O novo ano

O novo ano

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O início de um novo ano sempre enseja esperanças de melhorias e expectativas de num mundo melhor. Esse é sempre o desejo natural de todos, mas há de se convir que um novo ano é uma mudança formal no calendário e naturalmente, na prática, é uma sequência de fatos e compromissos que vêm se desenrolando.

O ano de 2020 foi assinalado pela terrível pandemia do COVID-19. Um fato inimaginável que provocou o maior distanciamento social e as crises advindas dessa situação, que abrangem todas as áreas do mundo, gerando crises ainda nem todas plenamente mensuráveis.

Nos últimos meses do ano surgiram as vacinas, fruto do acelerado desenvolvimento científico e tecnológico. Mas a aplicação delas nos vários países está sujeita a questões políticas, econômicas e de logística. Já se sentiu que as estratégicas políticas nem sempre estão compromissadas com o bem estar geral das populações. Fica claro que as campanhas nacionais de vacinação em massa e das consequentes imunizações poderão ultrapassar o período do novo ano.

A essa altura já podemos imaginar que no novo ano apenas será iniciado um processo de controle da pandemia pelas vacinas. Sem dúvida advirão consequências e busca de soluções nas áreas políticas, econômicas, sociais, educacionais, de saúde, e, com relações com o próprio movimento espírita.

Em todos os cenários, são homens encarnados os responsáveis pelas decisões e ações. E estão imbricadas as questões vinculadas aos limites da compreensão humana.

A leitura atenta da obra “A Gênese”, de Allan Kardec contém considerações significativas sobre decisões relacionadas com o movimento espírita e a Civilização em geral.

No Cap. I encontra-se a anotação: “Numa palavra, o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo a sua elaboração fruto do trabalho do homem”.

No final da obra, no Cap. XVIII, ao abordar “Sinais dos tempos”, o Codificador destaca: “A fraternidade será a pedra angular da nova ordem social; mas, não há fraternidade real, sólida, efetiva, senão assente em base inabalável e essa base é a fé, não a fé em tais ou tais dogmas particulares, que mudam com os tempos e os povos e que mutuamente se apedrejam, porquanto, anatematizando-se uns aos outros, alimentam o antagonismo, mas a fé nos princípios fundamentais que toda a gente pode aceitar e aceitará: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinito, a perpetuidade das relações entre os seres.”

Na base de tudo, podemos afirmar que o livre-arbítrio e o real compromisso de aprimoramento moral e espiritual dos homens serão os definidores das esperadas transformações que poderão se fortalecer num novo e melhor ano.

Que o ano novo seja melhor para todos nós!