Fé e vida

O sol plasmava cintilâncias na grama, quando Frederico e Sinésio, se puseram a comentar certas passagens do Evangelho de Jesus.

Comentou Sinésio:

— O apóstolo Paulo foi claro, ao escrever que o justo se elevará pela fé.

— Tiago, no entanto, — falou Frederico, afirmou na epístola que lhe traz o nome que a fé sem obras é morta em si mesma.

— O desencontro das interpretações prosseguia aceso, quando Frederico colheu pequeno galho de flores de pessegueiro e acrescentou:

— Ao amigo, perguntaria sem afetação: Sinésio, de que árvore são estas flores? — De pessegueiro, respondeu o amigo.

— Quando o dono do pomar o plantou e por muito tempo cuidou dele, fez isso com que fim? — Decerto para que a árvore produzisse frutos deliciosos.

— Pois, está aí a lição da natureza — enfatizou o companheiro —, Deus colocou as flores nas árvores a fim de que elas produzam frutos que sustentem a vida.  Assim são nossos testemunhos de fé, flores dos nossos ideais. Todas são chamadas a produzir frutos que sustentem as criaturas e as que são arrebatadas pelo homem ou pelo vento se transformam apenas em promessas inúteis. Compreendeu?

Sinésio nada respondeu e passou a pensar.

EMMANUEL

UBERABA (MG), 26 DE JANEIRO DE 1989.

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Fé e Vida. Cap. 1. CEU/FEB)