ESPIRITISMO E POLÍTICA

ESPIRITISMO E POLÍTICA

Aylton Paiva*

Também no livro A Gênese, de Allan Kardec, encontramos o esclarecimento:

“O Espiritismo não criou a renovação social, pois a maturidade da humanidade faz dessa renovação uma necessidade. Por seu poder moralizador, por suas tendências progressivas, pela elevação de seus propósitos, pela generalidade das questões que ele abraça, o Espiritismo está, mais que todas as outras doutrinas, apto a secundar o movimento regenerador. Por isso que é contemporâneo.Surgiu no momento em que podia ser útil, pois para ele também os tempos são chegados”. (A Gênese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec ― ed. FEAL).

Destaca-se, então, o compromisso do espírita com uma nova ordem social, fundada no Direito e no Amor. Obviamente, essa transformação dependerá da ação consciente dos bons e ao lado deles, os espíritas atuando com uma “consciência política“, fundamentada nos princípios éticos das Leis Morais de O Livro dos Espíritos.

Portanto, não pode o espírita alienar-se da sociedade e deve agir, com conhecimen‑ to e amor, nessa transformação, em importante momento histórico da civilização humana:

“Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade”. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 5º)

Observando a ousadia da maldade e a confusão entre bondade e omissão, Allan Kardec indagou aos Espíritos:

“Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?”. ― Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” (Questão 932 de O Livro dos Espíritos ― Ed. FEB)

A resposta é clara e precisa, não permite dúvidas àqueles que pretendem ser bons. O mundo e, especificamente, a estrutura social brasileira, está precisando de transformações urgentes para coibir a ação dos maus que solapam os bons costumes, que semeiam a miséria, que se utilizam dos instrumentos da corrupção, da fraude e da mentira para atingirem seus objetivos egoísticos e antiéticos.

Momento significativo para a transformação da sociedade é a realização de eleições para os poderes Legislativo e Executivo.

Em breve seremos chamados às urnas. O espírita precisa estar consciente da sua responsabilidade nesse momento, seja pleiteando cargos eletivos, seja indicando seu representante para assumir esses cargos.

O voto é uma procuração que se passa ao candidato para que, se eleito, ele aja em nosso nome a bem da coletividade. É a maior manifestação de amor e respeito ao povo. Não votar, anular o voto, omitir-se é apoiar as forças do mal, é permitir que os maus sobrepujem os bons.

Para que o espírita tenha critérios de avaliação do candidato analise a sua conduta como membro de uma família, no exercício da atividade profissional, o seu interesse e envolvimento em ações comunitárias com os princípios contidos em O Livro dos Espíritos ― 3ª Parte ― Das Leis Morais, onde estão os conceitos sobre: o Bem e o Mal, a Sociedade, o Trabalho, o Progresso e a Igualdade, Justiça e o Amor.

Não se deve levar as questões político- partidárias para dentro do Centro ou Instituição Espírita. Estas devem ser debatidas no seio da sociedade, mas o espírita deve estar consciente e responsável nas aplicações dessas questões, visando sempre o bem comum.

Vote consciente.

VOTE COM AMOR!

*Aylton Paiva é da USE Intermunicipal de Lins.

(transcrito do jornal Dirigente Espírita, USE-SP, N. 166. Junho-Julho de 2018, p.7.