Equilíbrio religioso e crítica

Obra Regis

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Oportuno o livro de autoria de Regis de Morais intitulado Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade (*).

Nas páginas iniciais, o autor destaca a frase de Kardec : «A verdade é como a luz; é preciso que nos habituemos a ela, pouco a pouco, pois de outra maneira nos ofuscaria » (LE, q. 628).

O autor esclarece o tipo de análise e de crítica que desenvolve: “Quando há limpeza de alma a crítica é generosa. Os que assim criticam sabem que é olhando os semelhantes nos olhos, com mansuetude e tom respeitoso, que devem fazer avaliações doutrinárias ou comportamentais em nome de uma causa. Isto não será censurar, mas referir atitudes e comportamentos a parâmetros de amor cristão. […] Este é um escrito crítico, mas no melhor e mais legítimo sentido de crítica: avaliar à luz de critérios  parâmetros firmes e sensatos. Por isso não é um texto de julgamentos.”

Morais, que é da área de Filosofia Social e Educação, destaca que a filiação a uma doutrina precisa ser a base ética das relações inter-humanas e aponta valores éticos, como a bondade, a pureza, a veracidade e a humildade do homem. Apresenta como fundamentos éticos: o respeito, a solidariedade e a compreensão para com as imperfeições humanas.

Sobre isso, exemplifica com escrito de Santo Agostinho de que a assembléia religiosa não é comunhão dos santos, mas sim dos pecadores. Cita o filósofo Gianotti de que exerce o senso crítico sobre seu meio, o universitário, porque sempre o amou muito.

O autor comenta que “o equilíbrio na vida religiosa – e mesmo no cotidiano não religioso – não aceita nenhuma indiferença ao sofrimento de nosso próximo.”

Nas suas fundamentações o autor considera: “O caminho das religiões é duplo: ou escolhemos aquele lado da estrada que amadurece e enseja crescimento espiritual, ou o lado que infantiliza e nos mete em subserviências cegas, instalando ilusório progresso íntimo. Muitas vezes por conveniências manipulatórias, as religiões pregam enfaticamente a obediência.”

O bloqueio a críticas é lembrado que “está relacionado com o autoengano, deficiência de autocrítica muito frequentemente gerada por engessamentos, endurecimentos do próprio pensar…” Relaciona humildade com abertura para o diálogo.

Importante a colocação de que “se deve esperar é que a prática espírita seja consoante à sua doutrina, não apresentando exlusivismos provincianos.” Para Regis, “as ortodoxias pretendem ter o domínio exclusivo da verdade e dos procedimentos corretos.” Prossegue se referindo à expressão “pureza doutrinária” que acaba remetendo a atitudes fundamentalistas e frequentemente separatistas.

Remete à história inclusive sobre o lamentável Index Prohibitorum (do Concílio de Trento)…

Regis entende que “o cultivo da doutrina espírita exige coerência e lealdade. […] se quisermos sua grandeza doutrinária e não um esquálido ídolo, precisamos pensá-la como educação para a ação transformadora das almas e das sociedades, a qual jamais aceite ser um conjunto de slogans separatistas.”

O livro Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade é um convite ao bom senso para se evitar slogans separatistas e excludentes; merece estudos e reflexões na seara espírita!

 

(*) Editora Allan Kardec, de Campinas (SP): www.allankardec.org.br

Equilíbrio religioso e crítica

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Oportuno o livro de autoria de Regis de Morais intitulado Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade (*).

Nas páginas iniciais, o autor destaca a frase de Kardec : «A verdade é como a luz; é preciso que nos habituemos a ela, pouco a pouco, pois de outra maneira nos ofuscaria » (LE, q. 628).

O autor esclarece o tipo de análise e de crítica que desenvolve: “Quando há limpeza de alma a crítica é generosa. Os que assim criticam sabem que é olhando os semelhantes nos olhos, com mansuetude e tom respeitoso, que devem fazer avaliações doutrinárias ou comportamentais em nome de uma causa. Isto não será censurar, mas referir atitudes e comportamentos a parâmetros de amor cristão. […] Este é um escrito crítico, mas no melhor e mais legítimo sentido de crítica: avaliar à luz de critérios  parâmetros firmes e sensatos. Por isso não é um texto de julgamentos.”

Morais, que é da área de Filosofia Social e Educação, destaca que a filiação a uma doutrina precisa ser a base ética das relações inter-humanas e aponta valores éticos, como a bondade, a pureza, a veracidade e a humildade do homem. Apresenta como fundamentos éticos: o respeito, a solidariedade e a compreensão para com as imperfeições humanas.

Sobre isso, exemplifica com escrito de Santo Agostinho de que a assembléia religiosa não é comunhão dos santos, mas sim dos pecadores. Cita o filósofo Gianotti de que exerce o senso crítico sobre seu meio, o universitário, porque sempre o amou muito.

O autor comenta que “o equilíbrio na vida religiosa – e mesmo no cotidiano não religioso – não aceita nenhuma indiferença ao sofrimento de nosso próximo.”

Nas suas fundamentações o autor considera: “O caminho das religiões é duplo: ou escolhemos aquele lado da estrada que amadurece e enseja crescimento espiritual, ou o lado que infantiliza e nos mete em subserviências cegas, instalando ilusório progresso íntimo. Muitas vezes por conveniências manipulatórias, as religiões pregam enfaticamente a obediência.”

O bloqueio a críticas é lembrado que “está relacionado com o autoengano, deficiência de autocrítica muito frequentemente gerada por engessamentos, endurecimentos do próprio pensar…” Relaciona humildade com abertura para o diálogo.

Importante a colocação de que “se deve esperar é que a prática espírita seja consoante à sua doutrina, não apresentando exlusivismos provincianos.” Para Regis, “as ortodoxias pretendem ter o domínio exclusivo da verdade e dos procedimentos corretos.” Prossegue se referindo à expressão “pureza doutrinária” que acaba remetendo a atitudes fundamentalistas e frequentemente separatistas.

Remete à história inclusive sobre o lamentável Index Prohibitorum (do Concílio de Trento)…

Regis entende que “o cultivo da doutrina espírita exige coerência e lealdade. […] se quisermos sua grandeza doutrinária e não um esquálido ídolo, precisamos pensá-la como educação para a ação transformadora das almas e das sociedades, a qual jamais aceite ser um conjunto de slogans separatistas.”

O livro Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade é um convite ao bom senso para se evitar slogans separatistas e excludentes; merece estudos e reflexões na seara espírita!

 

(*) Editora Allan Kardec, de Campinas (SP): www.allankardec.org.br

Equilíbrio religioso e crítica

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Oportuno o livro de autoria de Regis de Morais intitulado Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade (*).

Nas páginas iniciais, o autor destaca a frase de Kardec : «A verdade é como a luz; é preciso que nos habituemos a ela, pouco a pouco, pois de outra maneira nos ofuscaria » (LE, q. 628).

O autor esclarece o tipo de análise e de crítica que desenvolve: “Quando há limpeza de alma a crítica é generosa. Os que assim criticam sabem que é olhando os semelhantes nos olhos, com mansuetude e tom respeitoso, que devem fazer avaliações doutrinárias ou comportamentais em nome de uma causa. Isto não será censurar, mas referir atitudes e comportamentos a parâmetros de amor cristão. […] Este é um escrito crítico, mas no melhor e mais legítimo sentido de crítica: avaliar à luz de critérios  parâmetros firmes e sensatos. Por isso não é um texto de julgamentos.”

Morais, que é da área de Filosofia Social e Educação, destaca que a filiação a uma doutrina precisa ser a base ética das relações inter-humanas e aponta valores éticos, como a bondade, a pureza, a veracidade e a humildade do homem. Apresenta como fundamentos éticos: o respeito, a solidariedade e a compreensão para com as imperfeições humanas.

Sobre isso, exemplifica com escrito de Santo Agostinho de que a assembléia religiosa não é comunhão dos santos, mas sim dos pecadores. Cita o filósofo Gianotti de que exerce o senso crítico sobre seu meio, o universitário, porque sempre o amou muito.

O autor comenta que “o equilíbrio na vida religiosa – e mesmo no cotidiano não religioso – não aceita nenhuma indiferença ao sofrimento de nosso próximo.”

Nas suas fundamentações o autor considera: “O caminho das religiões é duplo: ou escolhemos aquele lado da estrada que amadurece e enseja crescimento espiritual, ou o lado que infantiliza e nos mete em subserviências cegas, instalando ilusório progresso íntimo. Muitas vezes por conveniências manipulatórias, as religiões pregam enfaticamente a obediência.”

O bloqueio a críticas é lembrado que “está relacionado com o autoengano, deficiência de autocrítica muito frequentemente gerada por engessamentos, endurecimentos do próprio pensar…” Relaciona humildade com abertura para o diálogo.

Importante a colocação de que “se deve esperar é que a prática espírita seja consoante à sua doutrina, não apresentando exlusivismos provincianos.” Para Regis, “as ortodoxias pretendem ter o domínio exclusivo da verdade e dos procedimentos corretos.” Prossegue se referindo à expressão “pureza doutrinária” que acaba remetendo a atitudes fundamentalistas e frequentemente separatistas.

Remete à história inclusive sobre o lamentável Index Prohibitorum (do Concílio de Trento)…

Regis entende que “o cultivo da doutrina espírita exige coerência e lealdade. […] se quisermos sua grandeza doutrinária e não um esquálido ídolo, precisamos pensá-la como educação para a ação transformadora das almas e das sociedades, a qual jamais aceite ser um conjunto de slogans separatistas.”

O livro Sobre o equilíbrio religioso. Fé e comunidade é um convite ao bom senso para se evitar slogans separatistas e excludentes; merece estudos e reflexões na seara espírita!

 

(*) Editora Allan Kardec, de Campinas (SP): www.allankardec.org.br