Selo, livro e depoimentos celebram 50 anos da Folha Espírita

Selo, livro e depoimentos celebram 50 anos da Folha Espírita

        

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O Portal da Folha Espírita, de São Paulo, traz notícias históricas sobre o jornal que completa 50 anos de existência.

Fato histórico marcante foi a origem do periódico. Comenta-se que em meados de 1973, Jamil Nagib Salomão visitou Chico Xavier, em Uberaba/MG, e voltou como portador de um recado do médium ao então deputado federal espírita José de Freitas Nobre, de São Paulo. Este teria a responsabilidade de lançar um jornal espírita para venda em bancas e deveria ter o apoio do Grupo Espírita Cairbar Schutel, de Diadema/SP, com atividades também no bairro do Jabaquara, na capital paulista.

Freitas Nobre, casado com a dra. Marlene Severino Nobre, atendeu à recomendação e providenciou a publicação do novo veículo – Folha Espírita -, que veio a lume em 18 de abril de 1974. Assim, o primeiro número surge no mesmo dia em que foi lançado O Livro dos Espíritos.

O novo veículo foi um marco inovador, vendido em bancas de jornal e disponível para assinantes, nos formatos standard e tabloide. Agora na forma digital e se expandindo para as redes sociais e podcast, com versão a também em inglês a partir de abril de 2024. As matérias sempre foram sobre temas da atualidade e, sem dúvida, com base na difusão das obras de Allan Kardec e as psicográficas de Chico Xavier, grande amigo do casal Freitas e Marlene, e estimulador do jornal.

Em 1980, Folha Espírita foi um dos difusores da ampla campanha pró Prêmio Nobel da Paz para Chico Xavier, de iniciativa do deputado Freitas Nobre.

Nos momentos iniciais desse jornal, tivemos acesso ao mesmo e mantínhamos contatos com o casal Freitas e Marlene. Momentos doutrinários em nossa terra natal, Araçatuba, em atividades com Chico Xavier em Uberaba e depois, durante nossa residência na capital paulista. Entre esses encontros, há vários registros em órgãos espíritas sobre o VIII Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, em Salvador (abril de 1982). Outro evento inesquecível aconteceu durante a participação nossa com palestra em Feira do Livro Espírita promovida pela ocorreu no mesmo ano Casa Editora O Clarim (agosto de 1982), por ocasião do lançamento do livro Socialismo e Espiritismo, de Léon Denis, traduzido por Wallace Leal V. Rodrigues e prefaciado por Freitas Nobre.

Freitas Nobre, graduado em direito, jornalista militante, com doutorado na Sorbonne, foi vereador em São Paulo em vários períodos, vice-prefeito da cidade e deputado federal pelo Estado em diversas legislaturas. Foi vulto proeminente como líder da oposição ao regime militar, árduo defensor de eleições diretas e atuante nas elaborações pré-Constituinte.

Em momentos específicos e de caráter particular, algumas vezes dialogamos com Freitas Nobre sobre suas profícuas atividades político-partidárias.

Após a desencarnação de Freitas Nobre, em novembro de 1990, mantivemos muitos contatos e ações conjuntas com Marlene Nobre em eventos, no Brasil e em alguns países, em função de atividades dela pela Associação Médico Espírita Brasileira e a Internacional e nossa pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, Federação Espírita Brasileira e Conselho Espírita Internacional.

Todas essas lembranças vieram à tona em função das comemorações do Jubileu de Ouro do histórico jornal de São Paulo. Inclusive tivemos a honra de receber o convite da editora de Folha Espírita para gravarmos um depoimento alusivo à efeméride. E o fizemos junto ao busto do homenageado, no saguão do Aeroporto de São Paulo/Congonhas Deputado Freitas Nobre.

No dia 20 de abril houve o lançamento de um selo postal personalizado desenvolvido especialmente para os 50 anos da Folha Espírita. Renato Rosa, superintendente estadual de São Paulo Metropolitana dos Correios, declarou: “Estamos muito felizes em estar aqui celebrando o cinquentenário de um jornal espírita, o que demonstra a liberdade religiosa que o Brasil vive”. O lançamento ocorreu em cerimônia comemorativa dos 50 anos do jornal Folha Espírita, realizada na sede do “Chico Xavier – Centro de Estudos Espíritas de São Paulo”, no bairro da Lapa, em São Paulo. Na oportunidade, também foi lançado o livro Folha Espírita – uma história de amor e dedicação à Doutrina Espírita, organizado por Cláudia Santos e Eleni Gritzapis, que registra o compromisso inabalável da Folha Espírita em levar temas da atualidade à luz da Doutrina Espírita ao longo de cinco décadas. Esse livro pode ser adquirido pelo portal: https://www.folhaespirita.com.br/ (copie e cole).

Assinalando esses 50 anos, o Facebook da Folha Espírita, está reproduzindo 50 depoimentos especiais de pessoas que contribuíram para a jornada desse veículo de informação: https://www.facebook.com/folha.espirita (copie e cole).

As notícias gerais sobre os 50 anos da Folha Espírita, podem ser acessadas pelo link:

https://www.folhaespirita.com.br/em-evento-de-50-anos-folha-espirita-lanca-livro-historico-e-selo-postal-personalizado/?repeat=w3tc (copie e cole)

Leopoldo Cirne em abril: nascimento e sucessão de Bezerra de Menezes

Leopoldo Cirne em abril: nascimento e sucessão de Bezerra de Menezes

                 

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Em abril, nasceu Leopoldo Cirne nasceu em Paraíba do Norte no ano de 1870 e há registros de duas datas, 13 e 31.

Com a desencarnação de Bezerra de Menezes aos 11/04/1900, como seu vice-presidente, Cirne sucede-o na presidência da Instituição.

Há pouco foi editada a biografia que elaboramos sobre Cirne, contendo informações e ilustrações significativas e inéditas vinculadas ao vulto.

Para o desenvolvimento do conteúdo do livro fundamentamo-nos nas obras de autoria de Leopoldo Cirne; edições da revista Reformador, desde o final do Século XIX; registros de O Clarim (de Matão), textos avulsos e da imprensa leiga, alguns livros que têm relação com o vulto; obras mediúnicas de Chico Xavier e Waldo Vieira envolvendo o espírito Leopoldo Cirne; e várias fontes acessadas por meio digital.

Uma análise inicial sobre o contexto social, político e religioso do Brasil no final do Século XIX e primeiras décadas do Século XX, com base em obras de pesquisadora acadêmica foi necessária, para facilitar a compreensão do cenário doutrinariamente conturbado em que Leopoldo Cirne tornou-se espírita, iniciou suas ações na FEB e tornou-se presidente da instituição.

Concomitantemente emergem várias informações familiares sobre o vulto, que não eram conhecidas e que até então não eram divulgadas.

Durante sua gestão como presidente da FEB Cirne renovou os Estatutos da Instituição (1902) instituindo o estudo das obras completas de Allan Kardec como referência básica da instituição. Em 1904 promoveu o histórico Congresso do Centenário de nascimento de Allan Kardec, com a participação de mais de duas mil pessoas. Nesse evento foi aprovado o primeiro documento orientador para as ações federativas da FEB: Bases de Organização Espírita. Introduziu o estudo do Esperanto na FEB. Foi pioneiro em propor aulas sobre humanidades, aulas para crianças, criação de asilos e apresentação de ideias sobre operacionalização da caridade. Em sua gestão foi construída e inaugurada em 1911 a sede própria da FEB, no Rio de Janeiro, a atual Sede Histórica da FEB.

Em virtude de disputas internas, não foi reeleito em 1914 e afastou-se da FEB. Vêm à tona documentos raríssimos da época que aclaram o cenário.

Nessa nova etapa de atividades como algumas palestras em centros da cidade do Rio de Janeiro, registros que encontramos em O Clarim e jornais leigos do Rio de Janeiro: na inauguração do Abrigo Thereza de Jesus, na Tijuca; no Méier, Campo Grande, Bangu, em uma associação italiana; redações de artigos e livros e intercâmbios epistolares.

Reconhecido como excelente orador, autor de livros e articulista, editor, e, tradutor das obras de Léon Denis: No Invisível e Cristianismo e Espiritismo.

No livro, fizemos uma síntese de obras de Cirne: Bases de organização espírita; Anticristo, senhor do mundo; A personalidade de Jesus; O homem, colaborador de Deus.

Interessante é que jornais leigos publicaram resenha do livro Anticristo, senhor do mundo na época do lançamento em 1935 e anunciaram a sua comercialização por O Clarim (de Matão, SP).

Cirne desencarnou no Rio de Janeiro aos 31/07/1941, e obtivemos as notas de falecimento registradas nos jornais da cidade. Presencialmente localizamos, pois não era conhecido, onde estão depositados os restos mortais de Cirne.

Chegamos até as homenagens a Leopoldo Cirne durante os eventos comemorativos do Centenário do prédio histórico e de 130 anos da FEB, ocorridos em dezembro de 2011.

No final, sintetizamos mensagens de Leopoldo Cirne e sobre suas ações espirituais, incluídas em livros mediúnicos de Chico Xavier e Waldo Vieira.

A obra foi lançada em live com atuação do prefaciador, historiador Luciano Klein, de Fortaleza (Ce), que declarou: “Leopoldo Cirne poderia ir para um ‘panteão dos injustiçados’, à vista da ‘proscrição que vivenciou após a gestão extremamente produtiva na instituição que presidiu’. Agora, ‘reabilitado com uma biografia completa’.”

Em e-mail a nós dirigido, Divaldo Pereira Franco anotou: “Parabéns por mais uma obra e está dedicada a Leopoldo Cirne, um dos heróis do nosso movimento nos dias difíceis do pioneirismo”.

Essa obra biográfica, edição conjunta CCDPE/Cocriação, foi lançada pela Editora Cocriação com nossa presença em eventos em Araçatuba e região.

A vida e obra de Leopoldo Cirne, representa uma valiosa experiência vivencial e se constitui em formidável repositório para se analisar e se refletir sobre a trajetória, o estado atual e as perspectivas do Espiritismo no Brasil.

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Lançamento pelo CCDPE em São Paulo

No dia 21 de abril – domingo – às 10 horas, o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo-CCDPE promove o lançamento do livro Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor (edição conjunta CCDPE/Cocriação), com palestra pelo autor Antonio Cesar Perri de Carvalho. O CCDPE está situado na Alameda dos Guaiases, 16, bairro Indianópolis, em São Paulo. Na sequência, com almoço de confraternização.

(*) Foi presidente da USE-SP e da FEB; autor de livros pela Casa Editora O Clarim; articulista da RIE.

160 anos de O evangelho segundo o espiritismo – elaboração e objetivos

160 anos de O evangelho segundo o espiritismo – elaboração e objetivos

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Às vésperas dos 160 anos de O evangelho segundo o espiritismo, é oportuna a lembrança sobre os momentos iniciais dessa obra básica de Allan Kardec.

No período de preparação da então intitulada Imitação do evangelho segundo o espiritismo, alguns episódios expõem aspectos notáveis sobre o perfil do autor. Realçamos a sensibilidade e os cuidados para a análise dos ensinos de Jesus à luz do Espiritismo.

Kardec havia recebido mensagem espiritual de encorajamento sobre a nova obra e com essa praticamente delineada, foi estimulado a realizar um autêntico “retiro”. Em agosto de 1863 estabeleceu-se em Sainte-Adresse, litoral da Normandia, pitoresca cidade imortalizada nas telas do impressionista Claude Monet. Alugou uma “cabana de praia” e “em isolamento”, “livre de qualquer outra preocupação”, assistido por notáveis Espíritos, fez a revisão completa, modificando-a consideravelmente.1

[…] Meses depois, em abril de 1864, a Livraria Dentu, localizada no Palais Royal, lançou Imitação do evangelho segundo o espiritismo.

Na Revista espírita daquele mês, a primeira matéria – Bibliografia -, informava os objetivos da obra e que estava disponível: “Esta obra é para uso de todos. Cada um pode aí colher os meios de conformar sua conduta à moral do Cristo”.2

Dias depois, em 1o de maio, a Igreja Católica incluiu todas as obras de Kardec no Index Librorum Prohibitorum.

[…] Em dezembro de 1864, a Revista espírita traz mensagem do Espírito da Verdade sobre o livro: “[…] é uma luz mais brilhante que vem clarear a vossa marcha…”2

A versão inicial teve duas tiragens, em 1864 e 1865. O título original foi mudado para O evangelho segundo o espiritismo e é sabido que Kardec recebeu sugestões de cinco títulos, vindas de amigos, entidades espirituais e do editor Didier.3 Kardec rejeitou-as e usou o seu critério de decisão. O título foi alterado na 2ª edição (ou tiragem), e acrescentando o subtítulo – Parte Moral -, excluído a partir da 3ª edição.3

Em “Notícias bibliográficas” (Revista espírita, novembro de 1865), lê-se: “no prelo, para aparecer em poucos dias a 3a edição de O evangelho segundo o espiritismo – revista, corrigida e modificada. […] objeto de um remanejamento completo da obra. Além de algumas adições, as principais alterações consistem numa classificação mais metódica, mais clara e mais cômoda das matérias, o que torna sua leitura e as buscas mais fáceis”.2

[…] A edição considerada definitiva veio a lume em 1866, firmando o novo título.

No Brasil, a primeira tradução surge em 1876, a partir da 16a edição francesa, elaborada pelo dr. Joaquim Carlos Travassos (utilizava os pseudônimos Fortúnio e Confúcio), editada por B.L. Garnier (Rio de Janeiro). A versão mais difundida, tradução por Guillon Ribeiro da 3a edição francesa, foi realizada em 1936/1937, editada pela FEB. Há várias traduções, publicadas por diversas editoras.

Na abertura de O evangelho segundo o espiritismo, há eloquente mensagem: “[…] são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens, para o divino concerto. […] Amai-vos, também, uns aos outros …” – O Espírito de Verdade.4

Kardec define os objetivos: “o ensino moral […] conservou-se constantemente inatacável. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, […] toda a gente admira a moral evangélica; […] dificuldade que apresenta o entendimento do Evangelho que, para o maior número dos seus leitores, é ininteligível. A forma alegórica e o intencional misticismo da linguagem fazem que a maioria o leia por desencargo de consciência e por dever, como leem as preces, sem as entender, isto é, sem proveito. Passam-lhes despercebidos os preceitos morais, disseminados aqui e ali, intercalados na massa das narrativas”.4

Essa diretriz está clara nos capítulos, iniciados com transcrições de versículos dos evangelistas, seguindo-se a análise e interpretação por Kardec e as instruções espirituais. Daí a coerência do título: interpretação dos Evangelhos com base nos princípios de O livro dos espíritos.

[…] O último discurso de Kardec (finados de 1868), deve merecer estudos e reflexões: “O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como consequência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. […] o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isso, porque é doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza”.2

Referências:

1) Kempf, Charles. Como Allan Kardec preparou O evangelho segundo o espiritismo. Reformador. N.2224. Julho de 2014. P. 399-402.

2) Kardec, Allan. Trad. Abreu Filho, Júlio. Revista espírita. Abril de 1864; Novembro de 1865; Dezembro de 1868. São Paulo: EDICEL.

3) Kardec, Allan. Imitation de l’évangile selon le spiritisme. Reprodução fotomecânica. Rio de Janeiro: FEB. 1979.

4) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O evangelho segundo o espiritismo. 131e. Brasília: FEB.

Síntese/trechos de artigo do autor publicado em:

Revista internacional de espiritismo. Ano XCIX. N. 2. Março de 2024. P. 98-100.

10o ano do GEECX – Estudo e difusão do Evangelho

 

10o ano do GEECX – Estudo e difusão do Evangelho

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Em abril de 2024 se iniciou o 10o ano de funcionamento do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier – GEECX.

O Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier tem como objetivo “promover o estudo, a prática e a difusão do Espiritismo em todos os seus aspectos, com base nas obras da Codificação Allan Kardec”, priorizando “o estudo do Evangelho de Jesus à luz do Espiritismo”, pois, conforme salientou Kardec – na introdução de O evangelho segundo o espiritismo – “Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteligíveis, parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo”. Desde o início valoriza as obras do espírito Emmanuel que comentam o Novo Testamento, psicografadas por Chico Xavier.

Integrado por companheiros egressos do antigo Núcleo de Estudos e Pesquisas do Evangelho, da FEB, que funcionou de 2012 a março de 2015, o GEECX foi fundado em 29 de março de 2015, em Brasília (DF), no lar do casal Célia Maria e Antonio Cesar Perri de Carvalho. Realizou algumas reuniões nos lares de Edimilson Nogueira e Marco Rosa, fixando-se durante três anos na sede do Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Estêvão, com apoio da Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão – SODEC, em Brasília. Nessa sede manteve reuniões semanais de estudo, mantendo contatos a distância com valorosos amigos que se agregaram de alguns Estados, tendo como ponto em comum as experiências e o interesse no estudo do Evangelho à luz do Espiritismo.

Desde o início empregou as redes sociais, com página no Facebook e divulgação semanal de seu Boletim, contendo links para acessos a várias matérias vinculadas aos objetivos do GEECX, com farto subsídio para o estudo do Evangelho à luz do Espiritismo.

No ano de 2018 passou a manter programas presenciais em São Paulo junto ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita Eduardo Carvalho Monteiro, com atuação do casal Célia-Cesar Perri de Carvalho e de Flávio Rey de Carvalho, sobre os livros: Paulo e Estêvão, psicografado por Chico Xavier; Epístolas de Paulo à luz do espiritismo, de Cesar Perri. A partir de 2020, com a pandemia, as reuniões passaram a ser virtuais, com programas de estudos semanais e ocorreram estudos sobre: O evangelho segundo o espiritismo, os programas “pinga-fogo” com Chico Xavier, a literatura psicográfica de Chico Xavier, e agora está sendo desenvolvido sobre o livro Emmanuel, psicografado por Chico Xavier.

Nesse ínterim, manteve programas sobre O evangelho segundo o espiritismo pela web rádio Fraternidade (de Uberlândia), TV Mundo Maior de Guarulhos (SP), Rede Amigo Espírita de TV e pela Rádio e TV Espírita de Maceió; parceria com a Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes.

Como membro do GEECX, elaboramos livros sobre análise do Novo Testamento na ótica espírita e o estímulo ao estudo e prática nos centros e no movimento espírita: Epístolas de Paulo à luz do espiritismo (O Clarim, 2016); Centro espírita. Prática espírita e cristã (USE-SP, 2016); Cristianismo nos séculos iniciais. Aspectos históricos e visão espírita (O Clarim, 2018); Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões (EME/USE-SP, 2019); Emmanuel. Trajetória espiritual e atuação com Chico Xavier (O Clarim, 2020); Paulo de Tarso. A vertente espiritual da montanha (O Clarim, 2023). Ao ensejo dos 160 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo, proximamente vem a lume Evangelho com simplicidade (O Clarim).

Em nossa obra Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (Ed.Cocriação, 2021) encontram-se os relatos sobre a origem do GEECX.

Informações – copie e cole os links:

https://www.facebook.com/gestudoschicoxavier/;

https://www.facebook.com/cocriacaoeditorial;

contato@grupochicoxavier.com.br;

https://ccdpe.org.br/cursos/#:~:text=bit.ly/CCDPE%2DTrajetoria

 

(*) Foi presidente da USE-SP e da FEB; em São Paulo é colaborador do Centro de Cultura e Documentação e Pesquisa do Espiritismo e do Grupo Espírita Casa do Caminho; articulista da Revista Internacional de Espiritismo.

Chico Xavier – as marcas inesquecíveis

Chico Xavier – as marcas inesquecíveis

  

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Há 114 anos atrás, no dia 2 de abril, nascia Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG).

Leitor de suas obras psicográficas desde a adolescência, tivemos o privilégio de manter amizade e visitas continuadas durante 20 anos. A aprendizagem foi intensa, pelos seus livros psicográficos e pelos exemplos que presenciamos nas suas lides em Uberaba.

Outros privilégios que desfrutamos foram aproveitados em momentos e condições que foram se desenvolvendo no transcorrer de nossa trajetória no movimento espírita e no contexto de proximidades com pessoas animadas pelo objetivo comum de divulgar as obras do marcante médium.

Haja vista os lançamentos dos livros de Chico Xavier traduzidos para o francês em Paris (2005) e para o russo em Minsk (2009), editados pela EDICEI, e que comparecemos representando o Conselho Espírita Internacional.

Inesquecíveis foram as homenagens por ocasião do Centenário de seu nascimento e na época, como diretor da Federação Espírita Brasileira, tivemos a honra de coordenar em nível nacional o “Projeto Centenário de Chico Xavier”, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FEB e executado durante o ano de 2010. Com apoio e iniciativas variadas ocorreram mais de 600 comemorações em todo o país. Aí se incluiu a criação do “Espaço Cultural Chico Xavier” na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, a terra natal de Chico Xavier, e um Congresso Espírita Brasileiro. Foi marcante a homenagem na terra natal do médium, no dia 02 de abril de 2010, com participação da Banda da Polícia Militar de Minas Gerais e a inauguração do Memorial Chico Xavier, anexo ao Centro Espírita Luiz Gonzaga, que ele fundou em 1927.

Evento histórico aconteceu na sede da Organização das Nações Unidas-ONU, em Nova York, aos 06 de agosto de 2010: o “Tributo a Chico Xavier”, no qual comparecemos juntamente com Nestor João Masotti.

Os reflexos e desdobramentos significativos prosseguem.

Os filmes que levaram ao grande público a mensagem espírita: Chico Xavier”, “Nosso Lar”, “E a vida continua…”, “Nosso Lar 2 – Os mensageiros”; os três últimos baseados em livros psicografados por Chico Xavier.

Em 2012, a TV SBT promoveu uma competição sobre vultos e Chico Xavier foi o vencedor, sendo considerado “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos”.

O Governo de Minas Gerais criou a “Comenda da Paz Chico Xavier”. Provavelmente como repercussão das comemorações do Centenário de Chico, fomos agraciados e recebemos a honraria das mãos do governador do Estado Antonio Anastasia, em cerimônia realizada em Uberaba em março de 2013.

O Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier – GEECX, que fundamos em 2015, funcionou com reuniões em Brasília e em São Paulo e, atualmente com ações virtuais principalmente em parceria com o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, de São Paulo. Neste último, promoveu programas de estudo sobre: Paulo e Estêvão, Programas Pinga-Fogo de 1971, Literatura psicográfica de Chico Xavier, e, atualmente, sobre o livro Emmanuel.

A “Rede Amigo Espírita” (RAETV) produziu um marco histórico, não apenas para o movimento espírita brasileiro, mas mundial. Contando com parcerias de webTVs e webRádios e concretizou o maior evento on line, em agosto de 2020 -, e com um objetivo nobilíssimo: em homenagem aos 110 anos de nascimento de Chico Xavier e no final do evento havia cerca de 500 mil visualizações.

Em livros de nossa autoria, focalizamos registros sobre episódios e comentários sobre a vida e obra do notável vulto: Chico Xavier – o homem, a obra e as repercussões (USE-SP/EME, 2019); Emmanuel. Trajetória espiritual e atuação com Chico Xavier (O Clarim, 2020) e em Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (Cocriação Editora, 2021).

A Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, canal do You Tube gerado em Araçatuba, tem focalizado as obras de Chico Xavier. As marcas inesquecíveis de Chico Xavier prosseguem sendo lembradas pelo exemplo de vida e pelos seus livros psicografados, como um arauto do bem e da paz!

(*) Foi dirigente em Araçatuba, presidente da USE-SP e da FEB e membro do CEI.

As aparições de Jesus e a mediunidade de Chico Xavier

As aparições de Jesus e a mediunidade de Chico Xavier

      

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Neste ano a tradicional de lembranças da aparição de Jesus marcada para algumas religiões como o 3o dia em seguida à crucificação, coincidindo com a Páscoa, ficou próximo ao dia que assinala o nascimento de Chico Xavier.

As onze aparições de Jesus a partir da inicial do 3o dia e até o 40o dia após a crucificação, foram marcantes para consolidar a mensagem de Jesus.

Aliás, a imagem que se deve manter de Jesus, não é aquela do sofrimento e da crucificação, marcada pelos que cultivam complexo de culpa, mas sim a do túmulo vazio e ele aparecendo em espírito.

Dezenove séculos depois de Jesus, um médium simples, dedicado e fiel a Jesus e Kardec – o nosso contemporâneo Chico Xavier – foi intermediário de milhares de espíritos, vários oferecendo provas da imortalidade da alma e todos transmitindo mensagens de consolo, esclarecimento e enlevo espiritual.

Essa foi a missão marcante e histórica de Chico Xavier, que nasceu no dia 02 de abril de 1910, em Pedro Leopoldo (MG). Chico psicografou algumas centenas de livros fundamentados no ensino moral de Jesus. Como pessoa foi exemplo de renúncia, com extrema dedicação ao próximo. No atendimento a filas imensas de pessoas em aflição, ofereceu conforto espiritual, consolo e apoio a um número incontável de pessoas. Chico Xavier teve uma longa existência de exemplificações e podemos afirmar que sempre foi arauto da paz, do amor e da certeza da imortalidade da alma. Jesus sempre esteve presente nos livros, nas ações e falas de Chico Xavier. Embora tendo passado por dificuldades e sofrimentos, Chico superava-os e não exteriorizava sinais de amargura. Chico Xavier foi um exemplo próximo a nós.

Nesses dias se evoca os momentos finais de Jesus, com marcadas encenações e símbolos ligados à crucificação. Destacamos trecho de Emmanuel comentando João (19, 5) “— ‘Eis o Homem!’ – Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana. Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real” (FCX, Fonte viva, cap.127).

Assim, mais significativo do que evocar o sofrimento e a morte de Jesus será importante procurarmos marcar a imagem de Jesus de uma forma diferente: não mais a da crucificação, mas de suas aparições. Jesus vive!

Numa época tão conturbada, como a atualmente vivida por todos nós, são necessários exemplos dignificantes e mensagens de alento para a superação de tantas aflições. Com o Espiritismo e especificamente com a vida e obra de Chico Xavier, fortalecemos a convicção na imortalidade da alma.

(*) Foi dirigente em Araçatuba (SP), presidente da USE-SP e da FEB.

Kardec: “o bom senso” e “progredir sem cessar”

Kardec: “o bom senso” e “progredir sem cessar”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Aos 31 de Março de 1869, desencarnava subitamente Allan Kardec, em Paris, em plena atividade de atendimento de seus compromissos, com a idade de 65 anos.

No dia 02 de abril realizou-se o sepultamento dos despojos no cemitério de Montmartre, com simplicidade, mas com o comparecimento de uma multidão de mais de mil pessoas.

Entre os diversos oradores, discípulos dedicados de Kardec, o Sr. E. Muller, assim se expressou:

“Falo em nome de sua viúva, da qual lhe foi companheira fiel e ditosa durante trinta e sete anos de felicidade sem nuvens nem desgostos, daquela que lhe compartiu as crenças e os trabalhos, as vicissitudes e as alegrias, e que se orgulhava da pureza dos costumes, da honestidade absoluta e do desinteresse sublime do esposo; hoje, sozinha, é ela quem nos dá a todos o exemplo de coragem, de tolerância, do perdão das injúrias e do dever escrupulosamente cumprido.”

O discurso do astrônomo Camille Flammarion foi marcante, assinalando que Rivail ofereceu explicações racionais para acontecimentos, antes tidos como sobrenaturais. Emprega uma das qualificações mais usadas em referência ao homem que codificou o Espiritismo, que ele foi o bom senso encarnado. Eis um trecho:

“Ele era o que eu denominarei simplesmente o bom senso encarnado. Razão reta e judiciosa, aplicava sem cessar à sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum. Não era essa uma qualidade somenos, na ordem das coisas com que nos ocupamos. Era, ao contrário, pode-se afirmá-lo, a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual, a obra não teria podido tornar-se popular, nem lançar pelo mundo suas raízes imensas.”

No ano seguinte, atendendo a um projeto do Sr. Sebille, foi construído um dólmen no histórico Cemitério Père Lachaise, constituído de três pedras de granito puro, em posição vertical, sobre as quais se colocou uma quarta pedra, tabular, ligeiramente inclinada, e pesando seis toneladas. Nessa pedra, foi insculpida a frase definida pelos seus amigos: "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar esta é a lei". No interior deste dólmen, sobre uma coluna também de pedra, fixou-se um busto em bronze, de Kardec.

Esse monumento foi inaugurado em 31 de Março de 1870, quando houve o translado dos restos mortais de Kardec, e nessa ocasião o Sr. Levent, vice-presidente da “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”, discursou a pedido da viúva, Amélie Boudet, em nome dela e dos amigos.

Algumas nuances do perfil de Allan Kardec passam despercebidas.

Aspectos do educador e pesquisador de fatos precisam ser valorizadas e interconectadas. Kardec não foi um entrevistador de espíritos, um mero intermediário para o registro de informações espirituais ou elaborador de obras com base em teorias. Com preparo intelectual, senso de observação, análise e avaliação, dialogava com seus pares e tinha opiniões próprias. Sempre buscou o contato com realidades e entendemos que com suas viagens, com base nas observações e significativos contatos doutrinários, Kardec deu início ao movimento espírita.

As recentes divulgações de manuscritos oriundos de pelo menos três arquivos históricos provenientes da França, estão enriquecendo com detalhes sobre o trabalho, as lutas e o pensamento de Kardec.

Essas nuances do perfil intelectual consolidado em obras e ações, inserido no contexto de sua época, de atento observador, caracterizando-se como o “bom senso encarnado”, conforme designação de Camille Flammarion, são sugestivas para nossos roteiros de vida e sem dúvida, com a inspirada sugestão registrada em sua lápide: "… progredir sem cessar esta é a lei".

Como o espírita deve ver a sociedade

Como o espírita deve ver a sociedade

Aylton Paiva

A Vida social está em a natureza? – Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outra faculdades necessária à vida de relação.(1)

O espírita não deve ver a sociedade conforme suas opiniões , mas de acordo com os princípios da Filosofa Espiritualista Espírita, contida em O livro dos espíritos, codificado por Allan Kardec, em sua 3ª Parte Das Leis Morais – Da Lei de sociedade.

O ser humano não é um ser perfeito e completo, portando ele precisa da união social a fim de que um possa ajudar o outro, conforme informação dos Mentores Espirituais, acima citado. “Não se justifica o isolamento social, seja por alegado fim religioso( asceta, ermitão, etc.) seja para usufruir os bens materiais sem que tenha de se relacionar com outras pessoas; residir em uma ilha isolada, por exemplo.”(2)

Assim, torna-se evidente que toda pessoa tem um compromisso com a sociedade em que vive. Deve compreender sua função nessa sociedade, dela participando e dando sua contribuição de acordo com suas possibilidades intelectuais, sentimentais e morais. “O espírita, pelo conhecimento que tem da Doutrina Espírita, especialmente Das Leis Morais, 3ª Parte do mencionado O livro dos espíritos tem o dever de participar ativa e conscientemente na sociedade em que vive, agindo para que os valores ético espíritas se realizem na sociedade humana.”(3)

Conforme já citado, os Mentores Espirituais da codificação do Espiritismo alertam firmemente que os seres humanos precisam uns dos outros, daí a necessidade de viver em sociedade. “O homem tem necessidade de progredir, de desenvolver suas potencialidades e isso ele só pode fazer em sociedade e é necessário que a sociedade esteja estruturada a fim de que todos que a compõem tenham tal possibilidade. O progresso do homem, tanto em seu aspecto da vida material quanto da vida espiritual, é uma imposição do Criador à vida. Ele necessita relacionar-se com seu semelhante para criar os bens indispensáveis ao seu aprimoramento. Esse relacionamento social, no entanto, deve ser inspirado pelo amor entre os seres, pela fraternidade que implica no exercício da justiça.”(4).

Para essa convivência o espírita deve, portanto, buscar os valores morais contidos no Evangelho de Jesus, clarificados pela Filosofia Espiritualista Espírita contida na sua obra básica O livro dos espíritos, organizada por Allan Kardec.

Para uma vivência coerente, o espírita precisa compreender e agir, na sociedade, conforme esses valores morais e não de acordo com doutrinas, filosofias e mesmo suas opiniões e palpites pessoais, que confrontam tais valores.

REFLEXÕES:

1. A sociedade é má e não deveríamos viver nela?

2. Viver isoladamente não seria melhor para a evolução do espírito?

3. Por que devemos viver em sociedade?

4. Como viver em sociedade ajuda o espírito a se aperfeiçoar?

5. Quais valores temos para avaliar nossa conduta para com o próximo e para com a sociedade?

Referência bibliográfica:

(1) O livro dos espíritos, de Allan Kardec, editora FEB, edição 87ª.

(2) O Espiritismo e a Política – Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. Capítulo 7, pág. 63. 

3) Idem, pág. 63. 

4) Idem, pág. 64.

Extraído de:

Boletim diário de Notícias do Movimento Espírita, 15/03/2024: https://www.noticiasespiritas.com.br/2024/MARCO/15-03-2024.htm

O casal Linda e João – amizade e apoio

O casal Linda e João – amizade e apoio

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Começamos a frequentar as reuniões do Centro Espírita “Amor e Caridade”, de Biriguí, aos 09 anos de idade, no início de 1958, por indicação de Emília Santos, que atuava como médium no local, embora residente em Araçatuba.

Registros interessantes sobre os dirigentes e fundadores do Centro Espírita “Amor e Caridade”:

- Nosso tio-avô Albino Marinelli, juntamente com o Sr. João foi um dos responsáveis pela construção do Lar José Maria Lisboa; amigo de José Geraldi, loja de material de construção. um dos filhos, o Jorge Geraldi, casado com Nilza, filha de Linda e João.

- Nos anos 1940, nosso tio-avô José Perri residiu e atuou como médico em Biriguí, aceitaram o Espiritismo; amigos do casal de Biriguí; a desencarnação de Tércio, ainda criança, filho do casal Antonieta Cavalieri e José Perri, levou-o a momentos de instabilidade emocional, e foi apoiado por dona Linda. A amizade e contatos perduraram.

- A avó Antonieta Perri Cefali, desencarnada em 1935, teria se manifestado e sido consolada pela mediunidade de dona Linda no início dos anos 1950.

- Em São Carlos, esse casal de Biriguí foi contemporâneo de familiares nossos.

- João Dias de Almeida (São Carlos 1901; Biriguí 1984), trabalhava como tipógrafo em jornal que imprimia “O Clarim”, de Cairbar Schutel, tornando-se, simpatizante da Doutrina Espírita. – Em 1926, casou-se com D. Linda Dias de Almeida (Matão, SP, 1908; Biriguí 2004).

- O casal viveu em Olímpia e São Paulo. Com as manifestações mediunidade latente de Linda, João, conhecedor dos princípios espíritas, busca orientação em Centro Espírita em Tucuruvi, bairro de São Paulo, começa a trabalhar como médium e visitando os enfermos do hospital do bairro. Receberam o chamado, sob a orientação do espírito Felício Luchini, para fixarem residência em Biriguí, onde em conjunto com o espírito José Maria Lisboa deveriam cumprir sua missão.

- Em 05 de janeiro de 1940, venderam seus bens em São Paulo e estabeleceram-se no comércio, em Biriguí, e atividade agrícola em uma pequena propriedade, região da Água Limpa; depois área maior de terras, no município de Buritama, bairro do Lajeado.

- D. Linda se tornava conhecida, dons mediúnicos e suas qualidades morais e cristãs; construíram e inauguraram o Centro Espírita Amor e Caridade, na Rua Nilo Peçanha, 485, em 28 de janeiro de 1940.

- 17 de julho de 1943: sob a presidência do Sr. João Dias de Almeida foi lançada a pedra fundamental de dependência do “Amor e Caridade”, no bairro Córrego da Pedra, município de Monte Aprazível, hoje Lourdes.

- 29 de junho de 1945: criado o Departamento “Asilo da Velhice e dos Desamparados”, idosos e crianças sem lar, com 40 internos.

- 02 de fevereiro de 1947: inaugurado o “Sanatório Felício Luchini”, depois “Hospital Psiquiátrico Felício Luchini”.

- 12 de junho de 1949: inaugurado o Orfanato “José Maria Lisboa”, depois chamado Lar.

- O casal recebeu o título de Cidadão Biriguiense; receberam várias Comendas, e, em 20 de agosto de 1985, a Câmara Municipal criou o Centro Comunitário “João Dias de Almeida”.

- Desde criança, frequentamos o Centro com entrada de arvoredos de murta com flores brancas exalando aroma marcado em nossa lembrança. Na secretaria, o Sr. João simpático, risonho e puxando prosa, geralmente encontrávamos os irmãos Adauto e Adalberto Quirino da Silva. Dentro do salão dona Linda e um conjunto de médiuns.

- Com nossa genitora Bebé e tio Rolandinho estivemos muitas vezes na residência da médium onde era sempre atenciosa. Em férias, o tio Lolo e esposa (do Rio de Janeiro) foram algumas vezes a esse Centro e até proferiu palestra sobre prevenção do câncer.

- Frequentamos as reuniões no “Amor e Caridade” até 1972, quando foi fundado o Centro Espírita Luz e Fraternidade, de Araçatuba.

- Em entrevista (Dirigente Espírita, USE-SP, set-out.1993) ela nos relatou que no início de suas ações eram alvos de perseguições e maledicências, inclusive partindo de religiosos. denunciados junto à Polícia. De tanto serem convocados pelo Delegado de Polícia, um dia reconheceu o trabalho benéfico à comunidade que eles executavam e se interessou pelo Espiritismo.

- Após a desencarnação do casal esse Centro foi sucessivamente dirigido pelas filhas Neide e Nancy.

Residindo em Araçatuba, Brasília e São Paulo, voltamos inúmeras vezes para proferir palestras no "Amor e Caridade", como na recente reunião comemorativa da data de nascimento de D. Linda, no dia 02 de março de 2024.

(Síntese da palestra do dia 02/03/2024, com base em: Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Cap. 1.12. Araçatuba: Cocriação. 2021)

Livraria Espírita de Araçatuba em nova sede

Livraria Espírita de Araçatuba em nova sede

  

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A Livraria Espírita Rolando Perri Cefaly, de Araçatuba (SP), conta com nova sede, inaugurada no dia 02 de março de 2024.

Trata-se de dependência vinculada à Instituição Nosso Lar que funciona naquela cidade desde 1961. Essa Instituição, fundada por Rolando Perri Cefaly, Emília Santos e Josefina Perri Cefaly de Carvalho, foi se desdobrando em outras atividades e dependências.

Em novembro de 1972 foi inaugurado o Centro Espírita Luz e Fraternidade, que passou a ser o núcleo doutrinário, implementando reuniões e cursos diversificados. Naquela época éramos um dos integrantes da diretoria de Nosso Lar e responsável pela programação doutrinária do novo Centro.

Com o crescente público que passou a frequentar as suas reuniões, montamos um simples ponto de venda de livros espíritas numa saleta localizada antes do acesso ao salão das reuniões públicas. Tudo muito simples e retirávamos livros com a Rosa Protetti, dirigente do Centro Espírita Bezerra de Menezes que, na época era o único local que comercializava os livros espíritas na cidade.

Como houve interesse, a diretoria do “Luz e Fraternidade” passou a comprar os livros diretamente de Livrarias/editoras. Tio Rolandinho adquiriu uma casa na rua Pereira Barreto e reformou-a para instalar a Livraria. Foi inaugurada no dia 17 de maio de 1980.

Logo depois, o Clube do Livro Espírita da UNIMEA (hoje USE de Araçatuba), passou a utilizar o espaço para depósito e referência. Os sócios do Clube recebiam os livros em casa, mas também podiam retirar o livro do mês na livraria.

Nos 15 anos iniciais de funcionamento, a Livraria funcionava como uma distribuidora e atendia encomendas dos centros da região. Aliás, naquela época era um dos poucos locais públicos para venda de livros espíritas em toda a região noroeste.

Na sequência, Rolandinho conseguiu autorização para montar um stand metálico/banca do livro na praça Rui Barbosa. Foi confeccionada nas oficinas da família Pagan, usando modelo que existia na época para as Bancas do Livro Espírita, divulgada por O Clarim, de Matão. À vista do movimento e interesse do público, Rolandinho obteve autorização, junto à governança municipal, para construir um quiosque na praça Rui Barbosa.

A Livraria que funcionou durante 43 anos na principal avenida de acesso ao centro da cidade, também transformou-se num ponto para diálogos fraternos, momentos de confraternização e de lançamentos de livros.

Agora, face a alterações imobiliárias naquela região, houve a negociação que redundou na mudança para um outro local, à rua Tabajaras, 256. A inauguração da nova sede da Livraria, aconteceu com nossa presença para lançamento de nosso livro Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor, edição conjunta da Cocriação (de Araçatuba) e do CCDPE (de São Paulo).