Estudo de O Novo Testamento

Antonio Cesar Perri de Carvalho

No final do século XIX e durante o século XX surgiram muitas obras relacionadas com o estudo de O Novo Testamento à luz do Espiritismo.

No século XIX Bittencourt Sampaio escreve “A divina epopéia” (*), transformando o Evangelho de João em versos e comentando-os.

Nas primeiras décadas do século passado o pioneiro Cairbar Schutel escreveu cinco livros sobre a temática.

A FEB lançou muitos livros sobre estudos evangélicos, incluindo inovações como a “Síntese de o novo testamento”, de Mínimus (*), mesclando os textos dos evangelistas, em ordem cronológica; pela psicografia de Chico Xavier, ressaltamos a chamada “série Fonte Viva”, com a valiosa contribuição de Emmanuel; Vinícius e Martins Peralva marcaram época com suas obras sobre temática evangélica.

Torres Pastorino dedicou-se a estudos de tradução e escreveu obras sobre o Evangelho.

Uma obra marcante e sui generis é “O Reino”, de Herculano Pires.

Honório Onofre Abreu difundiu uma metodologia de estudo dos versículos – aprofundando-os com base em perguntas – e que está sintetizada na obra “Luz Imperecível”. Tal estudo inspirou as criações na FEB, no ano de 2012, do estudo sistemático e interpretativo de “O Evangelho segundo o Espiritismo” e a criação do NEPE.

Severino Celestino da Silva estuda o Velho e o Novo Testamento em uma série de obras.

Nos anos de 2013 e 2014, a FEB editou O novo testamento, traduzido por Haroldo Dutra Dias, e iniciou a publicação da série O evangelho por Emmanuel, obra programada para sete volumes, agrupando 1.700 mensagens do autor espiritual e colocando-as na ordem dos textos que integram o Novo Testamento. No ano do sesquicentenário de O evangelho segundo o espiritismo vieram a lume várias obras alusivas a esta obra básica do Codificador, além da histórica versão bi-lingue da 1ª. edição desta obra.

Tais iniciativas correspondem às recomendações do Codificador acerca dos estudos referidos:

“Muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral por si sós são ininteligíveis, parecendo alguns até irracionais, por falta da chave que faculte se lhes apreenda o verdadeiro sentido. Essa chave está completa no Espiritismo […]”1

O Espiritismo fornece instrumentos para a utilização dessa chave de interpretação de toda a Bíblia.

Emmanuel na Apresentação de “Caminho, verdade e vida” comenta e compara:

“[…] num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no imenso conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada situação do Espírito, nas estradas da vida.”2

Na medida das possibilidades e condições, é interessante que os centros espíritas passem a estudar o Novo Testamento, pelo menos a partir de “O evangelho segundo o espiritismo”.3

(* – Valorizamos o ineditismo da obra, embora não concordando com algumas interpretações do autor).

 

Referências:

  1. Kardec, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. 131ed. Trad. Guillon Ribeiro. Brasília: FEB, 2013. Introdução, it. 1.
  2. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Brasília: FEB, 2005. Cap. Interpretação dos textos sagrados.
  3. Carvalho, Célia Maria Rey; Carvalho, Antonio Cesar Perri (Org.). O evangelho segundo o espiritismo. Orientações para o estudo. Brasília: FEB, 2014. 211p.