AS CARTAS DO CRISTO

AS CARTAS DO CRISTO

“Porque já é manifesto que sois a carta do Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 3, versículo 3.)

É singular que o Mestre não haja legado ao mundo um compêndio de princípios escritos pelas próprias mãos.

As figuras notáveis da Terra sempre assinalam sua passagem no planeta, endereçando à posteridade a sua mensagem de sabedoria e amor, seja em tábuas de pedra, seja em documentos envelhecidos.

Com Jesus, porém, o processo não foi o mesmo.

O Mestre como que fez questão de escrever sua doutrina aos homens, gravando-a no coração dos companheiros sinceros.

Seu testamento espiritual constitui-se de ensinos aos discípulos e não foram grafados por ele mesmo.

Recursos humanos seriam insuficientes para revelar a riqueza eterna de sua Mensagem.

As letras e raciocínios, propriamente humanos, na maioria das vezes costumam dar margem a controvérsias.

Em vista disso, Jesus gravou seus ensinamentos nos corações que o rodeavam e até hoje os aprendizes que se lhe conservam fiéis são as suas cartas divinas dirigidas à Humanidade.

Esses documentos vivos do santificante amor do Cristo palpitam em todas as religiões e em todos os climas.

São os vanguardeiros que conhecem a vida superior, experimentam o sublime contacto do Mestre e transformam-se em sua mensagem para os homens.

Podem surgir muitas contendas em torno das páginas mais célebres e formosas; todavia, perante a alma que se converteu em carta viva do Senhor, quando não haja vibrações superiores da compreensão, haverá sempre o divino silêncio.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 114. FEB)