Paulo de Tarso. A vertente espiritual da montanha

Resenha

Paulo de Tarso. A vertente espiritual da montanha

No afã de estudos continuados sobre Paulo de Tarso, deparamo-nos com frase de Nicolas Thomas Wright, bispo anglicano e pesquisador acadêmico: “estudar Paulo é como descobrir diferentes caminhos para escalar uma montanha”1.

Naturalmente, fizemos a conexão com aspectos espirituais a partir do próprio Paulo: “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito” (Gálatas 5,25) e pensamos num flanco dessa montanha, na ótica espírita. Para apoio à essa escalada, focalizamos registros de diversos pesquisadores acadêmicos, até de Carl Gustav Jung, analisando-os concomitantemente com a visão espírita.

Na literatura espírita, destacam-se o monumental Paulo e Estêvão e a profícua exegese sobre as Epístolas, marcantes contribuições de Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier.

Desde Allan Kardec em O Evangelho segundo o espiritismo há análises sobre as Epístolas e instruções espirituais de Paulo. Vários autores espíritas encarnados valorizaram Paulo e suas epístolas. Ao reunirmos variados estudos e vivências surgiu o novo livro Paulo de Tarso. A vertente espiritual da montanha, da Casa Editora O Clarim2.

O nosso objetivo é estimular o estudo sobre o marcante vulto do cristianismo e suas Epístolas.

Os pesquisadores reconhecem e valorizam esses textos como os primeiros registros completos sobre os albores do cristianismo, fonte de inestimável valor histórico. As expressivas pesquisas acadêmicas sobre a vida e as epístolas de Paulo nos favorecem a compreensão sobre o contexto político e religioso que ele viveu, superando inúmeras “encruzilhadas” nas diversas províncias do Império Romano. É o autor vinculado ao cristianismo primitivo mais estudado nos meios acadêmicos e em agremiações religiosas tradicionais do mundo anglo-saxônico. Desde nossas publicações prévias destacamos os aspectos morais e evidências de intercâmbios espirituais grafados em suas cartas e na trajetória do Apóstolo. Interessante é que Paulo foi resguardado pelo Estado romano, uma proteção nos termos da legislação do Império, garantindo direitos de cidadania, e nunca de dependência fisiológica de governos. Inicialmente manteve fidelidade a Moisés e depois a transferiu a Jesus. Portador de autonomia intelectual, o ex-doutor da Lei garantiu a independência do cristianismo em relação ao judaísmo. Aos seus “irmãos de raça”, corajosamente afirmou que o Messias “é mediador de uma melhor aliança” (Hebreus, 8, 6)!

No desenvolvimento do novo livro, em função das múltiplas reflexões ensejadas pelo estudo sobre a vida e obra do Apóstolo, chegamos a analogias com algumas situações do contexto da atualidade. Nesse conjunto surgem os pensamentos relacionados com anotações de Paulo, de certa forma predecessoras de princípios espíritas, e outras aplicáveis ao centro espírita.

Nos versículos sobre o amor (1Coríntios 13, 1-13) identificamos a seta indicativa para a caminhada ao longo da escalada de montanha de cada um de nós!

Referências:

1) Wright, Nicolas Thomas. Trad. Soares, Joshua de Bragança. Paulo. Novas perspectivas. Prefácio. 1a Parte, cap. 1. São Paulo: Edições Loyola, 2009.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Paulo de Tarso. A vertente espiritual da montanha. Matão: Casa Editora O Clarim. 2023.

Extraído de: A Senda. Revista digital da Federação Espírita do Espírito Santo. Ano 100. N. 220. Março-Abril de 2023. p.7.

Informações com a Editora:

Fone: (16) 99270-6575;

Página eletrônica (copie e cole): 

https://www.oclarim.com.br/