Coração não cansa e não dorme

Coração não cansa e não dorme

Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. – Jesus (Mateus, 5:8)

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo (*)  

A orquestração do Universo é maravilhosa.

Quando me debruço na fonte a ver a água cantando, correndo distante, e o vento assobiando lá fora, e meu coração aqui seguindo suas passadas, fico imaginando o Criador e sua obra.

Quando despertamos para a realidade do Espírito imortal, de que absolutamente nada na matéria é definitivo, inclusive a vida física é temporária, passamos a compreender a inutilidade da ambição e do orgulho, a estupidez do egoísmo em acumular, a tolice das disputas materiais, a incoerência das tolas mágoas e do ressentimento que acumulamos no coração, pobrezinho.

Nosso pequeno reino feito de desejos e interesses (consciência), onde nascem e moram nossos pensamentos e sentimentos – ainda temos muitas dificuldades de administrá-lo bem, e quem sofre as consequências é o nosso coração, órgão vital e que, como Deus, não cansa e não dorme.

O coração sofre o impacto, quando o corpo está acordado ou mesmo dormindo, das emoções do seu comandante, que somos nós, o governador dessas ações serenas ou desiquilibradas. Como diz o autor de O pequeno príncipe, Antoine de Saint-Exupéry: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”.

Lembro aqui de uma porção de provérbios chineses que falam de nossas ações e de seu reflexo em nosso coração, essa máquina divina, que responde de imediato e com presteza à mente quando recebe afeto, porque o amor faz mudar o seu próprio ritmo.

“Quem abre o coração à ambição, fecha-o à tranquilidade.”

“A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?”

“Os nossos desejos são como crianças pequenas: quanto mais lhes cedemos, mais exigentes se tornam.”

Para não sobrecarregar esse órgão tão importante pela nossa permanência aqui, escutemos o pensamento do sábio e filósofo chinês, Confúcio: “Quando a raiva, o vício, a paixão crescerem, pense nas consequências”.

(*) Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é bacharel em direito com especialização em dependência química pela USP-SP/GREA; diretor da Editora EME. 

Transcrito de:

O Consolador. Revista Semanal de Divulgação Espírita. N.651. Edição de 05/01/2020; http://www.oconsolador.com.br/ano13/651/ca3.html