PAI E AMIGO

PAI E AMIGO

“E levantando-se, foi para seu pai; e quando ainda estava longe, o pai chegou a vê-lo, moveu-se de íntima compaixão e, correndo, lançou-se lhe ao pescoço e o beijou.” – Jesus (LUCAS, 15:20.)

É possível que essa ou aquela falta te sombreie o coração, impelindo-te ao desânimo.

Anseias respirar a fé pura, entregar-te aos misteres do bem, contudo, trazes remorso e tristeza.

Dissipaste as forças da vida, extraviaste votos santificantes, erraste, caíste na negação, qual viajor que perdesse a luz…

Entretanto, recorda a Providência Divina a reerguer-te. O amor de Deus nunca falta.

Para toda ferida haverá remédio adequado.

Para todo desequilíbrio aparecerá o reajuste.

Fixa-te no ensinamento do Cristo, enunciando o retorno do filho pródigo.

O reencontro não se deu em casa, com remoques e humilhações para o moço em desvalimento.

Assinalando-o no caminho de volta " e, quando ainda estava longe, o pai, ao vê-lo, moveu-se de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.

O pai não esperou que o filho se penitenciasse o rojo, não exigiu excusas, não solicitou justificativas e nem impôs condições de qualquer natureza para estender-se os braços; apenas aguardou que o filho se levantasse e lhe desejasse o calor do coração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 97. Uberaba: CEC)

PRODUZIMOS

PRODUZIMOS

“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim.” – Jesus. (JOÃO, 15:4,)

Produzimos. Tudo o que é alguma coisa produz algo.

Elementos considerados desprezíveis estão fazendo isso ou aquilo.

Pedras produzem aspereza.

Espinhos produzem lacerações.

Lama produz sujidade.

Martelo produz. golpes.

Entretanto, se produzimos para o bem, esses mesmos recursos, em nossas mãos, vêemse promovidos a instrumentos -valiosos, porquanto, pedras ajudam nas construções, espinhos de natureza técnica podem colaborar no serviço cirúrgico, lama devidamente tratada é terra de sementeira, e martelo controlado é auxiliar prestimoso.

Cada criatura, desse modo, produz conforme os agentes em que se inspira.

Os seres mais lastimáveis, ainda que não queiram, estão produzindo sempre.

O delinqüente produz o desequilíbrio.

O viciado produz o desregramento.

O preguiçoso produz a miséria.

O pessimista produz o desânimo.

Onde estiveres, estás produzindo, de acordo com as influências a que te afeiçoas, e atuando mecanicamente sobre todos aqueles que se afeiçoam ao teu medo de ser.

Todos produzimos, inevitavelmente.

Aprendizes do Evangelho, na escola espírita-cristã, recordemos, pois, a lição do Cristo : “Permanecerei convosco se permanecerdes em mim.”

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 103. Uberaba: CEC).

FILHO E CENSOR

FILHO E CENSOR

“Mas, respondendo ele, disse ao pai: “eis que te sirvo, há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com meus amigos…” – Jesus (LUCAS,15:29.)

Na parábola do filho pródigo, não encontramos somente o irmão que volta experiente e arrependido ao convício do lar.

Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e reclamação.

Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; entretanto, reprova e confronta.

Procede como quem lastima o dever cumprido, age à feição de um homem que desestima a própria nobreza. É fiel aos serviços do pai; contudo, critica-lhe os gestos.

Trabalha com ele; no entanto, anseia escravizá–lo aos próprios caprichos.

]Atende-lhes aos interesses, vigiando-lhe o pão e a prata.

Guarda lealdade, mergulhando-se na idéia de evidência e de herança.

Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, explode em ciúme e queixa.

Se perdoa e auxilia, interpõe o merecimento de que se julga detentor, tentando limitar-lhe a bondade.

Perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz.

É justo e injusto, terno e agressivo, companheiro e censor.

Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tranqüilidade somente para si.

No caminho da fé, analisa igualmente a tua atitude.

Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus atos e diretrizes, palavras e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom.

Não te esqueças, em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 98. Uberaba: CEC)

 

PAZ EM CASA

PAZ EM CASA

…e em qualquer casa onde entrardes,dizei antes: “paz seja nesta casa” – Jesus (Lucas 10:5)

Compras na terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a paz.

Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranqüilidade de espírito.

Eis porque nos recomenda Jesus venhamos a dizer, antes de tudo, ao entramos numa casa: "paz seja nesta casa".

A lição exprime vigoroso apelo à tolerância e ao entendimento.

No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que não penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar.

Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bondade e a cooperação para que o mal se reduza.

Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os próprios aborrecimentos, limitando as inquietações. Recebe a refeição por bênção divina. Usa portas e janelas, sem estrondos brutais.

Não movas objetos, de arranco.

Foge à gritaria inconveniente.

Atende ao culto da gentileza.

Há quem diga que o lar é ponto do desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime.

Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que ele se torne em praça onde a criatura se animalize.

Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique.

Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, é imperioso não esquecer que a paz do mundo parte de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 108. Uberaba: CEC).

A PORTA DA PALAVRA

A PORTA DA PALAVRA

"Orando também, juntamente por nós para que Deus nos abra a porta da palavra …" – Paulo (Colossenses, 4:3)

A atualidade terrestre dispõe dos mais avançados processos de comunicação entre os homens.

Num só dia aviões sobrevoam nações diversas.

O rádio e a televisão alteram o antigo poder do espaço.

Quantos milhões de criaturas, porém, se reconhecem profundamente isoladas dentro de si, ainda mesmo quando parte integrante da multidão?

Quantos seres humanos varam largos trechos da existência expedindo apelos ao socorro espiritual de outros seres humanos sem qualquer resposta que lhes asserene o campo emotivo?

O que mais singulariza o problema é que nem sempre vale a presença material de alguém para o auxílio de que outro alguém se reconhece necessitado.

Quem sofre prefere solidão à companhia daqueles que lhes agravam o sofrimento.

Todos nós carecemos de alívio na hora da angústia ou de apoio em momentos difíceis, e, para isso, contamos receber daqueles que nos rodeiam a frase compreensiva e conveniente.

Entanto, nesse sentido, não bastará que os nossos benfeitores nos manejem corretamente o idioma ou nos identifiquem o grau de cultura.

É imperioso nos conheçam os sentimentos e problemas, os ideais e realizações.

Meditemos, pois, na importância do verbo e roguemos a Deus nos inspire, a fim de encontrarmos a porta adequada à palavra certa e sermos úteis aos outros tanto quanto esperamos que os outros sejam úteis a nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Cap. A porta da palavra. Matão: O Clarim).

FUTURO E NÓS

FUTURO E NÓS

Cada noite, habitualmente, agradeces a Deus por mais um dia e, quase sempre, refletes no amanhã.

De que ingredientes se nos formará o futuro?…

Embora, em muitas ocasiões, os homens a procurem, no lado externo da existência, a resposta está sempre em nós mesmos.

À medida que se nos amplia a maturidade interior, reconhecemos que a evolução é um caminho em formação para o alto, em nos reportando ao progresso do espírito.

Diariamente edificamos.

E edificamos, em nós e por fora de nós, a cooperação que nos cabe no engrandecimento da vida.

Em vista disso, se nos propomos a encontrar o amanhã melhor, cogitemos disso hoje.

Comecemos avaliando a importância de compreender e servir.

Esqueçamos ressentimentos e sombras, lembrando-nos de que a prática do amor é trabalho para todos os dias.

Não reclamemos dos outros, aquilo que possamos fazer por nós mesmos.

Entendamos que os nossos problemas não são maiores do que muitas das dificuldades que afligem os semelhantes.

Melhoremos a nós próprios, a fim de que as nossas experiências se elevem.

Vejamos em cada criatura um mundo à parte e, por isso, aceitemos os nossos companheiros de caminho, tais quais são, sem exigir-lhes demonstrações de santidade ou grandeza.

Busquemos o trabalho constante, no bem de todos, por ação capaz de impulsionar-nos para adiante, livrando-nos de fixações pessoais em grades de sombra.

E atentos ao valor do tempo, avancemos, sem nos marginalizarmos nas perturbações das horas vazias.

O nosso futuro está sendo articulado neste instante por nós mesmos.

Façamos agora o melhor ao nosso alcance, porque o amanhã para nós será sempre o nosso hoje passado a limpo.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Algo Mais. Lição nº 01. São Paulo: IDEAL)

Beneficência e Justiça

Beneficência e Justiça

“E como vós quereis que as homens vos façam, da maneira lhes fazei vós também.” (JESUS, LUCAS, 6: 31).

Começai vós por dar o exemplo: sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus a encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias, separa, no reino, o joio do trigo.” (ESE, Cap. X1, 12).

Examinando a beneficência, reflitamos na Justiça que a vida nos preceitua ao senso de relações.

Sem ela, é possível que os melhores empreendimentos sofram a nódoa de velhas mentiras crônicas em. nome da gentileza.

Atravessas escabrosas necessidades materiais e, claro, te alegras, ante o auxílio conveniente, mas se a cooperação chega marcada pelo manifesto desprezo dos que te ajudam. com displicência, como se desfizessem de um peso morto, estarias mais contente se te deixassem a sós.

Caíste moralmente, ansiando levantar, e rejubilas-te, diante do apoio que te surge ao reerguimento, entretanto, se esse concurso aparece tisnado de violências, qual se representasses um fardo de vergonha. para os que te supõem reabilitar, sentirias reconhecimento maior se te desconhecessem a luta.

Choras, nas crises de provação que te fustigam a existência, e regozijas-te, quando os amigos se dispõe a ouvir-te o coração faminto de solidariedade, mas se pretendem consolar-te, repetindo apontamentos forçados, como se fosses para eles um problema que são constrangidos a suportar, por questões de etiqueta, mostrarias mais ampla gratidão, se te entregassem ao silêncio da própria dor.

A justiça faz-nos sentir que o supérfluo de nossa casa é o necessário que falta ao vizinho; que o irmão ignorante, tombado em erro, é alguém que nos pede os braços e que a aflição alheia amanhã poderá ser nossa.

Beneficência, por isso, assume o caráter de dever puro e simples.

Recomenda-nos a regra áurea: “faze aos outros o que desejas te seja feito.”

A sentença quer dizer que todos precisamos de apoio à luz da compreensão; de remédio que ,se acompanhe de enfermagem e de conselho em bases de simpatia.

Em suma, todos necessitamos de caridade uns para com os outros, nesse ou naquele ângulo- do caminho, mas é forçoso observar que se a beneficência nos traga a obrigação de ajudar, ensina-nos a justiça como se deve fazer.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Livro da esperança. Cap. 30. Uberaba: CEC).

O TEMPO

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo. Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina.

Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.

Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.

Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.

É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?

Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.

A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.

Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas.

No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.

Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações…

Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.

Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 1. FEB)

QUEIXUMES

QUEIXUMES

“Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais reprovados.” (TIAGO, 5:9.)

Cada vez que nossos lábios cedem ao impulso da queixa, quase sempre estamos simplesmente julgando a vida que nos é própria.

Observa, assim, a ti mesmo e deixa que a consciência te vigie a palavra.

Se viste uma pessoa em falta contra outra, não lhe exageres a culpa, recordando quantas vezes terás faltado igualmente contra o próximo.

E assim como agradeceste a quantos te desculparam os senões da conduta, confiando em que te melhorarias com o tempo, ampara também o irmão caído em erro, através de teu otimismo fraternal, para que se levante e te bendiga.

Se um companheiro te ofendeu, não te confies a reações descabidas, refletindo nas ocasiões em que terás igualmente ferido os semelhantes.

E assim como te rejubilaste, diante de todos os que te esqueceram os golpes, na certeza de que saberias reconsiderar a própria atitude, auxilia também o amigo que se fez instrumento de tua dor, através do olvido de todo mal, a fim de que ele se restaure e te abençoe a grandeza de espírito.

Em toda conversação, na qual sejamos induzidos a examinar o comportamento do próximo submetido à censura alheia, vasculhemos o íntimo, concluindo se não teríamos praticado incorreções iguais ou maiores no lugar dele.

E, em todas as circunstâncias, não nos esqueçamos de que, estaremos intimando, automaticamente, a nós mesmos a viver em nível mais alto e a fazer coisa melhor.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 100. Uberaba: CEC).

Disciplina e educação

Disciplina e educação

Evidentemente, não se justificam cilício e jejum sistemáticos, a serviço da alma, no entanto, é justo empenharmos atenção e esforço, na aquisição de hábitos dignos, conducentes à elevação.

Considera que toda obra, por mais importante, principia no alicerce e iniciemos as grandes realizações do Espírito, através de pequenos lances de disciplina.

Tanto quanto possível, aprende a te desprenderes dessa ou daquela porção de ti mesmo ou daquilo que te pertença.

A fim de ajudar ou facilitar alguém.

Não desprezes a possibilidade de visitar os irmãos em doença ou penúria, pelo menos uma vez por semana, de maneira a levar-lhes consolação e refazimento.

Em cada sete dias, qual ocorre ao impositivo do descanso geral, destaca um deles para ingerir o mínimo de alimentação, doando o necessário repouso aos mecanismos do corpo.

Semanalmente, retira um dia para o trabalho de vigilância absoluta no próprio pensamento e no próprio verbo, mentalizando e falando exclusivamente no bem dos outros.

Em cada ciclo de vinte e quatro horas, separa diminuta área de tempo, quando não possas fazê-la mais ampla, para estudo e meditação, silêncio e prece.

Faze, por dia ou por semana, um horário de serviço gratuito, em auxílio aos companheiros da Humanidade.

Decerto que não estamos generalizando recomendações, de vez que todos conhecemos criaturas, quase que inteiramente devotadas ao bem do próximo.

Ainda assim, apresentamos o assunto de nós para nós mesmos, porque toda educação parte da disciplina e, para que nos ajustemos à disciplina, nesse ou naquele setor da vida, será sempre invariavelmente preciso começar.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Paz e Renovação. Araras: IDE).