A salvação é com a evolução, e esta é com a reencarnação

 

José reis chaves

Há uma evolução espiritual e moral individual e outra global ou coletiva envolvendo todas as pessoas do nosso planeta. Exemplos de evolução individual são os santos da Igreja: são Francisco de Assis, são Vicente de Paulo, Santa Teresa de Calcutá, são João XXIII e Irmã Dulce da Bahia; do hinduísmo: Gandhi e Ramacrishna; do protestantismo: Luther King; do espiritismo: Bezerra de Menezes, Pai dos Pobres, Eurípedes Barsanulfo e Chico Xavier. E exemplos da evolução global são a diminuição da pena de morte e do aborto e os esforços que se fazem para a manutenção da paz e fim da fome no mundo.

E o excelso Mestre disse: “… Mas agora meu reino não é daqui” (João 18: 36). Mas com a nossa evolução, um dia, o será, quando o ímpio não existirá mais (Salmo 37: 10 e 11; e Apocalipse 21: 3 e 4).

Essas evoluções individual e global vão acontecendo com várias vidas terrenas dos espíritos, aqui no nosso mundo ou em outras moradas da casa do Pai, que são justamente os lugares para a nossa evolução espiritual e moral individual e global.

Uma só vida, com apenas alguns segundos, dias, meses e anos, não daria nem para começarmos a nossa evolução espiritual. E isso sem falar nos espíritos que ‘nascem de novo’, mas com seus corpos já mortos!

E eis outros exemplos bíblicos que falam dessa nossa evolução: “Quanto àquele que vencer, eu o farei uma coluna no templo do meu Deus; ele estará firme, e não sairá mais…” (Apocalipse 3: 12). Observe-se que, neste texto, trata-se de um fato que acontecerá no futuro, ou seja, de acordo com a nossa evolução espiritual, o que nos demonstra que nós, como espíritos, realmente, temos necessidade de reencarnar, muitas vezes, até que atinjamos o grau de evolução necessário, para que nos tornemos colunas do reino de Deus, e de que assim sempre continuaremos, pois os espíritos não andam para trás, daí o texto apocalíptico dizer: “ele, o vencedor, não sairá mais”, o que quer dizer que ele, o espírito, não regredirá, mas estará mesmo sempre evoluindo, o que é um dos ensinos fundamentais da doutrina dos espíritos codificada por Kardec, “o bom senso encarnado”.

Mais outro exemplo da nossa evolução e da necessária reencarnação para que ela aconteça: “Eu era, sem dúvida, criança bem dotada e recebera, em quinhão, boa alma; ou antes, como era bom, viera a um corpo sem mancha” (Sabedoria 8: 19 e 20). Esse texto, além de demonstrar-nos claro como água cristalina o pensamento da reencarnação, traz também as ideias da preexistência do espírito antes da concepção do corpo no ventre materno e da existência da lei de causa e efeito ou cármica (colhe-se o que se planta). Explicando esse texto de modo bem claro, ele fica mais ou menos assim: Eu era (no passado, em outra vida), uma boa alma (pessoa), pelo que, por quinhão (por mérito ou um bom carma), eu vim em um corpo perfeito.

E finalizamos esta coluna com mais uma passagem bíblica, em que o tetrarca Herodes refere-se a Jesus como sendo a reencarnação de João Batista: “…Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos…” (Mateus 14: 2). Atentemos para o fato de que os judeus contemporâneos de Jesus entendiam ressurreição como sendo reencarnação. Ademais, Jesus jamais a condenou, pelo contrário, por várias vezes, defendeu-a. É que, sem ela, realmente, não poderia haver a grande verdade da nossa evolução espiritual e moral!

 

Publicado no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, em 30/12/2016.