Os preparativos para o Natal de Jesus
Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)
Às vésperas das comemorações do nascimento de Jesus são oportunas algumas lembranças relacionadas com sua ação e ensinos.
A sua romagem terrena foi planejada. O espírito Emmanuel, no livro A caminho da luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, faz a análise sob a ótica espiritual e destacamos do item designado “O século de Augusto”:
“[…] eis que ia cumprir-se a missão do Cristo, depois de instalados os primeiros Césares do Império Romano. A aproximação e a presença consoladora do Divino Mestre no mundo era motivo para que todos os corações experimentassem uma vida nova, ainda que ignorassem a fonte divina daquelas vibrações confortadoras. Em vista disso, o governo de Augusto decorreu em grande tranquilidade para Roma e para o resto das sociedades organizadas do planeta. Realizam-se gigantescos esforços edificadores ou reconstrutivos. Belos monumentos são erigidos. O espírito artístico e filantrópico de Atenas revive na pessoa de Mecenas, confidente do imperador, cuja generosidade dispensa a mais carinhosa atenção às inteligências estudiosas e superiores da época, quais Horácio e Vergílio, que assinalam, junto de outras nobres expressões intelectuais do tempo, a passagem do chamado século de Augusto, com as suas obras numerosas.”1
Na mesma obra, Emmanuel assinala um momento importante da evolução terrestre:
“Examinando a maioridade espiritual das criaturas humanas, enviou-lhes o Cristo, antes de sua vinda ao mundo, numerosa coorte de Espíritos sábios e benevolentes, aptos a consolidar, de modo definitivo, essa maturação do pensamento terrestre.”1
E considera como fatores: “[…] os pródromos do Direito Romano e a organização da família assinalavam o período da maioridade terrestre. […] A Terra não podia perder a sua posição espiritual, depois das conquistas da sabedoria ateniense e da família romana.”1
Era chegado o momento para a vinda do Cristo:
“[…] As legiões magnânimas do Cristo aprestam-se para as últimas preparações de seus gloriosos caminhos na face do mundo. O Evangelho deveria chegar como a mensagem eterna do amor, da luz e da verdade para todos os seres.”1
No tocante à “maioridade terrestre” alcançada no período de Augusto, Emmanuel se refere aos progressos da família romana e lamenta a posterior decadência: “Que gênio maldito imiscuiu-se nessa organização sublimada em seus mais íntimos fundamentos, devorando-lhe as esperanças mais nobres, corrompendo-lhe os sentimentos, relaxando-lhes as energias?”1
O “século de Augusto” e o momento da “maioridade terrestre” foram períodos marcantes na história da Humanidade e como uma preparação para a atuação do Cristo.
Nos dias do nascimento de Jesus, os espíritos – identificados como “anjos” -, anunciaram:
“E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2, 10-11).
O nascimento – Natal de Jesus -, foi assinalado com informação de natureza espiritual. E essas relações prosseguiram e foram registradas pelos evangelistas ao descreverem a atuação de Jesus. Que a preparação para o nascimento e o anúncio de grande alegria possam nos inspirar a buscarmos nossa maioridade espiritual e representar momentos de expectativas e esperanças para todos nós!
Fonte:
1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Cristianismo nos séculos iniciais. Análise histórica e visão espírita. Cap.1.2. Matão: O Clarim. 2020.