Carta enviada ao autor por leitor de “Caminhos da Vida”

Carta enviada ao autor por leitor de “Caminhos da Vida”. Comentário de liderança:

“Bom dia, Cesar! Terminei a leitura de Pelos caminhos da vida. Parabéns por nos apresentar e contar suas vivências e experiências. Parabéns pela vida densa, principalmente na divulgação da nossa Doutrina. Fiquei feliz em verificar todo seu esforço e trabalho.

Algumas vivências, inclusive, não tinha conhecimento. Fiquei muito triste ao conhecer detalhes do que aconteceu na sua saída da FEB. Antes de espíritas, somos seres humanos em um mundo de provas e expiações.

Não é somente o Samuel (*) que o tem como modelo de dirigente espírita. Eu também, desde o princípio quando tive conhecimento de seus trabalhos na década de 90, tenho você como um exemplo de atuação a ser seguido. Obrigado por compartilhar seus caminhos. Muitas aprendizados também para nós.

Abraços a você e a Célia.

São José dos Campos, 30/07/2021. Aparecido José Orlando”

(O leitor foi presidente da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo – 2018/2021).

(*) referência a depoimento de dirigente espírita citado no livro.

Obra: Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Cocriação, 2021.

Informações (copie e cole): cocriaçãobencultural@gmail.com

As memórias do Cesar Perri como relatos de trajetória existencial

As memórias do Cesar Perri como relatos de trajetória existencial

RESENHA – Blog do W.Garcia:

"As narrativas biográficas constituem um gênero literário bastante consumido no mundo, sejam elas escritas ou audiovisuais, tanto mais quanto revelam aspectos do pensamento, da identidade e das ações individuais e coletivas por parte daqueles que se destacam de algum modo na sociedade. Há pelo menos dois tipos de material a colher aí: aqueles que se ligam à subjetividade do biografado e os de caráter histórico.

Antonio Cesar Perri de Carvalho, ex-presidente da USE-SP e da Federação Espírita Brasileira, viu-se de repente impulsionado a registrar suas memórias logo no início da pandemia do Coronavírus, e o fez com tal fôlego que acaba de publicá-las em um denso volume – Pelos caminhos da vida, memórias e reflexões (Ed. Cocriação) – com mais de 600 páginas, avisando logo na capa que se trata de 3 volumes em 1, ou seja, uma trilogia, assim dividida: 1º, 2º e 3º Livro, cada qual deles com prefácio específico segundo o tipo de material e o tempo abordado.

À longa carreira acadêmica, cuja trajetória profissional atinge o cargo de pró-Reitor, chegando a pleitear a Reitoria sem o conseguir, Cesar Perri soma sua trajetória espírita, onde também desenvolve uma carreira de estudioso e pesquisador, ao lado da conquista de cargos de liderança, especialmente dois pelos quais se tornou bastante conhecido: presidente da USE-SP, União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, e presidente da FEB, Federação Espírita Brasileira, experiências estas que forneceram à narrativa autobiográfica uma gama muito grande de informações que, por certo, interessam em especial aos historiadores do espiritismo.

No livro 1º, que tem o prefácio de Ismael Gobbo, Cesar Perri reúne memórias familiares e as que se relacionam aos primeiros tempos da infância e adolescência e a inserção no espiritismo, tendo tido a felicidade de ter sua origem em família espírita. Trata-se de um interessante passeio oferecido ao leitor por épocas e situações diversas, com as quais muitos haverão de se identificar devido às semelhanças de acontecimentos. O texto está dividido em dois subtítulos: Definições do roteiro de existência e Educação como laço.

No 2º livro, com prefácio de Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior, o autor apresenta suas memórias também sob dois subtítulos: Em ações nacionais e internacionais, em que comenta sua trajetória após deixar sua terra natal, Araçatuba, onde viveu por muitos anos, quando assume compromissos junto à federativa espírita estadual, USE-SP e FEB, até às atividades internacionais por conta do último cargo. Sob o segundo subtítulo: A experiência na FEB, Cesar Perri se concentra na versão dos fatos que correspondem à experiência específica vivida na instituição federativa nacional, que culminou com a perda da sua candidatura à reeleição.

Finalmente, no 3º livro, nosso autor apresenta o prefácio de Hélio Ribeiro Loureiro para este volume que está dividido em três partes: Momentos após FEB, Homenagens a vultos e Algumas pinceladas no tempo. É quando faz análises e apresenta interrogações para o desenrolar dos fatos relacionados ao movimento espírita brasileiro e seu futuro, entre outros assuntos.

Naturalmente, as narrativas das memórias feita em regime de autobiografia sempre trazem fatos curiosos, pitorescos e até mesmo trágicos, o que atende à curiosidade de muitos leitores ávidos por essas minúcias.

No caso do Cesar Perri, à evidência, não poderiam faltar reflexões quanto às experiências em vidas anteriores, revelações mediúnicas recebidas, reencontro no tempo com companheiros do passado, enfim, fatos que acrescentam ao lado humano do sujeito o tom da interexistencialidade tão bem desenvolvido pela pena do inesquecível professor Herculano Pires.

Livro, pois, de leitura necessária.

Livro: Pelos caminhos da vida, memórias e reflexões, 632 páginas, capa 4 cores, formato 14 x 21 cm. Ed. Cocriação Editora, Araçatuba, SP."

Publicado em:

Expediente-on-line. Blog do W.Garcia:

https://www.expedienteonline.com.br/as-memorias-do-cesar-perri-como-relatos-de-trajetoria-existencial/#more-4638

MEMÓRIAS SOB A ÓTICA DO ESPIRITISMO

Resenha

BLOG DO CONSA

VALE A PENA LER

MEMÓRIAS SOB A ÓTICA DO ESPIRITISMO

Em seu livro, Antônio César Perri, conta sua dedicação à família e à profissão sob a ótica do espiritismo

Por Hélio Consolaro (*) – Publicado em 30/7/2021.

Os espíritas gostam de ler, sempre estão com um livro à mão. Em Araçatuba, há uma livraria em forma de banca instalada na praça Rui Barbosa, onde vendem seus livros.

Em 2021, o espiritismo completa 100 anos em Araçatuba. E também escrevem. Às vezes, praticam a psicografia, anotam algo que teria sido ditado ou sugerido por algum espírito desencarnado. Geralmente, colocam na capa o nome do autor do livro, mas acrescentam "pelo espírito tal". Ninguém psicografou mais que Chico Xavier.

Autografado pelo autor, recebi do amigo Sirlei Nogueira um presente, o livro "Pelos caminhos da vida -memórias e reflexões", 632 páginas, do ex-confrade Antônio César Perri de Carvalho da Academia Araçatubense de Letras. Ele se desligou da entidade por ter se mudado de Araçatuba, assim exige o estatuto.

Trata-se de um livro espírita, mas não psicografado, onde o autor, além de contar sua dedicação à família e à profissão, fala também do espiritismo vivido por ele 24 horas por dia. A parte 1 rememora a família, bem consolidada e respeitada; a parte 2, a profissão, como professor da Faculdade de Odontologia da Unesp – Araçatuba; a parte 3 fala de seu engajamento no espiritismo. Essas três partes têm a educação como laço.

O livro, composto de três partes, tem o prefácio de André Marouço e uma mensagem especial de Divaldo Pereira Franco, o decano do espiritismo no Brasil; mas as três partes têm cada uma seu prefaciador. Parte 1: Ismael Gobbo; parte 2: Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior; parte 3: Hélio Ribeiro Loureiro.

Antônio César Perri de Carvalho escreveu mais de 30 livros, graduado em Odontologia. Lecionou em várias universidades. De Araçatuba (cidade onde nasceu), foi morar em Brasília, para trabalhar no Ministério da Educação. Atualmente, reside em São Paulo.

O CENTENÁRIO EM ARAÇATUBA

Segundo Sirlei Nogueira, supervisor editorial do livro, a publicação de memórias e reflexões de Antônio César de Carvalho faz parte das comemorações do centenário do espiritismo em Araçatuba. Nele o autor conta também o seu relacionamento com outras entidades, como a Legião da Boa Vontade e a maçonaria. "A obra é uma contribuição à história, com episódios de Araçatuba, do Estado de São Paulo, do país e de momentos internacionais."

Perri exalta no livro o poder da educação, colocando-a na sua vida como laço entre a família, a profissão e o espiritismo. As três pedras preciosas inseridas no desenho da capa.

SERVIÇO

Para adquirir o livro, procure a Livraria Espírita, av. Luís Pereira Barreto, 817 – telefone: 3624 2455. Ou a banca da Praça Rui Barbosa, também em Araçatuba-SP.

* Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor.

Extraído de:

https://018news.com.br/coluna/blog-do-consa/memorias-sob-a-otica-do-espiritismo

Obs.: Esse texto de Hélio Consolaro foi publicado também no jornal "Folha da Região", de Araçatuba; "Tribuna", de Jales; "Jornal da Região", de Andradina; "Diário de Penápolis".

Livro “Pelos caminhos da vida” – manifestações dos prefaciadores em síntese da Editora

Livro Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões – manifestações dos prefaciadores em síntese da Editora

   

A Cocriação Editora está divulgando um “book trailer” sobre o livro Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões, de Antonio Cesar Perri de Carvalho, com síntese das manifestações dos prefaciadores por ocasião do lançamento: Divaldo Pereira Franco, André Marouço, Hélio Ribeiro Loureiro e Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior.

Um bate papo com o prefaciador Ismael Gobbo foi gravado com o autor da obra.

Esse livro foi lançado em junho de 2021 pela Cocriação Editora, de Araçatuba (cocriacaobencultural@gmail.com).

Acesse pelos links:

Bate-papo com prefaciador Ismael Gobbo (copie e cole):

Book-trailer da Editora:

Vultos homenageados em novo livro de Perri

Vultos homenageados em novo livro de Perri

O livro recém lançado Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões, de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho (Cocriação Editora, Araçatuba) é uma autêntica contribuição à história de episódios de Araçatuba, do Estado de São Paulo, do país e de momentos internacionais.

Conta com apresentação por André Marouço (SP) e carta à guisa de prefácio por Divaldo Pereira Franco (Ba); prefácios das partes, os três livros; Ismael Gobbo (SP); Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior (Ap); Hélio Ribeiro Loureiro (RJ).

Há homenagens a vultos da região de Araçatuba, do Estado de São Paulo e de projeção nacional que o influenciaram, com sínteses biográficas: Benedita Fernandes; Irma Ragazzi Martins; Emília Santos; casal Linda e João Dias Almeida; Chico Xavier; genitora Bebé, os tios Lourival, Rolandinho e Walter; Altivo Pamphiro; Mário da Costa Barbosa; Arnaldo Rocha; Nestor João Masotti; Altivo Ferreira; Alexandre Sech; José Antonio Luiz Balieiro; Divaldo Pereira Franco.

Contatos sobre o livro:

fone: 18-99709.4684 (Sirlei Nogueira); cocriacaobencultural@gmail.com

Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões e seus prefaciadores

Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões e seus prefaciadores

O livro Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões, de autoria de Antonio Cesar Perri de Carvalho, lançado pela Editora Cocriação, contém três livros ou grandes partes. Há prefaciadores para o texto em geral e para cada um dos livros.

Eis alguns trechos dos prefaciadores:

André Marouço (SP):

“[…] Até a última página desta obra o espiritismo é o fio condutor da narrativa, e com isso o leitor vivencia importantes fatos ocorridos nos bastidores de acontecimentos que se deram na doutrina espírita durante as últimas décadas. Boa parte destes relatos demonstra o envolvimento do autor com as tarefas do movimento espírita desde praticamente a infância, porém ocupam páginas importantes a trajetória que Cesar percorreu como dirigente espírita…”

Divaldo Pereira Franco (Ba):

“[…] Agradeço em lágrimas, porque você também tem sofrido muito e continua com Jesus e Kardec. Assim, prosseguiremos até o momento de retorno ao Grande Lar. Carinho à família e abraços de perene afeto a você….” – “Autorizo que publique a carta no seu livro”.

Ismael Gobbo (SP):

“[…] breves considerações provindas do coração e fomentadas pelos sentimentos de gratidão ao Cesar por tudo que fez e faz. De minha parte, tenho a dizer que com ele aprendi o pouco que sei e absorvi o sentimento de focar o trabalho espírita na seriedade e grandiosidade do insigne codificador do Espiritismo, Allan Kardec,…”

Manuel Felipe Menezes da Silva Júnior (Ap):

“[…] A presente obra é a anotação resumida do que Perri viu, ouviu, sentiu, viveu, chorou, sorriu e aprendeu com pessoas do mundo inteiro ligadas pelo elevado sentimento do bem e do trabalho da unificação.”

Hélio Ribeiro Loureiro (RJ):

“[…] o carro do progresso não poderá ser detido e repetirá, como Galileu Galilei que, tempos após o julgamento do poder temporal da igreja de Roma, teve consagrada a idéia do heliocentrismo e suas palavras se imortalizaram: “mas que a Terra se move, se move!”.

De:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Ed.Cocriação. 2021. 632p.

Revista espírita focaliza mensagens familiares de Chico Xavier

Revista espírita focaliza mensagens familiares de Chico Xavier

A Revista espírita, a mesma fundada por Allan Kardec, tem analisado mensagens familiares psicografadas por Chico Xavier. Sob o título “O triunfo da vida”, no exemplar do1o trimestre de 2021foi reproduzida a tradução de mensagem assinada pelo jovem Roberto Muskat, recebendo comentários muitos oportunos do periódico. Trata-se de mensagem psicografada por Chico Xavier, do espírito Roberto Muszkat, filho do médico Chyja David Muszkat e de Sonia Golcman Muszkat, vinculados ao judaísmo e residentes em São Paulo. A psicografia possui muitos pontos de identificação espiritual e envolvendo princípios israelitas. No Brasil há um livro Quando se pretende falar da vida (Ed. GEEM, 1983) contendo todos os episódios da relação da família Muszkat com Chico Xavier. Entre várias matérias, há transcrição de um discurso de Amélie Boudet, feito em setembro de 1845, em cerimônia anual de um pensionato para meninas. No Editorial, Jean-Paul Evrard, ao se iniciar o 11o ano de publicação da Revista pelo Mouvement Spirite Francophone homenageia Roger Perez e Nestor João Masotti. Essa revista francesa contém vários artigos, todos com grande valor doutrinário e divulgação das obras básicas de Allan Kardec.

De: Revue spirite, Ano 164, 1o trimestre de 2021.

Informações:

info@lmsf.org;

http://www.revue-spirite.org

As flores douradas do meu jardim

Resenha (*)

As flores douradas do meu jardim

Livro recém lançado contendo mensagens espirituais psicografadas por Alexandre Sech, editado pelo Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba.

A nova obra reúne 60 mensagens do espírito Joséas, comentando versículos do Novo Testamento. O autor espiritual aborda de maneira clara e objetiva, mas com profundidade temas de importância para o atual estágio da Civilização. Contém reflexões muito sugestivas para o movimento espírita. Sempre há coerência com os princípios das obras de Kardec.

O novo livro foi organizado pelo concunhado e colega de profissão Célio Trujillo Costa. Na Apresentação Célio Costa relata que “a obra já estava pronta para ser impressa quando meu querido amigo foi surpreendido por doença neurológica que lhe foi tolhendo as atividades, […] Atrevi-me a tomar de suas psicografias, porque Alexandre desejava divulgar o trabalho do Espírito Joséas, para orientação dos companheiros espíritas…” Célio também informa que o espírito autor preferiu o anonimato com o “cognome ‘Joséas’, ao invés do nome próprio da personagem que aviventou durante sua encarnação entre nós”.

Muitos espíritas conheceram Alexandre Sech como um dos dinâmicos dirigentes do “Luz Eterna”, um dos criadores do COEM-Centro de Orientação e Educação Mediúnica e expositor, e, sem dúvida, médico conceituado, inclusive com atuação no Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, ligado à FEP.

Tivemos a felicidade de conhecê-lo, bem como sua família nos idos de 1972, estabelecendo-se um continuado e prolongado intercâmbio. Assim, além dos afazeres mais divulgados de Sech, conhecemos também o médium: psicofônico, psicográfico, vidente… Temos alguns registros desses momentos. Incluímos mensagem de Benedita Fernandes por ele psicografada em nosso livro sobre ela, desde a 1ª edição em 1982; tivemos mensagens familiares e, mais recentemente, incluímos em livro novo – no prelo -, a nossa homenagem ao amigo desencarnado em 2019 e ainda algumas informações sobre suas nuances mediúnicas.

Por isso, o livro psicográfico de Alexandre Sech não nos causou surpresa.

Sem dúvida, é uma obra que traz subsídios muito lúcidos para os estudiosos do Novo Testamento à luz do Espiritismo.

Fonte:

Sech, Alexandre. Pelo espírito Joséas. As flores douradas de meu jardim. Curitiba: Edições Luz Eterna. 2020. 202p.

Informações:

celegrafica@ig.com.br;

cele@cele.org.br

(*) Por Antonio Cesar Perri de Carvalho.

Batuíra – Verdade e luz

Resenha (*)

Batuíra – Verdade e luz

Oportuno livro sobre Batuíra, um marcante pioneiro espírita da cidade de São Paulo, foi lançado em janeiro de 2021 pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita Eduardo Carvalho Monteiro, de São Paulo.

O autor da obra Eduardo Carvalho Monteiro, desencarnado em 2005, lançou o livro no ano de 1999 e que se encontrava há muito tempo esgotado. Interessante é que possuímos a 1ª edição, com autógrafo do autor amigo.

Agora o livro ressurge pelo CCDPE, detentor de notável acervo, e que numa merecida homenagem tem o nome do autor.

Em 160 páginas, pode-se adentrar em cenas da capital paulista da 2ª metade do século XIX, ilustradas com fotos e mapas da época, ambiente em que atuou o imigrante português António Gonçalves da Silva (1839-1909) e que marcou época em ambientes da imprensa, culturais, políticos e espíritas da então capital da Província.

Nas páginas introdutórias, aparece o projeto do filho de Humberto de Campos em escrever sobre Batuíra, encargo passado para Eduardo Carvalho Monteiro em 1998. O trabalho espírita de Batuíra é descrito em função dos seus atendimentos a pessoas doentes e carentes; sua atuação durante a epidemia da varíola; as ações da Instituição Beneficente Cristã “Verdade e Luz”, uma das mais antigas do país; do jornal Verdade e Luz, também dos primeiros periódicos espíritas; criação de grupos e centros espíritas em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro; de seu relacionamento com dirigentes da então novel FEB; do seu pioneirismo ao fundar um órgão voltado ao movimento espírita, a União Espírita do Estado de São Paulo (1908). Fato marcante é que a rua onde ele iniciou suas atividades espíritas é oficialmente denominada “Rua Espírita”, limite dos bairros Liberdade e Cambuci, perto do centro da cidade de São Paulo. Desde quando Batuíra estava encarnado, as pessoas espontaneamente se referiam à “rua do espírita”.

No capítulo “Cenas de uma vida edificante” há relatos sobre casos e pessoas atendidas por Batuíra. Exemplos de uma vida de renúncia e de muita nobreza de caráter. Inclusive, as obras que ele manteve em alguns bairros de São Paulo foram construídas com recursos dele próprio.

O livro também destaca informações sobre a atuação espiritual de Batuíra, em várias psicografias de Chico Xavier, notadamente o livro Mais luz (Ed. GEEM).

Batuíra sempre foi reconhecido pelo seu dinamismo e dedicação ao próximo. Aliás, o apelido Batuíra, é uma comparação alusiva ao pássaro ágil e rápido que habitava as várzeas da cidade de São Paulo. Sem dúvida, um “pássaro” diferenciado que se destacou e semeou o bem!

Informações e pedidos – CCDPE-ECM:

Fone 11-5072-2211;

E-mail: contato@ccdpe.org.br

Fonte:

Monteiro, Eduardo Carvalho. Batuíra. Verdade e luz. São Paulo: CCDPE. 2021. 160p.

(*) Antonio Cesar Perri de Carvalho, colaborador do CCDPE-ECM; ex-presidente da USE-SP e da FEB.

A tradução do Novo Testamento originalmente adotada por Emmanuel e suas razões

Artigo

A tradução do Novo Testamento originalmente adotada por Emmanuel e suas razões

Flávio Rey de Carvalho (*)

Desde as comemorações do centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, ocorridas em 2010, seguidas pelos 150 anos de O Evangelho segundo o Espiritismo, em 2014, o interesse pelo estudo de aspectos do Novo Testamento, à luz das obras de Emmanuel, aumentou consideravelmente. Sob a euforia dessas circunstâncias, nem todas as pessoas teriam se inteirado dos pressupostos adotados por esse autor espiritual, na coerente exposição de seu pensamento.

Nesse sentido, este artigo procura destacar alguns pontos essenciais para a compreensão do evangelho segundo Emmanuel. Nos últimos anos, em dissonância com os critérios adotados por Emmanuel, a harmonia do conjunto de suas obras teria sido comprometida, terminando por prejudicar a coesão de suas ideias em torno do evangelho redivivo.

Em termos práticos e efetivos, a substituição dos versículos originais, baseados na tradução de João Ferreira de Almeida (“revista e corrigida”), por versões mais “modernas” e “acadêmicas” que viessem a refletir os “avanços” realizados no campo da “crítica literária”, desde os anos 1960. Esses “avanços” teriam adquirido impulso por influência de ações emanadas do seio da Igreja Católica, durante o papado de João XXIII (1958-1963). Entre elas, destacar-se-ia a criação do Secretariado para a união dos cristãos (1961) – que, em 1968, viria a apresentar o documento A cooperação interconfessional da tradução da Bíblia, no qual consta a recomendação ao recurso às “edições críticas” do Novo Testamento grego na realização de novas traduções − e a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965) – que, congregando os expoentes da hierarquia católica e também figuras representativas da Igreja Ortodoxa e do protestantismo, embora na posição de observadores – viria a convencionar, em 1965, a Constituição Dogmática Dei Verbum (Palavra de Deus), figurando, entre suas diretrizes, a aplicação do “método histórico-crítico” à leitura da Sagrada Escritura.[1,2] Em meio a esse processo de atualização da tradição religiosa, alguns textos tradicionais do Novo Testamento grego viriam a se tornar alvo de críticas, o que teria gerado certa resistência de segmentos religiosos mais afeiçoados a uma versão textual grega específica, originada em 1516, fruto do trabalho de compilação de manuscritos, atribuído ao humanista Erasmo de Roterdã (1466-1536).[1,3]

Esse texto serviu de pilar para um intento de regeneração da religião, subsidiando muitas das ações ligadas à Reforma Protestante, iniciada em 1517. Ao comentar o assunto, sob a visão da espiritualidade maior, Emmanuel destacou: “A essas atividades reformadoras não poderia escapar a Igreja, desviada do caminho cristão. O plano invisível determina, assim, a vinda ao mundo de numerosos missionários com o objetivo de levar a efeito a renascença da religião, de maneira a regenerar os seus relaxados centros de força. Assim, no século XVI, aparecem as figuras veneráveis de [Martinho] Lutero, [João] Calvino, Erasmo [de Roterdã], [Filipe] Melanchton e outros vultos notáveis da Reforma […]”.[4]

Assim o trabalho legado por Erasmo de Roterdã − posteriormente consagrado como Textus receptus (Texto recebido) – viria a ser escolhido, no século XVII, como a base textual do Novo Testamento grego a ser utilizada pelo religioso protestante, de origem portuguesa, João Ferreira de Almeida (1628-1691), na tradução para a língua portuguesa. Esta foi publicada em 1681, em Amsterdam, porém, em virtude dessa primeira edição apresentar muitos erros tipográficos, algumas revisões teriam sido realizadas; daí ter surgido, em 1898, uma versão denominada “revista e corrigida”, que se tornaria popular na primeira metade do século XX.

Em paralelo, com o surgimento de outras fontes textuais (na forma de pergaminhos e papiros antigos), entre meados do século XIX e os anos 1930, a fidedignidade dos conteúdos exarados no Textus receptus passaria a ser questionada por muitos “críticos literários” – preludiando a convenção chancelada pela Igreja Católica, nos anos 1960, em favor das “edições críticas” do Novo Testamento grego, bem como ao “método histórico-crítico”, para a realização de novas traduções. [3]

Apesar do acentuado impulso após os anos 1960, do ponto de vista temporal, cabe situar que o início desse processo remontaria à transição do século XVII para o XVIII: época em que teriam despontado as primeiras “críticas” às leituras confessionais, de caráter “pietista” da Bíblia, ou seja, centrado nos âmbitos da fé e do sentimento religioso.[2] Tratar-se-ia de um esforço direcionado a desqualificar – como “ingênuo” e “acrítico” − esse viés interpretativo, até então centrado na valorização da fé e do sentimento religioso, em prol de uma análise guiada pelo equacionamento de soluções “racionais”, construídas objetivamente, com base em indícios “materiais” − como “vestígios arqueológicos”, “documentos administrativos” (contas, arquivos, registros etc.) e “documentos literários” (histórias, descrições, testemunhos etc.).[1,2]

Na esteira desse enfoque, surgiria esforço investigativo para se delinear um “Jesus histórico”, em detrimento de um “Jesus da fé”, circunscrevendo a sua vida (atos, exemplos e lições) a um conjunto de episódios próprios e limitados a uma circunstância pretérita.[2] Desse modo, o Novo Testamento passaria a ser visto como uma “obra de estudos” do “passado”, caudatária dos costumes e da cultura de seu tempo, e não como um conjunto de ensinamentos atemporais capaz de “iluminar o presente”.[2]

No entanto, Emmanuel não partilharia desse ponto de vista, pois, ao expressar o seu modo de ver o assunto, destacou que “[…] cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se à determinada situação do Espírito, nas estradas da vida”.[5] Por isso, em manifesto tom de reprovação ao modus operandi da “crítica histórica”, adotada pelas modernas “escolas literárias”, o autor espiritual teceu o seguinte comentário em A caminho da luz: “Muitas escolas literárias se formaram nos últimos séculos, dentro da crítica histórica, para o estudo e a elucidação desses documentos. A palavra ‘apócrifo’ generalizou-se como o espantalho de todo o mundo. Histórias numerosas foram escritas. Hipóteses incontáveis foram aventadas, mas os sábios materialistas, no estudo das ideias religiosas, não puderam sentir que a intuição está acima da razão e, ainda uma vez, falharam, em sua maioria, na exposição dos princípios e na apresentação das grandes figuras do Cristianismo. A grandeza da doutrina não reside na circunstância […]; está na beleza imortal que irradia de suas lições divinas, atravessando as idades e atraindo os corações. Não há vantagem nas longas discussões […], quando o raciocínio absoluto não possui elementos para a prova concludente e necessária. A opinião geral rodopiará em torno do crítico mais eminente, segundo as convenções. Todavia, a autoridade literária não poderá apresentar a equação matemática do assunto. É que, portas adentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem que marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos”. [4]

Assim, fica evidente que Emmanuel não via com bons olhos os desenvolvimentos empreendidos nos últimos séculos, pelas “escolas literárias”, sob o critério racionalizante e materialista da “crítica histórica”. Seu pensamento estaria mais alinhado com os propósitos regeneradores iniciados por um grupo de Espíritos “missionários”, “veneráveis” e de “grande vulto”, que teriam atuado no século XVI − entre eles, a figura de Erasmo de Roterdã, responsável pela tarefa de restabelecer a essência primitiva dos ensinos contidos no Novo Testamento.

Portanto, considera-se que a tese da “opção” editorial direcionada a alterar as obras originais de Emmanuel, no sentido de atualizá-las sob a perspectiva dos “avanços” realizados desde os anos 1960, seria anacrônica às pré-concepções do autor espiritual.

Referências:

[1] MALZONI, Cláudio Vianney. As edições da Bíblia no Brasil. São Paulo: Paulinas, 2016, passim.

[2] MOSCONI, Luís. Para uma leitura fiel da Bíblia. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1997, passim.

[3] KONINGS, Johan. A Bíblica, sua origem e sua leitura. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2014, passim.

[4] XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da Luz: história da civilização à luz do Espiritismo. Pelo Espírito Emmanuel. 37. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008, passim, grifo nosso.

[5] XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, Cap.“Interpretação dos Textos Sagrados”.

 

(*) Flávio Rey de Carvalho é Mestre em História e Doutor em Ciência da Religião; colaborador em São Paulo do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa Espírita e do Grupo Espírita Casa do Caminho.

Extraído de:

Revista digital O Consolador, Ano 14 – N° 705 – 24 de Janeiro de 2021. Link: http://www.oconsolador.com.br/ano14/705/ca3.html