prestada às famílias carentes inclui também o fornecimento de lanche, café, sucos ou algo semelhante, tal como ocorre geralmente numa lanchonete. Como proceder?

Gebaldo – Usar embalagens, para que o consumo seja feito nos lares das pessoas assistidas. Eventualmente, abolir o café ou os sucos, caso não seja possível fornecê-los em recipientes próprios.

Eurípedes – Nesse caso, como as famílias já devem estar cadastradas, o atendimento deve ser feito a determinado número de pessoas, em horários ou dias agendados. Em todos os casos, observar as recomendações gerais.

Perri – Creio que devam ser obedecidos os requisitos sanitários semelhantes aos mais recentemente exigidos para lanchonetes e bares. Ou seja, na assistência em instituições espíritas onde são oferecidos lanches e refeições, devem ser adotados os mesmos cuidados de prevenção: os colaboradores, com máscara e em algumas situações com luvas, distanciamento entre os assistidos e destes com os colaboradores, higienização específica de mesas entre cada atendimento, higienização rigorosa com talheres e pratos utilizados nos lanches e refeições, higienização rigorosa nos ambientes da cozinha e dos banheiros disponibilizados para os atendidos. E neste caso utilizando-se produtos de limpeza recomendados por equipes sanitárias.

OBSERVAÇÃO:

No Estado do Paraná, a Secretaria da Saúde publicou no dia 21 de maio uma resolução que estabelece as condições necessárias para que as entidades religiosas voltem a receber público. Segundo a resolução, as entidades religiosas precisam seguir um protocolo com 34 artigos. Entre as medidas a serem observadas, as entidades religiosas precisam respeitar as orientações para preservação do afastamento físico entre as pessoas e o espaço destinado ao público deve ter a ocupação máxima limitada a 30%, observando-se o afastamento mínimo de dois metros entre as pessoas. Quanto às pessoas de idade acima de 60 anos e as que integram o grupo de risco – hipertensos, diabéticos, gestantes e outros – a recomendação das autoridades é que elas devam permanecer em casa, acompanhando as celebrações por meios eletrônicos. Para mais informações sobre o assunto, clique aqui

Nota da Redação:

A USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo) divulgou no dia 27 de maio o texto "Orientação aos Centros Espíritas. Retorno às Atividades Presenciais", elaborado após o governo do Estado de São Paulo baixar normas relativas à flexibilização da quarentena decorrente da pandemia do novo coronavírus. O retorno às atividades presenciais não é incentivado no documento emitido pela USE, o qual contém informações e diretrizes para auxiliar os dirigentes na tomada de decisões para quando isso for permitido e considerado possível. Eis o link: https://bityli.com/S1njz

Revista digital O Consolador – Ano 14 – N° 672 – 31 de Maio de 2020

Acesse (COPIE E COLE):

http://www.oconsolador.com.br/ano14/672/especial2.html

Relatos de trabalho em equipe

Relatos de trabalho em equipe

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Ao longo de nossa trajetória pelas ações espíritas sempre contamos com o apoio e participação ativa de equipes.

Nos tempos de gestão junto ao órgão municipal da USE-SP, a União Municipal Espírita de Araçatuba (depois USE Intermunicipal), os companheiros que integraram as diretorias ao longo dos 15 anos em que fomos presidente e as comissões dos departamentos, formavam um grupo coeso de trabalho. Vários egressos das mocidades espíritas da cidade, outros integrantes de diretorias de instituições, mas havia sempre o propósito em favor da difusão do Espiritismo e ações de união dos espíritas. Assim, eram organizados eventos, como Semana ou Mês Espírita, Jornadas, Seminários, Confraternizações Regionais, Clube do Livro Espírita, palestras e visitas a instituições na cidade e região.

A partir de 1971, além da esposa Célia, destacamos companheiros como: Arlindo Módena, Armando Pagan, Clarice Ribeiro, Cláudio Roberto Pagan, Ismael Gobi, Maria Luzia de Almeida Rosa, Meledi Dall’Oca, Miguel Carlos Madeira, Osvaldo Magro Filho e Paulo Sérgio Perri de Carvalho.

Naquele período houve a implantação do Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), nos vários centros da cidade, a partir da experiência inicial da implantação que fizemos no Centro Espírita Luz e Fraternidade, contando com a atuação de uma equipe de trabalho. A experiência inicial de um estudo sobre temas de família, no Centro Espírita Luz e Fraternidade, contando com a colaboração de um grupo de amigos afins ao tema.

Logo depois que assumimos a presidência da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, já se iniciava uma reunião de estudos na sede dessa Instituição sobre temas da família no segundo semestre de 1990, e, que era coordenada pela nossa esposa Célia Maria Rey de Carvalho, contando com um grupo de colaboradores da cidade de São Paulo. Adotava-se uma programação que iniciamos com a esposa, poucos anos antes no Centro Espírita Luz e Fraternidade, de Araçatuba (SP). O programa de estudo concretizado na sede da USE-SP foi a origem do livro Família & espiritismo1, preliminarmente lançado como um opúsculo, e tendo como co-autores dezenas de companheiros que participaram das experiências de Araçatuba e de São Paulo.

Depois no final de janeiro de 1994, houve o lançamento nacional da Campanha Viver em Família, realizada pela USE-SP, em São Paulo, contando com a presença de dirigentes da FEB, palestra de Divaldo Pereira Franco e seminário com vários convidados. Esse evento gerou o livro Laços de família2. Aliás durante nossa gestão na USE-SP foram publicados três livros sobre família, elaborados por equipes.

Com a coordenação estadual de nossa esposa Célia, houve a implantação dessa Campanha em todo o Estado, arregimentando-se dezenas de colaboradores e divulgadores. Também com nossa esposa como coordenadora do Departamento de Educação da USE-SP, e contando com atuação de lideranças espíritas vinculadas ao magistério formal e à evangelização da infância, foram efetivados muitos seminários estaduais. Ao mesmo tempo, junto à USE-SP havia grupo de companheiros que atuavam na área de gestão de centros e de órgãos de unificação. Desse conjunto de atividades, surgiram livros editados pela USE-SP sobre educação, família, centro espírita, direção de órgãos de unificação, idoso no centro espírita…

Dessa fase ativa junto à USE-SP, durante toda a década de 1990, destacamos alguns integrantes das várias equipes, próximas a nós: Attílio Campanini, Adalgiza Balieiro, Carlos Teixeira da Silva, Carolina Flor da Luz Matos, Delma Crotti, Éder Fávaro, Eduardo Carvalho Monteiro, Elaine Curti Ramazzini, Heloísa Pires, Iolanda Húngaro, Ivan René Franzolin, Joaquim Soares, José Antonio Luiz Balieiro, Júlia Nezu de Oliveira, Luiz Fuchs, Maria Aparecida Valente, Sander Salles Leite e Wilson Garcia.

Quando nos estabelecemos em Brasília, o recém empossado presidente da FEB Nestor João Masotti, que conhecia nosso trabalho no Estado de São Paulo, convidou-nos para montar uma equipe para elaborar um projeto de apoio a centros espíritas. Assim, no 1o semestre de 2001, convidamos companheiros que tinham experiência efetiva em gestão de centros espíritas, incluindo a esposa Célia que havia integrado conosco equipes de centro espírita e junto à USE-SP e entre outros: Roberto Versiani, Edimilson Luiz Nogueira, Ricardo Silva, Rubens Dusi, Walid Dauod, casal Cristina e Marco Leite. Walid, Cristina e outros convidados permaneceram pouco tempo.

Assim nasceu o projeto para “Capacitação Administrativa para Gestão das Casas Espíritas” sobre o qual já levamos informação à reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB em novembro de 2002, inclusive já com um estudo piloto efetivado em centro espírita de Brasília.3

A equipe inicial, agora integrantes da já oficializada Secretaria Geral do CFN da FEB, foi se ampliando com novos colaboradores, oferecendo condições para muitas viagens para atender convites de Federativas e realização de encontros estaduais para se preparar monitores indicados pelas Federativas.4

A equipe da secretaria geral do CFN também atuou na ativação conjunta das Campanhas Família, Vida e Paz e de esclarecimento sobre o aborto. Em consequência, foi elaborado e lançado em 2005 o livro Família, vida e paz5, contando com atuação de equipe de diretores da FEB e da secretaria geral do CFN. Sintetiza subsídios e sugestões para o desenvolvimento das Campanhas, relacionadas com a referida publicação.6 As Marchas Nacionais do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, realizadas em Brasília, entre 2007 e 2014 contaram com a colaboração da equipe da secretaria geral do CFN.

Além dos estudos e projetos elaborados e implantados, houve um momento em que surgiu a motivação para se redigir um texto sobre um tema muito falado à época, a “transição planetária”, e, a equipe da secretaria geral do CFN elaborou um texto, em seguida publicado em série de três artigos na revista Reformador7, tendo como fundamentação as obras de Allan Kardec, notadamente A Gênese.

Essa equipe também teve decisivo papel, como os relacionados com estudos para atualização do Orientação ao Centro Espírita (2007); elaboração e implantação do Orientação aos Órgãos de Unificação, lançado em 2010; participação no “Projeto de Interiorização”, de visita a centros do interior, com apoio das respectivas Federativas Estaduais8, e, também na realização de Seminários Integrados “Ações de Acolhimento, Conselho e Esclarecimento no Centro Espírita” a partir de 2012.

Vários integrantes dessa equipe também se integraram no projeto de curso a distância “Gestão de Centro Espírita”, implantado no Portal da FEB em 2011, com a coordenação de Ayda Sasse e que funcionou até 2015.9

Outras atividades em que os membros dessa laboriosa equipe atuaram, entre 2012 e março de 2015, foi a colaboração com as reuniões públicas de estudo semanal de O evangelho segundo o espiritismo, coordenado pela nossa esposa Célia, e, de algumas atividades do Núcleo de Estudo e Pesquisa do Evangelho da FEB (NEPE), incluindo gravações de vídeo aulas feitas pela TVCEI e FEBtv.

Ao longo do tempo novos valores se somaram àquela equipe inicial da secretaria geral do CFN, como: Ayda Sasse, Cesar Adonay, Ecimar Loli, Edmar Júnior, Flammarion Vidal, Hemerson Xaxá, José Luiz Dias, Luiz Julião Ribeiro, Marco Rosa, Marcos Bragatto. Lembrando que em alguns momentos também atuaram as esposas dos companheiros citados.

Mais à frente, no período nosso de presidência da FEB, atuaram como autêntica equipe os secretários das Comissões Regionais do CFN: Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior (Norte), Creuza Lage (Nordeste), Aston Brian Leão (Centro) e Ricardo Mesquita (Sul).

A secretaria geral do CFN mantinha reuniões semanais regulares sob nossa coordenação e depois que assumimos a presidência da FEB, também com coordenação de Roberto Versiani que assumiu a secretaria geral do CFN.

A equipe da secretaria geral do CFN durante as gestões como presidentes, de Nestor Masotti e a nossa, foi incumbida de colaborar com a infraestrutura para as reuniões do Conselho Federativo Nacional e de vários outros eventos realizados na sede da FEB, como algumas reuniões do CEI e colaboração em Congressos Brasileiros.

Outra equipe que estimulamos a formação e interagimos foi a do NEPE da FEB. Como relatamos acima, além de alguns membros da secretaria geral do CFN, contou com o apoio decisivo da esposa e do filho Flávio e de companheiros que também integraram a Comissão do NEPE: Haroldo Dutra Dias (MG), Célia Maria Rey de Carvalho (FEB), Flávio Rey de Carvalho (DF), Ricardo Mesquita (SC), Simão Pedro de Lima (MG), Wagner Gomes da Paixão (MG), Afonso Chagas (MG), e, mais no final com Saulo César Ribeiro da Silva (DF) e Ismael Maia (Pb). Houve a elaboração de um livro em equipe sobre Evangelho.10 Este NEPE central, que funcionou até março de 2015, estimulou e manteve intercâmbios com vários que foram surgindo junto a Federativas Estaduais: Goiás, Maranhão, Pernambuco, Paraíba. Formava-se um trabalho em equipe e em rede pelo país.11

Após o período pós-FEB detectamos que várias Federativas Estaduais mantém projetos de capacitação de trabalhadores espíritas. Uma pesquisa acadêmica recente mostrou a existência de dezenas de NEPEs funcionando em várias regiões do país.12

Nos anos recentes, em São Paulo, estamos nos dedicando a equipes de estudo do evangelho e de prática da mediunidade. E interessante, respectivamente, num local que homenageia um ex-companheiro nosso da USE-SP, o Eduardo Carvalho Monteiro, e, noutro evoca a pioneira “Casa do Caminho”. Mesmo na prolongada quarentena dos tempos atuais de prevenção ao Covid-19 mantemos animadas reuniões semanais virtuais. Há também integrantes de uma "equipe em rede" de várias cidades do país.

Nosso registro de vivência, em vários níveis de abrangência, é o reconhecimento, incluindo a gratidão, a colaboradores idealistas e dedicados, e, do valor do trabalho em equipe.

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“Cada um de nós, na equipe de ação espírita, é peça importante nos mecanismos do bem. Jamais esquecer-nos de que o maior gênio não consegue realizar-se sozinho e que, por isso mesmo, Jesus nos trouxe à edificação do Reino de Deus, valorizando o princípio da interdependência e a lei da cooperação.” – Emmanuel.13

Referências:

1) Carvalho, Célia Maria Rey (Org.). Família & espiritismo. 6.ed. São Paulo: USE. 231p.

2) Franco, Divaldo Pereira; autores diversos. Laços de família. 8.ed. São Paulo: Ed. USE. 150p.

3) Reunião Ordinária do CFN de 2002. Reformador. Ano 121. N. 2086. Janeiro de 2003. P.22-23.

4) Capacitação administrativa para dirigentes de casas espíritas. Reformador. Ano 122. N. 2099. Fevereiro de 2004. P.78-79.

5) Família, vida e paz. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. 103p.

6) Reativação das Campanhas sobre Família, Vida e Paz. Reformador. Ano 123. N.2120. Novembro de 2005. P. 415-416.

7) Equipe Secretaria Geral do CFN da FEB (Org.) Transição para a Nova Era. Reformador. N. 126. Outubro de 2010; A transição e o caminho para a Nova Era. Reformador. N.127. Novembro de 2010; A transição e o papel do Espiritismo. Reformador. N.128. Dezembro de 2010.

8) Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 129. N. 2186-A. Maio de 2011. P.5-7.

9) FEB sediou reuniões simultâneas do CFN, de jovens e de Cursos de Gestão. Reformador. Ano 133. N.2230. Janeiro de 2015. P. 56-59.

10) Carvalho, Antonio Cesar Perri; Carvalho, Célia Maria Rey (Org.). O evangelho segundo o espiritismo: orientações para o estudo. 1.ed. Brasília: FEB. 2014. 203p.

11) Página eletrônica: http://grupochicoxavier.com.br/historico-nepe-feb/ (Consulta em 23/05/2020).

12) Torres, Natália Cannizza. “Jesus a porta, Kardec a chave”: a apropriação do Novo Testamento pelo segmento espírita. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos. 2019. 91p. Disponível no site: https://repositorio.ufscar.br

13) Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Educandário de Luz. Cap. Em equipe espírita. São Paulo: IDEAL.

(*) Foi dirigente espírita em Araçatuba; presidente da USE-SP e da FEB; membro da Comissão Executiva do CEI.

Gestão de Centros Espíritas em nossos dias

Gestão de Centros Espíritas em nossos dias

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

O tema sobre gestão de centros espíritas nos motivou desde os tempos em que atuávamos como dirigente de instituição espírita em Araçatuba. Um artigo nosso publicado no jornal O Clarim provocou repercussões, inclusive junto à USE-SP: “Estão os Centros Espíritas preparados para receber grandes massas humanas?”.1 O tema norteou desde nossa primeira gestão como presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, a partir de julho de 1990. Daí a transformação do periódico da USE-SP em Dirigente espírita (1990), o 8o Congresso Estadual de Espiritismo (1992) tendo como tema central “Dimensão cósmica do Centro Espírita”, e, vários seminários sobre o tema.2

Após nossa mudança para Brasília e no início da gestão de Nestor João Masotti como presidente da FEB este amigo nos solicitou que informalmente procurássemos reunir uma equipe para dar início a um estudo sobre o tema. Assim se originou o futuro projeto de “capacitação de dirigentes de centros espíritas”. Convidamos companheiros ligados ao movimento espírita de Brasília e que tinham experiência efetiva em gestão de centros espíritas, incluindo a esposa Célia que havia integrado conosco equipes de centro espírita e junto à USE-SP e entre outros: Roberto Versiani, Edimilson Luiz Nogueira, Ricardo Silva, Rubens Dusi, e, em alguns momentos iniciais com Walid Dauod, Marco Leite e esposa Cristina.

Na reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB de 2001, já levamos as informações iniciais a pedido do presidente e foi designada uma Comissão, sob nossa coordenação. Nesse ínterim foi desenvolvido um seminário a título de projeto piloto em centro espírita da periferia do Distrito Federal: Centro Espírita Boa Árvore, na região Norte de Ceilândia.

Na reunião do CFN de 2002 apresentamos o projeto para “Capacitação Administrativa para Gestão das Casas Espíritas” gerando grande interesse e definindo-se que o assunto seria tratado nas reuniões das Comissões Regionais do CFN de 2003. Essa atividade ocorreu, aprovando-se no mesmo ano a implantação do projeto citado.3

Já estava oficializado o funcionamento da secretaria geral do CFN e, no ano seguinte, em 2004, como diretor da FEB, fomos designados como secretário geral do CFN. Naturalmente contamos com a atuação dessa equipe que já vinha trabalhando conosco, com novos colaboradores, e foram feitas viagens para atender convites de Federações dos Estados, somando onze encontros estaduais contando com a presença de futuros monitores indicados pelas Federativas.4

No CFN da FEB de 2004, já levamos informações sobre esse projeto que, em forma de curso, já se encontrava em implantação em 18 Estados5Inclusive houve muito apoio na gestão de Attílio Campanini na USE-SP, mas seguindo-se depois com Balieiro e Júlia, e com muita abrangência no Rio Grande do Sul, na gestão de Jason de Camargo na FERGS.

O novo programa se estendeu pelo país. No CFN de 2005 informamos a grande disseminação desses Cursos pelos Estados e com diferenciações de acordo com suas realidades, sendo alguns semi-presenciais e outros totalmente presenciais.6

Há vários registros interessantes. Um seminário que efetivamos em Parnaíba (Pi), seguindo-se o apoio presencial da equipe da secretaria geral do CFN, e até reuniões on line, redundou em novo marco para o movimento espírita daquela região.7

Nesse ínterim novos valores se somaram àquela equipe da secretaria geral do CFN, como: Edmar Júnior, José Luiz Dias, Cesar Adonay, Ayda Sasse, Marcos Rosa, Marcos Bragatto…

A experiência de cursos e seminários sobre gestão favoreceu outros trabalhos em que a equipe da secretaria geral do CFN teve decisivo papel, como relacionados com estudos para elaboração e implantação do opúsculo Orientação aos Órgãos de Unificação, lançado em 2010, e com a motivação e ativa participação “Projeto de Interiorização”, de visita a centros do interior, com apoio das respectivas Federativas Estaduais.8

A experiência de cursos e seminários sobre gestão levou a equipe a montar e implantar ao longo do ano de 2011 o primeiro curso a distância, utilizando o Portal da FEB, intitulado “Gestão de Centro Espírita” e coordenado por Ayda Sasse. Empregou-se a plataforma Moodle, um software livre, utilizado como ferramenta de apoio ao ensino e à aprendizagem para cursos online. Sempre contando com apoio técnico da equipe de Tecnologia da Informação da FEB. A repercussão e demanda foi enorme, inclusive com inscritos de outros países. Rapidamente se encerravam as inscrições para cada nova turma. Novas idéias e desdobramentos foram surgindo.

No CFN de 2011 informamos sobre a proposta do Seminário Integrado “Ações de Acolhimento, Conselho e Esclarecimento no Centro Espírita” que seria desenvolvido nas Comissões Regionais do ano de 2012. Também informamos sobre os cursos a distância de "Gestão de Centro Espírita" implantados neste ano, utilizando o Portal da FEB, inclusive com um curso de preparação a distância de tutores.9

Entre 2011 e 2013 o curso de “Gestão de Centros Espíritas” traduzido para o espanhol (“Herramientas para mejorar la gestión de la casa espírita”) por iniciativa da Federação Espírita Uruguaia, foi implantado no Uruguai. Na época o casal Azelma e Edimilson Luiz Nogueira residia em Montevideo em função de compromissos profissionais de Edimilson e eles se integraram em atividades de centro espírita, da Federação e foram grandes colaboradores desse Curso. Esta era dirigida por Eduardo Dos Santos. Na modalidade semi-presencial, o curso foi implantado envolvendo participantes de todos os centros do país e realizando-se reuniões presenciais nos finais de etapas, em eventos dos centros das regiões Norte e Sul do Uruguai. Como convidado, comparecemos em Montevideo em eventos marcantes da Federação e desse curso, inclusive no encerramento da primeira turma em janeiro de 2013, contando também com a presença do presidente da Confederação Espírita Argentina Gustavo Martínez.10

Durante a reunião do CFN da FEB, durante nossa presidência em 2014, houve simultaneamente a reunião de tutores dos cursos a distância (“sem distância”) de “Gestão de Centros Espíritas”, com coordenação de Ayda Sasse e presença de representantes sediados em 11 Estados, com o objetivo de avaliarem o trabalho e conhecerem o CFN da FEB.11

Quando concluímos a gestão de presidente da FEB, em março de 2015, já vinham sendo oferecidos vários cursos a distância, com a coordenação geral de Ayda Sasse e contando com uma grande equipe de tutores de várias partes do país. Eis os cursos a distância que já estavam sendo oferecidos pelo Portal da FEB, no início de 2015:12

- Curso I – Centro Espírita Visão Geral: oferece aos atuais e futuros colaboradores das Casas Espíritas a oportunidade de analisar a estrutura da instituição onde colabora, identificando novas possibilidades de ação;

- Curso II – Movimento Espírita Estrutura e Funcionamento; A proposta deste estudo é o de levar aos seus participantes uma visão mais ampla do processo de unificação;

- Curso III – O Dirigente e os Colaboradores: O objetivo central deste estudo é oferecer ao atuais e futuros dirigentes dos Centros Espíritas a oportunidade de refletir sobre a dinâmica de seu relacionamento de trabalho junto às equipes;

- Curso IV – O Dirigente e seu Processo de Trabalho: O foco deste estudo encontra-se na abordagem e no exercício de temas de caráter técnico-administrativo, visando agregar valores e métodos de facilitação ao trabalho;

- Curso V – Aspectos Gerais da Organização Jurídica no Centro Espírita: É sempre uma tarefa desafiadora aos dirigentes de um Centro Espírita o tratamento de algumas questões legais.

Após as mudanças na direção da FEB, a partir de março de 2015, foi extinta a secretaria geral do CFN e os cursos a distância de “Gestão de Centros Espíritas” foram suspensos.

Os detalhamentos de Leis e Normas relacionadas com as organizações religiosas e associações filantrópicas exigem continuadas atenções por parte dos gestores e no âmbito do movimento espírita soma-se a atenção para a compatibilização com as orientações emanadas dos valores cristãos e da efetiva prática espírita.13

Agora, quando for ultrapassada a terrível pandemia do COVID-19 que provocou isolamentos e quarentenas, muitas avaliações terão que ser realizadas no tocante ao funcionamento, organização e prioridades das instituições espíritas.14 O novo cenário demandará o exercício de gestão participativa e muito eficaz.

Bibliografia:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Estão os Centros Espíritas preparados para receber grandes massas humanas? O Clarim. Matão (SP), 15/5/1975, p.6-7.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. A proposta inovadora do Dirigente Espírita. Dirigente espírita. Ano 30. N. 173. São Paulo. USE-SP. 2019. P.7.

3) Reunião Ordinária do CFN de 2002. Reformador. Ano 121. N. 2086. Janeiro de 2003. P.22-23.

4) Capacitação administrativa para dirigentes de casas espíritas. Reformador. Ano 122. N. 2099. Fevereiro de 2004. P.78-79.

5) Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 123. N. 2114-A. Maio de 2005. P.4-7.

6) Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 124. N. 2126-A. Maio de 2006. P.8.

7) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Os frutos do cajueiro. Ações espíritas em Parnaíba. Parnaíba: Expressão Gráfica Editora. 2018. 96p.

8) Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 129. N. 2186-A. Maio de 2011. P.5-7.

9) Ata da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 130. N. 2198-A. Maio de 2012. p.5-6.

10) A FEB em evento federativo no Uruguai. Reformador. Ano 131. N.2208. Março de 2013. P. 119.

11) FEB sediou reuniões simultâneas do CFN, de jovens e de Cursos de Gestão. Reformador. Ano 133. N.2230. Janeiro de 2015. P. 56-59.

12) Página eletrônica: https://www.febnet.org.br/gestao/ (acesso em 13/05/2020).

13) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Centro espírita. Prática espírita e cristã. 1.ed. São Paulo: USE. 2016. 196p.

14) Carvalho, Antonio Cesar Perri. A pandemia e suas profundas repercussões. Revista internacional de espiritismo. Ano XCV. N.4. Maio de 2020. p.164-165.

(*) Foi dirigente espírita em Araçatuba (SP), presidente da USE-SP e da FEB, membro da Comissão Executiva do CEI.