As Olimpíadas “sob o Céu de Paris”

As Olimpíadas “sob o Céu de Paris”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A mídia polarizou nossas atenções no dia 26 de julho com a transmissão da abertura dos 33o Jogos Olímpicos, em Paris.

As imagens impactantes fizeram-nos mergulhar em lances de espectador maravilhado e com inúmeras evocações históricas.

Veio em nossa mente a famosa canção de Edith Piaf: “Sob o céu de Paris”. Alguns trechos são marcantes e se relacionam com a cerimônia do trajeto fluvial evocativo da história do humanismo, cultura, política, arte, e, tudo com toques variados cheios de surpresas, sincronicidade e muita beleza:

“Sob a ponte de Bercy/ Um filósofo sentado,[…] Dois músicos, alguns curiosos,/ e também milhares de pessoas […] Vão cantar até de noite/ O hino de um povo apaixonado/ Por sua velha cidade/ Por nossa Ilha Saint Louis/ E quando ela lhe sorri/ […] Perto da Notre Dame/ Por vezes se trama um drama/ […] Alguns raios do sol de verão/ […] O acordeom de um marinheiro/ A esperança floresce/ […] Corre um alegre rio/ E o céu de Paris/ Tem seu próprio segredo/ […] E o céu de Paris/ Tem seu próprio segredo/ Há vinte séculos ele está apaixonado/ […] Mas, o céu de Paris não fica por muito tempo cruel/ Para se fazer perdoar, ele oferece um arco-íris”.

O desfile pelo rio Sena das embarcações com as delegações animadas pelo espírito olímpico, de respeito à diversidade das nações, oferecia uma ideia de fraternidade.

Ficou bem evidenciado o respeito e homenagem aos atletas olímpicos franceses, veteranos e portadores de medalhas de vários Jogos.

Em vários momentos veio à tona o lema: “liberdade, igualdade, fraternidade”! E no seio da nação onde ele surgiu.

Essa transmissão mundial foi o maior espetáculo que tivemos o privilégio de assistir.

De nossa parte não podemos olvidar o papel espiritual representado em terras francesas, entre muitos vultos, por Joana D’Arc, Allan Kardec e o apaixonado “celta” Léon Denis.

Cremos que nossas observações ficam robustecidas com as anotações de Emmanuel (A caminho da luz, FCX):

“O próprio instinto democrático da Inglaterra e da França, bem como as suas elevadas obras de socialização, ainda representam frutos da missão educativa do Império, no seio da Humanidade. […] A Inglaterra e a França preparam-se para a grande missão democrática que o Cristo lhes conferira. […] a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, uma série de reformas se verifica em todos os departamentos da vida social e política da França. […] França ensaia os passos definitivos para a sabedoria e para a beleza.”

No triunfal encerramento do espetáculo, do alto da Torre Eiffel ecoou o “hino ao amor”, de Edith Piaf. Oportuna inspiração.

Fazemos votos que a mensagem inteligentemente elaborada para essa cerimônia – valores históricos, sabedoria, cultura, arte, respeito, beleza – (liberdade, igualdade, fraternidade), sensibilize corações em todo o mundo para os esforços pela paz.

Leopoldo Cirne: das propostas idealísticas às injustiças e a superação

Leopoldo Cirne: das propostas idealísticas às injustiças e a superação

          

 Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Em obra lançada em janeiro de 2024, Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor, surge o primeiro registro completo sobre sua vida e obra, fundamentado em fontes primárias. Uma biografia com informações e ilustrações inéditas sobre Leopoldo Cirne (13/04/1870-31/08/1941), sobre sua juventude em Recife, o casamento, viuvez e perda de filhos gêmeos recém-nascidos. Seguindo-se depois sua romagem e ações espíritas na então capital do país.

No Prefácio, Luciano Klein (historiador e biógrafo, ex-presidente da Federação Espírita do Estado do Ceará), comenta: “Cesar revela-nos, de forma clara e direta, com nuanças encantadoras, a ação missionária de Leopoldo Cirne, permitindo, destarte, tornar conhecido das gerações futuras, o nome do ex-presidente da FEB. […] este o mais completo resgate biográfico a respeito do sucessor de Bezerra de Menezes. […] emergem fortes sinais de contextos de incompreensões, vinculados a momentos de paixão por algumas ideias e posturas”.

Embora referido como presidente da Federação Espírita Brasileira (1900-1914) e sucessor de Bezerra de Menezes, o notável vulto foi protagonista de ações e propostas de união, divulgação e educação, geralmente não divulgadas nos meios espíritas. Como presidente da FEB, promoveu o Congresso de Comemoração do Centenário de Allan Kardec (1904), quando apresentou o texto “Bases de Organização Espírita”, discutido e aprovado por “delegados” que representavam os espíritas de diversos Estados brasileiros. Foi o primeiro documento com propostas de ação e de criação de federações estaduais e com recomendações de implantação: de aulas de humanidades na sede das instituições, com conteúdo de português, francês, aritmética e filosofia (moral), como já realizava na sede da FEB, no Rio de Janeiro; de Escolas de Médiuns, com base em O livro dos médiuns, para o preparo com o conhecimento da doutrina, para sua maior segurança antes de se aplicarem ao exercício de seus dons.

Leopoldo Cirne trabalhou decisivamente para conseguir um imóvel próprio para a FEB e construiu a sede, inaugurada em dezembro de 1911. Atualmente é chamada Sede Histórica, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Interessante, que um autodidata em áreas de humanidades, traduziu duas obras de Léon Denis para o português: No invisível e Cristianismo e espiritismo. Diferente das ações na época centralizadas na “assistência aos necessitados” na FEB, Cirne acalentava outras propostas, envolvendo a instrução elementar ou secundária, e, a criação dos então designados asilos.

Em razão de fortes desentendimentos doutrinários com lances de atitudes extremistas, no núcleo de seguidores dos livros de interpretação evangélica de Roustaing – aliás obras polêmicas e em geral não aceitas -, e de reações em desacordo com propostas de ações, Leopoldo Cirne foi traumaticamente afastado da FEB, na eleição de 1914. Localizamos “cartas abertas” distribuídas por seus oponentes – companheiros de diretoria -, e a estratégia que empregaram para não reelegê-lo e mantê-lo distante da Federação que ele dirigiu com dedicação e entusiasmo.

O prefaciador Klein no lançamento de nosso livro afirmou: “Leopoldo Cirne deveria ser colocado num panteão dos injustiçados”.

Analisamos e sintetizamos seus livros, principalmente Anticristo. Senhor do mundo e O homem, colaborador de Deus, que contém depoimentos sobre sua experiência de vida, incluindo o cenário da crise de seu desligamento da FEB e a continuidade de suas atividades com exemplos de superação daqueles tormentosos momentos.

Cirne apoiou ações iniciais voltadas à evangelização da infância e durante sua gestão, a revista Reformador, publicou matérias sobre o “evangelho das crianças”. Mantinha amizade com Manuel Vianna de Carvalho (1874-1926) e, com ele, foi um dos estimuladores para a implantação da evangelização infantil na FEB, concretizada em meados de 1914, quatro meses após a saída de Leopoldo da Instituição.

Era admirador do trabalho de Anália Franco (1853-1919), responsável pela fundação de mais de uma centena de escolas, asilos para crianças órfãs, albergues, colônia regeneradora para mulheres, ações artísticas e oficinas para artesanatos em cidades do interior e da capital do Estado de São Paulo. Em função do interesse por obras tipo asilos é que, depois de afastado da FEB, Cirne foi convidado e proferiu a palestra na inauguração do Abrigo Thereza de Jesus, no Rio de Janeiro, no ano de 1919.

Nas ações doutrinárias, desenvolvia propostas diferenciadas para a época, que aparecem em palestras e troca de correspondências citadas no jornal O clarim, fundado por Cairbar Schutel em Matão (SP), que prosseguiu divulgando matérias sobre Cirne.

Após a desencarnação de Cirne, sua segunda esposa conhecida pelo apelido Marietta, providenciou a publicação de livro ele que deixou elaborado, O homem colaborador de Deus, e convidou um amigo de Cirne, Leoni Kaseff (1900-1986), para redigir o Prólogo. Este, um intelectual conhecido pelas propostas pioneiras para atenção aos superdotados, incluída na Reforma do Ensino Primário, Profissional e Normal do Estado do Rio de Janeiro. Anota sobre Cirne: “uma vida tão devotada à virtude e à verdade, quão cheia de edificantes exemplos e de inspiradas produções doutrinárias, manteve produtiva a sua prodigiosa operosidade intelectual; […] A doutrina que professava era por ele realmente vivida”.

Em O homem, colaborador de Deus, Cirne desenvolve autêntica tese sobre a relação do homem com Deus. Realça a “missão dos educadores”, “a educação integral” e a “ampliação do horizonte intelectual dos educandos”; destacamos sua frase: “o que falta realmente ao homem contemporâneo é o sentimento, não apenas a notícia, de seus destinos superiores, fundado na inabalável certeza de Deus e na maravilhosa perfeição de suas leis”.

No final, apresentamos transcrições de mensagens do espírito Leopoldo Cirne e relatos sobre sua atuação, registradas por diversos espíritos, pelas psicografias de Chico Xavier e Waldo Vieira, que apresentam coerência com os objetivos, experiências de vida e pensamentos expressos em artigos e livros enquanto encarnado.

A experiência de vida e a obra de Leopoldo Cirne, seus notáveis predicados morais, intelectuais e nobres ideais, constituem-se em subsídio para a análise e reflexão sobre a trajetória, o estado atual e as perspectivas do Espiritismo.

Fonte:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor. São Paulo: CCDPE-ECM/Araçatuba: Cocriação. 2024. 200p.

(*) Foi presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira, e, membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

(Síntese de: Carvalho, Antonio Cesar Perri. Leopoldo Cirne: from idealistic proposals to injustices and overcoming them. The spiritist magazine. SSVa/USA. Vol.16. Is.65. April-June, 2024. P.38-41).

Apelo à vida em mensagem

Apelo à vida em mensagem

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Interessante e oportuna mensagem surgiu em alusão ao lema "Liberdade, igualdade, fraternidade" e evocando momento histórico francês:

“Neste 14 de julho, lembramos a pátria francesa que, nesta data, comemora a libertação do antigo regime. Um bom fruto da Revolução Francesa foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que quase um século e meio mais tarde, inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU. Neste importante documento, em destaque está o direito à vida. Na Pátria do Cruzeiro, que alberga muitos antigos atores da Revolução Francesa, o direito à vida, a reencarnar, não pode ser abalado. Somos todos iguais, filhos do mesmo Pai e, a partir da experiência reencarnatória, voltamos à arena das formas, numa oportunidade valiosa, a nós concedido pelo mesmo soberano Senhor. Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre. Que Deus nos abençoe e nos fortaleça. Antonie, servidor da falange do rei São Luís, de França. (Mensagem psicografada por Hélio Ribeiro Loureiro, no dia 14/07/24, durante visita ao Grupo Espírita “Luz e Vida”, em Cachoeiras de Macacu, RJ).”

Na oportunidade, destacamos o alerta espiritual sobre “o direito à vida, a reencarnar”.

A mídia tem informado sobre os embates políticos em vários países com o objetivo de se liberar aborto.

Em nosso país, há discussões em níveis legislativo e jurídico para se ampliar consideravelmente a legalização do aborto, além de limites já previstos na legislação brasileira.

Documentos e manifestações em defesa da vida em todas suas etapas, desde a concepção até à morte natural, vieram à tona chancelados pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, durante as gestões de Juvanir Borges, Nestor Masotti e na nossa gestão, como: “Em defesa da vida” e “Viver em Família”; incluindo a edição de opúsculos em conjunto com as Associações Médico Espírita e a de Magistrados Espírita; parcerias em ações com a Associação Jurídico Espírita; com o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, gerando manifestações públicas e enormes Marchas em vários Estados; e, visitas a dirigentes das três esferas federais de poder (Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memória e reflexões. Ed.Cocriação, 2021. 632p).

Esse tema precisa ser revigorado.

Em O livro dos espíritos já se definia: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão 880). A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de educação favorece a compreensão da oportunidade da vida corpórea e do cultivo dos valores espirituais.

A vasta literatura advinda com a psicografia de Chico Xavier é extremamente rica de esclarecimentos. O espírito André Luiz define com clareza o valor da vida corpórea e que podem ser sintetizados em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” (Conduta Espírita, Cap. 34. FEB); “[…] temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (livro Missionários da Luz, cap. 12, FEB).

A partir dessas fundamentações cristãs e espíritas, torna-se interessante considerarmos o que representa o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e melhores condições de vida. Esta última também inclui, evidentemente, o respeito com o corpo físico e a valorização da vida corpórea. Aí se inserem as medidas preventivas para se evitar quaisquer formas de interrupção da vida, incluindo o suicídio (direto e indireto), as enfermidades e também aquelas que favoreçam o diagnóstico precoce de doenças, evitando-se que elas sejam reconhecidas apenas em situações tardias e danosas.

Daí a conclamação da recente mensagem espiritual:

“Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre”.

(*) Foi presidente da USE-SP, diretor e presidente da FEB.

CIDADÃO ESPÍRITA CONSCIENTE

CIDADÃO ESPÍRITA CONSCIENTE

Aylton Paiva

(paiva.aylton@terra.com.br)

Já estamos nos aproximando da data em que seremos convocados, ao exercício da democracia, e depositar nossos votos para a escolha dos dirigentes políticos administrativos dos Poderes Legislativo e Executivo na esfera municipal.

Trata-se de momento de exercitar nossos deveres políticos e partidários: uns candidatando-se a ocupar os cargos de vereadores e prefeitos; outros a obrigação legal de escolher e votar nos candidatos que se apresentarem ao pleito.

Entre pessoas que se dizem espíritas, alguns não gostam de participar desse certame e mesmo argumentam que o espírita não deve se imiscuir na política.

Será que, verdadeiramente, essa é a posição da Doutrina Espírita? Vamos, então, à sua fonte: O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec.

Nele encontramos seguras diretrizes para analisarmos essa questão. Para tanto, iremos até a sua 3ª Parte – Das Leis Morais, no capítulo VII – Da lei de sociedade. (1)

Na questão nº 766, Allan Kardec indaga: A vida social está em a Natureza? Respondem os Mentores Espirituais: Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação (social) parêntese nosso) Já comentamos: “Torna-se evidente que a pessoa tem um compromisso com a sociedade em que vive.” (2)

Mais adiante Allan Kardec questiona a motivação para essa convivência, na questão nº 768: “ Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral? “ A resposta é clara é precisa:” O homem tem que progredir. Insulado não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contato com os outros homens. No insulamento ele se embrutece e estiola.”

Por isso a História nos mostra, desde os primórdios, os seres humanos se aglutinando e formando grupos, tribos e comunidades.

A civilização ocorre justamente pela organização cada vez melhor desses grupos, surgindo, então as diversas formas de administração dessas organizações sociais.

A estrutura melhor organizada, embasada em leis justas e equânimes, se revela nas sociedades democráticas.

Nessas, o sistema eleitoral, com base no voto dos cidadãos é fundamental na escolha dos dirigentes dos Poderes Legislativo e Executivo.

O Espiritismo demonstra, que o espírita não pode se omitir no cumprimento do seu dever cívico, político, participando como eleitor, ou mesmo, se para tal vocacionado, na concorrência aos cargos eletivos, tendo sempre como objetivo maior o Bem comum.

Referência:

(1) O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, capítulo VII – Da lei de sociedade:

(2) Espiritismo e política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Capítulo 7 – A sociedade na perspectiva espírita. Aylton Paiva. Editora FEB.

Chico Xavier – 22 anos depois…

Chico Xavier – 22 anos depois…

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há 22 anos, no dia 30 de junho de 2002, desencarnava Chico Xavier. Com 92 anos de idade, dos quais 75 anos em ações mediúnicas,

Chico Xavier ofertou um legado histórico e inédito para o aprofundamento do conhecimento espiritual.

Na época da desencarnação eram 410 livros psicográficos publicados. Até a atualidade surgiram mais algumas dezenas, com a reunião de psicografias que estavam em poder de amigos e de beneficiários dessas mensagens assinadas por centenas de espíritos.

Com muita honra, reconhecemos o privilégio de ser leitor das obras psicográficas de Chico desde a adolescência e depois de cultivar intercâmbio e visitas às suas ações na Comunhão Espírita Cristã e no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba. Os exemplos cotidianos do médium são marcantes e inesquecíveis.

Além dos livros e caras recordações, os vídeos, programas de TV e filmes sobre Chico reavivam os conteúdos de suas obras e o dignificante exemplo de experiência de vida. Atualmente, há muitas homenagens e registros públicos sobre o notável vulto espírita.

Em meio a rememorações, infelizmente há situações em que surgem “amigos íntimos” nas redes sociais com os relatos com base no “Chico me disse”, e há alertas continuados feitos pela senhora Nena Galves, anfitriã paulistana e amiga durante décadas, e, pelo Departamento de Doutrina da USE-SP. Marco Milani denomina de “Chicomedissismo”1 esses comentários de “pessoas que afirmam ter convivido com Francisco Cândido Xavier e ouvido diretamente dele, em tom de confidência, informações sigilosas, quase proféticas, sobre diferentes assuntos.” Em realidade, o conhecimento doutrinário e a adoção de recomendações expressas em obras de Allan Kardec trazem o antídoto frente a revelações questionáveis.

Entendemos que devam ser valorizados os profícuos estudos em forma de biografias, entrevistas e relatos de casos sobre Chico Xavier; vários publicados enquanto ele estava encarnado e/ou com base em apresentação de fontes e documentações bem reconhecidos.

Na atualidade, foi reativada significativa homenagem ao médium. O Memorial Chico Xavier reabriu em Uberaba, dia 30 de junho, assinalando a dia de sua desencarnação. Houve reportagem sobre a reinauguração pelo programa Minas Gerais TV da Rede Globo e focalizada no mesmo dia à noite no Jornal Nacional da TV Globo. Estão expostas várias imagens das diversas ações do médium. A entrada para visitações é gratuita.2

Em livro específico de nossa autoria, inicialmente lançado em 1997 e depois ampliado e com co-edição3, detalhamos o vulto Chico Xavier e suas repercussões no Brasil e em vários países.

É momento de valorizarmos com o estudo e a difusão dos seus livros psicográficos. Sempre repetimos: Chico Xavier foi arauto do espírito, do bem e da paz!

Fontes:

1) Milani, Marco. Chicomedissismo: o problema continua. Dirigente Espírita. USE-SP. Março-Junho/2024. P. 15-16. In: https://usesp.org.br/wp-content/uploads/2024/06/reDE-200-abril-a-junho-2024.pdf

2) Reinauguração de Memorial em Uberaba 22 anos após partida de Chico Xavier (copie e cole): http://grupochicoxavier.com.br/reinauguracao-de-memorial-em-uberaba-22-anos-apos-partida-de-chico-xavier/; https://globoplay.globo.com/v/12720141/

3) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. 1.ed. Capivari: EME; São Paulo: USE-SP. 2019. 224p.

Publicado em: Folha da Região, Araçatuba, 04/07/2024, fl.2.

Chicomedissismo: o problema continua

 Chicomedissismo: o problema continua

Marco Milani

(diretor do Departamento de Doutrina da USE-SP e presidente da USE Regional de Campinas)

Em 2021, o Departamento de Doutrina da USE promoveu uma interessante roda de conversa virtual denominada “O problema do Chicomedissismo”1, no qual foram apresentadas situações em que uma ou outra pessoa afirmava ter convivido com Francisco Cândido Xavier e ouvido diretamente dele, em tom de confidência, informações sigilosas, quase proféticas, sobre diferentes assuntos.

Passados três anos desse evento, e mais de duas décadas da desencarnação do popular médium mineiro, o número de confidentes de Chico parece ter aumentado…

Hoje em dia, novos “amigos íntimos” surgem repentinamente nas redes sociais com retumbantes e questionáveis revelações sobre o destino da humanidade e sobre a realidade espiritual, amparando-se na conhecida justificativa do “Chico me disse”.

Sob a perspectiva espírita, qualquer informação, seja ela proveniente de encarnado ou desencarnado, deve ser analisada com ponderação e razão, nunca baseada em argumento de autoridade, ou seja, não importa quem disse, mas qual é a comprovação existente do conteúdo.

No caso de Chico, sua inegável idoneidade moral e capacidade mediúnica o transformou num ícone do movimento espírita não somente brasileiro, mas mundial. Nesse sentido, muitos dos milhões de adeptos, pelo natural respeito e admiração a ele, tendem a aceitar com muito carinho tudo o que lhe esteja relacionado, mesmo que isso não dispense a necessidade de análise crítica. O desafio metodológico enfrentado pelos adeptos, entretanto, recai na separação entre ideias e pessoas, bem como entre fatos e fantasias.

Ao utilizar o argumento chicomidissista, muitos têm atraído os holofotes midiáticos e locupletam-se com a visibilidade pessoal e a oportunidade de disseminar causos e contos mirabolantes que colidem com o bom senso e a lógica doutrinária. Tais caronistas da popularidade alheia encontram no permissivo ambiente tecnológico atual o espaço para dar vazão às suas imaginativas estórias, iludindo e confundindo os mais incautos e contribuindo para a disseminação da fé cega.

Sob a perspectiva espírita, qualquer informação deve ser analisada com ponderação e razão, nunca baseada em argumento de autoridade.

Certamente, por não estar fisicamente entre nós, Chico não pode se defender das bizarrices atribuídas a ele por aqueles que declaram ter sido “seus amigos muito próximos” que, se realmente o fossem, não tentariam usurpar sua imagem social desse jeito.

Seja como for, compete ao espírita estudar as obras de Allan Kardec para ter referências comparativas seguras sobre a natureza, origem e destino dos Espíritos e suas relações om o mundo corporal2 e, dessa maneira, conseguir analisar criticamente qualquer informação sob o ângulo doutrinário.

Referências:

1) Ver (copie e cole): https://youtu.be/kSCHo7fqUy8?si=BxPYuOWCAuTAD9Ks

2) KARDEC, A. O que é o espiritismo. Araras: IDE.

Transcrito de:

Dirigente Espírita. USE-SP. Março-Junho/2024. P. 15-16.

Evangelho com simplicidade

Evangelho com simplicidade

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Sob a inspiração do papel desempenhado pela obra O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ao longo dos 160 anos de edição, surgiu a ideia de elaborarmos um livro com comentários sobre os capítulos desse livro marcante, mas de maneira simples e objetiva.

Isso porque essa obra que completa 160 anos foi lançada em Paris, em abril de 1864.

Ao longo de nossa trajetória no movimento espírita, iniciada na Instituição Nosso Lar, em Araçatuba, conhecemos e acompanhamos variadas experiências e repercussões sobre a citada obra.

Nos últimos dez anos, nos cursos presenciais e virtuais que temos atuado sobre O evangelho segundo o espiritismo, desenvolvemos estudos para atender um público-alvo sem maiores exigências.

Frente a essa realidade, Paulo de Tarso é um exemplo por ter disseminado a mensagem de Jesus a todos os povos, sem distinções e pré-requisitos, com simplicidade e sempre divulgando-a. Colocou em prática o que registrou: “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (I Coríntios 9, 22).

Nesse contexto é que elaboramos o livro Evangelho com Simplicidade.

Muito recente, fizemos o lançamento presencial no dia 11 de junho na Casa Editora O Clarim, em Matão (SP), que o publicou.

Os capítulos de O Evangelho segundo o Espiritismo são focalizados, desde o destaque aos versículos do Novo Testamento, selecionados por Kardec, e efetivamos comentários sintéticos sobre seus significados, destacando as ideias centrais analisadas pelo Codificador do Espiritismo e as mensagens espirituais inseridas na sua obra básica.

Centralizamos nossa atenção na essência do conteúdo de cada capítulo, evitando polêmicas e citações de vários autores.

A nosso ver, os temas tratados por Kardec nessa sua obra básica são os mais necessários para atender o público que procura as instituições espíritas, em geral premidos por aflições, dificuldades variadas e dúvidas existenciais. É o livro que oferece consolo, esclarecimento e o fortalecimento da fé e da esperança.

A obra que estamos lançando pode ser um subsídio para a compreensão do texto de Kardec e para a utilização em estudos e roteiros de exposições sobre os temas que focalizam os evangelhos à luz do Espiritismo.

A ideia central é a abordagem da essência do ensino moral de Jesus, na visão espírita, e trazendo-a ao contexto da atualidade.

O nosso livro é uma sugestão para se assinalar com simplicidade e objetividade os 160 anos de consolação e esclarecimento espiritual de O Evangelho segundo o Espiritismo.

Transcrito de:

Folha da Região. Araçatuba, 19 de junho de 2024, fls.2.

Significado espiritual do pão

Significado espiritual do pão

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Em meados de junho, fomos convidados para o programa “Gotas de Esperança" do Instituto de Difusão Espírita Allan Kardec – IDEAK, para desenvolver tema com base no capítulo “Pão de cada dia”, do livro Caminho, Verdade e Vida (Cap. 174, Emmanuel/FCX).

O autor espiritual induz ao raciocínio e interpretação espiritual sobre o significado do pão: “O servo trabalha e o Altíssimo lhe abençoa o suor. É nesse processo de íntima cooperação e natural entendimento que o Pai espera colher, um dia, os doces frutos da perfeição no espírito dos filhos”.

Naquela oportunidade, tivemos condição de divagarmos sobre o tema e extrapolarmos a visão estrita de alimento material. Historicamente, o pão sempre foi considerado marcante nos textos bíblicos.

Em todos os tempos, mesmo nos mais remotos, foi o pão o principal alimento dos hebreus. Era um elemento essencial nas ofertas e nos rituais de adoração. O pão é mencionado em várias passagens no Antigo e Novo Testamento e seu significado vai além do aspecto físico do alimento.

Com base em João (6, 35) Jesus se identificou como o “pão da vida”: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede”. Ele se apresenta como fonte de vida espiritual e que aqueles que creem nele encontrarão satisfação e plenitude.

Na Última Ceia, disse Jesus: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim” (Lucas 22, 19). Nesse contexto, o pão também representa o corpo de doutrina, de pensamentos e ensinos, para que seja incorporado entre as pessoas. É a melhor memória!

Em festas judaicas a celebração da refeição é iniciada com o pão. O pão também simboliza o reforço de laços familiares ao se reunirem para comê-lo.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo (Cap. 28), Kardec analisa cada frase da prece do Pai Nosso, e, sobre “Dá-nos o pão de cada dia”, destaca a ideia que deve animar o sentimento de quem a profere: “Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito”.

Em obra formidável – Pai Nosso – o espírito Meimei, pela psicografia de Chico Xavier tem um capítulo sobre a frase: “pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. A mensageira espiritual destaca que “O pão nosso de cada dia não é somente o almoço e o jantar, o café e a merenda. É também a ideia e o sentimento, a palavra e a ação.” E encerra o capítulo anotando: “Em Jesus temos o pão que desceu do Céu. E, ainda hoje, o Mestre continua alimentando o pensamento da Humanidade, por intermédio de um Livro — o Evangelho Divino, em que ele nos ensina, através da bondade e do amor, o caminho de nossa felicidade para sempre”.

Portanto, o "pão da vida”, os ensinos de Jesus representam o verdadeiro e inextinguível alimento para o espírito imortal!

Coluna Face Espírita completa 17 anos na Folha da Região

Coluna Face Espírita completa 17 anos na Folha da Região

  

Carolina Marques

Neste mês de maio, a coluna Face Espírita, publicada na Folha da Região semanalmente, na página A2, completa 17 anos.

O primeiro artigo publicado foi em 16 de maio de 2007.

Porém, a história começou em 2006, quando o expositor espírita Alkíndar de Oliveira chamou atenção do jornalista e posteriormente coordenador da coluna Sirlei Nogueira. “Era um seminário no Centro Espírita Dr. Bezerra de Menezes, em Araçatuba, para o fato de que os espíritas falavam demasiadamente para dentro dos muros. Alkíndar de Oliveira, considerado pelo escritor Augusto Cury um dos mais conceituados professores de comunicação e oratória do País”, lembra.

Na época, a comunidade estava comemorando 24 anos de divulgação e de atuação no Movimento Espírita de Unificação. “Recorro à questão 459 de O Livro dos Espíritos, a primeira obra básica da Codificação Espírita: ‘Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações? A resposta: “— Nesse sentido, a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem”. Naturalmente, se você permitir. Isso é livre-arbítrio. A Folha da Região aceitou a proposta.”

Ele conta que a iniciativa repercutiu de maneira muito positiva, tanto no jornal quanto na comunidade, em níveis local e regional.

“O Movimento Face Espírita surgiu originariamente com foco em arte. No dia 21 de novembro de 1991 ocorreu formalização da proposta durante o evento Espirarte, realizado na cidade de Tupã, numa promoção do Departamento de Arte da USE-SP (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo). Quase 16 anos depois, Face Espírita foi direcionada para identificar o espaço de artigos de opinião na Folha de Região. Mas mantém o olhar original.”

O autor com mais artigo publicados na coluna, Antonio Cesar Perri de Carvalho, que também é ex-presidente da Federação Espírita Brasileira, escritor com mais de 30 livros publicados, diz que a veiculação do pensamento espírita ao longo de 17 anos tem amplo significado. “Representa uma referência ao leitor da Folha da Região para o acesso a análises e informações sobre temas relacionados com Espiritismo e espiritualismo em geral. É um canal de difusão dos princípios espíritas, de registros sobre momentos históricos do Espiritismo – em Araçatuba, no País e no exterior – e das ações e repercussões do movimento espírita em geral. Realmente expõe a “face” do espírita e do Espiritismo”, destaca.

Já a escritora Rita de Cássia Zuim Lavoyer diz que é um exemplo do bem proporcionado por esta coluna. Inicialmente, ela leu um artigo do escritor e colaborador Wellington Balbo que despertou o desejo em publicar também. “Na tentativa de me comunicar com o autor, enviei-lhe um e-mail no endereço que aparecia no final da página; quem o recebeu foi o jornalista Sirlei Nogueira, que o leu e me retornou em seguida, ouviu meus propósitos e me ajudou.”

A partir de então, passou à colaboradora da coluna. Conta que a partir de leituras que fez, aprendeu a desaprender e a começar tudo de novo, com vontade de seguir feliz. “Por aqui, a mensagem não passa em vão. A Coluna Face Espírita não objetiva doutrinação, mas reflexão. A leveza dos textos publicados e o respeito com que as diversidades pelas quais passamos nesta jornada são tratadas podem ajudar os leitores a desenvolverem pensamentos positivos e a provocar-lhes reflexões acerca dos temas apresentados”, finaliza.

Transcrito de:

Seção Vida, Folha da Região, Araçatuba, 30 de maio de 2024. P.5.

Experiência sobre união do movimento espírita

Experiência sobre união do movimento espírita

  

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Em evento virtual do GEP – Grupo Espírita Paulista, atendemos ao convite para abordagem do tema “União do movimento espírita” no dia 26/05/2024.
O Grupo Espírita Paulista é formado pela Aliança Espírita Evangélica (AEE), Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE) e União Fraternal FDJ.
Nessa síntese da live, focalizamos parcialmente apenas recentes vivências em nosso país.
Durante nossa gestão como presidente da USE-SP, no ano de 1999, demos início ao projeto de um diálogo mais amplo sobre união dos espíritas e unificação do movimento espírita.
Nesse entendimento envolvemos instituições que não eram unidas à USE-SP. A proposta se definiu em encontro promovido pela USE-SP, no dia 18/05/2000, oportunidade em que foi assinada uma minuta de “Carta de Intenções de Acordo de União pela Difusão da Doutrina Espírita”. O texto definitivo foi assinado em setembro do mesmo ano, contando com subscrição da USE-SP e de mais de uma dezena de instituições e entidades especializadas não vinculadas à proponente.
O objetivo do “Acordo de união” foi: “[…] constituir um grupo de trabalho, de caráter informal e sem personalidade jurídica”, para estimular o “respeito à individualidade e o trabalho das Organizações signatárias, motivando a convivência e o intercâmbio fraterno entre si” […] a ação conjunta com vistas a agilização da difusão das Obras de Allan Kardec; […] analisar a ação conjunta em campanhas que tenham o respaldo nos princípios da Doutrina Espírita”.
Com base no citado “Acordo de união” foi realizado na capital paulista o 1o ENCOESP – Encontro Espírita do Estado de São Paulo, nos dias 19 a 21 de janeiro de 2001, promovido pela USE-SP, com apoio e participação de 26 instituições espíritas especializadas e com público de cerca de 10 mil pessoas, no Centro de Convenções do Anhembi. Attílio Campanini era o novo presidente e já não integrávamos a diretoria da USE-SP; havíamos mudado a residência para Brasília, mas comparecemos ao grande evento.
A respeito desse “Acordo de união” e do ENCOESP, registramos que ouvimos algumas opiniões de dirigentes de federativas, demonstrando preocupação porque não seria muito adequado às práticas vigentes em termos nacionais…
Na sequência, com base no citado “Acordo de união”, durante a gestão de outros presidentes da USE-SP, funcionaram alguns grupos de trabalho e grandes eventos espíritas foram efetivados em São Paulo, como o Bicentenário de nascimento de Kardec e o sesquicentenário de O livro dos espíritos.
Agora, desde o ano 2020 desenvolve-se o Grupo Espírita Paulista.
Durante nossa gestão como presidente da Federação Espírita Brasileira, propusemos e homologamos decisão conjunta do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva, da criação do Conselho Nacional das Entidades Espíritas Especializadas, como órgão de apoio e orientação técnica junto à FEB. Em abril de 2014 esse Conselho foi instalado com a participação de oito entidades nacionais. O objetivo seria valorizar os esforços dessas Entidades Especializadas para juntamente com as Entidades Federativas promoverem adequação e a dinamização do movimento espírita de nosso país. Todavia esse Conselho foi extinto após a nossa gestão.
Com os relatos sobre o “acordo de união”, “Grupo Espírita Paulista” e o “Conselho Nacional das Entidades Espíritas Especializadas”, lembramos de experiências que entendemos diferentes dos “padrões vigentes” com base em ideias e propostas antigas de unificação. Destacamos que essa palavra “unificação”, que tem vários sentidos e interpretação no idioma português, deveria ser evitada e ser substituída por “união”.
As experiências vividas no século XX e nos primeiros lustros do século XXI, já oferecem subsídios suficientes para se refletir e dialogar a respeito de caminhos a serem planejados que objetivem a união de esforços para apoios, interações e a divulgação do espiritismo.
Para concluir esse resumo, destacamos frase que citamos em nossa palestra, de autoria do espírito William James (vulto americano na área de pesquisas sobre mediunidade) registradas em psicografia ocorrida nos Estados Unidos:

“Temos aprendido que não surgem construções estáveis ao impulso do improviso. A seara espírita pede plantação de princípios espíritas. E não existe plantação eficiente sem cultivadores dedicados. […] Cada companheiro, cada agrupamento e cada país terão do espiritismo o que dele fizerem. Cremos seja possível sintetizar diretrizes para nós todos no seguinte programa: sentir em bases de equilíbrio, pensar com elevação, falar construtivamente, estudar sempre e servir mais” (Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. Entre irmãos de outras terras. Cap. 5. FEB. 1966).
Fonte:
Trechos de palestra do autor no evento do Grupo Espírita Paulista, 26 de maio de 2024 (copie e cole): https://www.youtube.com/watch?v=PE8HOn-VY2c