Valorização da vida e o setembro amarelo

Valorização da vida e o setembro amarelo

Antonio Cesar Perri de Carvalho

A certeza de que somos espíritos reencarnados e em processo de educação favorece a compreensão da oportunidade da vida corpórea e do cultivo dos valores espirituais. Em O livro dos espíritos já se definia: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (questão 880).

Nos livros psicografados há inúmeros comentários sobre o tema assinados por milhares de espíritos, como André Luiz, sobre o valor da vida corpórea: “O corpo é o primeiro empréstimo recebido pelo Espírito trazido à carne” (Vieira, W. Conduta Espírita, cap. 34. FEB); e também “A reencarnação é o meio, a educação divina é o fim” (Xavier, F.C. Missionários da Luz, cap. 12. FEB). A partir dessas fundamentações espirituais, torna-se interessante considerarmos o que representa o Espírito nos contextos íntimo e social; o equilíbrio entre corpo/espírito e melhores condições de vida. Esta última também inclui, evidentemente, o respeito e a valorização da vida corpórea.

No livro Em Louvor à Vida (Ed. LEAL), que elaboramos em parceria com o médium Divaldo Pereira Franco, com base em textos espirituais de nosso tio Lourival Perri Chefaly, destacamos um trecho: “Saúde e doença – binômio do corpo e da mente – são conquistas do ser, que deve aprender e optar por aquela que melhor condiz com as aspirações evolutivas, desde que a harmonia ideal será alcançada, através do respeito à primeira ou mediante a vigência da segunda.” Evidentemente que aí se incluem as causas e a profilaxia dos vários problemas que caracterizam desrespeito à vida. Ou seja, as medidas preventivas para se evitar quaisquer formas de interrupção da vida, incluindo o suicídio, o aborto, a eutanásia, e, sendo sempre importante o diagnóstico médico precoce de doenças, evitando-se que elas sejam reconhecidas em situações tardias e danosas.

Em recente programa “Um olhar para a vida”, do Canal Eudes Veras, em parceria com Rede Amigo Espírita e Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes (https://youtu.be/8PR4ESJkJ9E), citamos alguns exemplos de valorização da existência corpórea de vultos conhecidos. Benedita Fernandes, pioneira espírita em Araçatuba, ao ser liberada da chamada “loucura”, que era uma forte e persistente obsessão, superou-se e se transformou na conhecida “dama da caridade”, dedicando sua vida em favor do próximo. Chico Xavier desencarnou aos 92 anos de idade, e ao longo de sua existência aceitou e submeteu-se a vários tratamentos médicos, a cirurgias e os cuidados pós-enfarte. Divaldo Pereira Franco, aos 93 anos de idade, há pouco tempo exemplificou ao se submeter a delicada cirurgia de coluna vertebral para possibilitar a continuidade de seu trabalho de difusão do bem.

Por oportuno, no mês de Setembro, que é chamado de amarelo, a cor que lembra o Sol, verão, prosperidade, felicidade e desperta a criatividade, é interessante a utilização da temática no meio espírita.

Daí a importância dos estudos, palestras e seminários que possam chamar atenção para a defesa da vida, no sentido de se valorizar a existência corpórea e o processo de educação espiritual.

(Foi dirigente espírita em Araçatuba; presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo e da Federação Espírita Brasileira).