Necessário acordar
“Desperta, ó tu que dormes, levantate dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.” Paulo (Efésios, 5:14)
Grande número de adventícios ou não aos círculos do Cristianismo acusa fortes dificuldades na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus.
Alguns encontram obscuridades nos textos, outros perseveram nas questiúnculas literárias.
Inquietam-se, protestam e rejeitam o pão divino pelo envoltório humano de que necessitou para preservar-se na Terra.
Esses amigos, entretanto, não percebem que isto ocorre, porque permanecem dormindo, vítimas de paralisia das faculdades superiores.
Na maioria das ocasiões, os convites divinos passam por eles, sugestivos e santificantes; todavia, os companheiros distraídos interpretamnos por cenas sagradas, dignas de louvor, mas depressa relegadas ao esquecimento.
O coração não adere, dormitando amortecido, incapaz de analisar e compreender. A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina.
Faz-se indispensável examinarse, emergir da animalidade e erguer-se para senhorear o próprio caminho.
Grandes massas, supostamente religiosas, vão sendo conduzidas, através das circunstâncias de cada dia, quais fileiras de sonâmbulos inconscientes.
Fala-se em Deus, em fé e em espiritualidade, qual se respirassem na estranha atmosfera de escuro pesadelo. Sacudidas pela corrente incessante do rio da vida, rolam no turbilhão dos acontecimentos, enceguecidas, dormentes e semimortas até que despertem e se levantem, através do esforço pessoal, a fim de que o Cristo as esclareça.
Emmanuel
(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 68. FEB)