Rotulagem

Rotulagem

“Mas quem não possui o espírito do Cristo, esse não é dele.” – Paulo. (Romanos, 8:9.)

A rotulagem não tranqüiliza.

Procuremos a essência.

Há louvores em memória do Cristo, em muitos estandartes que estimulam a animosidade entre irmãos.

Há símbolos do Cristo, em numerosos tribunais que, em muitas ocasiões, apenas exaltam a injustiça.

Há preciosas referências ao Cristo, em vozes altamente categorizadas da cultura terrestre, que, em nome do Evangelho, procuram estender a miséria e a ignorância.

Há juramentos por Cristo, através de conversações que constituem vastos corredores na direção das trevas.

Há invocações verbais ao Cristo, em operações puramente comerciais, que são escuros atentados à harmonia da consciência.

Meditemos na extensão de nossos deveres morais, no círculo das responsabilidades que abraçamos com a fé cristã.

Jesus permanece em imagens, cartazes, bandeiras, medalhas, adornos, cânticos, poemas, narrativas, discursos, sermões, estudos e contendas, mas isso é muito pouco se lhe não possuímos o ensinamento vivo, na consciência e no coração.

É sempre fácil externar entusiasmo e convicção, votos brilhantes e frases bem-feitas.

Acautelemo-nos, porém, contra o perigo da simples rotulagem.

Com o apóstolo, não nos esqueçamos de que, se não possuímos o espírito do Cristo, dele nos achamos ainda consideravelmente distantes.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte Viva. Cap. 170. FEB)

Pontos fundamentais para o espírita em viagem

Pontos fundamentais para o espírita em viagem

Procurar conhecer as disposições legais que regem o país que visita e a elas obedecer.

Esquivar-se de partilhar preconceitos ou dissensões que encontre, mas respeitar os sentimentos de cada pessoa com a qual se veja em contacto, tentando auxiliá-la pela prestação de serviço.

Fugir da exibição pessoal.

Guardar discrição e simplicidade.

Acatar os sistemas de trabalho espiritual que observe diferentes daqueles a que se afeiçoe.

Evitar críticas e discussões.

Furtar-se de comprometer a Doutrina Espírita, em quaisquer atitudes, mormente aquelas que se relacionem com o interesse próprio.

Negar-se à participação de negócios clandestinos, ainda mesmo aqueles que apareçam mascarados de legalidade, a pretexto de melhorar a posição financeira.

Estudar a língua e os costumes do país visitado, para ser mais útil.

Recusar-se a fazer comparações pejorativas, suscetíveis de humilhar os seus anfitriões.

Omitir adjetivos vexatórios em se referindo a personalidades, situações, casos e coisas da nação que o recebe.

Silenciar anedotas e aforismos de mau gosto.

Não opinar em torno das dificuldades da região que pisa, sem minucioso conhecimento das causas que as produziram.

Não criar problemas.

Tanto quanto possível, evitar dívidas de ordem material por onde passe.

Nunca bajular e nem deprimir.

Jamais escarnecer dos hábitos e crenças do país em que esteja.

Abster-se da preocupação de doutrinar, embora deva estar pronto para dizer a boa palavra ou o conceito justo da Doutrina Espírita, capazes de semear renovação e elevação nos ouvintes.

Não querer superioridades para a sua pátria de origem e nem diminuí-la com alusões impensadas.

Abolir a palavra “estrangeiro” da sua linguagem e tratar os filhos de outros povos, por verdadeiros irmãos.

André Luiz

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. Entre irmãos de outras terras. Cap. 1. FEB)

Diante de outras nações

Diante de outras nações

Conservarás a dignidade do lar e honrarás, amando infatigavelmente, os pais que te proporcionaram berço e vida.

Nunca sonegarás teu auxílio aos que te peçam amparo e compreensão no aconchego doméstico.

Exaltarás, servindo, a terra que te acolhe por mãe generosa, retribuindo, em cuidado e respeito, o pão que ela te dá.

Saberás agradecer o espaço em que movimentas, assegurando-lhe a limpeza e ofertando-lhe, sempre que possível, o perfume de alguma flor que dependa de teu carinho.

Situarás, enfim, o coração na pátria que te reúne aos irmãos do mesmo ideal e da mesma língua, mas não olvidarás que o mesmo céu estrelado, de vigia sobre as nossas aspirações, agasalha as esperanças de outros povos que recebem como nós a Bênção de Deus.

Quando procures o trabalho, cada manhã, recorda que outros homens fazem o mesmo, quando o Sol lhes anuncia um dia novo, e, quando envolvas teus filhos nas preces da noite, pensa nas mães que, em países distantes, velam igualmente, suplicando ao Todo Misericordioso lhes proteja e conduza os entes queridos.

Não julgues que a riqueza amoedada de alguns e a carência econômica de outros sejam motivo a diferenças.

As dores que nos aprimoram a alma e as alegrias que nos impulsionam para a frente vibram em milhares e milhares de corações no outro hemisfério.

Quando algo ouças, em torno de grupos dessa ou daquela nação que estejam empreendendo a guerra de conquista, ora por eles; são irmãos que desconhecem as reações dolorosas que lhes reajustarão o espírito mais tarde.

E quando escutes algum noticiário, acerca de grupos outros que estejam em provação, ora igualmente por eles, para que não lhes escasseiem o dom do trabalho e a força da paciência.

A todos considera como sendo nossos companheiros, criaturas do mesmo Criador e filhos do mesmo Pai.

De futuro, nos reinos do Espírito, vê-los-ás na condição da Humanidade — nossa verdadeira família.

Aprende, pois, desde hoje, a banir do teu dicionário a palavra “estrangeiro” e, em se referindo a alguém que haja nascido em clima diverso, deixa que a fraternidade te suba da alma aos lábios e dize sinceramente “nosso irmão”.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. Entre irmãos de outras terras. Cap. 32. Rio de Janeiro: FEB. 1966. 141p.)

A TERRA DIANTE DE JESUS

A TERRA DIANTE DE JESUS

Meus amigos: Jesus, o Senhor nosso, nos abençoe e guie!

Causa espanto e até desencanto, ao coração encarnado que ainda não tenha refletido sobre a mensagem do Evangelho, quando sofre as pressões e o desencadear de forças agressivas do Mundo.

Embora o imenso e antigo trabalho das linhas religiosas – trabalho que dogmatiza e ainda não logra a libertação mental efetiva dos crentes –, a angústia do existir é a chaga de incontáveis seres, quando não de todos, já que a condição de expiação e provas do planeta a ninguém exonera dos testemunhos, haja vista que o próprio Jesus – o Puro Espírito – também sofreu entre nós.

Com as lições do Evangelho, amigos, a existência deixa de se conter no breve tempo dos corpos físicos, porque a perspectiva espiritual distende o conceito de Vida e embala, desde a Terra, as esperanças e as alegrias de um coração que se reconhece filho de Deus.

Também pela Boa Nova, o senso de justiça supera o vício de vingança, ou a crença de maldição dos homens e seus templos, demonstrando, com o vívido exemplo do Cristo, a paciência sábia da Providência e a equanimidade de sua Misericórdia no “a cada um segundo as próprias obras”.

Tudo, pelo prisma de Jesus em sua mensagem redentora, é vida abundante, sem condenações raivosas ou exclusões irreversíveis. Indubitavelmente, a Doutrina dos Espíritos, revelada por Allan Kardec, é traço vigoroso de filosofia divina a expor e aprofundar o insuperável conteúdo do Evangelho.

Linguagem e formulações que não apenas emolduram em sabedoria as Parábolas, mas as ilustram pelo conteúdo insofismável dos que vivem além de nossos muros físicos.

A Terra, meus amigos, merece ser observada, cultivada, trabalhada e sentida pelo prisma da mensagem de Jesus.

Ele, o Mestre e Guia da Humanidade, é a definitiva e imortal resposta a todas agruras e dores, de homens e mulheres que habitam ou habitarão a carne pelo tempo do orbe, em permanente evolução.

Não nos impressionemos com o aparente mal, entre violências e fanatismos, entre egoísmos e crueldades, pois a Justiça divina se cumpre, para que o amor – somente o amor, conforme viveu Jesus –, redima almas e povos no rumo da genuína Regeneração.

Confiemos no Pai, em seu Filho amado e no poder do tempo que a tudo renova para o Bem!
HONÓRIO ABREU

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner Gomes da Paixão durante reunião pública no Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, no dia 13 de outubro de 2025).

Homenagem a Benedita Fernandes — Mãe Dita

Homenagem a Benedita Fernandes — Mãe Dita

Há setenta e oito anos, encerrava-se a jornada de uma alma iluminada nas terras paulistas.

Mulher simples, de gestos modestos, olhar fugidio e voz mansa.

Suas mãos calejadas expressavam, no trabalho, o vigor de sua alma.

Amada por todos, transformou-se em abrigo dos desvalidos, mãe dos órfãos e dos loucos, incentivo para as lavadeiras, mulheres simples e batalhadoras.

Recebeu o nome de Benedita Fernandes, e a todos conquistou com seu exemplo e coragem.

Desbravou, como heroína da caridade, tempos em que poucos recursos haviam, mas nunca desanimou.

Ouvindo as vozes do Cristo ressoar na acústica de sua alma, não pôde descansar.

Faltava tudo, os recursos eram escassos, as moedas minguadas, mas seu espírito era rico de vontade.

Mesmo na solidão, enxugou os prantos dos que batiam à sua porta, onde sabiam que encontrariam consolo e alívio para suas dores.

Foi então que recebeu o codinome de Mãe Dita — bendita mãe de todos nós que te amamos.

Quanta falta fazes nestes dias de penúria espiritual e social que assolam a Terra! Ainda assim, sabemos que permaneces no leme do barco da caridade, impulsionando os viajantes pelos mares tempestuosos.

Pelas mãos da mediunidade, teu legado continua: instruindo, consolando, amparando.

Recebeste, em teus braços, um filho amado de tua alma — Sirlei — que não mediu esforços para que tua obra não parasse. Ele se despediu dos companheiros de trabalho, deixando um legado de amor, dedicado a ti.

Mãe Dita, Benedita Fernandes, nosso gesto é de profunda gratidão.

Tua obra permanece viva, erguida na Terra e, sobretudo, em nossos corações.

Cornélio Pires

(Psicografia de José Francisco Gomes, em Ipatinga – MG, no dia 09/10/2025).

000

Observações de Cesar Perri:

- Benedita Fernandes desencarnou em Araçatuba aos 09/10/1947.

- Cornélio Pires, conhecido como “poeta caipira” de Tietê-SP (1884-1958), jornalista e escritor atuante em São Paulo, proferia conferências culturais em várias cidades e era espírita. Em 1943 proferiu palestras sobre suas obras vinculadas à cultura caipira em Araçatuba e fez visitas e reuniões com espíritas locais que ele registra em seu livro "Coisas d’outro mundo" (1944) e que reproduzimos em nosso livro "O espiritismo em Araçatuba" (1975).

- José Francisco Gomes, dirigente da Comunidade Espírita Amor; Luz e Esperança de Ipatinga (MG), psicografou os livros do espírito Benedita Fernandes: "Evangelizar Sentimentos e Criar Consciências" (2011) e "Os desafios da educação nos tempos de regeneração" (Ed.Cocriação, 2025; lançado em Araçatuba em junho de 2025).

- Sirlei Nogueira, desencarnou em Araçatuba aos 12/09/2025; criador da Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, fundador da editora Cocriação e diretor do filme “Benedita – uma heroína invisível. O legado da superação”.

O Mestre e o apóstolo

O Mestre e o apóstolo

Tema principal O Evangelho segundo o Espiritismo — Cap. I — Item 7.

Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.

Jesus, o Mestre. Kardec, o Professor.

Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras. Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.

Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na sombra. Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.

Jesus caminha sem convenções. Kardec age sem preconceitos.

Jesus exige coragem de atitudes. Kardec reclama independência mental.

Jesus convida ao amor. Kardec impele à caridade.

Jesus consola a multidão. Kardec esclarece o povo.

Jesus acorda o sentimento. Kardec desperta a razão.

Jesus constrói. Kardec consolida.

Jesus revela. Kardec descortina.

Jesus propõe. Kardec expõe.

Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos. Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.

Jesus afirma que é preciso nascer de novo. Kardec explica a reencarnação.

Jesus reporta-se a outras moradas. Kardec menciona outros mundos.

Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um pela próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito. Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.

Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida, Jesus e Kardec estão perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.

Jesus, a porta. Kardec, a chave.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. Opinião espírita. Cap. 2. Uberaba: CEC)

VIDAS SUCESSIVAS

VIDAS SUCESSIVAS

“Não te maravilhes de te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 3, versículo 7.)

A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara.

Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.

A reencarnação é lei universal. Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.

O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.

Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados.

A Providência, todavia, corrige, amando…

Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas.

Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta carnal e voltem ao palco da atividade humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.

Para a Sabedoria Magnânima nem sempre o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera.

Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.

O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 110. FEB)

NÃO FALTA

NÃO FALTA

“E, se os deixar ir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns deles vieram de longe.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 8, VERSÍCULO 3.)

A preocupação de Jesus pela multidão necessitada continua viva, através do tempo.

Quantas escolas religiosas palpitam no seio das nações, ao influxo do amor providencial do Mestre Divino?

Pode haver homens perversos e desesperados que perseveram na malícia e na negação, mas não se vê coletividade sem o socorro da fé.

Os próprios selvagens recebem postos de assistência do Senhor, naturalmente de acordo com a rusticidade de suas interpretações primitivistas.

Não falta alimento do céu às criaturas.

Se alguns espíritos se declaram descrentes da Paternidade de Deus, é que se encontram incapazes ou enfermos pelas ruínas interiores a que se entregaram.

Jesus manifesta invariável preocupação em nutrir o espírito dos tutelados, através de mil modos diferentes, desde a taba do indígena às catedrais das grandes metrópoles.

Nesses postos de socorro sublime, o homem aprende, em esforço gradativo, a alimentar-se espiritualmente, até trazer a igreja ao próprio lar, transportando-a do santuário doméstico para o recinto do próprio coração.

Pouca gente medita na infinita misericórdia que serve, no mundo, à mesa edificante das idéias religiosas. Inclina-se o Mestre ao bem de todos os homens.

Cheio de abnegação e amor sabe alimentar, com recursos específicos, o ignorante e o sábio, o indagador e o crente, o revoltado e o infeliz.

Mais que ninguém, compreende Jesus que, de outro modo, as criaturas cairiam, exaustas, nos imensos despenhadeiros que marginam a senda evolutiva.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 124. FEB)

SEMPRE VIVOS

SEMPRE VIVOS

“Ora, Deus não é de mortos, mas, sim, de vivos. Por isso, vós errais muito.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 12, VERSÍCULO 27.)

Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra “morte” nessa ou naquela sentença de conversação usual.

No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte — a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime.

É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna.

Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros.

Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro.

Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos.

São irmãos que continuam na luta de aprimoramento.

Encontramos a morte tão-somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida.

Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 42. FEB)

LÓGICA DA PROVIDÊNCIA

LÓGICA DA PROVIDÊNCIA

“Depois que fostes iluminados, suportastes grande combate de aflições.” — Paulo. (HEBREUS, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 32.)

Os cultivadores da fé sincera costumam ser indicados, no mundo, à conta de grandes sofredores.

Há mesmo quem afirme afastar-se deliberada-mente dos círculos religiosos, temendo o contágio de padecimentos espirituais.

Os ímpios, os ignorantes e os fúteis exibem-se, espetacularmente, na vida comum, através de traços bizarros da fantasia exterior; todavia, quando se abeiram das verdades celestes, antes de adquirirem acesso às alegrias permanentes da espiritualidade superior, atravessam grandes túneis de tristeza, abatimento e taciturnidade.

O fenômeno, entretanto, é natural, porqüanto haverá sempre ponderação após a loucura e remorso depois do desregramento.

O problema, contudo, abrange mais vasto círculo de esclarecimentos.

A misericórdia que se manifesta na Justiça de Deus transcende à compreensão humana.

O Pai confere aos filhos ignorantes e transviados o direito às experiências mais fortes somente depois de serem iluminados.

Só após aprenderem a ver com o espírito eterno é que a vida lhes oferece valores diferentes.

Nascer-lhes-á nos corações, daí em diante, a força indispensável ao triunfo no grande combate das aflições.

Os frívolos e oportunistas, não obstante as aparências, são habitualmente almas frágeis, quais galhos secos que se quebram ao primeiro golpe da ventania.

Os espíritos nobres, que suportam as tormentas do caminho terrestre, sabem disto.

Só a luz espiritual garante o êxito nas provações.

Ninguém concede a responsabilidade de um barco, cheio de preocupações e perigos, a simples crianças.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 60. FEB)