Procuremos

“Antes,  vindo  ele  a  Roma,  com  muito  cuidado  me  procurou e me achou.”  Paulo (II Timóteo, 1:17) 

Todas as sentenças evangélicas permanecem assinaladas de beleza e sabedoria ocultas. Indispensável meditar, estabelecer comparações no silêncio e examinar experiências diárias para descobri­-las.

Aquele gesto de Onesíforo, buscando o apóstolo dos gentios, com muito  cuidado, na vida cosmopolita de Roma, representa ensinamento sobremaneira expressivo.

A anotação de Paulo designa ocorrência comum, entretanto, o  aprendiz aplicado ultrapassa a letra para recolher a lição.

Quantos amigos de Jesus e de seus seguidores diretos lhes aguardam a visita, ansiosos e impacientes? Quantos se fixam, imóveis, nas atitudes inferiores, reclamando providências que não fizeram por merecer? Há crentes presunçosos que procuram impor­-se aos Desígnios Divinos, formulando exigências ao Céu, em espinhosas bases de ingratidão e atrevimento. Outros se lamentam, amargurados, quais voluntariosas criancinhas, porque o Mestre não  lhes satisfez os desejos absurdos e inconvenientes.

Raros os aprendizes que refletem nos serviços imensos do Cristo. Estaria Jesus, vagueante e desocupado, na Vida Superior?

Respirariam seus colaboradores diretos, cristalizados na ociosidade beatífica?

Imprescindível é meditar na magnitude do trabalho e da responsabilidade dos obreiros divinos.

Lembremo-­nos de que se Paulo era um prisioneiro aos olhos do mundo, era já, em si mesmo, uma luz viva e brilhante, na condição de apóstolo que o próprio Jesus glorificara. Não era, ante a visão do espírito, um encarcerado e sim um triunfador. Apesar disso, Onesíforo, a fim de vê­-lo, foi constrangido a procurá-­lo com muito cuidado.

Semelhante impositivo ainda é o mesmo nos dias que passam. Para encontrarmos Jesus e aqueles que o servem, faz­-se mister buscá-­los zelosamente.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Vinha de luz. Cap. 95. FEB)