“Tia Bebé” – 20 anos depois

“Tia Bebé” – 20 anos depois

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Conhecida como “tia Bebé”, Josefina Perri Cefaly de Carvalho faleceu em Araçatuba em 05/09/2003. Vinte anos depois, seu nome designa o Clube da Vovó da Instituição Nosso Lar e o Clube do Livro Espírita de Araçatuba.

Sempre recordada por muitas pessoas, pois sua residência e os núcleos onde atuava, eram autênticos postos de atendimento aos que a procuravam em busca de consolo, apoio fraterno e espiritual.

Conhecida pelo apelido Bebé, nasceu aos 15/12/1925 em São Carlos (SP). Com o falecimento de sua genitora em São Paulo, ela e os irmãos Rolandinho e Walter, foram levados para viver com a avó e tios em Araçatuba. Bebé viveu com os tios Gertrudes Perri e Albino Marinelli e o convívio, apoio e amor por parte da família foi muito importante para ela.

Na sua adolescência testemunhou o atendimento à avó Rosana, feito por Benedita Fernandes, e seu depoimento está registrado no nosso livro Benedita Fernandes. A dama da caridade.

Antes de tornar-se espírita, teve contatos com espíritas, como os jovens Ivan Santos de Albuquerque (1918-1946) e seus familiares; Almir Rodrigues Bento (1918-1945), autor de vários livros, e homenageado em cadeira da Academia Araçatubense de Letras.

Desde jovem trabalhou na secretaria da Escola Técnica de Comércio D.Pedro II e Ginásio Araçatubense, de propriedade dos tios Joaquim Dibo e Fausto Perri. Formou-se professora primária em 1944 e exerceu o magistério: Escola Municipal de Vila Operária, Escola Estadual da Água Limpa, Grupo Escolar José Cândido; com a mudança em 1954 para São Paulo: na Escola Estadual Macedo Soares e no Grupo Escolar da Vila Espanhola. Ao retornar para Araçatuba, atuou na Delegacia de Ensino de Araçatuba, no Grupo Escolar Francisca de Arruda Fernandes e, até a aposentadoria, no Grupo Escolar Índio Poti. Atuou em equipe para aperfeiçoamento do professor na Delegacia de Ensino de Araçatuba.

Casou-se com Rodolfo Graça de Carvalho (1917-1988), e tiveram os filhos: Antonio Cesar, Antonieta Maria Cristina, Paulo Sérgio e Aldo Luís.

Ao se tornar espírita, inicialmente conviveu com a médium Irma Ragazzi Martins e frequentou o Centro Espírita Amor e Caridade (Biriguí), dirigido pelo casal Linda e João Dias de Almeida. Em 1959, participou da fundação do Grupo de Estudos Evangélicos, na residência de Emília Santos. Com essa médium e Rolandinho fundaram a Instituição “Nosso Lar”, inaugurada em 02/06/1961; depois desdobrada com a Casa Transitória, Casa da Sopa Emília Santos, Creche João Luiz dos Santos e Centro Espírita Luz e Fraternidade. Coordenou a Creche, colaborava como expositora em cursos; apoiava e participava de eventos espíritas da cidade e região; coordenou o Clube do Livro da UMEA.

Como anfitriã, hospedou muitos expositores espíritas, como Divaldo Pereira Franco que psicografou algumas mensagens nesse lar. Em várias oportunidades, visitou Chico Xavier em Uberaba, em São Paulo; no apartamento do irmão Lourival, no Rio de Janeiro, acompanhou a visita de Chico Xavier.

Durante a enfermidade do irmão Rolandinho, prestou apoio, hospedando-o em sua residência, e com a desencarnação dele (1997), como vice-presidente, ela assumiu a presidência das instituições.

Vinte anos após sua “partida” há agradáveis recordações registradas entre os filhos, noras, genro, netos, familiares em geral e muitos amigos.

(O autor é escritor, foi dirigente espírita em Araçatuba, foi presidente da USE-SP e da FEB, escreve para a coluna Face Espírita)

Transcrito de:

Folha da Região, Araçatuba, 13/09/2023, p.2.