O que acontece com o Evangelho?

"Irmão, que ouves no Natal os ecos suaves do cântico milagroso dos anjos, recorda que o Mestre veio até nós para que nos amemos uns aos outros"

Emmanuel (Antologia mediúnica do Natal, cap.1, FEB)

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De Leitor (15/12/2015):

Para grupo Chico Xavier:

O que acontece com o Evangelho?

Achei o Grupo na internet e quiz um contato.

Moro no sertão bem longe da capital e encho meu tempo lendo tudo que chega sobre a Doutrina de Kardec e pela antena dos canais de TV.

Dois anos atrás fiquei entusiasmado porque comecei a ver mais notícias do Evangelho de Jesus. Com muito esforço assisti o Congresso Espírita Brasileiro porque foi feito mais perto de minha terra. Fiquei satisfeito em conhecer muitos oradores pregando o Evangelho.

Vi na TVCEI muitos programas de estudo do Evangelho. Muitos irmãos de cultura fizeram comentários lembrando Kardec, Emmanuel e parece que Honório, lá de Minas. Lembro da presença do Haroldo, do Perri e muita gente jovem. Vi também notícias de reuniões sobre o Evangelho, de várias cidades, ensinando como estudar e como procurar respostas nos livros sobre o Novo Testamento.

Não achei mais nada. Busquei a TV da FEB eu li: canal pago $19,90 por mês. Será que agora precisa pagar para ver o programa do Evangelho?

Estou meio triste e preocupado, o que acontece com o Evangelho?

Já tinha achado na internet notícia de um grupo Chico Xavier e vi que tem muita coisa boa. Vou continuar buscando notícias de vocês.

Hoje tem muita gente de cultura falando de tudo. Será que é mais difícil para se falar do Evangelho ? Parece que agora não tem mais o entusiasmo de alguns anos atrás para ensinar o Evangelho.

Como gente do povo e espírita do interior acho que o povo precisa do Espiritismo ensinando o Evangelho de Jesus.

No fim do ano todo mundo fala do Natal e lembra que Jesus nasceu e era simples.

Eu lembro da infância e fico feliz de tudo o que falavam, de Jesus no coração das pessoas.

Anísio T.Pereira

Paulo se dirige aos romanos

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Paulo se encontrava em Corinto (entre 55 e 57 d.C.) quando  escreveu a Epístola aos Romanos, na qual registra seu grande desejo de viajar a Roma. Fica claro pela leitura de Atos (28:15) e da Epístola aos Romanos de que já existiam agrupamentos cristãos em Roma, antes das viagens de Paulo e de Pedro. Portanto, estes dois missionários não foram os fundadores do primeiro grupo cristão na capital do Império.1

Em Paulo e Estêvão, Emmanuel comenta episódios precedendo a redação da carta e sobre o grandioso projeto da visita a Roma.2 A epístola foi encaminhada aos destinatários, mas a viagem de Paulo foi adiada, vindo a ser realizada tempos depois, quase no final de suas atividades. Após sua prisão em Jerusalém e apelar a Cesar perante o governador romano Festo e o rei da Judéia, Agripa, em Cesaréia (Atos, 26:32), foi levado como um cidadão romano prisioneiro, chegando à capital imperial provavelmente no ano 60 d.C.

No início da carta aos romanos, Paulo externa seu propósito de um trabalho de natureza espiritual e enfatiza a proposta de anunciar a mensagem de Cristo. Dirige-se aos cristãos de Roma com críticas às tradições judaicas e deixando clara a divergência entre os judeus e os gentios convertidos ao nascente movimento.  Redige um documento de não concordância à idolatria e à vida dissoluta dos gentios, e de apologia à fé, apresentando subsídios para a compreensão da Justiça de Deus. O estudioso bíblico Champlin sintetiza o conteúdo da epístola, como “delineamento da doutrina cristã: justificação pela fé, transformação dos remidos segundo a imagem do Cristo. Problemas em uma igreja local mundana. Defesa paulina contra os judaizantes.” 2

Paulo defende a diretriz de divulgação dos ensinos de Jesus para todos, sem distinção de nacionalidades, e ao analisar a tradição judaica manifesta sua tristeza por causa da incredulidade dos judeus e pelo fato destes rejeitarem o Cristo:

“[…] que tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração” (9:2).3

Em diversos pontos da carta firma sua ideia, como apóstolo dos gentios, lembrando que os destinatários da Epístola residiam na capital do Império, ou seja do “mundo gentílico”:

“[…] glória, porém, e honra e paz a todo aquele que pratica o bem, primeiramente ao judeu, e também ao grego” […] “pois para com Deus não há acepção de pessoas” (1:10-11); “É porventura Deus somente dos judeus? Não é também dos gentios? Também dos gentios, certamente…” (1:29)   

Essa posição do ex-doutor da lei judaica é importante pois que os grupos cristãos iniciais de Roma adotavam posturas judaizantes. Ele tinha por objetivo atender a todas as nacionalidades e, por razões óbvias, na capital do Império, sem desrespeitar compromissos valorizados pelo Estado Romano e sem comprometer os integrantes dos grupos cristãos. Inclusive fez uma recomendação na mesma linha do Cristo com sua oportuna resposta sobre o “Daí a Cesar…”, Paulo escreveu: “Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (13:7). 

No contexto de um império com muitos cultos, adorações e sincretismos, Paulo defende claramente o monoteísmo, mas sem prendê-lo ao povo de Israel. Robustece a crença em Deus com os ensinos do Cristo. E, encerra a epístola com votos:

“Ao único Deus sábio seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre.” (16:27) 

            Referências:

  1. Champlin, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo. Vol. 3. Cap.Romanos. São Paulo: Hagnos, 2014.

  2. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Paulo e Estêvão. Cap. VII e IX, Brasília: FEB. 2012.

  3. Citações da Epístola aos Romanos. In: A Bíblia Sagrada. Tradução Almeida, João Ferreira. Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original. São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil. 2007.

Síntese e trechos de artigo do mesmo autor – "Paulo e a Epístola aos Romanos", Revista Internacional de Espiritismo, outubro de 2015.

 

140 anos de O céu e o inferno no Brasil

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No ano do Sesquicentenário de lançamento de O céu e o inferno, torna-se oportuna a recordação que dez anos depois da apresentação em Paris, este livro teve edição em português lançada no Rio de Janeiro.

O primeiro livro espírita escrito no Brasil surgiu em 1860: “Os tempos são chegados” ("Les Temps sont arrivés"), de autoria do professor Casimir Lieutaud, francês radicado no Brasil, um dos editores de “Courrier du Brésil”, colaborador de “O Repúblico” e autor de livros de gramática francesa.

Portanto foi anterior à fundação do pioneiro centro espírita no Brasil, o Grupo Familiar de Espiritismo, em Salvador, no ano de 1865, e Kardec registra o fato em “Revue Spirite”.

A tradução e edição das obras de Allan Kardec para o português e lançadas no Brasil são devidas ao médico Joaquim Carlos Travassos, que integrou a primeira diretoria do pioneiro Grupo Espírita Confúcio, na cidade do Rio de Janeiro.

Este Grupo organizado na então capital imperial informou à “Sociedade para a continuação das obras espíritas de Allan Kardec”, de Paris, a sua fundação e a aceitação das obras do Codificador, o que foi divulgado pela “Revue Spirite”, em 1874.

Dr. Travassos mantém correspondência com Pierre-Gaétan Leymarie, dirigente da Sociedade citada e redator de “Revue Spirite”, com o objetivo de traduzir as obras de Kardec. Cita o “amigo Sr. Casimir Lieutaud, um dos propagadores do Espiritismo neste canto do mundo chamado Brasil, empreendi a tradução, para a língua nacional, das obras do Mestre”, carta que foi publicada pela “Revue Spirite”, na edição de agosto de 1875.

Desse modo, dr. Joaquim Carlos Travassos, sob o pseudônimo de "Fortúnio", traduziu: “O Livro dos Espíritos”; “O Livro dos Médiuns”;  “O Evangelho segundo o Espiritismo” e “O Céu e o Inferno”. Vieram a lume pela Editora B. L. Garnier, da cidade do Rio de Janeiro.

A primeira tradução de “O Céu e o Inferno” completa 140 anos de lançamento no Brasil!

Fato histórico digno de menção é que foi o presente do dr. Travassos – a edição em português de "O Livro dos Espíritos", por ele traduzida – que converteu Bezerra de Menezes ao Espiritismo.

 

Referência:

Wantuil, Zêus. Grandes espíritas do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 1969.

O “outro” e “eu”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há uns tempos ouvi um interlocutor relatando as críticas que faziam a um conhecido dele. Depois de ouvi-las opinou que o personagem montado pelas críticas nada tinha a haver com a pessoa que ele também conhecia.

Esse fato nos veio à mente ao acompanharmos, recentemente, uma entrevista no programa “Roda Viva” (TV Cultura) com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, atendendo à pergunta sobre as continuadas críticas que recebeu dos governos que o sucederam, comentou que ao analisar as informações verificou que em realidade haviam criado um outro “personagem”. E agora o tempo passou…

O episódio remete a registro do conhecido poeta e escritor argentino Jorge Luís Borges, ao escrever o conto: “Borges y yo”, incluído no livro O fazedor:

“Ao outro, a Borges, é a quem as coisas acontecem. Eu caminho por Buenos Aires e me demoro, acaso já mecanicamente, para olhar para o arco de um vestíbulo e porta interna; de Borges tenho notícias pelo correio e vejo seu nome em uma lista de professores ou num dicionário biográfico”. Comenta as diferenças que ele sente entre o Borges que divulgam e ele próprio. Ao final, encerra o conto: “Eu não sei qual dos dois escreve esta página”.

Realmente, além das críticas há também certos endeusamentos. Por ocasião das evocações do cinquentenário de suas tarefas mediúnicas, Chico Xavier respondeu a uma entrevista: “Sou sempre um Chico Xavier lutando para criar um Chico Xavier renovado em Jesus e, pelo que vejo, está muito longe de aparecer como espero e preciso…”1

A resposta de Chico Xavier é muito coerente com sua maneira simples de ser e também com a assertiva de seu orientador espiritual:

“Sem dúvida, estamos muito longe, infinitamente muito longe da perfeição… Cabe, porém, a nós, aprendizes do Evangelho, a obrigação de confrontar-nos hoje com o que éramos ontem e, a nosso ver, feito isso, cada um de nós pode, sem pretensão parafrasear as palavras do apóstolo Paulo, nos versículos 9 e 10, do capítulo 15, de sua Primeira Epístola aos Coríntios: – ‘Dos servidores do Senhor, sei que sou o menor e o mais endividado perante a Lei, mas com a graça de Deus sou o que sou…”2

Evidente que os relatos em pauta devem merecer reflexões e pautadas na questão 621 de O livro dos espíritos: “Onde está escrita a lei de Deus? – Na consciência”, e, também em O evangelho segundo o espiritismo (Cap. VI. Item 8): “O sentimento do dever cumprido vos dará o repouso do Espírito e a resignação”.

Porém frente às provocações e insinuações – típicas do mundo em que vivemos -, vale a reflexão com base em comentário de Emmanuel:

"Se muitos companheiros estão vigiando os teus gestos procurando o ponto fraco para criticarem, outros muitos estão fixando ansiosamente o caminho em que surgirás, conduzindo até eles a migalha do socorro de que necessitam para sobreviver. É impossível não saibas quais deles formam o grupo de trabalho em que Jesus te espera".3

Bibliografia:

  1. Carvalho, Antonio Cesar Perri. O homem e a obra. Cap. Cinquentenário de mediunidade. Ed.USE.
  2. Xavier, Francisco Cândido. Benção de paz. Cap.1. Ed. GEEM.
  3. Xavier, Francisco Cândido. Material de construção. Cap. Crítica e Serviço. Ed. IDEAL. 

Sem julgar ou ferir

Nesta carta curta Chico Xavier de 29/7/1958 ele comenta assunto muito oportuno para reflexões, como: 

"[…] continuar cumprindo honestamente o meu dever de médium espírita, na religião que Deus me deu, sem julgar ou ferir a quem quer que seja".

Abaixo, a reprodução da carta:

carta de Chico-1958

Refugiados na Europa

Viena-Refugiados-Cáritas

Antonio Cesar Perri de Carvalho  (*)

Em novembro, por ocasião de viagem a cidades suíças e a Viena, principalmente nesta última manifestamos interesse em conhecer a realidade dos refugiados de países do Oriente Médio que têm chegado à capital austríaca. Não há apenas sírios, mas também iraquianos e afegãos.

Como se sabe a Áustria é um dos roteiros dos refugiados, como rota de passagem ou para permanência. Soubemos que ali já aconteceram momentos críticos, quando algumas estações ficaram superlotadas, com o agravamento do fechamento de algumas fronteiras e a suspensão temporária de algumas rotas ferroviárias.

Estivemos numa das estações vienenses, a  Westbahnhof, onde ao lado funciona uma sede da Cáritas, que é uma grande instituição católica internacional. Ali, os refugiados são temporariamente albergados, recebem roupas e material de higiene pessoal e são encaminhados para postos de atendimento governamental onde freqüentam cursos de alemão e são orientados para ocupações de trabalho.  Junto à Cáritas, atuam muitos voluntários, principalmente os que falam o árabe. Ali soubemos que há plantonistas brasileiros e conhecemos, em instituição espírita, pessoas que fazem campanhas em favor dos refugiados e também uma assistente social que lida com eles em trabalho junto a órgão assistencial governamental.

Claramente se percebe que os refugiados são egressos de várias condições sociais. Na Cáritas vimos pessoas de excelente aparência escolhendo roupas doadas. Nas cercanias e na própria estação vimos família sentada no chão e muitos jovens circulando com alguns poucos pertences. No conjunto, o cenário é triste e provoca muitas reflexões sobre as condições do mundo de nossos dias.

O governo da Áustria tem oferecido condições de permanência para muitos refugiados. Todavia, em diálogos com amigos, verificamos que ocorrem posições diferentes no seio da população: os que apóiam e aqueles que tendem a uma reação discriminatória e contrária. Inclusive, alguns interlocutores se mostraram preocupados com eventuais acirramentos de posturas autóctones.  

Em diálogos e após palestras nossas, inclusive na Suíça, fizeram-nos perguntas sobre a visão espírita a respeito da relação entre Europa e as populações que emigram do Oriente Médio e da África, em condições dramáticas. Evidentemente que os mecanismos reencarnatórios com base na lei de causa e efeito e o popular conceito da “lei do retorno”, esclarecem tais situações. Ao longo de milênios e até recentemente quantos equívocos se estabeleceram nas relações entre os países e os descendentes dos povos do entorno do Mar Mediterrâneo e da Europa em geral!

O momento grave – tangenciando questões políticas, econômicas, sociais, religiosas e de segurança -, somente poderá ser amenizado, como comentaram nossos interlocutores, com ação coordenada da União Européia, e, entendemos que com amplo apoio dos vários segmentos da sociedade, mas pautados em princípios de respeito à diversidade, fraternidade e solidariedade. Como a essência dos ensinos do Cristo pode ser valiosa para o balisamento de ações realmente humanitárias!

Como reflexão lembramos que o ex-doutor da Lei, o intimorato Paulo de Tarso,  chegou a Roma como prisioneiro e sobrevivente de naufrágio durante a travessia do Mediterrâneo (Atos, 27:15-44) ). Nos seus escritos o apóstolo da gentilidade anotou sobre o esforço de sermos “embaixadores do Cristo” (2 Cor. 5:20), e este relatou a parábola do bom samaritano como balisamento para a “regra áurea”!

 

*- Ex-presidente da FEB e da USE-SP; membro da Comissão Executiva do CEI e do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier.

Comissão de Despedida

Francisco Habermann *      (fhaber@uol.com.br)

A atração era o violinista, um artista versátil e de muita habilidade musical. Não poderia perder aquela oportunidade e fui ouvi-lo. Quando cheguei, a cerimônia já havia se iniciado e permaneci no lado externo daquele prédio da universidade, pois a bela sala envidraçada a ser inaugurada, estava lotada com as autoridades, entre elas o violinista em pé, elegante, respeitoso, com seu instrumento. Na escada externa, no lado de fora, ao sol, fiquei esperando o concerto comemorativo, a ser apreciado pelo vitral. Após oito discursos não ouvidos mas aplaudidos, a cerimônia terminou e o violinista foi embora. Eu também, muito frustrado, depois de concluir que o esperado número musical já havia sido executado na abertura do evento.

Andando, pelo caminho de retorno ao trabalho da manhã, passei em frente ao local onde ficam estacionados os carros funerários, aguardando o término dos procedimentos esclarecedores das necropsias necessárias e o embarque dos cadáveres. Parei para observar a cena que é rotina naquele setor tão movimentado daquele hospital universitário. Para minha surpresa, ali estavam velhos amigos, funcionários antigos, aposentados como eu, conversando com outros ativos naquela passagem de saída terminal. Cumprimentei a todos e eis que, naquele momento, saia mais um cadáver encaixotado em sua urna para ser conduzido, como se diz, à sua última morada.

O que me chamou a atenção, ali, foi a ausência de aplausos, de discursos, de elogios, dos louros de vitória e outros comemorativos – aí, sim, justos – pela grande jornada de vida finda daquela criatura incógnita. O que ouvi e testemunhei foi o silêncio respeitoso que a rotina de trabalho em hospital ensina a se ter nesta hora.

Os amigos – como uma comissão de despedida, pareceu-me – aquietaram-se e a cena evocou-me uma reflexão sobre o contraste vivenciado.

Num ambiente, exaltavam-se os feitos individuais com reflexos em vantagens políticas pessoais, marcados em placas metálicas afixadas em paredes da obra. A música e o músico convidados eram um enfeite de momento – que eu havia perdido – e os discursos nada acrescentaram. No outro, a música da vida finda – o silêncio – era o hino de vitória que ocupa o pódio da existência humana e que ali – naquele embarque derradeiro – era altissonante, tão evidente que calou as conversas da dita ‘comissão de despedida’. A pauta musical permaneceu inscrita nos corações reflexivos de cada um dos presentes.

Sem discursos, o corpo do desencarnado seguiu o seu caminho. Eu também.  A comissão se desfez.

Para mim, foi uma manhã em sol maior…

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*Membro da Associação Médico Espírita de Botucatu -SP.

SEDE VÓS PERFEITOS

SEDE VÓS PERFEITOS, COMO É PERFEITO O VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS. (Mat., 5:48). Bíblia: Versão Almeida Revista e Corrigida.

Célia Maria Rey de Carvalho

I – SEDE VÓS PERFEITOS COMO É PERFEITO VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS.

O Vosso delimita um ponto de vista específico “NOSSO”, de como entendemos e sentimos Deus em sua perfeição. Jesus, como espírito puro, O entendia e O sentia de outra maneira.

A evolução desse pensamento e sentimento pode ser observada desde os registros de O Antigo Testamento.

As representações de Deus contidas em O Antigo Testamento apontam que Deus devia ser temido: (Dt. 10:20); (6). Que era o Senhor dos exército, vingativo: (2SM. 7:26.) (6)

Já no Novo Testamento Jesus falou sob nova ótica, expressando o seu relacionamento com Deus - MEU PAI: (Mt. 11:27) (6). A relação dos discípulos com Deus – VOSSO PAI (refere-se a situações ou coisas que os homens reconhecem): (Mat. 6: 2 a 4.) (6). Também ensinou que Deus é a personificação do amor: (I Jo. 4:8) (6); da bondade: (Sl. 52:1 – 2); (6); da misericórdia: (Lc. 6-36) (6); da justiça: (Mt. 6-33). (6)

Entendendo e sentindo Deus como nosso Pai soberanamente justo e bom, como devemos proceder para atingirmos a perfeição. Segundo Jesus: “‘Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.’ Mostra Ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.” […](2)

A caridade, sendo a mãe das virtudes, segundo Jesus é a "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas."(1)  

O Espiritismo, como O Consolador prometido por Jesus, vem em nosso auxílio no entendimento das máximas morais do Cristo. Mas, somente quando […] “bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, […] leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.” (3).

O Espiritismo, contribuindo para maior clareza em relação ao sentido da verdadeira caridade, elenca as características de O homem de bem. (3)

A espiritualidade vem ao nosso encontro assinalando que a […] “perfeição é um processo que não temos condição de admitir um ponto final. É constante, crescente e eterno. Como ponto de referência, Jesus apresenta o Criador, Deus pai. A cada novo olhar novas aprendizagens rumo à perfeição. É a perfeição segundo a imagem de Cristo, de participação na Divindade”. Ainda segundo Emmanuel estamos […] “presentemente mais distantes da perfeição que o verme da estrela. Ainda assim, Jesus formularia semelhante apelo se estivesse ele enquadrado no labirinto inextricável do ‘impossível’”? (9)

É uma caminhada difícil, mas sozinhos nada conseguiremos, pois […] “conseguir a soma que o progresso […] lhe pode proporcionar, verificará [o homem] que não está completa a sua felicidade. Reconhecerá ser esta impossível, sem a segurança nas relações sociais,” […] (2)

Além da imprescindível necessidade do conviver, Emmanuel (8), nos alerta que […] “Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho, […] pela educação. Continuando, pondera que […] há necessidade de iniciar-se o esforço de regeneração em cada indivíduo, dentro do Evangelho, com a tarefa nem sempre amena da auto educação. Evangelizado o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo.” Essa é a base sólida que deve nortear as relações de convivência.

Além de sua função consoladora, o Evangelho de Jesus, acima de tudo, é um roteiro de trabalho. “Em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não podemos atingir, legitimamente, sem conhecimento e aplicação dos detalhes. […] A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida.” (10)

Complementando os esclarecimentos necessários a essa caminhada, Emmanuel nos assevera que […] Ao apelo do divino Mestre de sermos perfeitos com o Pai celestial, é preciso que evitemos a indesejável resposta da aflição. Precisamos de serenidade e diligência para desintegrar, pouco a pouco, todo o acervo de sombras que ainda trazemos em nosso espírito, ao preço de nossa própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos. (7)

BIBLIOGRAFIA

  1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 886.
  2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Conclusão, item IV.
  3. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII – Sede Perfeitos.
  4. ABREU, Honório Onofre. Luz Imperecível. Estudo Interpretativo do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita. União Espírita Mineira, 6ª edição, 2009.
  5. Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
  6. Concordância Bíblica. Sociedade Bíblica do Brasil.
  7. XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Bondade. Revista Reformador, março de 1957, p. 69. Federação Espírita Brasileira.
  8. XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel, pelo Espírito Emmanuel, Cap. 35, Educação Evangélica. Federação Espírita Brasileira, 28ª ed. 2013.
  9. XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Teus Encargos. Revista Reformador, março de 1970, p.50. Federação Espírita Brasileira.
  10. XAVIER, Francisco Cândido. Renúncia, pelo Espírito Emmanuel, Segunda Parte, cap. III. Federação Espírita Brasil eira, 1ª ed. Especial, 2002.

Contribuição, como expositora, para  o tema “O Evangelho e seu significado na evolução”

I Colóquio Bahia-Mundo de Espiritismo – XVI Congresso Espírita da Bahia (2015)

A LBV e o Espiritismo

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No dia 6 de janeiro de 1948, o futuro fundador da Legião da Boa Vontade Alziro Zarur (1914-1979), — um dos maiores nomes do rádio nas décadas de 1930 até sua desencarnação — a convite de amigos assistiu a uma sessão na sede da Federação Espírita Brasileira (FEB), na cidade do Rio de Janeiro/RJ, da qual participava dona Emília Ribeiro de Mello, respeitável médium. Interessou-se pelos princípios espíritas.

Pouco tempo depois o conhecido jornalista, radialista, escritor e poeta radicado na então capital federal, decidiu fundar, adotando princípios espíritas, a Legião da Boa Vontade (LBV), no dia 1º de janeiro de 1950 (Dia da Paz e da Confraternização Universal). O fato ocorreu em instituição dirigida por Leopoldo Machado em Nova Iguaçu (RJ) e a Ata de fundação foi assinada por Alziro Zarur e Leopoldo Machado, respectivamente, como “legionários” número 1 e número dois.

Poucos dias depois da fundação – 7 de janeiro -, houve uma reunião pioneira da  Cruzada de Religiões Irmanadas, no salão do Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro/ RJ. Leopoldo Machado compareceu representando os espíritas.

Nos anos 1950, havia no interior do país, relacionamento entre centros espíritas e a LBV. Ainda criança, acompanhando a genitora, comparecemos no salão da LBV, em Araçatuba (SP), dedicado a distribuição de sopa e palestras. Alguns expositores espíritas da cidade abordavam temas espíritas e evangélicos.

Leopoldo Machado afastou-se da LBV por discordar da condução de Alziro Zarur, e a LBV tomou uma trajetória própria, havendo um distanciamento entre LBV e o Movimento Espírita.

Todavia, ambos estiveram juntos em vários eventos com objetivos convergentes em torno de temas relacionados com caridade, interreligiosidade e paz.

Fato histórico ocorreu no ano 2000, pois a LBV – com uma dependência em Nova York -, intermediou e facilitou as presenças das representações da FEB e do CEI no “Millennium World Peace Summit” promovido pela ONU, na passagem de agosto/setembro daquele ano.

A partir da fundação do Movimento Brasileiro da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, em 2006, liderado pelo deputado Luiz Carlos Bassuma e por Jaime Ferreira Lopes, com participação do presidente da FEB Nestor João Masotti e nossa, a FEB e a LBV foram parceiras de muitas atividades e mobilizações. Prosseguem ações entre LBV e espíritas no Templo da Boa Vontade (a pirâmide) em Brasília, relacionados com interreligiosidade, intolerância religiosa e paz. Este Templo foi inaugurado pelo sucessor de Zarur, José de Paiva Netto.

Mais recentemente, a FEB esteve presente em outubro de 2014 no evento de comemoração dos 25 anos da inauguração do citado Templo e, em janeiro de 2015, em reunião sobre intolerância religiosa.

Pelas nossas relações antigas com a LBV, estes reiteraram o convite para nossa atuação no Ato Ecumênico pela paz e de comemoração dos 26 anos do Templo, no dia 21 de outubro, e na semana que o antecedeu nas saudações e preces matinais, onde falamos sobre “Deus”. O evento ecumênico foi coordenado pelo representante da LBV Alziro Paolotti de Paiva e contou com a presença de representantes de vários segmentos religiosos e autoridades.

Antonio Cesar Perri de Carvalho é ex-presidente da USE-SP, ex-presidente da FEB, membro da Comissão Executiva do CEI e do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier.

Transcrito de: http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/a-lbv-e-o-espiritismo?xg_source=msg_appr_blogpost

ENTREVISTA em O Caminho da Luz: Movimento Espírita e a atualidade.

Jornal de Botucatu

Entrevista com o Prof. Antonio Cesar Perri de Carvalho – ex presidente da USE-SP e da FEB; atual membro do Conselho Superior da FEB – Brasília-DF – e membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional, quando esteve em visita à Botucatu-SP, na UNESP – Instituto de Biologia – pelo PROGRAD/UNESP, em 22-09-15, e, realizada pelos Professores Marta e Francisco Haberman:

Jornal "O Caminho da Luz":

1.   A comunidade espírita botucatuense, hoje bastante ampliada, é muito grata pelo seu empenho desde sua atuação no Movimento de Unificação em Araçatuba-SP, depois na capital paulista e agora em Brasilia-DF. Como o confrade descreve os progressos do movimento espírita brasileiro?

Perri – O movimento espírita brasileiro tem e crescido quantitativa e qualitativamente. Atualmente são aproximadamente 14 mil centros no país. De acordo com dados do Censo de 2010, em percentual, os espíritas cresceram significativamente em comparação com o Censo do ano 2000. O  importante é o belo e produtivo trabalho que é efetivado junto às comunidades em todas as regiões do país..

2.   Suas passagens por Botucatu-SP na década de 1980-90, sempre junto com sua equipe de trabalho ( sua esposa Célia, confrade Nestor Masotti, seu irmão Dr. Paulo, prof. Madeira e outros) deixaram inesquecível lembrança entre nós. Quais as espectativas do orgão diretivo nacional ( FEB ) quanto à expansão do Movimento Espírita Nacional e Internacional?

Perri – Em nossa trajetória de vida e de movimento espírita tivemos a felicidade de conviver com grandes companheiros e contar com o apoio e participação da esposa. E atuamos em todos os níveis, desde os momentos iniciais na mocidade e no centro espírita. Nos últimos 15 anos houve atuação decisiva do Conselho Federativo Nacional da FEB e do Conselho Espírita Internacional. Documentos de trabalho importantes e muito úteis foram elaborados de forma coletiva. Nossa expectativa é o aprofundamento desta linha de trabalho para cada vez mais se atuar de forma participativa e envolvente com os centros, que são a base do movimento espírita.

3.   Temos acompanhado seus artigos na Revista Internacional do Espiritismo (RIE- Matão-SP) e gostaríamos de saber sua opinião em relação à expectativa de outras nações sobre o papel esperado do Brasil no que diz respeito à acolhida de imigrantes aqui.

Perri – Em nossa atuação junto ao CEI e visitas e atuações em dezenas países, sempre sentimos uma grande expectativa na relação respeitosa e participativa do movimento espírita brasileiro. Numa ótica ampliada de solidariedade e de fraternidade, cremos que o Brasil deve sempre abrir os braços e acolher os imigrantes.

4.   Recentemente, este Jornal e a RIE publicaram matéria sobre 'Centro Espírita em tempo integral'. Foi sugerido que a casa espírita não cerrasse as portas e mantivesse atividade permanente de acolhida e difusão ( ou escola ). O que o senhor acha da ideia?

Perri – Concordamos plenamente com a idéia e conhecemos alguns centros, em várias partes do país, que já atuam durante todo o dia. Inclusive, abrem oportunidades a trabalhadores, que às vezes, somente podem ir ao centro logo cedo, antes do trabalho, e a idosos – faixa etária que cresce -, e que naturalmente têm mais  dificuldade de freqüentar o centro à noite. É uma questão de se preparar equipes para a atuação ao longo do dia.

5.   A FEB está na capital federal – centro político nacional. O senhor recomenda a atuação política dos espíritas?

Perri – O Conselho Federativo Nacional da FEB aprovou já para dois qüinqüênios, desde 2007, o “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro”, a diretriz “Participação na sociedade”. As atuações em defesa da vida, na assistência e promoção social, na prevenção de desequilíbrios pessoais, de saúde e no âmbito social, a em participação em conselhos municipais previstos na Constituição,  são  atuações políticas. Há diferença entre atuação política – no sentido vasto -, e de atuação político-partidária. Esta última é uma opção pessoal, mas com o cuidado de não se mesclar com o movimento espírita.

6.   Na Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, um grupo de jovens espíritas ( profissionais e estudantes ) propôs um programa de estudos ( 1990 ) que resultou em Projeto de Extensão Universitária ( aprovado pela Reitoria ) denominado "SAÚDE E ESPIRITUALIDADE". Realizou neste ano o seu XII Congresso. Está sendo proposta à FMB a inclusão de Disciplina curricular com o mesmo nome. Como o senhor vê essas iniciativas?

Perri – Com entusiasmo e boa expectativa. Temos conhecimento de algo semelhante ocorrendo em universidades estrangeiras. Nos EUA há vários grupos de pesquisa universitários analisando a relação da religiosidade, saúde, e expectativa de vida. Conhecemos pessoalmente em evento da A.M.E. nos EUA, o prof. Harold Koenig, que realiza pesquisas nesta área. Afinal, saúde não é a resultante de um equilíbrio bio, psíquico e social?

7.   Em 2014 fundamos aqui em Botucatu a Associação Médico Espírita e, em 2015, ela desenvolve trabalho de pesquisa aprovado pela Comissão de Ética da FMB-UNESP, sobre "Ação do passe espírita na ansiedade". Qual a opinião do Conselho Federativo da FEB sobre essas iniciativas no campo médico?

Perri – Daremos nossa opinião pessoal, favorável plenamente à idéia. No período em que fomos presidente da FEB, autorizamos que a Associação Médico Espírita do Brasil e a do Distrito Federal, a utilizarem a sede da FEB, em Brasil, para o atendimento de projeto similar. E implantamos o Conselho Nacional da Entidades Especializadas da FEB, o ilustra o apoio e interesse que temos com tais Entidades, como a A.M.E. Brasil.

8.   Temos acompanhado inúmeras manifestações em torno da chamada 'data limite' ( Chico Xavier- Pinga-Fogo, 1972 ). Qual a abordagem recomendada sobre o assunto tão polêmico?

Perri – Entendo que não devemos ficar presos a interpretações superficiais de palavras de Chico Xavier. Precisamos aproveitar o exemplo dele, de trabalho e dedicação incessante para a renovação interior e de produtiva interação para com o próximo, e, no limite de nossas forças e de nosso tempo. Cada um deve fazer sua parte na etapa de transição em que vivemos. É o papel do Espiritismo como o “Consolador Prometido” pelo Cristo.

9.   Que o senhor pensa sobre a educação infantil e espiritualidade? A técnica de meditação pode ajudar?

Perri- A criança deve ser compreendida como ser integral desde cedo. Já temos  conhecimento de adoção dessas técnicas, de forma adequada, à infância. Vivemos em uma época que não cabem mais os “engessamentos” programáticos e metodológicos. As escolas formais já caminham de forma diferente há algum tempo, desde as premissas da UNESCO para a educação, de 1998; as idéias de Edgard Morin que marcaram aquele período, e, a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, de 1996. 

10. Quais os encaminhamentos da FEB ou suas idéias para a atualidade brasileira?

Perri – Ratificamos o que já dissemos em outra questão, e, pessoalmente, enfatizamos que é necessária a colocação em prática das diretrizes do “Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro (2012-2017)”, elaborado, discutido, e aprovado pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, que é integrado pelas Entidades Federativas Estaduais do país. As oito diretrizes devem subsidiar e fundamentar planos de ação locais e regionais, a serem elaborados em cada ambiente, de acordo com as diferentes necessidades e demandas das localidades. Particularmente, e entendendo que em coerência com o citado ”Plano”, estamos preocupados e agindo no sentido de se refletir sobre a simplicidade que deve caracterizar nossa atuação para, efetivamente, atingirmos a maior parcela de nossa população, levando-se em consideração a chamada “pirâmide social”. Relacionada com esta linha de atuação está o nosso foco com a divulgação do Evangelho à luz do Espiritismo, incluindo o estímulo ao estudo e a difusão de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Constatamos que esta obra básica de Kardec, com raras exceções, vem sendo utilizada para leituras preparatórias e em algumas citações em palestras. Precisamos nos alinhar – na prática – com a grande proposta do “Consolador Prometido”. Vale a pena relermos e meditarmos sobre o conteúdo das partes introdutórias dessa obra do Codificador: a mensagem do Espírito de Verdade e as considerações de Kardec.

(Publicado no jornal: O Caminho da Luz, Ano VII, N.47, set./out.2015, p.4-5, do C.E.A Caminho da Luz, Botucatu, SP)