O evangelho segundo o espiritismo: Orientações para o estudo

O evangelho segundo o espiritismo: Orientações para o estudo

Jorge Leite de Oliveira

(Resenha publicada em Reformador, edição de julho de 2014)

Neste ano de 2014, foi publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB) a obra O evangelho segundo o espiritismo: orientações para o estudo, o qual foi organizado por Antonio Cesar Perri de Carvalho e Célia Maria Rey de Carvalho.

Haroldo Dutra Dias fez a Introdução do livro, destacando a importância do estudo de O evangelho segundo o espiritismo, em que:

“[…] o leitor amigo encontrará apontamentos, sugestões, roteiros e métodos, frutos da experiência e dedicação de devotados trabalhadores, cuja única intenção é compartilhar o que aprenderam para multiplicar as dádivas da compreensão.”

Afonso Chagas, no primeiro capítulo, ressalta o valor do conhecimento bíblico, cujo sentido original era de livro que continha vários outros, mas que passou a significar “o livro por excelência”. Segundo esse autor, a Bíblia tem origem espacial e temporal muito antiga. Trata sobre a existência de Deus, como Criador de tudo o que existe no universo e na Terra, a origem de todas as coisas e do homem em especial. Está dividida em duas partes básicas: o Antigo e o Novo Testamento.

Wagner Gomes da Paixão, no capítulo 2, expõe sobre “a importância do estudo do Antigo e do Novo Testamento para a compreensão do Evangelho de Jesus”. Inicia com a frase do codificador do Espiritismo:

“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral só são ininteligíveis […] por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido.” (KARDEC, 2013, questão 628.)

O capítulo 3 foi preparado por Enrique Eliseo Baldovino, que expõe sobre “algumas características dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João e o perfil de seus autores”. Para tal, valeu-se Baldovino da Codificação Kardequiana, além da literatura mediúnica e não mediúnica espírita, enciclopédias e duas bíblias. Conclui o autor:

“[…] a nós, cristãos-espíritas, cumpre meditarmos e agirmos no estudo, na divulgação e na prática da Boa-nova, hoje rediviva nas páginas de sabedoria de O evangelho segundo o espiritismo […].”

Luiz Cláudio Costa apresenta-nos “Jesus, modelo e guia” no quarto capítulo. Inicia, expondo-nos a fascinante figura de Jesus, sobre cuja existência não pairam dúvidas e que, em virtude da grandiosidade de seu ser, dividiu a História em antes e depois dele. Jesus, entretanto, esclarece-nos o ilustre autor, não é Deus, embora as religiões cristãs lhe tenham atribuído a divindade, por confundi-lo com o Pai celeste, em virtude de Jesus constituir o Ser mais perfeito que o Criador nos legou como modelo e guia.

Antonio Cesar Perri de Carvalho elaborou o capítulo 5, no qual somos esclarecidos de que Jesus, simbolicamente, representa a porta, e Kardec, a chave, segundo nos diz o Espírito Emmanuel. O autor também nos informa sobre a importância de O evangelho segundo o espiritismo, desde seu primeiro capítulo, que nos expõe sobre a “gradação e continuidade das revelações” divinas, que o Cristo se propôs a cumprir na Terra. Mas conclui que é no capítulo VI, intitulado O Cristo Consolador, que se nos amplia “a visão sobre o Cristo e [a] missão do Espiritismo em nossos tempos, no papel de acolhimento, consolo, esclarecimento e orientação de encarnados e desencarnados […]”.

Flávio Rey de Carvalho é responsável pela elaboração dos capítulos 6, 10, 12 e 13 com erudita pesquisa. Somos informados com detalhes, em pesquisa aprofundada,sobre “A trajetória da Boa-Nova e O evangelho segundo o espiritismo”. Elucida-nos Flávio que na obra A caminho da luz, psicografada por Chico Xavier, o Espírito Emmanuel traça-nos o roteiro que nos permite “correlacionar, respectivamente, a trajetória percorrida pelos ensinos de Jesus, nos primeiros séculos da Era Cristã, com a missão de Allan Kardec, em meados do século XIX”. Explica-nos o autor, de quatro capítulos desta obra, que o Espiritismo veio “reabilitar o Cristianismo”, na visão do Espírito Emmanuel.

Nilza Tereza Rotter Pelá encarregou-se da análise da constituição de O evangelho segundo o espiritismo, no capítulo 7. A autora esclarece que a primeira edição desse livro provocou reação negativa do clero, desde o título Imitação do evangelho segundo o espiritismo até o seu conteúdo a respeito de “negação das penas eternas”, “nova interpretação de Deus”, “negação da doutrina de Satanás”, “Jesus – Espírito angélico e não Deus”, “mediunidade e reencarnação”. O capítulo 8 foi elaborado por Saulo César Ribeiro da Silva e trata sobre “A contribuição de Emmanuel para o estudo do Novo Testamento”. Esclarece-nos o autor que “interpretar o Novo Testamento, resgatando seus aspectos históricos, culturais, linguísticos e articulá-los com a atualidade é não só um desafio, mas uma necessidade”. Ao que acresce:

“[…] Esse foi o grande trabalho que Emmanuel realizou através de suas obras trazidas pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier. Com ele, o Evangelho deixa os limites do texto e ressurge na vida, que é o locus primordial de sua concretização.”

Angélica Maia elabora, no capítulo 9, as “Diretrizes para o estudo interpretativo do Evangelho”, em que nos mostra ser “‘O Estudo Interpretativo do Evangelho’ um roteiro para o estudo do Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita”. Com base nesse roteiro, “cada versículo do Novo Testamento é analisado, minuciosamente, para extrair da letra a mensagem sublime de Jesus, possibilitando, de forma efetiva e sincera, a transformação de nós mesmos”.

Célia Maria Rey de Carvalho, no capítulo 11, apresenta-nos o “relato de uma experiência” no “Estudo interpretativo de O evangelho segundo o espiritismo”. Começa, referindo-se ao início, em 2012, na FEB/Brasília, do “Estudo interpretativo de O evangelho segundo o espiritismo” e seu “objetivo de compartilhar alguns aspectos dessa vivência”. Explica, por fim, a autora que a criação do curso foi aprovada pelo Conselho Diretor e Diretoria Executiva da FEB, no final de 2011. O curso tem previsão de um ano de duração e se propõe a estimular nos participantes a pesquisa de vários livros, que vão da Bíblia às obras básicas da Codificação Espírita e em obras subsidiárias, como as psicografadas pelo médium Chico Xavier.

(Oliveira, Jorge Leite. O Evangelho segundo o Espiritismo: Orientações para o estudo. Reformador. Edição de Julho de 2014. P. 422-423)