Jesus, uma trajetória singular!

Ismael Gobbo

Allan Kardec, codificador da Doutrina Espírita, indaga aos espíritos na questão 625 de “O Livro dos Espíritos”: “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?”. A resposta veio numa só palavra: “Jesus”.

Ainda que nem todos os homens se declarem cristãos, a obra do discreto nazareno vem alcançando os quadrantes do mundo não como mais uma crença religiosa, mas como um exemplo de vida construído no cadinho da humildade, que haveria de se expandir e perpetuar.

Mesmo consciente de sua condição de Espírito Superior, Jesus soube conviver em clima de harmonia com os intolerantes religiosos, suportar com compreensão a pecha de excêntrico no próprio seio da família, estender as mãos aos pobres e oprimidos, curar enfermos do corpo e do espírito, experimentar o látego e as cusparadas dos algozes, e enfrentar altivo o madeiro infamante.

Reiterou a certeza da imortalidade, no episódio da ressurreição e nas aparições “post-mortem”, aos continuadores de sua obra. Portador de um reinado que busca responder às mais íntimas indagações do ser humano, legando-lhe calma e serenidade nos momentos difíceis, Jesus é, sem dúvida, ao lado do Pai Celestial do qual se fez o mais expressivo representante no mundo, a entidade de escol mais requisitada pelos homens. Pobres, ricos, encarcerados, abandonados, enfermos, arrependidos, todos que vislumbram uma tábua de salvação, nos momentos difíceis, a Ele se dirigem.

Sua grandeza e fama crescem a cada minuto de forma exponencial, distanciando-se cada vez mais de seus contemporâneos “famosos”. Imaginemos se neste exato instante pudéssemos ter os números de todos aqueles que pensam ou pronunciam o nome de Jesus para louvar, agradecer ou pedir alguma coisa, seja numa igreja, num hospital, na via pública ou nos lares. Inumeráveis milhões, com certeza.

Nunca, ninguém – em tempo algum – foi mais biografado e retratado por escritores e artistas. Que o digam, além dos Evangelhos, as obras de celebridades como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Ernest Renan. Sem bens materiais ou mesmo uma residência fixa, Jesus comprovou para a posteridade que a verdadeira grandeza pode ser construída sem ouro e prata, sem a preocupação de fazê-la visível aos olhos humanos pelo exibicionismo e exaltação ao amor próprio.

O “Rei dos reis” se inscreve como o mais emérito dos professores na singeleza de suas parábolas, que portam os mais aprofundados conceitos de filosofia, ciência e religião.

Ele conseguiu, no Sermão da Montanha, expender pela sua oratória eloquente a bela peça literária que sintetiza o escopo de sua missão: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Médico, filósofo, advogado, juiz, e em todas outras atividades humanas, das mais simples às mais completas, pode-se enxergar o brilho impoluto de Jesus. Todos lhe homenageiam.

Como corolário, nos legou a mais concisa e sublimada oração que o mundo todo conhece e dirige ao Criador: “Pai Nosso que estai nos céus…”

Obrigado por tudo, Jesus, nosso modelo e guia.

 

(Publicado originalmente no jornal Folha da Região, Araçatuba, SP, 24-05-2017. 

Texto transcrito de: http://www.folhadaregiao.com.br/ara%C3%A7atuba/ismael-gobbo-jesus-uma-trajet%C3%B3ria-singular-1.339927)