FATO SOBRE SÃO LUÍS GONZAGA

FATO SOBRE SÃO LUÍS GONZAGA

O número de pessoas que procurava o Chico em seu emprego era cada vez maior e isso foi se tomando um problema muito grande.

José Xavier, seu irmão e companheiro de reuniões espíritas, sugeriu que as pessoas poderiam ser encaminhadas à sua sapataria, onde conversaria com elas até a hora em que o Chico saísse do serviço e pudesse atendê-las.

Assim foi feito. As pessoas passaram a ser encaminhadas para a sapataria de José Xavier. Durante onze anos, José conversou com obsidiados de toda espécie. Muitos chegavam até amarrados.

Certa noite, o espírito de Emmanuel avisou o Chico de que dentro de alguns minutos iriam chamá- lo. O José não estava bem. Quando chamaram, o Chico já se aprontara e foi para a casa de seu irmão.

Seus familiares logo lhe disseram: — Chico, não se preocupe, o médico disse que o José vai voltar. Emmanuel, então, diz ao Chico: — O médico amigo está com a razão. O José vai voltar, mas não irá reconhecê-lo, nem a nenhum outro familiar. Consta de suas provas cármicas que ele deve ficar onze anos num hospício.

Decorridas algumas horas, o Chico viu que vários espíritos formavam um círculo em torno da cama de José.

Perguntou ao espírito de Emmanuel do que se tratava e este informou:

— Vamos pedir ao Senhor que os onze anos que o José conversou com obsidiados em sua sapataria sejam levados em consideração e ao invés de ficar todos esses anos alienado, vamos pedir que ele desencarne já. Mais algum tempo e chegou a resposta autorizando o desencarne. Chico viu José sair do corpo. Era absolutamente igual ao que ficara imóvel.

Alguns meses se passaram. José apareceu ao Chico. — Como está? pergunta-lhe o Chico. — Não muito bem, respondeu-lhe. Parece que meu cérebro não cabe em minha cabeça. Sinto muita tontura. José desencarnou onze anos antes do prazo previsto, com a autorização do Plano Espiritual Superior e estava nessa condição. Imaginem os que vão para lá pelas portas enganosas do suicídio.

Mais alguns meses e o José lhe aparece novamente nas mesmas condições.

Falou-lhe, então, o Chico. — José, hoje é dia de São Luís Gonzaga. E o Santo virá à Terra abençoar toda instituição que tem o seu nome. Certamente vai passar em frente ao Centro Espírita Luís Gonzaga. José para lá se dirigiu. Quando o Santo apareceu, toda a rua ficou iluminada. Era uma luz tão intensa que o José não conseguiu olhá-lo. Ficou de joelhos e começou a orar: — São Luís Gonzaga, eu queria que o senhor me ajudasse a ficar bom. Só quero o meu equilíbrio para continuar conversando com obsessores e obsidiados nas praças públicas, nos bares, nos cinemas, nos clubes. José viu, então, uma mão como se fosse feita de luz que lhe deu um lírio com um perfume indescritível.

Ele aspirou a flor, que desapareceu, penetrando- lhe o nariz. Quando o Santo acabou de passar, continuando sua jornada de luz, José estava completamente restabelecido em seu equilíbrio.

Do Livro "Chico, de Francisco" – Adelino da Silveira Capítulo "SÃO LUÍS GONZAGA" Editora Cultura Espírita União – CEU: http://www.ceu.com.br/