O livro que nos faltava

O livro que nos faltava!

União dos Espíritas. Para onde vamos?

Samuel Cunha de Aguiar (*)

Deleitei-me nestes últimos dias na leitura leve e instigante da obra “União dos Espíritas – para onde vamos?” do autor Cesar Perri (SP), pela editora EME, e deparei-me com informações inolvidáveis e inadiáveis para reflexões profundas por parte daqueles que fazemos o Movimento Espírita.

De modo ético, verdadeiro, sem redundâncias e achismos, embasado na sua vasta caminhada pelo movimento espírita, Cesar Perri não se ocupa em atacar ou acusar, mas apresenta de forma lúcida e clara onde existem equívocos, defasagem e até mesmo caduquice (grifo meu) em concepções e práticas presentes no seio do movimento espírita, ou de instituições que o representam.

É um passeio por aspectos históricos, análises de pontos pouco trabalhados nas discussões espiritistas – quiçá até nos espaços onde isso dever-se-ia se dar – e também uma imersão nos valores que não podem se perder no movimento. De modo muito particular, o capítulo 6 da referida obra foi o que mais me impactou, especialmente o item 6.1 quando o digno autor aponta 14 pontos marcantes existentes nos mais diferentes cenários do movimento espírita, como que o extrato do pensamento de um espírita que possui, sem controvérsias, porque vem da base em seus primórdios, legitimidade para identificar, apontar, mensurar e propor.

Cesar Perri fundou mocidade espírita, Centro Espírita, presidiu União Espírita em esfera local e estadual, foi diretor e Presidente da Feb, atuou no Conselho Espírita Internacional e, como poucos, conhece o Brasil Espírita de ponta a ponta. Seu livro faz referência a 37 obras consultadas e resgata extraordinárias memórias pessoais. A cada capítulo lido um aprendizado e reflexão; e como não haveria de ser diferente, ao final da obra,

Cesar conclui seus raciocínios de modo brilhante, fazendo alusão a expressiva frase latina, a qual tentei aplicar a mim mesmo, e que não mais deixarei de pensar sobre e ainda propor a outros confrades que façam o mesmo: “Quo vadis?” (para onde vais?).

O livro culmina com uma sugestão atual e urgente: “A nosso ver, o movimento espírita deve manter propostas e ações – “Para onde vais” – que efetivamente visem facilitar-se a disseminação dos ensinos do “Espírito da verdade”, compreendendo que surgirão aflições, mas com o alerta de consolo e apoio do Mestre: ‘tenham ânimo! Eu venci o mundo’”.

(*) Presidente da União Municipal Espírita de Parnaíba (Piauí); um dos dirigentes do Centro Espírita Caridade e Fé, de Parnaíba (Piauí). Transcrito do Facebook, em 01/08/2018.