Experiência sobre união do movimento espírita

Experiência sobre união do movimento espírita

  

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Em evento virtual do GEP – Grupo Espírita Paulista, atendemos ao convite para abordagem do tema “União do movimento espírita” no dia 26/05/2024.
O Grupo Espírita Paulista é formado pela Aliança Espírita Evangélica (AEE), Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP), União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE) e União Fraternal FDJ.
Nessa síntese da live, focalizamos parcialmente apenas recentes vivências em nosso país.
Durante nossa gestão como presidente da USE-SP, no ano de 1999, demos início ao projeto de um diálogo mais amplo sobre união dos espíritas e unificação do movimento espírita.
Nesse entendimento envolvemos instituições que não eram unidas à USE-SP. A proposta se definiu em encontro promovido pela USE-SP, no dia 18/05/2000, oportunidade em que foi assinada uma minuta de “Carta de Intenções de Acordo de União pela Difusão da Doutrina Espírita”. O texto definitivo foi assinado em setembro do mesmo ano, contando com subscrição da USE-SP e de mais de uma dezena de instituições e entidades especializadas não vinculadas à proponente.
O objetivo do “Acordo de união” foi: “[…] constituir um grupo de trabalho, de caráter informal e sem personalidade jurídica”, para estimular o “respeito à individualidade e o trabalho das Organizações signatárias, motivando a convivência e o intercâmbio fraterno entre si” […] a ação conjunta com vistas a agilização da difusão das Obras de Allan Kardec; […] analisar a ação conjunta em campanhas que tenham o respaldo nos princípios da Doutrina Espírita”.
Com base no citado “Acordo de união” foi realizado na capital paulista o 1o ENCOESP – Encontro Espírita do Estado de São Paulo, nos dias 19 a 21 de janeiro de 2001, promovido pela USE-SP, com apoio e participação de 26 instituições espíritas especializadas e com público de cerca de 10 mil pessoas, no Centro de Convenções do Anhembi. Attílio Campanini era o novo presidente e já não integrávamos a diretoria da USE-SP; havíamos mudado a residência para Brasília, mas comparecemos ao grande evento.
A respeito desse “Acordo de união” e do ENCOESP, registramos que ouvimos algumas opiniões de dirigentes de federativas, demonstrando preocupação porque não seria muito adequado às práticas vigentes em termos nacionais…
Na sequência, com base no citado “Acordo de união”, durante a gestão de outros presidentes da USE-SP, funcionaram alguns grupos de trabalho e grandes eventos espíritas foram efetivados em São Paulo, como o Bicentenário de nascimento de Kardec e o sesquicentenário de O livro dos espíritos.
Agora, desde o ano 2020 desenvolve-se o Grupo Espírita Paulista.
Durante nossa gestão como presidente da Federação Espírita Brasileira, propusemos e homologamos decisão conjunta do Conselho Diretor e da Diretoria Executiva, da criação do Conselho Nacional das Entidades Espíritas Especializadas, como órgão de apoio e orientação técnica junto à FEB. Em abril de 2014 esse Conselho foi instalado com a participação de oito entidades nacionais. O objetivo seria valorizar os esforços dessas Entidades Especializadas para juntamente com as Entidades Federativas promoverem adequação e a dinamização do movimento espírita de nosso país. Todavia esse Conselho foi extinto após a nossa gestão.
Com os relatos sobre o “acordo de união”, “Grupo Espírita Paulista” e o “Conselho Nacional das Entidades Espíritas Especializadas”, lembramos de experiências que entendemos diferentes dos “padrões vigentes” com base em ideias e propostas antigas de unificação. Destacamos que essa palavra “unificação”, que tem vários sentidos e interpretação no idioma português, deveria ser evitada e ser substituída por “união”.
As experiências vividas no século XX e nos primeiros lustros do século XXI, já oferecem subsídios suficientes para se refletir e dialogar a respeito de caminhos a serem planejados que objetivem a união de esforços para apoios, interações e a divulgação do espiritismo.
Para concluir esse resumo, destacamos frase que citamos em nossa palestra, de autoria do espírito William James (vulto americano na área de pesquisas sobre mediunidade) registradas em psicografia ocorrida nos Estados Unidos:

“Temos aprendido que não surgem construções estáveis ao impulso do improviso. A seara espírita pede plantação de princípios espíritas. E não existe plantação eficiente sem cultivadores dedicados. […] Cada companheiro, cada agrupamento e cada país terão do espiritismo o que dele fizerem. Cremos seja possível sintetizar diretrizes para nós todos no seguinte programa: sentir em bases de equilíbrio, pensar com elevação, falar construtivamente, estudar sempre e servir mais” (Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Espíritos diversos. Entre irmãos de outras terras. Cap. 5. FEB. 1966).
Fonte:
Trechos de palestra do autor no evento do Grupo Espírita Paulista, 26 de maio de 2024 (copie e cole): https://www.youtube.com/watch?v=PE8HOn-VY2c