Chico Xavier em julho

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O notável médium Francisco Cândido Xavier teve – no mês de julho – assinalados alguns fatos históricos.

No dia 8 de julho de 1927, aos 17 anos de idade, psicografou sua primeira mensagem. Interessante destacarmos que seu primeiro contato com o Espiritismo havia ocorrido em maio, na residência de seus pais, quando o casal Perácio prestou atendimento à uma irmã dele que se encontrava enferma. As ações iniciais foram rápidas, e no dia 21 de junho do mesmo ano, com seu irmão José e amigos, participou da fundação do Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo.

No dia 8 de julho de 1932, a Editora da FEB lançou seu primeiro livro psicográfico – “Parnaso de Além Túmulo” que, no ano anterior o ex presidente da FEB Manuel Quintão havia recebido os originais do médium, durante visita a Pedro Leopoldo.

No dia 8 de julho de 1941, o espírito Emmanuel concluiu o romance histórico “Paulo e Estêvão”, tendo redigido “Breve notícia”, à guisa de apresentação da obra.

Chico Xavier é reconhecido e valorizado pela sua simplicidade, humildade e dedicação ao próximo.

Oportuno comentário de Emmanuel em “Breve notícia”, ao se referir a Estêvão:

“[…] sem cooperação, não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus, que equilibra o Universo. “

E, em seguida a Paulo:

“[…] formulamos votos para que o exemplo do grande convertido se faça mais claro em nossos corações, a fim de que cada discípulo possa entender quanto lhe compete trabalhar e sofrer, por amor a Jesus Cristo.”

De página virtual em homenagem ao médium, destacamos:

BOM LEMBRAR: “O que nos deve interessar, todavia, é a semeadura do bem. A germinação, o desenvolvimento, a flor e o fruto pertencem ao Senhor.” (André Luiz – ‘Os Mensageiros’). “O valor da tarefa não está na presença pessoal do missionário, mas no conteúdo espiritual do seu verbo, da sua exemplificação e da sua vida” (Paulo e Estevão. Emmanuel).

(http://vidaarteedireitonoticias.blogspot.com.br/2014/06/espiritualidade-centro-espirita-luiz.html)

 

Por quê Epístolas de Paulo?

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Desde a adolescência, vivendo em Araçatuba, apreciamos o livro "Paulo e Estêvão", de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier que nos despertou o interesse pela vida e obra do apóstolo Paulo.

Em função dos estudos e campanhas que realizamos – na condição de diretor e presidente da Federação Espírita Brasileira – sobre os 70 anos de publicação de "Paulo e Estêvão", centenário de nascimento de Chico Xavier, sesquicentenário de "O Evangelho segundo o Espiritismo", criação do antigo Núcleo de Estudos e Pesquisas do Evangelho da FEB (2012/2015), intensificamos nosso interesse pelas cartas de Paulo.

Verificamos que não havia uma obra espírita sobre o tema e nosso livro é inédito no âmbito da literatura espírita.

De maneira objetiva e simples comentamos a essência moral das epístolas de Paulo, com base nas obras de Allan Kardec e do espírito Emmanuel. As colocações de Kardec sobre o Cristianismo – não apenas em "O Evangelho segundo o Espiritismo", mas no conjunto de suas obras e na "Revista Espírita" -, devem merecer nossas atenções, estudos e nos trazem muitas inspirações.

O exemplo de vida, os escritos gerais e de ensino moral de Paulo e a simplicidade dos primitivos cristãos podem colaborar para as necessárias reflexões que devem ser feitas nos centros e no movimento espírita. Procuramos captar a essência das recomendações morais do Apóstolo, e, inclusive comentamos a relação entre o espírito Emmanuel e Paulo de Tarso, com base em mensagens psicografadas por Chico Xavier. O conteúdo básico das 14 Epístolas de Paulo são adequáveis ao Movimento Espírita.

Temos dificuldade em afirmar qual seria a mais bela. Nas epístolas aos Coríntios, Paulo destaca os dons espirituais e a excelência da "caridade", melhor traduzida por vários estudiosos bíblicos, por "amor". Aos Romanos, ele enfatiza a compreensão de Deus, como Pai de todos, independentemente de nacionalidades. Ao se dirigir a Filemon, Paulo aponta o perdão, a misericórdia e a reparação. Encontramos aí, ideias predecessoras dos princípios espíritas. A Epístola aos Gálatas é fortemente sugestiva para a mais ampla reflexão e avaliação sobre as ‘marcas do Cristo’ – no sentido ético, moral e espiritual – em nossas vidas.

Ao final, sintetizamos que se Paulo, nos escritos de Emmanuel, foi considerado ‘o agricultor humano que conseguiu aclimatar a flor divina do Evangelho sobre o mundo’, o autor espiritual se consolidou como o principal exegeta do Novo Testamento à luz do Espiritismo!

O nosso livro foi lançado pela tradicional Casa Editora O Clarim, no Encontro Espírita da Academia da Força Aérea, em Pirassununga (SP), nos dias 11 e 12 de junho, e, agora em Araçatuba e região, em nosso roteiro de palestras dia 1o de julho.

– Antonio Cesar Perri de Carvalho atua há mais de 52 anos no Movimento Espírita. Participou da fundação de instituições em Araçatuba; foi presidente da USE-SP e da Federação Espírita Brasileira. Membro atual da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional e do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier (DF).

Artigo a pedidos, publicado no jornal "Folha da Região", de Araçatuba, no dia 29/6/2016, p. A-2.

AME-Brasil: 21 anos unindo Medicina e Espiritismo

AMEB-21anos

Fundada em 17 de junho de 1995, a Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil) visa o engradecimento do atendimento humanizado e integral ao ser humano, inserindo a questão da espiritualidade aliado ao tratamento convencional. É inegável o crescimento do movimento médico-espírita por todo o Brasil, hoje contabilizando 62 AMEs já estabelecidas e outras 11 em implementação. As AMEs são responsáveis pela consolidação da ciência dentro da Doutrina Espírita, oferecendo uma base técnica, com profundos conhecimentos na área biológica, ratificando com precisão e pesquisas, o que a Doutrina dos Espíritos traz nos últimos 159 anos. A crescente busca de uma medicina mais espiritualizada demonstra que o paradigma materialista não está conseguindo atender de forma efetiva as necessidades da humanidade.

Por mais que a ciência médica se debruce sobre o corpo buscando o alívio das dores e a cura das doenças, o ser humano permanece insatisfeito e cada vez mais necessitado. Na mesma proporção que a medicina avança em tecnologia, na melhora da analgesia e no controle das infecções, as doenças emocionais se agravam a cada dia.

É urgente o resgate da realidade da alma dentro da ciência médica, pois somente quando a medicina conseguir entender e atender a individualidade dentro de uma visão de totalidade será possível prestar um atendimento que abarque todas as dimensões do ser humano de forma humana e qualificada.

Nestes 21 anos de trabalho a AME-Brasil cresceu muito, agregando profissionais altamente qualificados e humanitários dispostos a oferecerem seu tempo e seus conhecimentos em favor da coletividade e do paradigma médico-espírita. Ao mesmo tempo, a área de atuação da AME-Brasil vem aumentando dia após dia alcançando uma complexidade de tarefas muito grande.  Hoje, a expansão do movimento médico-espírita propiciou a criação de departamentos como Bioética Espírita, Cuidados Paliativos, Infância e Juventude, Pesquisa e Ciência, Envelhecimento, Solidariedade, Saúde Mental, Produção Editorial e Comunicação para ampliar as frentes de equipes de trabalho, que realizam atividades de forma qualificada e especializada, aproveitando a disponibilidade e o interesse dos integrantes das diversas AMEs.

A diretoria hoje é composta pelo presidente Dr. Gilson Luis Roberto, homeopata – RS ; vice-presidente Dr. Roberto Lucio Vieira de Souza, psiquiatra – MG; 1ª tesoureira Dra Márcia Regina Colasante Salgado – pneumologista – SP; 2º tesoureiro Dr. Paulo Rogério Dalla Aguiar, psiquiatra – RS; 1º Secretário Dr. Jorge Cecílio Daher Jr, endocrinologista – GO e 2º secretário Dr. Carlos Roberto Oliveira – anestesiologista – PB.

*** Todos os profissionais estão abertos a contatos para entrevistas ****

Giovana Campos

Departamento de comunicação / AME – Brasil

(De: http://www.noticiasespiritas.com.br/2016/JUNHO/18-06-2016.htm)

“Dama da Caridade”

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Benedita Fernandes nasceu aos 27/6/1883 em Campos Novos de ­Cunha (SP) e desencarnou em Araçatuba aos 9/10/1947.

O ingresso de Benedita Fernandes nas ações espíritas foi muito pecu­liar. Portadora de atroz obsessão, autêntica subjugação, Benedita perdeu o contacto com a família e perambulava sem rumo.

Certa feita, causava tantos incômodos à população que foi recolhida à Cadeia Pública da cidade de Penápolis. Àquela época não existiam hospitais ou atendimentos para tal fim. O carcereiro Padial e depois o sr. Marcheze deram assistência à mulher doente, principalmente com passes. Ela recobrou a consciência e resolveu rumar para Araçatuba.

Como gratidão pelo benefício, a mulher simples, negra e semi-analfabeta, juntamente com outras lavadeiras começou a erguer casinhas de madeira no então Bairro Dona Ida (hoje Santana), nos idos de 1927.

Benedita transformou-se em pioneira da assistência social espírita em toda a região Noroeste do Estado de São Paulo, ao fundar a Associação das Senhoras Cristãs, aos 6/3/1932, em Araçatuba. Como esta obra originou o Sanatório; ela é também, provavelmente, uma das pioneiras dos Hospitais Psiquiátricos Espíritas.

A reunião para fundação da Associação ocorreu nas dependências do Centro Espírita “Paz, Amor e Caridade”, no mesmo bairro. Entre os presentes, destacamos o pioneiro do movimento espírita araçatubense, o sr. Gedeão Fernandes de Miranda.

A ação assistencial se desdobrou com inauguração do prédio próprio em 1933. Por exigência dos órgãos governamentais, o trabalho foi desdobrado em duas ações específicas, de atendimento a doentes mentais e a crianças órfãs e carenciadas. Assim, surgia a “Casa da Criança” e o Asilo “Dr.Jaime de Oliveira”. Estas instituições foram, respectivamente, desativada e transformado em Sanatório que homenageia Benedita, nos anos 50, após a desencarnação da fundadora.

Benedita Fernandes também oferecia uma classe de aula em convênio com a Prefeitura Municipal e mantinha um albergue noturno.

Além da obra assistencial atuou como médium, principalmente passista, e deixou muitos exemplos nobilitantes. Inclusive Benedita Fernandes atendeu, com passes, a nossa bisavó materna.

Benedita Fernandes tornou-se igualmente uma das pioneiras do atual movimento de unificação dos espíritas quando fundou aos 30/8/1940 a União Espírita Regional da Noroeste, sendo eleita sua presidente. Todavia, este movimento, na realidade, somente vicejou com a fundação da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em 1947.

Assim, Benedita atuava no movimento espírita da cidade, fazia visitas e campanhas na região. Mantinha correspondência com Cairbar Schutel, que sempre publicava notícias sobre o trabalho dela no histórico jornal “O Clarim”. Era visitada por lideranças expressivas como João Leão Pitta e por Leopoldo Machado. Inclusive a este acompanhou até uma histórica confraternização espírita na cidade de Cruzeiro, SP. O pioneiro dr. Tomaz Novelino (de Franca, SP) também se refere a reunião que participou com Benedita, a propósito de doentes mentais.

Emília Santos, igualmente biografada, e muitos líderes da época foram colaboradores de Benedita. Ela contava com o apoio de autoridades municipais e estaduais, dos espíritas, da maçonaria e do povo em geral.

Há muitos episódios enobrecedores sobre sua dedicação à causa do bem, entremeados da interação com a comunidade.

Atualmente, suas antigas obras restringem-se ao Sanatório “Benedita Fernandes”. Como homenagem, a rua do Sanatório, no Bairro Santana, também tem seu nome. Temos localizado inúmeras instituições espíritas de São Paulo e de outros Estados que têm seu nome designando instituições espíritas ou departamento delas.

Um fato que contribuiu para divulgar o trabalho de Benedita Fernandes, foi uma mensagem psicografada por Francisco Xavier, intitulada “Num Domingo de Calor”, assinada por Hilário Silva, e publicada pelo “Anuário Espírita 1964” (IDE).

Comentamos essa mensagem nos nossos livros “Dama da Caridade” e “Chico Xavier – o homem e a obra”:

“Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pode esquivar-se.

Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.

O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo de frio.

– Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.

– De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu… – dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial.

– Isso é pura vaidade, – falou outra – ela quer parecer diferente.

– Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.

– Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.

Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela que tirasse o mantô por gentileza.

Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só aí as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.

Hilário Silva

(Página inédita, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 27/7/63).

 

Nos anos 70 e 80, Divaldo Pereira Franco psicografou várias mensagens de autoria de Benedita Fernandes. Algumas foram psicografadas por Divaldo, durante visita a Araçatuba. Estas estão incluídas em livros do mesmo médium.

Por ocasião do cinquentenário de suas obras lançamos um livro sobre Benedita – “Dama da Caridade”, inicialmente editado pela então União Municipal Espírita de Araçatuba, onde reunimos informações sobre a vida e a obra da notável obreira, bem como as mensagens espirituais dela ou alusivas a ela.
 

(Do livro Obra de Vultos I, editado pela USE Regional de Araçatuba. Texto copiado da Internet e do site: http://www.universoespirita.org.br/catalogo/literatura/textos/ISMAEL%20GOBI/obras_de_vultos/benedita_fernandes.htm)

Defesa da Vida e Brasil sem Aborto – 10 anos

 

Marcha Brasil sem Aborto-2012-Lideranças e pres.FEB      CâmaraDeputados-mesa Sessão Solene Hom.Brasil sem Aborto-Pres.FEB-2012      Marcha Brasil sem Aborto-2013-Faixa e pres.FEB

“Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? – O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal” (O livro dos espíritos, questão 880).

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

 

O Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto completa 10 anos agora em 2016.

A Federação Espírita Brasileira e seu Conselho Federativo Nacional tiveram marcantes posicionamentos e papeis ativos na origem e nos primeiros 10 anos do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.

Na gestão do presidente da FEB Nestor João Masotti (**) houve significativo apoio para a implantação de Campanhas relacionadas com a Vida e a Família.

Em reunião do Conselho Federativo Nacional da FEB, em novembro de 2004, foi aprovada a ativação conjunta das Campanhas Família, Vida e Paz e de esclarecimento sobre o aborto. Em consequência, foi elaborado e lançado o livro Família, vida e paz (Ed. FEB, 2005).

Como reflexo dessas Campanhas preliminarmente já aprovadas pelo Conselho Federativo Nacional da FEB – Em Defesa da Vida, Viver em Família e Construamos a Paz Promovendo o Bem – e de sua implantação no País, houve forte motivação para a FEB participar de eventos que surgiam na Câmara dos Deputados para se evitar a descriminalização do aborto. Esses eventos eram promovidos pelo Deputado Federal Luiz Carlos Bassuma e seu assessor Jaime Ferreira Lopes.

O texto “O aborto na visão espírita”, elaborado pela Comissão da FEB para as Campanhas Família, Vida e Paz, foi publicado como Suplemento na edição de Julho de 2005 de Reformador, e, em seguida transformado em publicação avulsa, com ampla distribuição gratuita. Simultaneamente e com estímulo da FEB, foram elaborados os livretos: “O direito à vida no Ordenamento Jurídico”, pela Associação Brasileira de Magistrados Espíritas-ABRAME, e, “A vida contra o aborto – Dez perguntas e respostas sobre a origem da vida e a natureza do embrião”, pela Associação Médico Espírita do Brasil-AME. Em Junho de 2005 foram efetivadas visitas para entrega dos dois opúsculos citados, pelos presidentes Nestor João Masotti (da FEB), Marlene Nobre (da AME) e Zalmino Zimmermann (da ABRAME), aos presidentes do Congresso e do STJ, à Procuradoria Geral da República, a parlamentares e ministros do Judiciário. Em seguida, estes opúsculos foram encaminhados pelo correio a médicos, juízes e autoridades do País.

No final de 2005, a FEB iniciou uma ampla distribuição de cartazes e opúsculos das Campanhas Família, Vida e Paz.

Paralelamente, a FEB compareceu em eventos por ocasião da criação da Frente Parlamentar Em Defesa da Vida, liderada pelo Deputado Bassuma.

O primeiro grande ato público em defesa da vida e contrário ao aborto ocorreu na cidade de São Paulo no dia 24/3/2007 – realizado na Praça da Sé, promovido pela representante da USE-SP Dra. Marília de Castro. Contou com representantes do governo de São Paulo, parlamentares federais, estaduais e municipais, entidades civis e religiosas, inclusive a FEB, representada pelo diretor Antonio Cesar Perri de Carvalho.

Em abril de 2007 houve o início dos preparativos para a 1ª. Marcha do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, em Brasília, organizada por Jaime Ferreira Lopes. A 1ª. Marcha do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto aconteceu no dia 15/8/2007, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contando com ampla representatividade de entidades da sociedade civil e religiosas, parlamentares e artistas. A FEB esteve presente com o seu presidente e o secretário geral do CFN. A partir daí a FEB participou de todas as Marchas Nacionais realizadas em Brasília até o ano de 2014, contando com a presença do secretário geral do CFN e depois presidente da FEB.

Em todas as reuniões do CFN da FEB, de 2007 e até 2014, ocorriam relatos sobre as Campanhas da FEB e sobre as ações do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto. A FEB integrou a vice presidência, na pessoa do secretário geral do CFN, e  comissões do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto.

Além dos preparativos e realização das Marchar Nacionais, a FEB esteve presente com o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto no lançamento na Câmara dos Deputados a Campanha Nacional pela coleta de cinco milhões de assinaturas contra a descriminalização do aborto. Em seguida em reuniões da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal que rejeitou projeto de descriminalização do aborto no dia 7/5/2008.

A essa altura o Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, já estimulava e constituía Comitês Estaduais e, entre os iniciais, havia espíritas na liderança, como em São Paulo, Amazonas, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro. Depois surgiram outros Comitês Estaduais, sempre com a integração e ação efetiva de espíritas.

A revista da FEB Reformador divulgou quase que mensalmente as Campanhas da FEB e as ações do Movimento Nacional. Na edição de março de 2009 publicou a entrevista “Mobilização em Defesa da Vida e contra o aborto”, com Jaime Ferreira Lopes. Em 2011, aconteceu um fato marcante, em consequência de visita do secretário geral do CFN ao ex ministro do Supremo Tribunal Federal Eros Grau, em São Paulo, redundando na obtenção e publicação do artigo do jurista intitulado “Pequena nota sobre o direito de viver” (Reformador, Setembro de 2011).

Em Audiência Pública na Câmara dos Deputados sobre a questão dos fetos anencéfalos (2009) a FEB foi representada por Jaime Ferreira Lopes. Durante os três dias de reuniões no Supremo Tribunal Federal, houve o acompanhamento por representantes da AME-DF, Associação Jurídica Espírita do Brasil e pelo secretário geral do CFN da FEB, nos dias 10 a 12/4/12, quando o STF aprovou a liberação do aborto para casos de fetos anencefálicos. Em seguida, a FEB divulgou nota assinada pelo seu presidente, estimulando a manutenção do trabalho educativo de se valorizar a vida.

Ainda no dia 6 agosto de 2011, a FEB apoiou a inauguração do “Vida – Instituto Espírita Bezerra de Menezes” e “Instituto Vida de Defesa da Criança por Nascer”, no bairro Areal, no Distrito Federal, fundado por Jaime Ferreira Lopes.

Fato marcante foi a Sessão Solene da Câmara dos Deputados, no dia 25 de junho de 2012, em homenagem ao Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto. O presidente interino da FEB integrou a Mesa e se manifestou na solenidade.

Na 8ª. Marcha Nacional, efetivada no dia 2 de junho de 2015, pelos espíritas falou Antonio Cesar Perri de Carvalho, membro do Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier e integrante da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.

Desde o início das Marchas Nacionais e até a do ano de 2014, a FEB patrocinou a impressão de cartazes e folhetos e a equipe da Secretaria Geral do CFN da FEB teve atuação nos preparativos, divulgação dos folhetos e cartazes e no desenvolvimento das Marchas. Em praticamente todos eventos houve transmissão ou gravação por parte da então TVCEI.

Fontes:

– Revista Reformador, edições mensais de 2005 a 2014.

- Família, vida e paz. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. 103p.

 (*) – Diretor e secretário geral do CFN da FEB (2004-2012), presidente da FEB interino (2012-2013) e efetivo (2013-2015).

(**) – Presidente efetivo da FEB (2001-licenciado a partir de maio de 2012).

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De:

http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/defesa-da-vida-e-brasil-sem-aborto-10-anos?xg_source=msg_appr_blogpost

 

INQUIETUDE

Francisco Habermann (*)

Não existe inquietude maior que aquela gerada pela busca da esperança. Quando os limites da sobrevivência tocam o nosso ser profundo o mundo íntimo é sensibilizado, fica frágil, inseguro e carente. É o que percebi andando pelo mundo dos sofridos. Divido com os leitores estas considerações na esperança do alivio das próprias inquietudes – minhas e de quem me lê – as mesmas que podem afetar qualquer um nesta temporária existência.

Vivendo, fico admirado pela força dos resistentes, com o ânimo dos persistentes e pela contínua disposição dos que lutam pela emancipação do ser humano diante do indecifrável amanhã. Onde buscam energia para sustentar tantas lutas pela vida?

Trabalhando pelos corredores da vida profissional médica, sempre andei com os sentidos bem despertos para a ansiada identificação da real fonte dessas forças. Busquei-as continuamente em todos os cantos dos sofrimentos humanos, em todas as áreas desérticas dos espíritos solitários, entre todos os que se mostravam imbatíveis diante da catástrofe humana…

Pesquisando, debalde procurei-a na roda interminável das atividades contínuas do mundo material e entre quem delas não conseguia se desvencilhar. Busquei-a entre os que usufruem das facilidades da vida abastada; dos que erram pelo mundo enquanto caminham a esmo e também nada encontrei.

Insistindo, fui buscar na imensidão dos recantos longínquos a resposta às minhas perquirições tão simples. Onde está a fonte daquela força que faz manter o ânimo, o destemor, a luta, a confiança e paciência pelo que há de vir, de acontecer ou das incógnitas da vida?

Assim, percorri durante a existência a imensidão por entre as florestas densas da nossa ignorância e desconhecimento para um dia me surpreender. Foi quando fiquei diante da criatura mais miserável desta vida, abandonada e sem rumo, pouco preocupada com o amanhã dela mesma. Estava ali como se fosse posta e largada para nem se mexer.

Nada lhe disse. Apenas cheguei perto e mirei em seus olhos. Logo vi a força brotando do fundo de sua alma – era visível, inconfundível, era a tão ansiada esperança que eu buscava.

Então compreendi, aquela criatura não tinha nada do mundo, possuía tudo do espírito; nada dela mas tudo do ser profundo que a habitava. Nem voz sequer possuía – era muda de nascença. E eis que me surpreendeu num gesto inesperado.

Olhou fixamente nos meus olhos parecendo que lia em minh’alma a pergunta ansiosa. Simplesmente retirou do seu bolso, estendendo-me, um pequeno bilhete amassado. Nele havia um poema de Chica Ilhéu, escrito em 2006:

 INQUIETUDE

“Inquietude… por ser assim

Por não me contentar

Como quem procura o fim da estrada.

Inquietude… de explorar o infinito

Viajando nas asas de um grito!

Na eterna busca, desmedida

Desgastada, ando perdida

Não sei se a procura do nada…

Ou se a procura da vida!

Inquietude… sinto

De quebrar amarras,

Viver ao sabor do tempo

Livre, livre como o vento

Como é livre o meu pensamento!

Inquietude… a eterna busca continua

Mas creio que um dia

Encontrarei o meu rumo,

Acabarei com essa Inquietude…

Se não for neste planeta

Quem sabe… noutro Mundo!

Oh Inquietude… eterna Inquietude!”

Guardo-me em profunda reflexão…

(*) – Botucatu, SP.

Chegar junto aos simples

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele.” – Paulo1

“A bandeira que desfraldamos bem alto é a do Espiritismo cristão e humanitário, em torno da qual já temos a ventura de ver, em todas as partes do globo, congregados tantos homens, por compreenderem que aí é que está a âncora de salvação, a salvaguarda da ordem pública, o sinal de uma era nova para a humanidade.” – Allan Kardec2  

 

Após deixarmos os encargos na FEB, voltamos a ter contato com algumas realidades mais próximas de situações de vida das pessoas que habitam a periferia de grandes cidades.

Atualmente, em atividade junto a um Centro Espírita que atua em bairro e que presta apoio a famílias carentes, integramos a equipe que visita lares. Várias situações dramáticas vieram à tona. Entre elas, em visita a um casebre extremamente precário, próximo a uma ribanceira – e, paradoxalmente, com vista a distância para um belo bairro da cidade – vários dramas estavam presentes. A senhora responsável pela família, já com mais de 40 anos, estava grávida. Relatou que a gestação era resultante de violência sexual, mas que ela se recusou a praticar o aborto porque entendia que a criança não tinha nada a haver com a triste ocorrência. Um de seus filhos foi levado à força para o Estado de origem de antigo companheiro. O casal de filhos adolescentes, que conhecemos, também já tinham sido vítimas de violência sexual. A impunidade de tanta tragédia se oculta pela localização da “moradia” e de seus “vigilantes”… Além do apoio material e moral, o grupo espírita visitante presta também apoio espiritual. Ao se abrir O evangelho segundo o espiritismo – e que coincidência – foi lida a página “Os infortúnios ocultos” (Cap.XIII), seguida de uma prece.

Em outro momento totalmente distinto, precisamos comparecer a um órgão previdenciário, em momentos de demanda reprimida após uma greve, tendo sido agendado nosso comparecimento em agência de bairro periférico. Ao chegarmos ao local, enquanto aguardávamos nosso atendimento, observávamos o público presente: que tristeza! Pessoas idosas, doentes, com deficiências de locomoção; mães com crianças no colo e nas mãos… A aparência geral era sugestiva de vida extremamente difícil. E o detalhe extra, pois imaginávamos o óbvio, de que os presentes ali chegaram vencendo ainda distâncias grandes a pé ou de ônibus.

De outra feita, em outro ambiente, nos saguões de hospitais, observamos a situação terrível dos usuários da assistência de saúde estatal e a brutal diferença dos que tem garantia financeira ou de um razoável plano de saúde. Estes, em poucos minutos, passam pela burocracia do atendimento inicial e já tem acesso até a exames e tratamentos sofisticados.

Nesses três “flashes” vivenciados em poucos meses – um autêntico “choque de realidades” – provocaram-nos profundas reflexões sobre o papel dos espíritas junto ao meio social, e fazendo-se recordar, meio século atrás, quando nos períodos de adolescência e juventude labutávamos com nossa família na Instituição Nosso Lar – que vimos nascer – localizada num então bairro periférico da cidade de Araçatuba (SP).

Mesmo considerando as alterações que o país e o movimento espírita sofreram nesse período de tempo, há necessidade de se refletir sobre a atuação dos espíritas junto aos segmentos mais simples de nossa população. E há componentes agravados pela maior violência e pela disseminação das drogas e também há indícios de que há algumas incompatibilidades entre propostas e realidades.

Os Centros Espíritas – que representam a base do Movimento Espírita –, local onde as ações se corporificam, devem merecer atenção de seus dirigentes promovendo estudos, análises e diálogos, sobre as demandas da cidade ou dos bairros de uma cidade, sobre a adequação dos planos de trabalho – atendendo todas as faixas etárias e sociais – à efetiva realidade em que se encontram inseridos.

Em momentos preditos como o do “Consolador Prometido” são sugestivas as ações dos primeiros agrupamentos cristãos, reportados por Emmanuel nos livros Paulo e Estêvão, 50 anos depois e em Ave, Cristo! O registro do ex doutor da Lei é muito oportuno, ao se tornar homem do povo como na condição do apóstolo Paulo e que ele registrou na acima citada I Epístola aos Coríntios.1

Com essas anotações reiteramos as preocupações já externadas em Correio Fraterno do ABC3 e na Revista Internacional de Espiritismo4, onde registramos experiências notáveis de Espiritismo em ambientes simples, respectivamente, no Brasil, incluindo o exemplo de Chico Xavier, e na Guatemala.

 

Referências:

  1. I Cor., 9.22-23.
  2. Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O livro dos médiuns. Item 350. Brasília: FEB.
  3. Carvalho, Antonio Cesar Perri. Espiritismo em ambientes simples. Correio Fraterno do ABC. Edição julho-agosto de 2015, p.7.
  4. Carvalho, Antonio Cesar Perri. Junto aos simples nas montanhas da Guatemala. Revista Internacional de Espiritismo. Edição de setembro de 2015, p.445.

(*) – Ex presidente da FEB e da USE-SP; membro da Comissão Executiva do CEI.

(Parte de artigo do autor publicado em Revista Internacional de Espiritismo. Edição de abril de 2016. Ano XCI, No. 3, p.37-38; e no Blog do GEECX  na Rede Amigo Espírita).

O lar e a sociedade

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Na literatura espírita há clareza de que a família é a unidade básica da sociedade e exportadora de caracteres para a sociedade, que se deve ponderar sobre as relações entre educação e vivência no lar com as futuras atuações no movimento espírita e na sociedade em geral. Daí a afirmação de Emmanuel: "o lar é a melhor escola"1.

No convívio familiar é que se preparam administradores para os diversos níveis de atuação. Daí a oportunidade de considerações de O livro dos espíritos:

"Os laços sociais são necessários ao progresso e os laços de família estreitam os laços sociais" 2.

Desde o lar, deve-se concientizar para a interação social em condições participativas no movimento espírita e nas atuações profissionais e sociais. As pessoas não podem ser unidades sociais, mantedoras do status quo, mas preparadas para atuarem como indivíduos que poderão modificar padrões culturais. Isto se inicia com a convivência salutar e o cultivo de valores ético-morais, que se expressam pelo respeito ao outro, como pessoa e como espírito, logicamente imortal e reencarnado. As bases para a ética na política estão muito relacionadas com os lares e os processos culturais e religiosos. A política e os políticos não devem ser genericamente arrolados como maus ou corruptos. Só a participação esclarecida é que renovará o quadro político. A alienação não traz contribuições e nem soluções. O aparecimento de escândalos é sinal de que eles vêm à tona e há de liberdade para tal. O aperfeiçoamento da democracia depende dos políticos e, basicamente, do povo. Que o povo tenha lares bem estruturados!

Nos processos eleitorais, os lares têm papel importante, mesmo porque os jovens de 16 anos já podem ser eleitores. Os candidatos devem ser selecionados pelas suas ações passadas e presentes, pelas suas propostas, incluindo linhas partidárias. Nesta análise, são válidos desde os aspectos da vivência familiar até a compatibilização ético-moral com projetos claros e atuais. Sobre isto, as "Leis morais" de O livro dos espíritos oferecem parâmetros significativos.

Para avaliação dos fatos políticos e até para a seleção de candidatos, o conhecimento espiritual e espírita é relevante e pode contribuir com os processos de escolha e de transformação. Em nota de rodapé, Allan Kardec já comentava a questão 930 de O livro dos espíritos:

"Quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma nova ordem social fundada sobre a justiça e a solidariedade, e ele mesmo também será melhor" 2.

Essa análise se enquadra no apelo da ONU, efetivado durante o "Ano Internacional da Família", em 1994, de "contribuir para construir a família, a menor democracia no coração da sociedade"

Esse programa da ONU é que motivou a USE-SP apresentar a proposta da Campanha "Viver em Família" ao Conselho Federativo Nacional da FEB, a qual foi aprovada em novembro de 1993, gerando várias publicações e ações sobre o tema.

Referências:

  1. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. O consolador. Ed.FEB, questão 110.
  2. Kardec, Allan. O livro dos espíritos. Ed. FEB, questões 774 e 930.

(Síntese adaptada de textos do autor, extraídos de seus livros: A família, o espírito e o tempo. São Paulo: Ed. USE, 1994; Espiritismo e modernidade. Visão da sociedade, família, centro e movimento. São Paulo: Ed. USE, 1996).

Opiniões de Divaldo Franco

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Durante 30 anos fomos anfitriões de Divaldo Pereira Franco em Araçatuba (SP), no lar de nossa genitora e no nosso próprio. Durante os programas de palestras praticamente anuais, sempre inseríamos um momento de entrevista de Divaldo com dirigentes espíritas locais e/ou com a imprensa local.

Das gravações, fazíamos as transcrições e publicamos todas entrevistas, mesmo que parciais, em jornais da cidade de Araçatuba, em O Clarim e na Revista Internacional de Espiritismo. Posteriormente, vivendo em São Paulo e Brasília e na posição de presidente da USE-SP e diretor da FEB, prosseguimos coordenando ou atuando em algumas entrevistas de Divaldo, as quais foram publicadas nos livros: Diálogo. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas e Laços de família, ambos publicado pela Editora USE, e, Conversa fraterna e Em nome do amor, estes últimos da FEB Editora.

Eis alguns trechos de algumas entrevistas com Divaldo.

Sobre pergunta relacionada com profecias:

“Segundo as mais antigas manifestações mediúnicas, em caráter profético, a Humanidade experimentaria no último quartel do século XX uma transformação radical. Allan Kardec, a seu turno, escreveu que a Terra é um ‘planeta de provas e expiações’ e que oportunamente se transladaria para um mundo melhor, que seria de ‘regeneração’. Acreditamos que na atualidade, em plena glória tecnológica, quando o homem puder interpretar um maior número de enigmas do Universo e da Vida, mas não conseguiu interpretar o enigma de si mesmo e nem a problemática do amor, inicia-se uma radical transformação que vai projetar as criaturas num outro ciclo evolutivo. Nostradamus, sem dúvida, foi um dos mais eficientes e lúcidos profetas dos últimos séculos, porque teve uma visão perfeita do que vem acontecendo na atualidade; e nós, espíritas, cremos perfeitamente que muitas das suas profecias, dentro da lógica hoje confirmada pela Parapsicologia, se realizam com exatidão, reafirmadas pelos postulados kardecianos, conforme o que se refere à mudança do Mundo de Expiação para o Mundo de Regeneração.” (O Clarim, 15/3/1974, p.4- 5).

Questão sobre o então projeto de Confraternização de Espíritas da Alta Noroeste (de 1982):

“É justo que realizemos uma obra de inteireza, sem divisionismos a já nos acostumamos: um trabalho integral que reúna jovens, infantes, adultos, em torno da causa espírita. É indubitavelmente, o de maior relevância, não obstante coo se depreenderá, os interesses serão variados, e, referentes às faixas etárias a que cada um estagia, mas dando-se o sentido de globalidade aglutina-se todas essa gama de pessoas, em torno da causa comum que é o Espiritismo, evitando criar-se barreiras entre jovens e adultos, e implicâncias entre adultos e jovens. Acreditamos que, esse é o espírito da unificação, e que virá preencher uma grande lacuna, porque de qualquer forma os interesses de crianças, jovens, adultos e velhos são os mesmos, variando apenas a forma de colocação desses interesses.” (Revista Internacional de Espiritismo, 1982, p. 365-368).

E nessa mesma entrevista sobre homenagens programadas para Benedita Fernandes, em março de 1982:

“Trata-se de uma oportunidade muito feliz para se despertem sentimentos equivalentes […] Benedita Fernandes é bem um exemplo de poder da fé, com a renovação espiritual, compreendendo a realidade da vida transcendente…”

A propósito de curso sobre mediunidade e sobre as curas realizadas por médiuns:

“A respeito de desenvolvimento mediúnico Divaldo se referiu à experiência local: O melhor método de orientação ao desenvolvimento mediúnico ainda é o COE, para estudo, porque predispõe, ensino; como o próprio nome diz orienta, naturalmente que adaptado a cada necessidade local. Como por exemplo, sei que aqui em Araçatuba – com conversei muito com o Cesar, através dos anos -, a aplicação do COEM é realizada dentro das chamadas necessidades do movimento espírita de Araçatuba […] Mas este é o método kardequiano: estudo, reflexão, exercício, meditação…”

“[…] Quanto às curas espirituais, hoje muito decantadas, elas são mais um ato de caridade do que de serviço doutrinário. […] Deveremos ver nestes fenômenos um chamamento para a meditação em torno da sobrevivência da alma, mas divulgação da Doutrina é diferente. Uma noite de Chico Xavier, fenômeno dos mais notáveis, abala muito mais que 1001 espetáculos. A Doutrina tem a função de nossa renovação íntima, plena e total.” (Jornal A Comarca, Araçatuba, 12/7/1983).

Sobre a realização de estatísticas para subsidiar medidas de melhoria do Centro Espírita:

“Se a finalidade é de fazer uma análise da metodologia aplicada, é muito recomendável. Mas se o caráter é estatístico, para divulgação dos trabalhos que realizamos, não vemos aí, um fundamento doutrinário […] O nosso trabalho é mais profundo e mais sutil, que é a cura interior… Temos visto, por exemplo, Instituições que fazem fichas muito bem elaboradas, praticamente adentrando-se no comportamento pessoal do indivíduo, para depois fazer uma consulta superficial, receber um conselho, uma orientação doutrinária. Ficamos técnicos nessa área e nos esquecemos daquele outro fator essencial em Doutrina Espírita, que é a ação da caridade anônima, despreocupada, gentil, sem constranger a pessoa a dar informações, muitas vezes, que a perturbam emocionalmente.” (Diálogo. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas e Laços de família. 4.ed., Item 2.3., Editora USE, 1995).

Nesse mesmo livro, em pergunta sobre receituário e cirurgias mediúnicas, de longa resposta, extraímos a frase:

“[…] as pessoas mudam de doenças quando deveriam mudar de comportamento!” (item 2.7)

A respeito da força do jovem espírita no Centro e no Movimento, Divaldo respondeu em questão do mesmo livro da USE:

“[…] Engajá-los nas atividades habituais, procurando fazer com ele sinta a responsabilidade da Casa, que se vincule, que assuma compromissos dentro do seu nível de conhecimento e das suas possibilidades, são um grande passo. Deveremos honrar os nossos jovens, dando-lhes responsabilidades e oportunidades de serviços, aceitando-os conosco. Convidemo-los, pois que são a nova mentalidade, para que nos ajudem a arrebentar os ranços que trazemos do passado e deem ao nosso movimento uma dinâmica nova…”

A relação entre lar e sociedade, respondida durante o lançamento nacional da Campanha Viver em Família (São Paulo, janeiro de 1994):

“[…] Quando o lar está edificado sobre bases saudáveis, sempre a família se vincula a outra pessoa, por processo de afinidade, que também está edificada em estruturas de equilíbrio, e, em breve, formamos um grupo social, no qual nos movimentamos. Esse grupo familiariza-se com outro, logo influenciando a família social, universal.” (Laços de família, 8.ed., 1ª. parte, p.66-67, 2002).

Em entrevista para o CFN da FEB, em 1999, na condição de presidente da USE-SP, fizemos perguntas ao Divaldo. Eis trechos de uma delas, sobre Centro Espírita e relacionamento com o que chamamos de “engessamento” da mediunidade:

“Nós deveremos trabalhar muito pela disciplina na Casa Espírita, mas não podemos olvidar dos sentimentos, tendo em mente que um grande número de neófitos, que busca nossa Casa, é constituído por pessoas muito sofridas, que não encontraram respostas além, e vêm até nós buscando entendimento, cordialidade. Eis uma das funções do Atendimento Fraterno, porque graças a um bom atendimento Fraterno, a pessoa se sente em casa. […] Será muito bom se meditarmos nessa proposta do Cesar e dermos mais espontaneidade às nossas reuniões.”(Conversa Fraterna: Divaldo Franco no Conselho Federativo Nacional. FEB, 2001, p.28). 

De entrevista que coordenamos durante a reunião do CFN da FEB, em 2011, e sobre questão relacionada com a administração de Centros:

“Considerando que o Centro Espírita é uma empresa, mas não segue os métodos empresariais do mundo, temo-la como sendo a Empresa de Jesus. Embora sejam necessárias as aplicações dos métodos administrativos conhecidos, o relacionamento deve ser sempre positivo, a solidariedade constante […] A Empresa de Jesus é viva e vibrante. […] O Centro não pode estar muito azeitado, como uma máquina, porque senão todo mundo fica muito profissional e perde a espontaneidade que deve viger em todas as nossas atividades.” (Em nome do amor, 2.ed. 2ª. parte. FEB Editora. 2013).

Sobre pergunta que fizemos sobre os preparativos – na época – para as comemorações dos 150 anos de O evangelho segundo o espiritismo, e incluída no mesmo livro acima citado, eis uns trechos:

 O evangelho segundo o espiritismo é a obra que coroa a Codificação.  Depois de citar as demais Obras Básicas da Codificação comentou Divaldo: “Mas o Evangelho é apoio moral. É a estrutura básica. É o retorno dos dias encantadores em que Jesus esteve conosco. […] O Evangelho é a água lustral para nos proporcionar a verdadeira harmonia interior.”

 

(*) – Ex-presidente da FEB e da USE-SP; membro da Comissão Executiva do CEI.

 

DE: http://www.noticiasespiritas.com.br/2016/MAIO/05-05-2016.htm;

http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/opini-es-de-divaldo-franco

O Evangelho por Dentro

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O espírito Honório Abreu, mantendo o estilo de sua obra enquanto encarnado – Luz imperecível (Ed.UEM), desenvolveu interessante estudo interpretativo do Evangelho de Mateus à luz da Doutrina Espírita.

Em cada um dos 45 capítulos, é transcrito um versículo de Mateus, e no seu estilo característico, o autor espiritual passa a analisar as palavras chaves do trecho selecionado, citando correlações com outros versículos do Novo Testamento e, em alguns casos, do Antigo Testamento; obras de Allan Kardec e obras psicográficas de Chico Xavier, notadamente do Espírito Emmanuel.

A título de ilustração, eis alguns trechos esparsos:

"Quando vos perseguirem nesta cidade" – "[…] O vocábulo ‘cidade’ resume a proposta sociológica da Terra, em clara vinculação com a Lei de Sociedade […] No plano íntimo, ‘cidade’, num símile do que ocorre com a vida social humana, representa todos os interesses emocionais e psicológicos a nos ensejarem o ‘clima’ psíquico de vida, o ‘estilo’ de comportamento e de lida com as propostas externas da existência. […] Nesta passagem, encontramos a chave para a 'cidade', que representa a condição circunstancial de nossa existência, quando saturada de problemas e aflições que nos 'perseguem' (Pensamento e vida, …)"

"Aos seus doze discípulos" – "Caracteriza diminuto colégio de seguidores, de modo que o número doze guarda simbologia especial, bastando recordar 'as doze tribos de Israel' expressando, em síntese, todos os componentes e todas as variantes de personalidade que encontraremos na Humanidade inteira. "

"Em resumo, temos aprendido com os Amigos Espirituais que o cumprimento do dever assegura a paz da consciência (Deus em nós), facultando-nos serenidade e júbilos divinos (O evangelho segundo espiritismo, ...)"

Ao final estão relacionadas as obras citadas no desenvolvimento dos capítulos.

O novo livro traz subsídios significativos para o estudo e a compreensão do Evangelho de Mateus à luz do Espiritismo.

O autor espiritual Honório Onofre de Abreu, que conhecemos ainda encarnado, foi dedicado estudioso do Evangelho, tendo desenvolvido metodologia de estudo – a partir de versículos do Novo Testamento, analisando-os de acordo com os princípios espíritas e valorizando obras do espírito Emmanuel -, e que foi designado estudo interpretativo do Evangelho e mais conhecido como "miudinho". Proferiu palestras em muitos Estados e foi presidente da União Espírita Mineira. Na Apresentação, Haroldo Dutra Dias, faz registros biográficos e homenagens a Honório Onofre de Abreu. Wagner e Haroldo frequentaram durante muitos anos, os estudos coordenados por Honório em instituições de Belo Horizonte e  participaram de reuniões com o mesmo no Grupo Espírita da Bênção, de Mário Campos.

O médium Wagner Gomes da Paixão, além de suas atuações no citado Grupo de Mário Campos (MG), em instituições de Belo Horizonte, integrou a Comissão do antigo Núcleo de Estudos e Pesquisas do Evangelho da FEB (2012-2015), sendo autor de capítulo no livro O evangelho segundo o espiritismo. Orientação para o estudo (FEB, 2014) e participou das vídeo aulas "O Evangelho à Luz do Espiritismo" (TVCEI e FEBtv).

Esse livro foi submetido a conhecida Editora há cerca de três anos atrás, tendo sido aprovado por unanimidade pelos pareceristas e pelo seu Conselho Editorial. Todavia, como não foi publicado, veio a ser lançado pelo novel  Departamento Editorial do Grupo Espírita da Bênção, de Mário Campos (MG); www.grupodabencao.org.br; atendimento1@grupodabencao.org.br