São Paulo – origem da cidade e marco educacional

São Paulo – origem da cidade e marco educacional

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Dia 25 de janeiro assinala os 468 anos da fundação da cidade de São Paulo.

Os episódios da origem da grande metrópole têm ligações com vultos que são conhecidos na literatura espírita.

Destacamos o espírito Emmanuel, que na sua trajetória espiritual, esteve reencarnado como o jesuíta Manuel da Nóbrega.

Essa informação já havia sido divulgada por Chico Xavier e consta do livro Amor e sabedoria de Emmanuel, de Clóvis Tavares, editado em São Paulo no ano 1970. No 2o Pinga Fogo, marcante programa da TV Tupi de São Paulo, em dezembro de 1971, Chico Xavier em resposta a Almyr Guimarães confirma e declara: “Aceito plenamente, convictamente a revelação dele mesmo, de que ele foi o padre Manuel da Nóbrega, companheiro do grande Anchieta”. Na cerimônia pública e televisada da Câmara Municipal de São Paulo, no dia 19/5/1973, em que recebeu o título de “Cidadão Paulistano”, Chico Xavier evocou essas informações espirituais.1

A atual maior metrópole do Hemisfério Sul e o Estado homenageiam o Apóstolo Paulo, por proposta de Manuel da Nóbrega!

Em registros históricos de conhecimento público sabe-se que Nóbrega, que atuava em São Vicente, subiu o Planalto de Piratininga e resolveu fundar uma escola, escolhendo o dia 25 de janeiro de 1554, data comemorativa da conversão do apóstolo Paulo. Assim, surgiu a cidade de São Paulo, significativamente a partir de uma escola e homenageando a apóstolo da gentilidade.

O jesuíta Nóbrega instalou no Brasil a primeira proposta de educação, integrando o grupo que fundou a cidade de Salvador; na já citada fundação da cidade de São Paulo, e, posteriormente também presente na origem da cidade do Rio de Janeiro. Sua missão envolvia o Direito e a Teologia Moral. Nóbrega teve muito trabalho junto aos portugueses que vinham para a Colônia sem suas famílias e muitos até na condição de exilados e com as aproximações e catequese em aldeias indígenas. Foi autor do primeiro livro redigido na Colônia, Cartas do Brasil, registrando suas experiências educacionais entre 1549 e 1560.1

A amiga e anfitriã de Chico Xavier em São Paulo, Nena Galves – que juntamente com seu marido fundaram o Centro Espírita União em 1967, atendendo a orientação e apoio de Chico Xavier -, sempre relata que o médium tinha um grande amor pela cidade de São Paulo. Às vezes pedia para dar uma volta pela cidade e até de carro, tarde da noite, e, inclusive, esteve várias vezes no Pátio do Colégio, local onde a cidade foi fundada.

Em Sessão Solene da Câmara de Vereadores de São Paulo realizada no dia 17 de maio de 2004, recebemos a “Medalha Anchieta e Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo”. Na oportunidade fomos saudados pelo vereador Rubens Calvo e em nosso discurso enaltecemos Anchieta, notável vulto dedicado à educação e atendimentos a carentes e que chegou à Colônia do Brasil como noviço do padre Manuel da Nóbrega. Naquele momento homenageamos também Nóbrega, como fundador de São Paulo, e lembramos que ele sempre vinha à nossa memória nos tempos em que atuávamos junto à Reitoria da Universidade Estadual Paulista, na época localizada próxima ao histórico Pátio do Colégio.2

Sempre que possível conduzimos parentes e amigos para conhecerem o museu que funciona no Pátio do Colégio, no centro de São Paulo.

Referências:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Emmanuel. Trajetória espiritual e atuação com Chico Xavier. Cap.17. Matão; O Clarim. 2020.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Cap. 3.8. Araçatuba: Cocriação. 2021.