É verídica a história narrada no livro Paulo e Estêvão?

Resenha

É verídica a história narrada no livro Paulo e Estêvão?

– sobre o livro digital de autoria de André Ricardo de Souza (*)

Altino Mageste (**)

A reflexão proposta pelo autor é um exercício de bom combate. Salientando que razão e coração não entrarão em duelos literários, religiosos ou filosóficos, dado que o bom combate pressupõe o bom senso. Oriundo de uma pergunta – por isso filosófico – o problema apresentado é sustentado e confrontado com biografias cruzadas, textos bíblicos e a obra de Emmanuel – por isso literário.

Para além da pergunta mestra que sustenta o texto – “É verídica a história narrada no livro Paulo e Estêvão?” – o autor consegue, levantar questões que incomodam, e, por isso mesmo carecem respostas: qual o motivo do descaso para com a obra magna do maior médium da história, sobre o maior divulgador do Cristianismo no meio espírita?

As referências à obra- quando existem! – são sempre secundarias, pálidas, mornas. O autor descortina o motivo deste preconceito literário que encobre Paulo e Estevão: trata-se de romance, ficção, romance histórico, biografia romanceada ou nenhum destes estilos? A desatenção que a obra Paulo e Estevão recebe por parte dos espíritas é abismal. Ouso parafrasear Emmanuel para explicar a proposta do autor: “Entre os espíritas e a obra há um abismo que precisaremos transpor em decênios de leitura redentora e constante.”

E se já caminhamos até aqui, o texto de André Ricardo de Souza nos convida a mais um passo adiante; o passo da responsabilidade. Sim!, RESPONSABILIDADE. Ao ler Paulo e Estevão, tornamo-nos cativados e eternamente responsáveis pela sua divulgação. Mas não há como divulgar sem conhecer profundamente a veracidade daquilo que se divulga. E por isso a pergunta mestra volta à tona: “É verídica a história narrada no livro Paulo e Estêvão?”

Não se apresse em responder; mesmo que o “sim” seja assertivo. Nem se adiante em lançar um “não” categórico. Permita-se seguir o cursoque esta obra oferece com base bibliográfica dos grandes estudiosos sobre a obra e a vida do Homem de Tarso, tão bem garimpado e estruturado pelo autor.

Há leitores que ficam às margens da obra, como caravaneiros que não cruzam o deserto. Há também aqueles que ficam atracados em portos longínquos sem se lançarem ao mar revolto e bravio que é a vida do Tecelão da Fraternidade. Muitos se maravilham com a beleza das pétalas e das páginas em plena florada, mas não se comprometem em trabalhar o solo seco que a responsabilidade da leitura exige. Não esquecendo aqueles que abrem e fecham o livro como se abrissem e fechassem os olhos ao acordar e ao dormir sem ter sonhado entre a noite e o dia.

Esses são os que ainda não perceberam a pergunta que Saulo fez a Jesus, sob aquele sol de meio-dia nas poeiras do deserto: “Senhor o que queres que eu faça?” Alegria imensa é comemorar os oitenta anos de publicação de Paulo e Estêvão com este trabalho precioso a nos questionar sobre a veracidade da obra.

Possam os grupos de estudo, casas religiosas, federativas, editoras e artistas dar as mãos. E que cada um com seu talento reviver num estudo constante e através da arte; seja no teatro, na música, no cinema, nas plásticas e na literatura – o roteiro transformador oferecido nas páginas de Paulo e Estevão.

Que o leitor amigo, a observar o vale profundo do próprio coração, se aproxime do Tecelão de Tarso e do Agricultor de Corinto e pergunte: “Amigos, o que querem que eu faça depois da leitura deste livro?”

Faça silêncio. Ouça. Creia. A resposta virá.

Ananias chegará para tirar as escamas dos seus olhos cansados. Abigail cantará seus verbos para dissipar toda dúvida. Lucas, Timóteo, Lóide, Prisca e Áquila estarão sempre ao seu lado.

André Ricardo de Souza faz o convite à leitura profunda e transformadora. Em todos os nossos passos, Jesus é a luz para nossos pés.

(*) Souza, André Ricardo. A veracidade e conexões da obra Paulo e Estêvão. Londrina: EVOC, 2021. 91 p. Acesso (copie e cole): http://www.oconsolador.com.br/editora/101a150/Veracidade.pdf;

(**) GAPE – Grupo Amigos de Paulo e Estêvão, Inglaterra.