Fogo Selvagem, Alma Domada

Fogo Selvagem, Alma Domada

Obra organizada por Nádia Marcondes Luz e Cléria Bittar, Volume 4 da Coleção Espiritismo na Universidade, editado pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE), de São Paulo, em parceria com a Capes.

As organizadoras reuniram num estudo acadêmico através de variadas fontes, como os registros do Hospital do Pênfigo de Uberaba, Câmara Municipal da mesma cidade, jornais, artigos médicos, entrevistas e depoimentos cruza todas as informações, reconstruindo o drama de doentes pobres e figuras santas, como Dona Aparecida Conceição Ferreira, conhecida como dona Cida e mais uma intrincada rede de médicos, políticos, jornalistas e religiosos, emocionando e levando explicações espirituais para as doenças humanas. Há dados interessantes sobre a doença “pênfigo foliáceo”, popularmente chamado de “fogo selvagem”.

O livro é uma publicação referente à Tese de Doutorado:

LIMA, Nadia Rodrigues Alves Marcondes Luz. Fogo selvagem, alma domada: a doença e o Hospital do Pênfigo de Uberaba – história e psicografia. 2010. 330 f. Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, 2010.

A Tese tem como tema central a história da doença pênfigo foliáceo endêmico e do Hospital do Pênfigo de Uberaba (MG), fundado no ano de 1957 e ainda em atividade. O hospital recebe pacientes portadores desta doença, popularmente conhecida como fogo selvagem, provenientes de diversas regiões do Brasil. Considerada como uma das únicas doenças autoimunes com características endêmicas, classifica-se cientificamente como sendo uma dermatose bolhosa, comumente presente em regiões geográficas de climas tropicais, cuja etiologia, a despeito do empenho em pesquisas científicas, ainda permanece desconhecida. No Brasil, seu tratamento vem sendo realizado desde o final da década de 1960, com medicamentos à base de corticosteróides, potente anti-inflamatório descoberto no final da década de 1950. O Hospital do Pênfigo, em Uberaba, é a única instituição remanescente que se dedica de modo específico, com exclusividade, ao tratamento do pênfigo foliáceo endêmico. Instituição considerada pelo Estado como de utilidade pública, o hospital é administrado e parcialmente mantido por integrantes do segmento cultural espírita e oferece, além da terapêutica tradicional, também outras, integrativas, tais como o passe magnético, a desobsessão e a fluidificação da água. Ao registrar a história deste hospital, esta pesquisa traz também subsídios para a compreensão da evolução da doença e de seu tratamento, no Brasil. Destacamos a história da fundadora Aparecida Conceição Ferreira, da peculiar maneira por ela desenvolvida de tratar a doença e da sua amizade com o médium Francisco Cândido Xavier, desde os começos da construção e edificação do hospital, cujas raízes se fundam nos preceitos morais e na filosofia da história que sustentam a teoria doutrinária espírita do francês Allan Kardec.

Informações:

https://repositorio.unesp.br/handle/11449/103100?show=full