Assunto de guerra

Assunto de guerra

Os Emissários da Sabedoria Divina, junto dos homens, para estabelecerem facilidade e proteção, conforto e segurança à existência terrestre, em nome de Deus, inspiraram a inteligência humana, induzindo-a à criação de inventos e descobertas.

E os homens, em resposta a semelhantes doações, usaram-nas, em muitos casos, de modo contraproducente, segundo o próprio livre-arbítrio que lhes é peculiar.

Concedeu-se aos homens a dinamite para a remoção de pedreiras e obstáculos, de modo a facilitar as vias de comunicação entre as criaturas.

Os homens cientificaram-se, quanto ao poder explosivo da dinamite e fabricaram a bomba arrasa quarteirão, aniquilando milhões de vidas.

Deu-se aos homens o trator para estimular o progresso da agricultura.

Os homens observaram a força das máquinas pesadas e construíram o tanque de guerra para matar.

Ofertou-se aos homens o avião para que pudessem facilmente vencer distância e tempo, a benefício dos seus próprios interesses.

Os homens anotaram as originalidades do avião e fizeram os bombardeiros que exterminam populações indefesas.

Presenteou-se aos homens com a rádio-televisão, a fim de incrementarem a cultura e a fraternidade entre os povos.

Os homens, em maioria, estudaram a rádio-televisão e criaram sistemas e códigos para a garantia da espionagem e formularam esquemas artísticos que induzem a mente infanto-juvenil à criminalidade.

Concederam-se aos homens os medicamentos da paz e do socorro capazes de assegurar a anestesia em apoio aos enfermos.

Os homens, em grande parte, passaram a pesquisar os sedativos misericordiosos e fizeram os tóxicos que atualmente no mundo ampliam consideravelmente os índices da loucura e da delinquência.

Presenteou-se aos homens com a desintegração atômica, em apoio da indústria e da civilização.

Os homens reconheceram o imenso potencial de energias que se lhes confiavam às mãos e estruturaram novas armas de alto poder destrutivo.

À vista disso, enquanto muitos diplomatas e orientadores da concórdia discutem as possibilidades de uma nova guerra no Ocidente, qualquer irmão desinformado quanto aos problemas internacionais, poderá concluir de quem será a culpa.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Confia e segue. Cap. 20. São Bernardo do Campo: GEEM)

ACHAREMOS SEMPRE

ACHAREMOS SEMPRE

“Porque qualquer que pede, recebe; e quem busca, acha.” — Jesus. (LUCAS, capítulo 11, versículo 10.)

Ao experimentar o crente a necessidade de alguma coisa, recorda maquinalmente a promessa do Mestre, quando assegurou resposta adequada a qualquer que pedir.

Importa, contudo, saber o que procuramos.

Naturalmente, receberemos sempre, mas é imprescindível conhecer o objeto de nossa solicitação.

Asseverou Jesus: “Quem busca, acha.” Quem procura o mal encontra-se com o mal igual mente.

Existe perfeita correspondência entre nossa alma e a alma das coisas.

Não expendemos uma hipótese, examinamos uma lei.

Para os que procuram ladrões, escutando os falsos apelos do mundo interior que lhes é próprio, todos os homens serão desonestos.

Assim ocorre aos que possuem aspirações de crença, acercando-se, desconfiados, dos agrupamentos religiosos.

Nunca surpreendem a fé, porque tudo analisam pela má-fé a que se acolhem.

Tanto experimentam e insistem, manejando os propósitos inferiores de que se nutrem, que nada encontram, efetivamente, além das desilusões que esperavam.

A fim de encontrarmos o bem, é preciso buscá-lo todos os dias.

Inegavelmente, num campo de lutas chocantes como a esfera terrestre, a caçada ao mal é imediatamente coroada de êxito, pela preponderância do mal entre as criaturas.

A pesca do bem não é tão fácil; no entanto, o bem será encontrado como valor divino e eterno.

É indispensável, pois, muita vigilância na decisão de buscarmos alguma coisa, porqüanto o Mestre afirmou: “Quem busca, acha”; e acharemos sempre o que procuramos.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 109. FEB) 

Na revelação da vida

Na revelação da vida

“E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. (Atos, 4:33)

Os companheiros diretos do Mestre Divino não estabeleceram os serviços da comunidade cristã sobre princípios cristalizados, inamovíveis.

Cultuaram a ordem, a hierarquia e a disciplina, mas amparavam também o espírito do povo, distribuindo os bens da revelação espiritual, segundo a capacidade receptiva de cada um dos candidatos à nova fé.

Negar, presentemente, a legitimidade do esforço espiritista, em nome da fé cristã, é testemunho de ignorância ou leviandade.

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo na vida moral.

Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo.

Por isso mesmo, atraíam companheiros novos, transmitindo­lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.

Em razão disso, o ministério apostólico não se dividia tão­somente na discussão dos problemas intelectuais da crença e nos louvores adorativos.

Os continuadores do Cristo forneciam, “com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” e, em face do amor com que se devotavam à obra salvacionista, neles havia “abundante graça”.

O Espiritismo evangélico vem movimentar o serviço divino que envolve em si, não somente a crença consoladora, mas também o conhecimento indiscutível da imortalidade.

As escolas dogmáticas prosseguirão alinhando artigos de fé inoperante, congelando as idéias em absurdos afirmativos, mas o Espiritismo cristão vem restaurar, em suas atividades redentoras, o ensinamento da ressurreição individual, consagrado pelo Mestre Divino, que voltou,

Ele mesmo, das sombras da morte, para exaltar a continuidade da vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 176. FEB)

Ajudemos a vida mental

Ajudemos a vida mental

“E seguia-o uma grande multidão da Galiléia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia e de além do Jordão.” – (Mateus, 4:25.)

A multidão continua seguindo Jesus na ânsia de encontrá-lo, mobilizando todos os recursos ao seu alcance.

Procede de todos os lugares, sequiosa de conforto e revelação. Inútil a interferência de quantos se interpõe entre ela e o Senhor, porque, de século a século, a busca e a esperança se intensificam.

Não nos esqueçamos, pois, de que abençoada será sempre toda colaboração que pudermos prestar ao povo, em nossa condição de aprendizes.

Ninguém precisa ser estadista ou administrador para ajudá-lo a engrandecer-se.

Boa-vontade e cooperação representam as duas colunas mestras no edifício da fraternidade humana.

E contribuir para que a coletividade aprenda a pensar na extensão do bem é colaborar para que se efetive a sintonia da mente terrestre com a Mente Divina.

Descerra-se à nossa frente precioso programa nesse particular.

Alfabetização.

Leitura edificante.

Palestra educativa.

Exemplo contagiante na prática da bondade simples.

Divulgação de páginas consoladoras e instrutivas.

Exercício da meditação. Seja a nossa tarefa primordial o despertamento dos valores íntimos e pessoais.

Auxiliemos o companheiro a produzir quanto possa dar de melhor ao progresso comum, no plano, no ideal e na atividade em que se encontra.

Orientar o pensamento, esclarecê-lo e sublimá-lo é garantir a redenção do mundo, descortinando novos e ricos horizontes para nós mesmos.

Ajudemos a vida mental da multidão e o povo conosco encontrará Jesus, mais facilmente, para a vitória da Vida Eterna.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 144. FEB)

Não te enganes

Não te enganes

“Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 10:7.)

Não te enganes, acerca da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.

Muita vez, superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da elevação.

E, em tais circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que outros estão fazendo pelo bem muito mais que nós mesmos.

O vaga-lume acende leves relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa que o ofusca.

A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono absoluto da claridade, entretanto, lá vem um dia em que a lâmpada elétrica brilha no alto, embaciando-lhe a chama.

A lâmpada, a seu turno, ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias, grandes e pequenas.

Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões, mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte física, verificamos, ao sol da vida espiritual, que a Providência Divina é glorioso amor para a Humanidade inteira.

Não troques a realidade pelas aparências.

Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido.

Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.

Onde acionarmos a nossa “parte inferior”, a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia.

Da zona a que projetarmos a nossa “boa parte”, a luz do próximo virá ao nosso encontro.

Cada alma é sempre uma incógnita para outra alma.

Em razão disso, não será lícito erguer as paredes de nossa tranquilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.

Não nos iludamos.

Retifiquemos em nós quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e pensamentos fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de virtudes e defeitos, nas ocasiões de juízo receberemos sempre de acordo com as nossas obras.

E, compreendendo que a Bondade do Senhor brilha para todas as criaturas, sem distinção de pessoas, recordemos em nosso favor e em favor dos outros as significativas palavras de Paulo: – “Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é do Cristo, também nós do Cristo somos.”

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap.65. FEB)

Bezerra e Kardec em “Unificação”

Bezerra e Kardec em "Unificação"

Unificação

“O serviço da unificação e nossas fileiras é urgente mas não apressado.

Uma afirmativa parece destruir a outra. Mas não é assim. É urgente porque define o objetivo a que devemos todos visar; mas não apressado, porquanto não nos compete violentar consciência alguma.

Mantenhamos o propósito de irmanar, aproximar, confraternizar e compreender, e, se possível, estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.

Nós que nos empenhamos carinhosamente a todos os tipos de realização respeitável que os nossos princípios nos oferecem, não podemos esquecer o trabalho do raciocínio claro para que a vida se nos povoe de estradas menos sombrias.

Comparemos a nossa Doutrina Redentora a uma cidade metropolitana, com todas as exigências de conforto e progresso, paz e ordem. Indispensável a diligência no pão e no vestuário, na moradia e na defesa de todos; entretanto, não se pode olvidar o problema da luz.

A luz foi sempre uma preocupação do homem, desde a hora da furna primeira. Antes de tudo, o fogo obtido por atrito, a lareira doméstica, a tocha, os lumes vinculados às resinas, a candeia e, nos tempos modernos, a força elétrica transformada em clarão.

A Doutrina Espírita possui os seus aspectos essenciais em configuração tríplice. Que ninguém seja cerceado em seus anseios de construção e produção. Quem se afeiçoe à ciência que a cultive em sua dignidade, quem se devote à filosofia que lhe engrandeça os postulados e quem se consagre à religião que lhe divinize as aspirações, mas que a base kardequiana permaneça em tudo e todos, para que não venhamos a perder o equilíbrio sobre os alicerces e que se nos levanta a organização. Nenhuma hostilidade recíproca, nenhum desapreço a quem quer que seja.

Acontece, porém, que temos necessidade de preservar os fundamentos espíritas, honrá-los e sublimá-los, senão acabaremos estranhos uns aos outros, ou então cadaverizados em arregimentações que nos mutilarão os melhores anseios, convertendo-nos o movimento de libertação numa seita estanque, encarcerada em novas interpretações e teologias, que nos acomodariam nas conveniências do plano inferior e nos afastariam da Verdade.

Allan Kardec, nos estudos, nas cogitações, nas atividades, nas obras, a fim de que a nossa fé não faça hipnose, pela qual o domínio da sombra se estabelece sobre as mentes mais fracas, acorrentando-as a séculos de ilusão e sofrimento. Libertação da palavra divina é desentranhar o ensinamento do Cristo de todos os cárceres a que foi algemado e, na atualidade, sem querer qualquer privilégio para nós, apenas o Espiritismo retém bastante força moral para se não prender a interesses subalternos e efetuar a recuperação da luz que se derramado verbo cristalino do Mestre, dessedentando e orientando as almas.

Seja Allan Kardec, não apenas crido ou sentido, apregoado ou manifestado, a nossa bandeira, mas suficientemente vivido, sofrido, chorado e realizado em nossas próprias vidas. Sem essa base é difícil forjar o caráter espírita-cristão que o mundo conturbado espera de nós pela unificação. Ensinar, mas fazer; crer, mas estudar; aconselhar, mas exemplificar; reunir, mas alimentar.

Falamos em provações e sofrimentos, mas não dispomos de outros veículos para assegurar a vitória da verdade e do amor sobre a Terra. Ninguém edifica sem amor, ninguém ama sem lágrimas. Somente aqui, na vida espiritual, vim aprender que a cruz de Cristo era uma estaca que Ele, o Mestre, fincava no chão para levantar o mundo novo. E para dizer-nos em todos os tempos que nada se faz de útil e bom sem sacrifícios, morreu nela. Espezinhado, batido, enterrou-a no solo, revelando-nos que esse é o nosso caminho – o caminho de quem constrói para Cima, de quem mira os continentes do Alto.

É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios. Respeito a todas as criaturas, apreço a todas as autoridades, devotamento ao bem comum e instrução do povo, em todas as direções, sobre as Verdades do espírito, imutáveis, eternas. Nada que lembre castas, discriminações, evidências individuais injustificáveis, privilégios, imunidades, prioridades.

Amor de Jesus sobre todos, verdade de Kardec para todos.

Em cada templo, o mais forte deve ser escudo para o mais fraco, o mais esclarecido a luz para o menos esclarecido, e sempre e sempre seja o sofredor o mais protegido e o mais auxiliado, como entre os que menos sofram seja o maior aquele que se fizer o servidor de todos, conforme a observação do Mentor Divino. Sigamos para a frente, buscando a inspiração do Senhor.

Bezerra de Menezes

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 20-04-1963, em Uberaba, MG)

Extraído de:

Carvalho, Antonio Cesar Perri. União dos espíritas. Para onde vamos? Capivari: EME. 2018. 142p.

PONDERA SEMPRE

PONDERA SEMPRE

“E o que de mim, diante de muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem a outros.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA A TIMÓTEO, CAPÍTULO 2, VERSÍCULO 2.)

Os discípulos do Evangelho, no Espiritismo cristão, muitas vezes evidenciam insofreável entusiasmo, ansiosos de estender a fé renovada, contagiosa e ardente.

No entanto, semelhante movimentação mental exige grande cuidado, não só porque assombro e admiração não significam elevação interior, como também porque é indispensável conhecer a qualidade do terreno espiritual a que se vai transmitir o poder do conhecimento.

Claro que não nos reportamos aqui ao ato de semeadura geral da verdade reveladora, nem à manifestação da bondade fraterna, que traduzem nossas obrigações naturais na ação do bem.
Encarecemos, sim, a necessidade de cada irmão governar o patrimônio de dádivas espirituais recebidas do plano superior, a fim de não relegar valores celestes ao

Lembremo-nos de que o próprio Mestre reservava lições diferentes para as massas populares e para a pequena comunidade dos aprendizes; não se fez acompanhar por

menosprezo da maldade e da ignorância.

Distribuamos a luz do amor com os nossos companheiros de jornada; todavia, defendamos o nosso íntimo santuário contra as arremetidas das trevas.

todos os discípulos na transfiguração do Tabor; na última ceia, aguarda a ausência de Judas para comentar as angústias que sobreviriam.

É necessário atentarmos para essas atitudes do Cristo, compreendendo que nem tudo está destinado a todos.

Os espíritos enobrecidos que se comunicam na esfera carnal adotam sempre o critério seletivo, buscando criaturas idôneas e fiéis, habilitadas a ensinar aos outros.

Se eles, que já podem identificar os problemas com a visão iluminada, agem com prudência, nesse sentido, como não deverá vigiar o discípulo que apenas dispõe dos olhos corporais?

Trabalhemos em benefício de todos, estendamos os laços fraternais, compreendendo, porém, que cada criatura tem o seu degrau na infinita escala da vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 87. FEB)

INGREDIENTES DO ÊXITO

INGREDIENTES DO ÊXITO

… nas águas revoltas do mar tanta vez agressivo da atualidade, navegamos… Dias calmos, dias tempestuosos. O que importa é a rota segura. E desta nos louvamos todos, à frente do Divino Timoneiro.

*

… capacitemo-nos, cada vez mais, de que a obra não nos pertence e sim ao Senhor que nos utiliza por instrumentos.

*

… à vista disso e firmados em semelhante convicção,

compreendamos que a fidelidade é o ingrediente de base para o êxito. Entender a todos e auxiliar a todos, abençoando e construindo sempre e guardar, sobretudo, a certeza de que o serviço e o amor devem constituir as margens de nosso caminho para frente.

*

… momentos aparecem nos quais os testemunhos de abnegação representam imperativos a que não nos é lícito fugir… Notadamente, quando a perturbação e a calúnia nos ameaçam a estabilidade moral. Ainda assim, aceitemos os desafios da sombra, na condição de aprendizes no educandário da luz.

*

… à frente de todas as dificuldades é imprescindível opor a bênção, como princípio de solução.

*

… é certo que o desdobramento da edificação em andamento vos exige quotas de sacrifício sempre mais altas. Imperioso dar de nós para que a obra do Cristo se erga e se consolide no campo das necessidades humanas.

*

… esquecer-nos e trabalhar. Trabalhar e servir sempre. … na execução desse programa as lutas e problemas explodem, por vezes, de todos os flancos, a reclamar-nos fraternidade em suas mais altas demonstrações. Todavia, se atribuirmos a Jesus a importância do esforço e não a nós, sabendo receber para nós os obstáculos naturais da senda a percorrer, então, a carga ser-nos-á sempre qual estrela de amor que o Céu nos permite carregar em auxílio a nós mesmos!

Bezerra de Menezes

De mensagem recebida em 01.04.1969.

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Bezerra de Menezes. Bezerra, Chico e Você. Cap. 9. São Bernardo do Campo: GEEM)

Culpa e reencarnação

Culpa e reencarnação

Reunião pública de 24-2-61 1ª Parte, cap. V, item 7

Espírito culpados!

Somos quase todos.

Julgávamos que o poder transitório entre os homens nos fosse conferido como sendo privilégio e imaginário merecimento, e usamo-lo por espada destruidora, aniquilando a alegria dos semelhantes…

Contudo, renascemos nos últimos degraus da subalternidade, aprendendo quanto dói o cativeiro da humilhação.

Acreditávamos que a moeda farta nos situasse a cavaleiro dos desmandos de consciência…

Entretanto, voltamos à arena terrestre, em doloroso pauperismo, experimentando a miséria que infligimos aos outros.

Admitíamos que as vítimas de nossos erros deliberados se distanciassem para sempre de nós, depois da morte…

Mas, tornamos a encontrá-las no lar, usando nomes familiares, no seio da parentela, onde nos cobram, às vezes com juros de mora, as dívidas de outro tempo, em suor do rosto, no sacrifício constante, ou em sangue do coração, na forma de lágrimas.

Supúnhamos que os abusos do sexo nos constituíssem a razão de viver e corrompemos o coração das almas sensíveis e nobres com as quais nos harmonizávamos, vampirizando-lhes a existência…

No entanto, regressemos ao mundo em corpos dilacerados ou deprimidos, exibindo as estranhas enfermidades ou as gravosas obsessões que criamos para nós mesmos, a estampar na apresentação pessoal a soma deplorável de nossos desequilíbrios.

*

Espíritos culpados!

Somos quase todos.

A Perfeita Justiça, porém, nunca se expressa sem a Perfeita Misericórdia e abre-nos a todos, sem exceção, o serviço do bem, que podemos abraçar na altura e na quantidade que desejarmos, como recurso infalível de resgate e reajuste, burilamento e ascensão.

Atendamos às boas obras quanto nos seja possível.

Cada migalha de bem que faças é luz contigo, clareando os que amas.

E assim é porque, de conformidade com as Leis Divinas, o aperfeiçoamento do mundo depende do mundo, mas o aperfeiçoamento em nós mesmos depende de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Justiça divina. Cap. 11. FEB)

Nas leis do destino

Nas leis do destino

Reunião pública de 18-8-61 1ª Parte, cap. VI, item 15

Não digas que Deus sentencia alguém a torturas eternas.

Tanto quanto podemos perceber o Pensamento Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros – criaturas conscientes, mas imperfeitas – através de leis que Lhe expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo.

Essas leis, na feição primitiva, podem ser abordadas nos processos rudimentares do campo físico.

O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado; entretanto, se colas a mão no braseiro, é natural incorras, de imediato, nas consequências.

A máquina é apêndice do progresso; contudo, se não lhe atendes as necessidades, sofrerás, para logo, os resultados desastrosos da negligência ou da indisciplina.

Ocorre o mesmo, nos planos da consciência.

Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á sempre daquilo que lhe dermos.

*

É inútil que dignitários desse ou daquele princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado, suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista de adulações. Os que procedem assim podem estar movidos de santos propósitos ou piamente magnetizados por lendas e tradições respeitáveis que o tempo mumificou, mas se esquecem de que, mesma ante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra. Deus é amor; amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça que atribui a cada espírito segundo a própria escolha. Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram impor.

*

Não afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena. Recorda que não podes raciocinar através do cérebro alheio e nem comer pela boca do próximo. O Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão. A vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos. E não sofismemos a palavra de Jesus, quando prometeu ao companheiro de sofrimento, no Calvário, que estaria com ele no paraíso, como poderia estar em qualquer instituto de educação, no mundo espiritual, porque foi o próprio Cristo quem nos informou, de maneira incisiva, que o Reino de Deus está dentro de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Justiça divina. Cap. 51. FEB)