Precauções no retorno presencial

Precauções no retorno presencial

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Entre setembro e outubro de 2021 houve um “suspiro” com expectativas otimistas no país com a queda das taxas de propagação e de mortes provocadas pela COVID-19.

Isso graças a providências clássicas adotadas pela área da saúde, como a vacinação em massa e distanciamento social, evidentemente que contrariando alguns interesses políticos, comerciais e até radicalismos negacionistas.

Enquanto havia expectativa de reaberturas em países com altos índices de vacinação, em novembro de 2021 começaram a surgir focos de uma chamada quarta onda e da variante “ômicron” do coronavírus.

Em geral essa ocorrência apareceu em países que tiveram problemas mais sérios com a vacinação: grande falta de vacinas no continente africano e reações contra a vacina em algumas regiões da Europa e alguns Estados norte-americanos. Neste último caso, alegando-se o direito individual de escolha, logicamente que ignorando o dever social de contribuição com o bem estar da sociedade.

A falta de vacinas em algumas regiões do mundo assinala claramente a resultante de prevalência de interesses comerciais e a ausência do compromisso de solidariedade. Mesmo numa época seríssima de pandemia alguns não entenderam que não adianta privilegiar-se um grupo ou uma região, mas há necessidade de se pensar no todo coletivo. Isto é, havendo regiões com focos da doença, esta será sempre alimentada com novas variantes e que, num mundo de rápida mobilidade, facilmente atingirão outros países e continentes.

Por outro lado, ainda não houve tempo suficiente para se garantir qual o tempo adequado de imunização que seria assegurado pelas diversas vacinas. Sabe-se que as vacinas não evitam o contágio, mas colaboraram com a minimização de sintomas, internações hospitalares e mortes.

Nesse cenário e face às notícias de novas variantes do vírus, já chegando ao Brasil, entendemos que há necessidade de cautelas com relação a aglomerações.

Na prática, o retorno às atividades presenciais nos centros espíritas deve ser feito mantendo-se atenção às orientações das autoridades sanitárias do Município e do Estado onde as instituições se localizam.

Parece-nos que serão válidos por tempo indeterminado os cuidados, entre outros e genericamente, de uso de máscaras, controle de temperatura corpórea à entrada, distanciamento entre os assentos, passes coletivos e não diretos, boa ventilação natural nas salas, e, sem dúvida a oferta de reuniões híbridas, ou seja, presenciais e virtuais, com transmissões simultâneas.

As transmissões por internet foram uma marcante conquista experimentada pelo meio espírita!

Há centros que estão retornando, por exemplo, com reuniões públicas híbridas, com os cuidados que anotamos acima, mas ofertando os cursos e estudos na forma virtual.

Eventos maiores que levem a aglomerações públicas, no atual quadro que ainda é de pandemia, deveriam permanecer suspensos até uma melhor clareza sobre o cenário epidemiológico de nosso planeta.

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“Onde, então, a ciência de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela” – Georges (Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. XVII, item 11).

(*) Ex-presidente da USE-SP e da FEB; colaborador do Grupo Espírita Casa do Caminho e do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, em São Paulo.