Fogo Selvagem, Alma Domada

Fogo Selvagem, Alma Domada

Obra organizada por Nádia Marcondes Luz e Cléria Bittar, Volume 4 da Coleção Espiritismo na Universidade, editado pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE), de São Paulo, em parceria com a Capes.

As organizadoras reuniram num estudo acadêmico através de variadas fontes, como os registros do Hospital do Pênfigo de Uberaba, Câmara Municipal da mesma cidade, jornais, artigos médicos, entrevistas e depoimentos cruza todas as informações, reconstruindo o drama de doentes pobres e figuras santas, como Dona Aparecida Conceição Ferreira, conhecida como dona Cida e mais uma intrincada rede de médicos, políticos, jornalistas e religiosos, emocionando e levando explicações espirituais para as doenças humanas. Há dados interessantes sobre a doença “pênfigo foliáceo”, popularmente chamado de “fogo selvagem”.

O livro é uma publicação referente à Tese de Doutorado:

LIMA, Nadia Rodrigues Alves Marcondes Luz. Fogo selvagem, alma domada: a doença e o Hospital do Pênfigo de Uberaba – história e psicografia. 2010. 330 f. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 2010.

A Tese tem como tema central a história da doença pênfigo foliáceo endêmico e do Hospital do Pênfigo de Uberaba (MG), fundado no ano de 1957 e ainda em atividade. O hospital recebe pacientes portadores desta doença, popularmente conhecida como fogo selvagem, provenientes de diversas regiões do Brasil. Considerada como uma das únicas doenças autoimunes com características endêmicas, classifica-se cientificamente como sendo uma dermatose bolhosa, comumente presente em regiões geográficas de climas tropicais, cuja etiologia, a despeito do empenho em pesquisas científicas, ainda permanece desconhecida. No Brasil, seu tratamento vem sendo realizado desde o final da década de 1960, com medicamentos à base de corticosteróides, potente anti-inflamatório descoberto no final da década de 1950. O Hospital do Pênfigo, em Uberaba, é a única instituição remanescente que se dedica de modo específico, com exclusividade, ao tratamento do pênfigo foliáceo endêmico. Instituição considerada pelo Estado como de utilidade pública, o hospital é administrado e parcialmente mantido por integrantes do segmento cultural espírita e oferece, além da terapêutica tradicional, também outras, integrativas, tais como o passe magnético, a desobsessão e a fluidificação da água. Ao registrar a história deste hospital, esta pesquisa traz também subsídios para a compreensão da evolução da doença e de seu tratamento, no Brasil. Destacamos a história da fundadora Aparecida Conceição Ferreira, da peculiar maneira por ela desenvolvida de tratar a doença e da sua amizade com o médium Francisco Cândido Xavier, desde os começos da construção e edificação do hospital, cujas raízes se fundam nos preceitos morais e na filosofia da história que sustentam a teoria doutrinária espírita do francês Allan Kardec.

Informações:

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/103100?show=full

O Caminho do Reino

O Caminho do Reino

Resenha

O livro O caminho do Reino traz 40 capítulos analisando episódios registrados pelos evangelistas sob a poderosa luz oferecida pela Doutrina dos Espíritos.

Conforme anota Marcelo Carvalho Fernandes na apresentação: “[…] reafirmar a sentença de grande luz a nós revelada por Jesus Cristo e anotada nos registros que introduziram este texto sucinto da parte de Lucas, assim redigida: ‘O reino de Deus não vem com aparência exterior.”

Interessante o raciocínio do autor espiritual: “Todas as operações pertinentes às existências físicas são ‘negócios’ que o Espírito faz em favor de seu desenvolvimento interior, no plano de razão e sentimento conjugados, com um único e supremo objetivo: conquistar o Reino dos Céus” . Enseja reflexões sob várias nuances, desde a ótica material até à espiritual, liberta de muitas injunções.

Também a interpretação da Parábola da Rede, registrada por Mateus, e o autor espiritual caminha pelo raciocínio em torno da “rede’ com que buscamos retirar do ‘mar da vida’ todo gênero de peixes”.

O autor espiritual destaca o papel do Consolador prometido por Jesus e considera que este é “a segunda vinda do Mestre e Senhor de nossa evolução planetária. Eis o Consolador, que ‘vos guiará em toda a Verdade”.

E assim surgem muitos comentários lúcidos, oportunos e com nuances inovadoras.

Este novo livro dá sequência a estudos do Evangelho à luz do Espiritismo já incluídos nos livros do mesmo autor espiritual: O Evangelho por dentro e As chaves do reino, ambos editados no ano de 2016.

A nova obra contribui com oportunos subsídios para os estudiosos do Novo Testamento.

O livro O caminho do Reino é de autoria do espírito Honório Abreu, psicografado por Wagner Gomes da Paixão.

Foi editado pelo Grupo Espírita da Bênção, de Mário Campos (MG), e lançado em outubro de 2018.

Contatos: atendimento1@grupodabencao.org.br

Os frutos do cajueiro. Ações espíritas em Parnaíba

Os frutos do cajueiro. Ações espíritas em Parnaíba

Resenha

Autor: Antonio Cesar Perri de Carvalho;

Edição: Centro Espírita Caridade e Fé, Parnaíba, Piauí.

O cajueiro, símbolo vivo da meninice de Humberto de Campos em Parnaíba (Piauí), é utilizado como referência para se destacar, no sentido amplo, os frutos do histórico monumento vivo da cidade.

Como símbolo de um dos frutos do cajueiro, o autor estabelece a relação com o movimento espírita de Parnaíba, que se desdobra em marcantes obras sociais, e, também em função de inúmeras visitas à cidade, o autor reúne textos que reproduzem suas palestras e entrevistas em eventos espíritas em Parnaíba.

Enfatiza-se a repercussão das obras espirituais do famoso escritor, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, e se apresenta um retrato de Humberto de Campos com carinhosa dedicatória de sua genitora, Ana de Campos Veras, que ainda vivia naquela cidade, endereçada a Chico Xavier.

O lançamento em Parnaíba ocorreu no dia 3 de novembro de 2018.

Editora: Centro Espírita Caridade e Fé

Rua Samuel Santos, 284. Bairro São Francisco. CEP: 64215-200 Parnaíba, Piauí. Brasil.

Contatos:

Fone (86) 3322 4340;

www.caridadefe.org.br

comunicacao@caridadefe.org.br;

“União dos Espíritas – Para onde vamos?”

"União dos Espíritas – Para onde vamos?"

"União dos Espíritas – Para onde vamos?", o livro escrito por Antonio Cesar Perri de Carvalho e lançado pela Editora EME (www.editoraeme.com.br) , traz ao leitor sua vasta experiências nas questões relacionadas à doutrina espírita e ao movimento espírita. Por ter passado por diversos cargos, em várias instituições, o autor se qualifica para dar seu parecer em relação aos assuntos relacionados com união e unificação. Entrevistado pelo programa "Repensar" da TV Mundo Maior, atende às perguntas formuladas por Maria Izilda Netto.

CESAR PERRI LANÇA LIVRO SOBRE O MOVIMENTO ESPÍRITA | Repensar | Parte 1 (16/10/2018) Parte 02, Parte 03:

Link:

Anais do 1º Congresso Brasileiro de Unificação Espírita

Anais do 1º Congresso Brasileiro de Unificação Espírita

Publicação esgotada e rara, agora lançada em versão digital numa parceria de Autores Espíritas Clássicos e USE-SP. Contém as informações de todos os preparativos para o Congresso, as teses apresentadas para discussão, a mensagem psicografada por Chico Xavier “Em nome do Evangelho”, as conclusões e o Manifesto final.

Na Apresentação dos Anais esclarece-se: “Os motivos determinantes da convocação, pela U.S.E., do I CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIFICAÇÃO, foram quase os mesmos do congresso de unificação estadual, reunido em S. Paulo em Junho de 1947, visto que idênticas razões subsistiam e subsistem ainda em todo o País, exigindo semelhante iniciativa.”

Teses discutidas no Congresso: FERGS: Propõe a criação de uma Confederação Espírita Brasileira; FEP: Unificação pelo aprimoramento da cultura dos espíritas e educação das crianças; FEC: Unificar pela unidade da Doutrina; USE: Instruções para o funcionamento da Comissão Executiva Permanente; Alagoas: Não é tese mas um pensamento de programa de ação; Associação Familiar Homero de Souza: não se caracteriza como tese; Júlio de Abreu Filho: O Espiritismo e o Sincretismo Religioso; Júlio de Abreu Filho: O livro espírita no Brasil; Eurípides de Castro: O moço espírita e o mundo de hoje. Ao final foi aprovado o “MANIFESTO DO CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIFICAÇÃO ESPÍRITA”. Eis o intróito: “O Congresso Brasileiro de Unificação Espírita, reunido na Capital de São Paulo, de 31 de outubro a 3 de novembro de 1948, realizou-se sob eflúvios de sublimada concórdia. As teses versaram sobre assuntos relevantes e foram submetidos ao crivo da razão e do estudo. Visavam a Unificação direcional do Espiritismo e propunham medidas colimadas para lograr o pronto andamento, vencendo dificuldades, indicavam soluções oportunas na equação dos problemas. Todos os trabalhos demonstraram o anseio insopitável de unificação de sentimentos, propósitos e diretrizes.”

Nos Anais seguem os tópicos do manifesto que foi assinado por destacados vultos do movimento espírita: Estado de Minas Gerais: Dr. Camilo Rodrigues Chaves, Bady Elias Cury, Dr. Noraldino Mello Castro; Estado do Rio Grande do Sul: Marcírio Cardoso de Oliveira, Ten. Cel. Roberto Pedro Michelena, Dr. João Pompílio Almeida Filho, Francisco Spinelli; Estado de Santa Catarina: Osvaldo Melo; Estado do Paraná: João Ghignone, Francisco Raitani, Abibe Isfer; Estado do São Paulo: Pedro de Camargo, Cte. Edgard Armond, Carlos Jordão da Silva, Júlio de Abreu Filho, Antonio José Trindade, Apolo Oliva Filho, Dr. Jaime Monteiro de Barros, Dr. Wilson Ferreira de Mello, Nabor da Graça Leite, Dr. Manuel de Paula Cerdeira; Conselho Consultivo das Mocidades Espíritas do Brasil: Leopoldo Machado; Representantes por procuração: Estado da Bahia: Nelson Batista de Azevedo; Estado do Rio de Janeiro: José Herculano Pires; Estado de Sergipe: Dr. Hermínio da Silva Vicente; Estado de Alagoas: J. J. Cordeiro; Estado do Ceará: Dr. Ary Lex; Estado do Rio Grande do Norte: Sebastião G. de Souza; Estado do Pará: Marília F. Almeida Barbosa; Estado de Mato Grosso: General Pedro Pinho; Estado de Pernambuco: Dr. Eurípides de Castro.

A edição digital dos Anais do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita conta com Prefácio do presidente da USE-SP Aparecido José Orlando, que informa também sobre o evento comemorativo dos 70 anos do citado Congresso:

“Neste ano de 2018, estamos comemorando os 70 anos de realização daquele Congresso. Nos próximos dias 20 e 21 de outubro, a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo realiza evento que busca refletir sobre o que aconteceu naquele tempo. Para isto, teremos a realização de palestra, contextualizando e contando a história do Congresso, e duas rodas de conversa com temas sobre seu legado e reflexões para o futuro. […] Com sua leitura e estudo, entendemos muito das condições e do que foi decidido na época. Continua sendo importante fonte de reflexão para dirigentes espíritas que atuam ou não no movimento espírita. Por isso, sua importância de torná-lo mais conhecido.”

Acesso para download gratuito – Copie e cole os links abaixo:

file:///C:/Users/User/Downloads/Anais%201_CBUE_revUSE%20(4).pdf

 

http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/USE/ANAIS%20do%20Congresso%20Brasileiro%20de%20Unifica%C3%A7%C3%A3o%20Esp%C3%ADrita%201948.htm

Anticristo – Senhor do Mundo: Obra raríssima e histórica

Anticristo – Senhor do Mundo: Obra raríssima e histórica

No dia de Kardec (3/10/2018), foi lançada uma obra raríssima – em edição digital -, de autoria do ex-presidente da FEB Leopoldo Cirne (gestão 1900-1914), que sucedeu Bezerra de Menezes, grande divulgador das obras de Kardec. Trata-se do livro Anticristo – Senhor do Mundo, da autoria do memorável Leopoldo Cirne.

Em mais um esforço para oferecer aos estudiosos do Espiritismo subsídios para o conhecimento histórico e fundamentação doutrinária acerca da Terceira Revelação, a equipe Luz Espírita em parceria com o site Autores Espíritas Clássicos finalizou a edição de uma importante obra literária e agora a disponibiliza para todos em edição digital.

O objetivo da obra, definido pelo autor é claro: “[…] apreciando a ação perturbadora do Anticristo na existência da igreja – alvo do seu inveterado rancor – do mesmo que em todas as manifestações da vida humana, em que essa interferência transparece, colher ensinamentos e advertências para salvaguarda dos que, nesta época de transformações e num radioso futuro que se avizinha, desejem sinceramente seguir a Jesus e necessitam estar apercebidos contra as insidiosas manobras dos que com propriedade são denominados inimigos da luz. […] O presente estudo é assim uma contribuição exclusivamente pessoal, fundada na observação e análise dos fatos à luz dos conhecimentos adquiridos na doutrina espírita, que temos a felicidade de professar há quarenta anos”. Leopoldo Cirne esclarece que entende por “Anticristo” uma força, também chamada de “príncipe deste mundo”, “poder das trevas”, que age “em oposição, deliberada e sistematicamente, ao plano evolutivo traçado por Deus à humanidade”.

Em “Anticristo. Senhor do Mundo”, o autor trata da trajetória do Cristianismo e do Espiritismo, focalizando progressos e enganos.

No desenvolvimento do tema, na parte sobre Espiritismo, surgem informações e depoimentos históricos.

Leopoldo Cirne renovou os Estatutos da FEB no ano de 1902, instituindo o estudo das obras completas de Allan Kardec como básicas para a instituição, retirando a referência ao estudo de obras de J.B. Roustaing e eliminando os poderes discricionários que haviam sido concedidos a Bezerra de Menezes, pois este assumiu a FEB em momento de profunda crise. Em 1904 promoveu o I Congresso Espírita – o primeiro grande evento espírita do Brasil -, evocativo do Centenário do nascimento de Kardec, com a participação de mais de duas mil pessoas. Na oportunidade foi aprovada sua proposta “Bases de Organização Espírita”, definindo que a FEB filiaria diretamente centros espíritas e orientaria o trabalho de união dos espíritas, estimulando a fundação de Federações Estaduais. Até então somente existiam duas Entidades Federativas Estaduais. Dedicou-se para implantar a “Escola de Médiuns” e iniciou a promoção do Esperanto na FEB e junto ao movimento espírita (1909). Em sua gestão foi construída e inaugurada a sede própria da FEB, em dezembro de 1911. Atualmente é a chamada Sede Histórica da FEB, sita à av. Passos, 30, no Rio de Janeiro.

Em virtude de resistências dentro da FEB, que não concordavam com algumas inovações e propostas implantadas por Cirne, principalmente do setor de “Assistência aos Necessitados” e também um certo descontentamento dos seguidores da obra Roustaing, o presidente Leopoldo Cirne perdeu a eleição para a presidência em 1914. Analisa este cenário e as dificuldades estatutárias, organizacionais e doutrionárias da FEB. Retira-se completa e definitivamente da instituição, mantendo-se em atividades espíritas como escritor e expositor.

Nos últimos capítulos do livro, Cirne faz uma significativa análise da obra de Allan Kardec, diferenciando-a de interferência ou confusões com outras obras como de Roustaing, a Teosofia e o Esoterismo.

Esta obra lançada em 1935, esgotada há décadas e raríssima, contém subsídios para estudos e muitas reflexões.

O Prefácio da edição digital é de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da FEB.

Mais informações – copie e cole o link:

https://espiritismoemmovimento.blogspot.com/2018/10/sala-de-leitura-lancamento-de.html;

Para download gratuito – copie e cole o link:

http://luzespirita.org.br/leitura/pdf/L163.pdf

Comentários sobre o livro “União dos espíritas: para onde vamos?”

Comentários sobre o livro "União dos espíritas: para onde vamos?"

Marco Milani(*)

Lançado pela Editora EME em abril de 2018, o livro “União dos espíritas: para onde vamos?”, de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho, oferece aspectos históricos do movimento espírita brasileiro que necessitam ser conhecidos e discutidos.

Considerando a experiência de cinquenta anos ininterruptos atuando em instituições espíritas e ocupando diferentes posições, dentre elas a de presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB) no período de 2012 a 2015 e presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP) em três mandatos, além de membro da comissão executiva do Conselho Espírita Internacional, o autor aborda tópicos que destacam-se em sua perspectiva político-administrativa.

A pergunta que intitula esta obra volta-se ao desenvolvimento do movimento espírita por meio de propostas e ações que objetivam disseminar os ensinamentos dos Espíritos. Em seis capítulos, o livro explora o conceito de união e como se poderia respeitar eventuais divergências secundárias entre os adeptos para se privilegiar a convivência fraterna em torno dos princípios e valores doutrinários. Perri de Carvalho contextualiza o surgimento da Federação Espírita Brasileira (FEB), no final do século XIX e sua posterior relação com as entidades federativas estaduais, nem sempre marcada pela harmonia e comunhão de interesses.

Nos capítulos iniciais, são relacionados os presidentes da FEB, pontuando-se ações e contribuições relevantes de cada um. Durante a gestão de Wantuil de Freitas, em 1948, a FEB enfrentou mais uma vez o desejo de diversos dirigentes espíritas do país à reconfiguração do modelo federativo nacional.

Nesse mesmo ano, a USE promoveu em São Paulo um congresso de caráter nacional cujo documento final propunha um novo modelo confederativo. Perri de Carvalho destaca que essa proposta foi recusada por Wantuil de Freitas, porém esse assunto retornaria no ano seguinte em nova discussão durante o evento da Confederação Espírita Pan-Americana, no Rio de Janeiro. Alguns representantes de entidades federativas que encontravam-se neste último evento decidiram procurar Wantuil de Freitas e, deste encontro, acordou-se o que ficou posteriormente conhecido como Pacto Áureo. Esse acordo não contou com a plena adesão de dirigentes de todos os estados e caracterizou-se como uma proposta alternativa àquela desenhada no congresso da USE.

Apesar de representar um avanço na configuração federativa, o Pacto Áureo contém pontos questionáveis como, por exemplo a adoção do livro Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho como obra de referência nacional. Perri de Carvalho lembra muito bem que as obras de referência do Espiritismo deveriam ser as de Allan Kardec. No referido livro de Humberto de Campos, especificamente no capítulo 22, há a menção de que J.B. Roustaing teria sido coadjuvante de Kardec, fato esse que afronta a coerência doutrinária. Nos capítulos 3º e 4º, a temática do Pacto Áureo é explorada convenientemente pelo autor, permitindo ao leitor conhecer com detalhes esse episódio do Movimento Espírita Brasileiro cujos reflexos são sentidos até hoje.

Certamente, Perri de Carvalho expõe pontos fundamentais para se repensar o que ainda precisamos fazer para promover a união entre os espíritas, principalmente pela convergência doutrinária. No livro não se propõe abordar alguns problemas recentes que podem desunir os espíritas como, por exemplo, a tentativa de militância político-partidária que alguns supostos adeptos insistem em promover nas casas espíritas atualmente.

Sinteticamente, esta obra atenderá os anseios daqueles que buscam conhecer características essenciais do esforço federativo para a harmonia de interesses do Movimento Espírita, portanto é recomendada para o público formado não somente por dirigentes mas por espíritas em geral.

(*) Diretor do Departamento de Doutrina da USE-SP. Presidente da USE Regional de Campinas.

(Texto publicado no boletim Dirigente Espírita, nº 167, set/out 2018, p. 7)

Fonte: https://app.associatec.com.br/upload/organizacao_000000000000037/noticia/documento/326/167.pdf

Cristianismo nos séculos iniciais

Cristianismo nos séculos iniciais

Novo livro de Cesar Perri foi lançado no C. E. O Clarim

A Casa Editora O Clarim lançou, no dia 19 de junho último, mais um livro para sua coleção de obras doutrinárias. Trata-se do livro Cristianismo nos séculos iniciais: Aspectos históricos e visão espírita, de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE-SP) e da Federação Espírita Brasileira (FEB).

Autor de vários livros e articulista atuante na imprensa espírita, Cesar Perri é bastante conhecido no movimento espírita nacional e internacional. Este é o quarto livro de Perri publicado pela Casa Editora O Clarim. Precederam-no Os sábios e a Sra. Piper (1986), Entre a matéria e o espírito (1990) e Epístolas de Paulo à luz do Espiritismo (2016).

[…] Em sua introdução, o expositor lembrou as obras e os 150 anos de Cairbar Schutel, que serão completados em 22 de setembro deste ano, e o livro A Esquina de Pedra, de Wallace Leal V. Rodrigues, que serviram de base e inspiração para seu livro. Destacou que os primeiros cristãos passaram por inúmeras dificuldades após a crucificação de Jesus, devido a perseguições que sofriam daqueles que não desejavam ver ameaçados os conceitos religiosos tradicionais da época. A coragem e a determinação dos apóstolos para a continuidade do trabalho cristão veio com as aparições de Jesus, que mostrou-se 11 vezes em apenas 40 dias, dando provas irrefutáveis da imortalidade da alma e corroborando, na prática, o fundamento e a realidade dos novos ensinamentos.

Na sequência, o expositor destacou o trabalho da Casa do Caminho, que reuniu o primeiro grupo de pessoas interessadas em estudar e reproduzir os ensinamentos do Cristo, inclusive a prática de curas – o que muito os surpreendia quando conseguiam êxito, sustentados pela fé sincera. Os discípulos da Casa do Caminho eram liderados por Pedro, Paulo e João, que definiram prioridades para organizar as atividades. Criou-se, assim, a figura do diácono, que deveria ser o propagador dos ensinamentos cristãos. O primeiro deles foi Jeziel, que adotou o nome Estêvão depois de converter-se ao cristianismo.

Nesse contexto, Cesar relembrou de Saulo de Tarso, fariseu ortodoxo, que defendia firmemente os princípios do judaísmo. Ele, ao tomar conhecimento das atividades de Estêvão, considerando uma afronta ao Torá, livro sagrado do judaísmo, e a Moisés, iniciou perseguição atroz aos cristãos, o que culminou na condenação de Estêvão ao apedrejamento. Estêvão foi, assim, o primeiro mártir do cristianismo e Saulo o primeiro algoz. Saulo continuava obstinado em dizimar as atividades cristãs. Dirigindo-se a Damasco para prender Ananias e seus seguidores, reconhece Cristo na estrada, cuja luz fúlgida o cega. Naquele momento, ele direcionava todas as suas energias e vigor para a propagação cristã. No terceiro dia após o episódio, Saulo é procurado justamente por Ananias, por instrução espiritual, e este o cura da cegueira que o acometera. Agora tecelão, adotando o nome Paulo de Tarso, o antigo Doutor da Lei se dedica a ajudar na fundação e estabelecimento de grupos cristãos. Paulo define sua ação: a gentilidade (os gentios eram judeus não reconhecidos pelos ortodoxos), ou seja, falaria a todos, sem nenhuma exigência ou distinção.

O princípio do cristianismo era, assim, simples e sem rituais. Mas a Igreja Católica Apostólica Romana acabou por adotar muitos ritos do Império Romano, afastando-se do cristianismo primitivo. Dessa forma, destaca o expositor, em meados do século XIX surgiu um movimento que traria novamente à vida o cristianismo em sua essência.

Allan Kardec, sensibilizado inicialmente pelo magnetismo, faz brotar os conceitos espirituais, trazendo uma visão imortalista, simples e vencedora de Jesus. Kardec traz novamente à tona os ensinos espirituais, codificando a Doutrina Espírita, o cristianismo redivivo, o consolador prometido, cujo objetivo é orientar, esclarecer, dar apoio e consolar.

DE: Redação (trechos):

https://www.oclarim.org/noticias/144/cristianismo-nos-seculos-iniciais.html

Cristianismo nos séculos iniciais. Análise histórica e visão espírita

Cristianismo nos séculos iniciais. Análise histórica e visão espírita

Severino Celestino da Silva (*)

É sempre uma alegria muito grande encontrar um livro que recorde e ratifique historicamente estes acontecimentos no primeiro, segundo e terceiro século, depois do Cristo.

Como professor de Judaísmo e Cristianismo Primitivo, posso avaliar a importância deste trabalho do Dr. Cesar Perri sobretudo, porque ele ressuscita o Evangelho de Jesus sob a visão científica da história, relacionando-a com a ciência Espírita. As nossas pesquisas nos levam a afirmar que entre todas as religiões constituídas com seus postulados e corpo filosófico, a que mais se aproxima do cristianismo dos primeiros séculos é o Espiritismo.

Por isso, o Espiritismo pode ser chamado de o cristianismo redivivo de Jesus. O papel principal do Espiritismo é ressuscitar a mensagem original do Evangelho de Jesus, que se desvirtuou, se perdeu no tempo e continua tão esquecida pelos que se intitulam cristãos.

Neste trabalho, o Dr. Cesar Perri traz riquíssimas informações históricas, que nos levam a sentir todo o calor daquela época tão repleta das energias reconfortadoras de Jesus, testemunhadas pelos apóstolos. O autor utiliza uma bibliografia muito pertinente ao que ele se propõe realizar, desde o início do livro.

O livro inicia com as aparições de Jesus a partir do domingo da ressurreição, a Maria de Madalena, depois aos apóstolos e por último, a Paulo de Tarso e nos faz reviver a importância daqueles momentos de luzes trazidos por ele. Todas as aparições de Jesus foram importantíssimas para soerguer o ânimo daqueles homens tristes e deprimidos pela morte do seu líder. Por último, Jesus aparece a Paulo de Tarso convocando-o para a tarefa missionária. No cristianismo primitivo, o papel de Paulo é retratado com muita realidade e reflete toda a importância que ele representou com o seu apostolado na Anatólia ou antiga Ásia Menor, atual Turquia. Os cristãos dos primeiros séculos respiravam, testemunhavam e viviam o amor de Jesus em sua plenitude e aqui é retratado com muito realismo.

O autor utiliza uma bibliografia que vai desde historiadores do Cristianismo Primitivo como Corbin, Rops, Chevitarese, Gibbon, Lopes, Blayney e o Patrístico Eusébio de Cesareia formando uma ligação com autores espíritas como Leon Denis, Kardec e Chico Xavier. Este último corpo de autores são utilizados como suporte para o objetivo do trabalho que é apresentar a visão Espírita do Cristianismo Primitivo. O autor visitou muitos dos locais onde ocorreram os fatos narrados no livro e isto faz com que o trabalho consiga unir história, geografia, Evangelho e Ciência Espírita com riqueza de detalhes e muita realidade.

A proposta do livro foi bem cumprida no sentido de que o autor conseguiu narrar historicamente o cristianismo nos quatro primeiros séculos. Iniciando com os evangelistas, trazendo na sequência a importância e o papel de Paulo de Tarso, como principal divulgador da mensagem de Jesus. Analisa o papel de Simão Pedro, de Inácio de Antioquia e Clemente de Roma, como as primeiras lideranças do cristianismo, no primeiro século.

Um levantamento histórico é realizado em relação aos imperadores romanos e suas influências e perseguições aos seguidores de Jesus e mártires do cristianismo. Desde Galba (68 e 69 d.C.) até Galério Maximiano (305-311), Maximino Daia (305-313) e Constantino (306-337), foram cerca de 30 biografias levantadas com suas importantes influências no início do cristianismo. Uma busca de fôlego e uma contribuição histórica de grande marco para os pesquisadores do cristianismo.

O trabalho ainda se estende ao período do século IV, época em que foi lançado o edito de Milão e as polêmicas que envolveram o Concílio de Niceia (325), o Arianismo e outras polêmicas, terminando com a expansão e os desvios do cristianismo. A visão Espírita, alicerçada e projetada por entre os fatos históricos, enriquecem o livro e nos entrega uma exegese histórica de grande valor para o entendimento dos fatos.

Conclui o autor, com esta citação benéfica da mesma obra de Kardec O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI, item 8, nos fazendo refletir e compreender a nossa responsabilidade frente a necessidade de resgatar a cristalinidade do Evangelho de Jesus e procurar viver a sua essência em nossa vida quotidiana:

“[…] A história da cristandade fala de mártires que se encaminhavam alegres para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para serdes cristãos, não se vos faz mister nem o holocausto do martírio, nem o sacrifício da vida, mas única e exclusivamente o sacrifício do vosso egoísmo, do vosso orgulho e da vossa vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e vos sustentar a fé.”

A literatura sobre Cristianismo e Espiritismo fica muito enriquecida com esta obra.

(*) Severino Celestino da Silva – Trechos do "Prefácio" para a obra citada. Prof. Titular da Universidade Federal da Paraíba-UFPB. Pós-doutor em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de Goiânia-Go. Prof. Fundador do Curso de Ciências das Religiões da UFPB. Prof. de Judaísmo e Cristianismo Primitivo no Curso de graduação a nível Bacharelado e Licenciatura em Ciências das Religiões da UFPB.

Obra:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Cristianismo nos séculos iniciais: aspectos históricos e visão espírita. 1.ed. Matão: O Clarim. 2018. 286p.

O livro que nos faltava

O livro que nos faltava!

União dos Espíritas. Para onde vamos?

Samuel Cunha de Aguiar (*)

Deleitei-me nestes últimos dias na leitura leve e instigante da obra “União dos Espíritas – para onde vamos?” do autor Cesar Perri (SP), pela editora EME, e deparei-me com informações inolvidáveis e inadiáveis para reflexões profundas por parte daqueles que fazemos o Movimento Espírita.

De modo ético, verdadeiro, sem redundâncias e achismos, embasado na sua vasta caminhada pelo movimento espírita, Cesar Perri não se ocupa em atacar ou acusar, mas apresenta de forma lúcida e clara onde existem equívocos, defasagem e até mesmo caduquice (grifo meu) em concepções e práticas presentes no seio do movimento espírita, ou de instituições que o representam.

É um passeio por aspectos históricos, análises de pontos pouco trabalhados nas discussões espiritistas – quiçá até nos espaços onde isso dever-se-ia se dar – e também uma imersão nos valores que não podem se perder no movimento. De modo muito particular, o capítulo 6 da referida obra foi o que mais me impactou, especialmente o item 6.1 quando o digno autor aponta 14 pontos marcantes existentes nos mais diferentes cenários do movimento espírita, como que o extrato do pensamento de um espírita que possui, sem controvérsias, porque vem da base em seus primórdios, legitimidade para identificar, apontar, mensurar e propor.

Cesar Perri fundou mocidade espírita, Centro Espírita, presidiu União Espírita em esfera local e estadual, foi diretor e Presidente da Feb, atuou no Conselho Espírita Internacional e, como poucos, conhece o Brasil Espírita de ponta a ponta. Seu livro faz referência a 37 obras consultadas e resgata extraordinárias memórias pessoais. A cada capítulo lido um aprendizado e reflexão; e como não haveria de ser diferente, ao final da obra,

Cesar conclui seus raciocínios de modo brilhante, fazendo alusão a expressiva frase latina, a qual tentei aplicar a mim mesmo, e que não mais deixarei de pensar sobre e ainda propor a outros confrades que façam o mesmo: “Quo vadis?” (para onde vais?).

O livro culmina com uma sugestão atual e urgente: “A nosso ver, o movimento espírita deve manter propostas e ações – “Para onde vais” – que efetivamente visem facilitar-se a disseminação dos ensinos do “Espírito da verdade”, compreendendo que surgirão aflições, mas com o alerta de consolo e apoio do Mestre: ‘tenham ânimo! Eu venci o mundo’”.

(*) Presidente da União Municipal Espírita de Parnaíba (Piauí); um dos dirigentes do Centro Espírita Caridade e Fé, de Parnaíba (Piauí). Transcrito do Facebook, em 01/08/2018.