Necessário acordar

Necessário acordar

“Desperta, ó tu que dormes, levanta­te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” Paulo (Efésios, 5:14)

Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus.

Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias.

Inquietam­-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-­se na Terra.

Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.

Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretam­nos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento.

O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender. A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina.

Faz-­se indispensável examinar­se, emergir da animalidade e erguer­-se para senhorear o próprio caminho.

Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes.

Fala-­se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 68. FEB)

ALGO MAIS

ALGO MAIS

Um crente sincero na Bondade do Céu, desejando aprender como colaborar na construção do Reino de Deus, pediu, certo dia, ao Senhor a graça de compreender os Propósitos Divinos e saiu para o campo.

De início, encontrou-se com o Vento que cantava e o Vento lhe disse:

— Deus mandou que eu ajudasse as sementeiras e varresse os caminhos, mas eu gosto também de cantar, embalando os doentes e as criancinhas.

Em seguida, o devoto surpreendeu uma Flor que inundava o ar de perfume, e a Flor lhe contou:

— Minha missão é preparar o fruto; entretanto, produzo também o aroma que perfuma até mesmo os lugares mais impuros.

Logo após, o homem estacou ao pé de grande Árvore, que protegia um poço d’água, cheio de rãs, e a Árvore lhe falou:

- Confiou-me o Senhor a tarefa de auxiliar o homem; contudo, creio que devo amparar igualmente as fontes, os pássaros e os animais.

O visitante fixou os feios batráquios e fez um gesto de repulsa, mas a Árvore continuou:

— Estas rãs são boas amigas. Hoje posso ajudá-las, mas depois serei ajudada por elas, na defesa de minhas próprias raízes, contra os vermes da destruição e da morte.

O devoto compreendeu o ensinamento e seguiu adiante, atingindo uma grande cerâmica. Acariciou o barro que estava sobre a mesa e o Barro lhe disse:

- Meu trabalho é o de garantir o solo firme, mas obedeço ao oleiro e procuro ajudar na residência do homem, dando forma a tijolos, telhas e vasos. Então, o devoto regressou ao lar e compreendeu que para servir na edificação do Reino de Deus é preciso ajudar aos outros, sempre mais, e realizar, cada dia, algo mais do que seja justo fazer.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap.13. FEB)

Benedita era o seu nome

Benedita era o seu nome

Bendita era a sua vida,

abençoada por nome e afortunada por viver.

Era negra, era pobre, era alma em aflição, mas levava brilho nos olhos.

Enfrentava os abismos da vida.

Benedita era como uma andorinha que voava longe, mas pousava com o coração em ninho de amor e caridade.

Seu coração era um grande farol em meio à tempestade, iluminava seu ser mesmo diante da escuridão da obsessão que a cegava.

Aprendeu sobre a caridade e viveu, em seu ser, a verdadeira benevolência ao próximo.

Não nasceu em palácios, mas construiu castelos da indulgência com todos, sem ver o autor de cada página da vida.

Praticava o perdão que as dolorosas almas pedem em súplicas de socorro.

Dedicou sua vida à caridade, distante de ser moeda de troca, longe dos aplausos, sem chegar perto dos palanques.

Bendita era sua vontade de dividir o pão entre mãos sujas e enrugadas pela plenitude da vida.

Era viva sua vontade de dar colo a quem o mundo negou.

Era amorosa em oração sussurrada aos que, no leito, deliravam entre a loucura e o abandono.

Era o seu ser, um o dom: ser médium do amor, profeta em clarear as ruas escuras, levando todos a pontos de reencontro com a luz.

Benevolente sempre. Não pregava sermões — ela era o sermão vivo. Indulgente com as imperfeições, não citava páginas de livros — ela era o livro aberto.

Perdoava todas as ofensas de uma vida de aflição, com amor e carinho ao próximo, plantando dignidade onde havia delírio.

Na caridade silenciosa, na coragem de amar, no abraço antes de perguntar o nome.

Sejamos como ela: além de bons, renascentes na caridade — distantes dos simples gestos e próximos do milagre da virtude.

Cada criança acolhida, cada amor pelo próximo, cada idoso recolhido, cada amigo auxiliado, cada alma tida como louca que foi abraçada — foi a demonstração de que a caridade não veste luxo.

Aplicava passes de amor que eram brisas de carinho, em silêncios que eram ninhos.

Em silêncio, ela ensinava a ser bendita com todos, sem deixar ninguém sem amparo, dando colo a todos Dama do coração caloroso e amoroso, dama da caridade, rainha da compaixão.

Ensinava que a caridade é a poesia da alma, tornando-se verso eterno no livro da vida…

Ivan de Albuquerque

Mensagem psicografada por Paulo Henrique dos Anjos, durante o seminário "Benedita Fernandes – a dama da caridade", desenvolvido por Cesar Perri na Sociedade Espírita Allan Kardec, em Mirassol do Oeste (MT), no dia 01/06/2025.

Evangelizando almas

Evangelizando almas

Estamos além da evangelização do Evangelho, vivemos momentos para a caminhada dos passos da bondade em nossas vidas.

As almas começam a ser evangelizadas em cada lar, pois é neste espaço que se dá o começo da harmonia de uma família, surgindo um ambiente de saúde espiritual para a evolução familiar.

Criamos espaços para a educação verdadeira, através do verbo e da comunicação amorosa entre os entes encarnados, espíritos da caminhada da vida eterna.

Além de falar, devemos também escutar cada sentimento que busca a orientação em tempos da colaboração de cada ser; a voz que emite todos os sentimentos é de amor.

Em busca da vivência do Evangelho em nossos passos, evangelizar é colocar o amor à frente dos ensinamentos do materialismo.

É buscar ensinar a colaboração da amorosidade por todos. Que encontremos em nosso ser uma vida para as almas caridosas.

Somos instrumentos do Evangelho vivo.

Benedita Fernandes

Mensagem psicografada por Paulo Henrique dos Anjos, durante o seminário "Benedita Fernandes – a dama da caridade", desenvolvido por Cesar Perri na Sociedade Espírita Allan Kardec, em Mirassol do Oeste (MT), no dia 01/06/2025.

Pátria da Esperança

Pátria da Esperança

Queridos irmãos e irmãs, que a paz do Cristo nos envolva nesta hora de reflexão e prece.

Hoje, temos a honra de mergulhar na inspiração luminosa do Espírito Jerônimo Mendonça Ribeiro, através da psicografia do médium Nicola José Fratari Neto.

A poesia que leremos intitula-se “Pátria da Esperança”, e traz uma mensagem profundamente atual para todos nós, brasileiros e espíritas, que buscamos na fé e na razão o consolo e a direção nos tempos de provação:

“Em meio a desiquilíbrio e tumulto

Leviandades, gritos e ataques

Perguntam entre aflitos azorragues

Se em nosso país sobrará um vulto.

 

As orações aqui chegam perdidas

Como aves cansadas ante o deserto

Levando clamor e petitório incerto

Como súplicas de almas foragidas…

 

Desesperanças, medos, blasfêmias…

Assim seguem os de almas ingênuas

A julgar o tumulto como época morta.

 

Cristo reflete esperança nessas orações.

Já apontou o caminho a nossos corações

Dando-nos o Consolador por sua volta”.

Jerônimo Mendonça.

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Jerônimo, com a lucidez que marcou sua trajetória espiritual, nos convida a olhar para o Brasil — tantas vezes chamado de coração do mundo, pátria do evangelho — não com olhos de desânimo, mas de esperança.

Ele retrata as dores, os clamores e a sensação de abandono que se espalham pelo país, como aves perdidas em um deserto.

Porém, o poema não termina na aflição: ele nos recorda que o Cristo continua refletindo esperança nas preces sinceras.

A resposta divina já nos foi dada por meio do Consolador prometido, o Espiritismo, que aponta o caminho da renovação íntima e coletiva.

Assim, ao término dessa leitura tão rica em ensinamentos, somos convidados a renovar nossa confiança no porvir, certos de que as sombras são passageiras diante da luz do Evangelho redivivo.

Que sejamos semeadores dessa esperança, em nossas palavras e atitudes, certos de que Jesus continua guiando os destinos desta terra abençoada.

Ave Cristo!

DE: Pátria da Esperança, por Jerônimo Mendonça Ribeiro, médium Nicola José Frateri Neto, leitura Hélio Dias.

Acesso (copie e cole): https://youtu.be/8Yv8qB9S37E?si=F5dNHC7e5ObEiSBy

FAZEI PREPARATIVOS

FAZEI PREPARATIVOS

“Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobilado; aí, fazei preparativos.” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 22, VERSÍCULO 12.)

Aquele cenáculo mobilado, a que se referiu Jesus, é perfeito símbolo do aposento interno da alma.

À face da natureza que oferece lições valiosas em todos os planos de atividade, observemos que o homem aguarda cada dia, renovando sempre as disposições do lar.

Aqui, varrem-se detritos; acolá, ornamentam-se paredes. Os móveis, quase sempre os mesmos, passam por processos de limpeza diária. O homem consciencioso reconhecerá que a maioria das ações, na experiência física, encerra-se em preparação incessante para a vida com que será defrontado, além da morte do corpo.

Se isto ocorre com a feição material da vida terrena, que não dizer do esforço propriamente espiritual para o caminho eterno?

Certamente, numerosas criaturas atravessarão o dia à maneira do irracional, em movimentos quase mecânicos.

Erguem-se do leito, alimentam o corpo perecível, absorvem a atenção com bagatelas e dormem de novo, cada noite.

O aprendiz sincero, todavia, sabe que atingiu o cenáculo simbólico do coração.

Embora não possa mudar de idéias diariamente, qual acontece aos móveis da residência, dá-lhes novo brilho a cada instante, sublimando os impulsos, renovando concepções, elevando desejos e melhorando sempre as qualidades estimáveis que já possui.

O homem simplesmente terrestre mantém-se na expectativa da morte orgânica; o homem espiritual espera o Mestre Divino, para consolidar a redenção própria.

Não abandoneis, portanto, o cenáculo da fé e, aí dentro, fazei preparativos em constante ascensão.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 144. FEB)

Poema da gratidão

Poema da gratidão

Senhor, muito obrigado…

Pelo ar que nos dás, pelo pão que nos deste, pela roupa que nos veste, pela alegria que possuímos, por tudo de que nos nutrimos…

Muito obrigado pela beleza da paisagem, pelas aves que voam no céu de anil, pelas Tuas dádivas mil..

Muito obrigado, Senhor, pelos olhos que temos…Olhos que veem o céu, que veem a terra e o mar, que contemplam toda beleza…Olhos que se iluminam de amor ante o majestoso festival de cor da generosa Natureza! E os que perderam a visão? Deixa-me rogar por eles ao Teu nobre coração! Eu sei que depois desta vida, além da morte, voltarão a ver com alegria incontida…

Muito obrigado pelos ouvidos meus, pelos ouvidos que me foram dados por Deus. Obrigado, Senhor, porque posso escutar o Teu nome sublime e, assim, posso amar… Obrigado pelos ouvidos que registram a sinfonia da vida no trabalho, na dor, na lida… O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro, as lágrimas doridas do mundo inteiro e a voz longínqua do cancioneiro… E os que perderam a faculdade de escutar? Deixa-me por eles rogar. Sei que em Teu Reino voltarão a sonhar…

Obrigado, Senhor, pela minha voz, mas também pela voz que ama, pela voz que ajuda, pela voz que socorre, pela voz que ensina, pela voz que ilumina e pela voz que fala de amor, obrigado, Senhor! Recordo-me, sofrendo, daqueles que perderam o dom de falar e o Teu nome não podem pronunciar. Os que vivem atormentados na afasia e não podem cantar nem de noite, nem de dia. Eu suplico por eles sabendo, porém, que mais tarde, no Teu reino voltarão a falar…

Obrigado, Senhor, por estas mãos que são minhas alavancas da ação, do progresso, da redenção… Agradeço pelas mãos que acenam adeuses, pelas mãos que fazem ternura, e que socorrem na amargura. Pelas mãos que acarinham, pelas mãos que elaboram as leis pelas mãos que cicatrizam feridas retificando as carnes sofridas balsamizando as dores de muitas vidas! Pelas mãos que trabalham o solo, que amparam o sofrimento e estancam lágrimas, pelas mãos que ajudam os que sofrem, os que padecem… Pelas mãos que trabalham nestes traços, como estrelas sublimes fulgindo em meus braços!

E pelos pés que me levam a marchar, ereto, firme a caminhar. Pés de renúncia que seguem humildes e nobres sem reclamar…E os que estão amputados, os aleijados, os feridos, os deformados, eu rogo por eles e posso afirmar que no Teu Reino, após a lida dolorosa da vida, hão de poder bailar e em transportes sublimes outros braços afagar… Sei que a Ti tudo é possível mesmo que ao mundo pareça impossível…

Obrigado, Senhor, pelo meu lar, o recanto de paz ou escola de amor, a mansão da glória…

Obrigado, Senhor, pelo amor que eu tenho e pelo lar que é meu… Mas, se eu sequer nem um lar tiver ou teto amigo para me aconchegar nem outro abrigo para me confortar… Se eu não possuir nada, senão as estradas e as estrelas do céu, como leito de repouso e o suave lençol, e ao meu lado ninguém existir, vivendo e chorando sozinho ao léu sem alguém para me consolar…

Direi ainda: Obrigado, Senhor porque Te amo e sei que me amas, porque me deste a vida jovial, alegre, por Teu amor favorecida…

Obrigado, Senhor, porque nasci…

Obrigado porque creio em Ti e porque me socorres com amor, hoje e sempre, obrigado, Senhor!

Amélia Rodrigues

(Poema declamado por Divaldo no final de milhares de conferências e incluída no livro Sol de Esperança, psicografia de Divaldo Pereira Franco, Ed. LEAL)

AO PARTIR DO PÃO

AO PARTIR DO PÃO

“E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido ao partir do pão.” — (LUCAS, CAPÍTULO 24, VERSÍCULO 35.)

Muito importante o episódio em que o Mestre é reconhecido pelos discípulos que se dirigiam para Emaús, em desesperação.

Jesus seguira-os, qual amigo oculto, fixando-lhes a verdade no coração com as fórmulas verbais, carinhosas e doces.

Grande parte do caminho foi atravessada em companhia daquele homem, amoroso e sábio, que ambos interpretaram por generoso e simpático desconhecido e, somente ao partir do pão, reconhecem o Mestre muito amado.

Os dois aprendizes não conseguiram a identificação nem pelas palavras, nem pelo gesto afetuoso; contudo, tão logo surgiu o pão materializado, dissiparam todas as dúvidas e creram.

Não será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios?

Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta humana.

Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel.

É necessário combater semelhante miopia da alma.

Louvado seja o Senhor por todas as lições e testemunhos que nos confere, mas continuarás muito longe da verdade se o procuras apenas na divisão dos bens fragmentários e perecíveis.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 129. FEB)

O “NÃO” E A LUTA

O “NÃO” E A LUTA

“Mas seja o vosso falar: sim, sim; não, não.” — Jesus. (MATEUS, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 37.)

Ama, de acordo com as lições do Evangelho, mas não permitas que o teu amor se converta em grilhão, impedindo-te a marcha para a vida superior.

Ajuda a quantos necessitam de tua cooperação, entretanto, não deixes que o teu amparo possa criar perturbações e vícios para o caminho alheio.

Atende com alegria ao que te pede um favor, contudo não cedas ã leviandade e à insensatez.

Abre portas de acesso ao bem-estar aos que te cercam, mas não olvides a educação dos companheiros para a felicidade real.

Cultiva a delicadeza e a cordialidade, no entanto, sê leal e sincero em tuas atitudes.

O “sim” pode ser muito agradável em todas as situações, todavia, o “não”, em determinados setores da luta humana, é mais construtivo.

Satisfazer a todas as requisições do caminho é perder tempo e, por vezes, a própria vida.

Tanto quanto o “sim” deve ser pronunciado sem incenso bajulatório, o “não” deve ser dito sem aspereza.

Muita vez, é preciso contrariar para que o auxílio legítimo se não perca; urge reconhecer, porém, que a negativa salutar jamais perturba.

O que dilacera é o tom contundente no qual é vazada. As maneiras, na maior parte das ocasiões, dizem mais que as palavras.

“Seja o vosso falar: sim, sim; não, não”, recomenda o Evangelho.

Para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de mel ou de fel.

Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap.80. FEB)

A MARCHA

A MARCHA

“Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte.” — Jesus. (LUCAS, CAPÍTULO 13, VERSÍCULO 33.)

Importa seguir sempre, em busca da edificação espiritual definitiva. Indispensável caminhar, vencendo obstáculos e sombras, transformando todas as dores e dificuldades em degraus de ascensão.

Traçando o seu programa, referia-se Jesus àmarcha na direção de Jerusalém, onde o esperava a derradeira glorificação pelo martírio.

Podemos aplicar, porém, o ensinamento às nossas experiências incessantes no roteiro da Jerusalém de nossos testemunhos redentores.

É imprescindível, todavia, esclarecer a característica dessa jornada para a aquisição dos bens eternos.

Acreditam muitos que caminhar é invadir as situações de evidência no mundo, conquistando posições de destaque transitório ou trazendo as mais vastas expressões financeiras ao circulo pessoal.

Entretanto, não é isso. Nesse particular, os chamados “homens de rotina” talvez detenham maiores probabilidades a seu favor.

A personalidade dominante, em situações efêmeras, tem a marcha inçada de perigos, de responsabilidades complexas, de ameaças atrozes.

A sensação de altura aumenta a sensação de queda.

É preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espírito eterno, no terreno das conquistas Interiores.

Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos pontos da viagem, para a Sabedoria Divina se encontram apenas paralisadas na contemplação de fogos-fátuos.

Que ninguém se engane nas estações de falso repouso. Importa trabalhar, conhecer-se, iluminar-se e atender ao Cristo, diariamente.

Para fixarmos semelhante lição em nós, temos nascido na Terra, partilhando-lhe as lutas, gastando-lhe os corpos e nela tornaremos a renascer.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 20, FEB)