FILHO E CENSOR

FILHO E CENSOR

“Mas, respondendo ele, disse ao pai: “eis que te sirvo, há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos…” – Jesus (LUCAS,15:29.)

Na parábola do filho pródigo, não encontramos somente o irmão que volta experiente e arrependido ao convício do lar.

Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e reclamação.

Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; entretanto, reprova e confronta.

Procede como quem lastima o dever cumprido, age à feição de um homem que desestima a própria nobreza. É fiel aos serviços do pai; contudo, critica-lhe os gestos.

Trabalha com ele; no entanto, anseia escravizá–lo aos próprios caprichos.

]Atende-lhes aos interesses, vigiando-lhe o pão e a prata.

Guarda lealdade, mergulhando-se na idéia de evidência e de herança.

Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, explode em ciúme e queixa.

Se perdoa e auxilia, interpõe o merecimento de que se julga detentor, tentando limitar-lhe a bondade.

Perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz.

É justo e injusto, terno e agressivo, companheiro e censor.

Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tranqüilidade somente para si.

No caminho da fé, analisa igualmente a tua atitude.

Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus atos e diretrizes, palavras e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom.

Não te esqueças, em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 98. Uberaba: CEC)