O Espiritismo e o Natal de Jesus

O Espiritismo e o Natal de Jesus

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Por ocasião das comemorações do nascimento de Jesus vem à tona a visão espírita sobre Jesus. O Espiritismo, fundamentado nas Obras Básicas de Allan Kardec, é a chave interpretativa para compreendermos o papel do “tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo”, de acordo com O livro dos espíritos.

O espírito Emmanuel, no livro A caminho da luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, esclarece sobre o preparo para o nascimento de Jesus, notadamente nos comentários sobre “O século de Augusto”.

O evangelista Lucas registra o anúncio do nascimento de Jesus: uma informação espiritual. Aliás, como muitos episódios assinalados nas ações e as chamadas curas praticadas por Jesus. E essas relações prosseguiram e foram registradas pelos evangelistas ao descreverem a atuação de Jesus. Allan Kardec analisa os “milagres” na obra A Gênese. As aparições do Cristo após a crucificação representaram um marco de fundamental importância para a valorização e consolidação de seus ensinos e também para reanimar os discípulos e seguidores que ficaram abalados e até temerosos após a condenação e a execução do Mestre. Vários autores são unânimes na afirmação de que os episódios das aparições foram fatores impactantes para se firmar as propostas cristãs.

Um dos principais divulgadores do Espiritismo na França – Léon Denis -, entre várias obras, escreveu Cristianismo e Espiritismo, onde destaca fatos marcantes – as relações com os espíritos dos mortos – ligados aos discípulos do Cristo.

No conjunto da obra de Francisco Cândido Xavier, o exegeta Emmanuel e o espírito Humberto de Campos claramente elucidam a significação do Cristo para nós e do marco que ele representa para a Humanidade: “a porta”, “caminho, verdade e vida” e a “luz do mundo”!

Interessante o registro de João sobre a colocação do Cristo: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, encontrará a pastagem.”

Ao apresentar O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec comenta: “Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteligíveis, parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido.”

As duas figuras – porta e chave – foram reunidas e comentadas em significativa mensagem do espírito Emmanuel, concluindo: “Jesus, a porta. Kardec, a chave”. Que o Natal de Jesus contribua para se evocar a essência dos seus ensinamentos à luz do Espiritismo!

Fonte:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. Cristianismo nos séculos iniciais. Análise histórica e visão espírita. Cap.1.2. Matão: O Clarim. 2020.(com citações de Kardec, Denis, Herculano Pires, Humberto de Campos, Emmanuel).