As Olimpíadas “sob o Céu de Paris”

As Olimpíadas “sob o Céu de Paris”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A mídia polarizou nossas atenções no dia 26 de julho com a transmissão da abertura dos 33o Jogos Olímpicos, em Paris.

As imagens impactantes fizeram-nos mergulhar em lances de espectador maravilhado e com inúmeras evocações históricas.

Veio em nossa mente a famosa canção de Edith Piaf: “Sob o céu de Paris”. Alguns trechos são marcantes e se relacionam com a cerimônia do trajeto fluvial evocativo da história do humanismo, cultura, política, arte, e, tudo com toques variados cheios de surpresas, sincronicidade e muita beleza:

“Sob a ponte de Bercy/ Um filósofo sentado,[…] Dois músicos, alguns curiosos,/ e também milhares de pessoas […] Vão cantar até de noite/ O hino de um povo apaixonado/ Por sua velha cidade/ Por nossa Ilha Saint Louis/ E quando ela lhe sorri/ […] Perto da Notre Dame/ Por vezes se trama um drama/ […] Alguns raios do sol de verão/ […] O acordeom de um marinheiro/ A esperança floresce/ […] Corre um alegre rio/ E o céu de Paris/ Tem seu próprio segredo/ […] E o céu de Paris/ Tem seu próprio segredo/ Há vinte séculos ele está apaixonado/ […] Mas, o céu de Paris não fica por muito tempo cruel/ Para se fazer perdoar, ele oferece um arco-íris”.

O desfile pelo rio Sena das embarcações com as delegações animadas pelo espírito olímpico, de respeito à diversidade das nações, oferecia uma ideia de fraternidade.

Ficou bem evidenciado o respeito e homenagem aos atletas olímpicos franceses, veteranos e portadores de medalhas de vários Jogos.

Em vários momentos veio à tona o lema: “liberdade, igualdade, fraternidade”! E no seio da nação onde ele surgiu.

Essa transmissão mundial foi o maior espetáculo que tivemos o privilégio de assistir.

De nossa parte não podemos olvidar o papel espiritual representado em terras francesas, entre muitos vultos, por Joana D’Arc, Allan Kardec e o apaixonado “celta” Léon Denis.

Cremos que nossas observações ficam robustecidas com as anotações de Emmanuel (A caminho da luz, FCX):

“O próprio instinto democrático da Inglaterra e da França, bem como as suas elevadas obras de socialização, ainda representam frutos da missão educativa do Império, no seio da Humanidade. […] A Inglaterra e a França preparam-se para a grande missão democrática que o Cristo lhes conferira. […] a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, uma série de reformas se verifica em todos os departamentos da vida social e política da França. […] França ensaia os passos definitivos para a sabedoria e para a beleza.”

No triunfal encerramento do espetáculo, do alto da Torre Eiffel ecoou o “hino ao amor”, de Edith Piaf. Oportuna inspiração.

Fazemos votos que a mensagem inteligentemente elaborada para essa cerimônia – valores históricos, sabedoria, cultura, arte, respeito, beleza – (liberdade, igualdade, fraternidade), sensibilize corações em todo o mundo para os esforços pela paz.

PROVAS DE FOGO

PROVAS DE FOGO

“E o fogo provará qual seja a obra de cada um.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 13.)

A indústria mecanizada dos tempos modernos muito se refere às provas de fogo para positivar a resistência de suas obras e, ponderando o feito, recordemos que o Evangelho, igualmente, se reporta a essas provas, há quase vinte séculos, com respeito às aquisições espirituais.

Escrevendo aos coríntios, Paulo imagina os obreiros humanos construindo sobre o único fundamento, que é Jesus-Cristo, organizando cada qual as próprias realizações, de conformidade com os recursos evolutivos.

Cada discípulo, entretanto, deve edificar o trabalho que lhe é peculiar, convicto de que os tempos de luta o descobrirão aos olhos de todos, para que se efetue reto juízo acerca de sua qualidade.

O aperfeiçoamento do mundo, na feição material, pode fornecer a imagem do que seja a importância dessas aferições de grande vulto.

A Terra permanece cheia de fortunas, posições, valores e inteligências que não suportam as provas de fogo; mal se aproximam os movimentos purificadores, descem, precipitadamente, os degraus da miséria, da ruína, da decadência.

No serviço do Cristo, também é justo que o aprendiz aguarde o momento de verificação das próprias possibilidades.

O caráter, o amor, a fé, a paciência, a esperança representam conquistas para a vida eterna, realizadas pela criatura, com o auxilio santo do Mestre, mas todos os discípulos devem contar com as experiências necessárias que, no instante oportuno, lhe provarão as qualidades espirituais.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 18. FEB)

Cristianismo brasileiro contemporâneo em evento e livro

 Cristianismo brasileiro contemporâneo em evento e livro

      

 

O programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da PUC/SP, em parceria com o Programa de Pós-Graduação de Sociologia da UFSCar, promoveram o lançamento ecumênico do livro O cristianismo brasileiro contemporâneo: aspectos econômicos, assistenciais, ecumênicos e políticos, do professor de Sociologia da UFSCar André Ricardo de Souza, edição da UFSCar.

Integraram a mesa-redonda, como convidados: o Reverendo Arthur Cavalcante (Catedral Anglicana de São Paulo), o padre Júlio Lancellotti (Pastoral, SP), as pastoras Romi Bencke (CONIC, DF) e Lusmarina Garcia (F.N.D., RJ), o professor de ciência da religião Edin Abumanssur (PUC-SP), os espíritas Cesar Perri (CCDPE e GEECX, São Paulo) e Flávio Mussa Tavares (Escola Jesus Cristo, Campos, RJ).

O evento aconteceu no dia 20 de julho de 2024, na Catedral Anglicana Santíssima Trindade, no centro da capital paulista.

A obra de André Ricardo de Souza discute as faces mais relevantes do cristianismo no Brasil contemporâneo, abrangendo seus três grandes segmentos: o católico, o evangélico e o espírita, sendo este último incluso no conjunto pesquisado devido sobremaneira à materialização do princípio da caridade cristã através de suas obras assistenciais. Resultado de ampla investigação financiada pela FAPESP e pelo CNPq, o livro contém pertinentes dados e análises sobre as principais feições econômicas, assistenciais, políticas e ecumênicas do heterogêneo e controverso, em determinados aspectos, cristianismo brasileiro.

Gravação do evento:

Minha mãe e meus irmãos?

Minha mãe e meus irmãos?

   

Na tarde do dia 23 de julho, no Grupo Espírita Casa do Caminho, em São Paulo, em reunião pública e transmitida pela internet Célia Maria Rey de Carvalho discorreu sobre o versículo de Mateus e Marcos: “quem é minha mãe e quem são meus irmãos”, com base no Capítulo XIV de “O evangelho segundo o espiritismo”. A reunião foi coordenada por Inês Bareia Peres, com atuação da equipe Vilma, Marcely e Violeta. Houve apresentação em piano pelo jovem Lucca Casagrande. O Grupo Espírita Casa do Caminho, localizado na Vila Clementino em São Paulo, mantém reuniões públicas de 2ª a 6ª feiras em horários vespertinos e noturnos e sábados e domingos pela manhã, cursos, reuniões mediúnicas, atividades assistenciais em outro bairro.

Acesse pelo link:

Ações humanas e a paciência

Ações humanas e a paciência

Na reunião pública da Instituição Nosso Lar (Araçatuba), aos domingos pela manhã, no dia 21 de julho contou com exposições de Guilherme Francisco Fernandes sobre o tema “móvel das ações humanas”, com base em “O Livro dos Espíritos” e, por Roberto César dos Santos, sobre “a paciência”: item 7, capítulo IX de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. A reunião também é transmitida pela Instituição e pela Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes.

Acesse pelo link:

“O pequeno laboratório de Deus” – exemplo de vida sobre o dever

O pequeno laboratório de Deus – exemplo de vida sobre o dever

Na tarde do dia 18 de julho, no Grupo Espírita Casa do Caminho, em São Paulo, em reunião pública e transmitida pela internet Célia Maria Rey de Carvalho discorreu sobre “o dever”, com base no Capítulo XVII de “O evangelho segundo o espiritismo”, citando exemplo de vida marcante de George Washington Carver, relatado por Hermínio C. Miranda, vulto do livro “O pequeno laboratório de Deus” e analisando o tema no contexto da atualidade. A reunião foi coordenada por Alcina Ribas, com atuação do presidente Régis Lang e de Marina Armando. O Grupo Espírita Casa do Caminho, localizado na Vila Clementino em São Paulo, mantém reuniões públicas de 2ª a 6ª feiras em horários vespertinos e noturnos e sábados e domingos pela manhã, cursos, reuniões mediúnicas, atividades assistenciais em outro bairro.

Acesse pelo link:

Interpretação do “nascer de novo”

Interpretação do “nascer de novo”

 

No dia 17 de julho, Cesar Perri comentou os capítulos do “Livro da Esperança” alusivos ao diálogo de Nicodemos com Jesus sobre o nascer de novo: Evolução e aprimoramento, Ante o livre arbítrio e Instituto de tratamento. Esses programas são alusivos aos 160 anos de “O Evangelho segundo Espiritismo”. A obra em estudo foi elaborada pelo espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier (Ed. CEC, Uberaba, 1964), para homenagear o centenário do Evangelho de autoria de Kardec. Esse programa é transmitido pela Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes nas primeiras quartas feiras de cada mês.

Acesse pelo link:

Leopoldo Cirne: das propostas idealísticas às injustiças e a superação

Leopoldo Cirne: das propostas idealísticas às injustiças e a superação

          

 Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Em obra lançada em janeiro de 2024, Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor, surge o primeiro registro completo sobre sua vida e obra, fundamentado em fontes primárias. Uma biografia com informações e ilustrações inéditas sobre Leopoldo Cirne (13/04/1870-31/08/1941), sobre sua juventude em Recife, o casamento, viuvez e perda de filhos gêmeos recém-nascidos. Seguindo-se depois sua romagem e ações espíritas na então capital do país.

No Prefácio, Luciano Klein (historiador e biógrafo, ex-presidente da Federação Espírita do Estado do Ceará), comenta: “Cesar revela-nos, de forma clara e direta, com nuanças encantadoras, a ação missionária de Leopoldo Cirne, permitindo, destarte, tornar conhecido das gerações futuras, o nome do ex-presidente da FEB. […] este o mais completo resgate biográfico a respeito do sucessor de Bezerra de Menezes. […] emergem fortes sinais de contextos de incompreensões, vinculados a momentos de paixão por algumas ideias e posturas”.

Embora referido como presidente da Federação Espírita Brasileira (1900-1914) e sucessor de Bezerra de Menezes, o notável vulto foi protagonista de ações e propostas de união, divulgação e educação, geralmente não divulgadas nos meios espíritas. Como presidente da FEB, promoveu o Congresso de Comemoração do Centenário de Allan Kardec (1904), quando apresentou o texto “Bases de Organização Espírita”, discutido e aprovado por “delegados” que representavam os espíritas de diversos Estados brasileiros. Foi o primeiro documento com propostas de ação e de criação de federações estaduais e com recomendações de implantação: de aulas de humanidades na sede das instituições, com conteúdo de português, francês, aritmética e filosofia (moral), como já realizava na sede da FEB, no Rio de Janeiro; de Escolas de Médiuns, com base em O livro dos médiuns, para o preparo com o conhecimento da doutrina, para sua maior segurança antes de se aplicarem ao exercício de seus dons.

Leopoldo Cirne trabalhou decisivamente para conseguir um imóvel próprio para a FEB e construiu a sede, inaugurada em dezembro de 1911. Atualmente é chamada Sede Histórica, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.

Interessante, que um autodidata em áreas de humanidades, traduziu duas obras de Léon Denis para o português: No invisível e Cristianismo e espiritismo. Diferente das ações na época centralizadas na “assistência aos necessitados” na FEB, Cirne acalentava outras propostas, envolvendo a instrução elementar ou secundária, e, a criação dos então designados asilos.

Em razão de fortes desentendimentos doutrinários com lances de atitudes extremistas, no núcleo de seguidores dos livros de interpretação evangélica de Roustaing – aliás obras polêmicas e em geral não aceitas -, e de reações em desacordo com propostas de ações, Leopoldo Cirne foi traumaticamente afastado da FEB, na eleição de 1914. Localizamos “cartas abertas” distribuídas por seus oponentes – companheiros de diretoria -, e a estratégia que empregaram para não reelegê-lo e mantê-lo distante da Federação que ele dirigiu com dedicação e entusiasmo.

O prefaciador Klein no lançamento de nosso livro afirmou: “Leopoldo Cirne deveria ser colocado num panteão dos injustiçados”.

Analisamos e sintetizamos seus livros, principalmente Anticristo. Senhor do mundo e O homem, colaborador de Deus, que contém depoimentos sobre sua experiência de vida, incluindo o cenário da crise de seu desligamento da FEB e a continuidade de suas atividades com exemplos de superação daqueles tormentosos momentos.

Cirne apoiou ações iniciais voltadas à evangelização da infância e durante sua gestão, a revista Reformador, publicou matérias sobre o “evangelho das crianças”. Mantinha amizade com Manuel Vianna de Carvalho (1874-1926) e, com ele, foi um dos estimuladores para a implantação da evangelização infantil na FEB, concretizada em meados de 1914, quatro meses após a saída de Leopoldo da Instituição.

Era admirador do trabalho de Anália Franco (1853-1919), responsável pela fundação de mais de uma centena de escolas, asilos para crianças órfãs, albergues, colônia regeneradora para mulheres, ações artísticas e oficinas para artesanatos em cidades do interior e da capital do Estado de São Paulo. Em função do interesse por obras tipo asilos é que, depois de afastado da FEB, Cirne foi convidado e proferiu a palestra na inauguração do Abrigo Thereza de Jesus, no Rio de Janeiro, no ano de 1919.

Nas ações doutrinárias, desenvolvia propostas diferenciadas para a época, que aparecem em palestras e troca de correspondências citadas no jornal O clarim, fundado por Cairbar Schutel em Matão (SP), que prosseguiu divulgando matérias sobre Cirne.

Após a desencarnação de Cirne, sua segunda esposa conhecida pelo apelido Marietta, providenciou a publicação de livro ele que deixou elaborado, O homem colaborador de Deus, e convidou um amigo de Cirne, Leoni Kaseff (1900-1986), para redigir o Prólogo. Este, um intelectual conhecido pelas propostas pioneiras para atenção aos superdotados, incluída na Reforma do Ensino Primário, Profissional e Normal do Estado do Rio de Janeiro. Anota sobre Cirne: “uma vida tão devotada à virtude e à verdade, quão cheia de edificantes exemplos e de inspiradas produções doutrinárias, manteve produtiva a sua prodigiosa operosidade intelectual; […] A doutrina que professava era por ele realmente vivida”.

Em O homem, colaborador de Deus, Cirne desenvolve autêntica tese sobre a relação do homem com Deus. Realça a “missão dos educadores”, “a educação integral” e a “ampliação do horizonte intelectual dos educandos”; destacamos sua frase: “o que falta realmente ao homem contemporâneo é o sentimento, não apenas a notícia, de seus destinos superiores, fundado na inabalável certeza de Deus e na maravilhosa perfeição de suas leis”.

No final, apresentamos transcrições de mensagens do espírito Leopoldo Cirne e relatos sobre sua atuação, registradas por diversos espíritos, pelas psicografias de Chico Xavier e Waldo Vieira, que apresentam coerência com os objetivos, experiências de vida e pensamentos expressos em artigos e livros enquanto encarnado.

A experiência de vida e a obra de Leopoldo Cirne, seus notáveis predicados morais, intelectuais e nobres ideais, constituem-se em subsídio para a análise e reflexão sobre a trajetória, o estado atual e as perspectivas do Espiritismo.

Fonte:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Leopoldo Cirne. Vida e propostas por um mundo melhor. São Paulo: CCDPE-ECM/Araçatuba: Cocriação. 2024. 200p.

(*) Foi presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira, e, membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

(Síntese de: Carvalho, Antonio Cesar Perri. Leopoldo Cirne: from idealistic proposals to injustices and overcoming them. The spiritist magazine. SSVa/USA. Vol.16. Is.65. April-June, 2024. P.38-41).

Apelo à vida em mensagem

Apelo à vida em mensagem

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Interessante e oportuna mensagem surgiu em alusão ao lema "Liberdade, igualdade, fraternidade" e evocando momento histórico francês:

“Neste 14 de julho, lembramos a pátria francesa que, nesta data, comemora a libertação do antigo regime. Um bom fruto da Revolução Francesa foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que quase um século e meio mais tarde, inspirou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU. Neste importante documento, em destaque está o direito à vida. Na Pátria do Cruzeiro, que alberga muitos antigos atores da Revolução Francesa, o direito à vida, a reencarnar, não pode ser abalado. Somos todos iguais, filhos do mesmo Pai e, a partir da experiência reencarnatória, voltamos à arena das formas, numa oportunidade valiosa, a nós concedido pelo mesmo soberano Senhor. Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre. Que Deus nos abençoe e nos fortaleça. Antonie, servidor da falange do rei São Luís, de França. (Mensagem psicografada por Hélio Ribeiro Loureiro, no dia 14/07/24, durante visita ao Grupo Espírita “Luz e Vida”, em Cachoeiras de Macacu, RJ).”

Na oportunidade, destacamos o alerta espiritual sobre “o direito à vida, a reencarnar”.

A mídia tem informado sobre os embates políticos em vários países com o objetivo de se liberar aborto.

Em nosso país, há discussões em níveis legislativo e jurídico para se ampliar consideravelmente a legalização do aborto, além de limites já previstos na legislação brasileira.

Documentos e manifestações em defesa da vida em todas suas etapas, desde a concepção até à morte natural, vieram à tona chancelados pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, durante as gestões de Juvanir Borges, Nestor Masotti e na nossa gestão, como: “Em defesa da vida” e “Viver em Família”; incluindo a edição de opúsculos em conjunto com as Associações Médico Espírita e a de Magistrados Espírita; parcerias em ações com a Associação Jurídico Espírita; com o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, gerando manifestações públicas e enormes Marchas em vários Estados; e, visitas a dirigentes das três esferas federais de poder (Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memória e reflexões. Ed.Cocriação, 2021. 632p).

Esse tema precisa ser revigorado.

Em O livro dos espíritos já se definia: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão 880). A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de educação favorece a compreensão da oportunidade da vida corpórea e do cultivo dos valores espirituais.

A vasta literatura advinda com a psicografia de Chico Xavier é extremamente rica de esclarecimentos. O espírito André Luiz define com clareza o valor da vida corpórea e que podem ser sintetizados em dois comentários: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” (Conduta Espírita, Cap. 34. FEB); “[…] temos necessidade da luta que corrige, renova, restaura e aperfeiçoa. A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (livro Missionários da Luz, cap. 12, FEB).

A partir dessas fundamentações cristãs e espíritas, torna-se interessante considerarmos o que representa o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e melhores condições de vida. Esta última também inclui, evidentemente, o respeito com o corpo físico e a valorização da vida corpórea. Aí se inserem as medidas preventivas para se evitar quaisquer formas de interrupção da vida, incluindo o suicídio (direto e indireto), as enfermidades e também aquelas que favoreçam o diagnóstico precoce de doenças, evitando-se que elas sejam reconhecidas apenas em situações tardias e danosas.

Daí a conclamação da recente mensagem espiritual:

“Vivamos sob esse estandarte, o da valorização da vida, fazendo, quando convidados a nos pronunciarmos, a mesma profissão de fé, em favor da vida, sempre”.

(*) Foi presidente da USE-SP, diretor e presidente da FEB.

ELOGIOS

ELOGIOS

“Mas ele disse: Antes, bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam.” — (LUCAS, CAPÍTULO 11, VERSÍCULO 28.)

Dirigira-se Jesus à multidão, com o enorme poder do seu amor, conquistando geral atenção.

Mal terminara as observações amorosas e sábias, eis que uma senhora se levanta no seio da turba e, magnetizada pela sua expressão de espiritualidade sublime, reporta-se, em alta voz, às bem-aventuranças que deviam caber a Maria, por haver contribuído na vinda do Salvador à face da Terra.

Mas, prestamente, na perfeita compreensão das conseqüências infelizes que poderiam advir da atitude impensada, responde o Mestre que, antes de tudo, serão bem-aventurados os que ouvem a revelação de Deus e lhe praticam os ensinamentos, observando-lhe os princípios.

A passagem constitui esclarecimento vivo para que não se amorteça, entre os discípulos sinceros, a campanha contra o elogio pessoal, veneno das obras mais santas a sufocar-lhes propósitos e esperanças.

Se admiras algum companheiro que se categoriza a teus olhos por trabalhador fiel do bem, não o perturbes com palavras, das quais o mundo tem abusado muitas vezes, construindo frases superficiais, no perigoso festim da lisonja.

Ajuda-o, com boa-vontade e entendimento, na execução do ministério que lhe compete, sem te esqueceres de que, acima de todas as bem-aventuranças, brilham os divinos dons daqueles que ouvem a Palavra do Senhor, colocando-a em prática.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 50. FEB);