Oração à Mulher

Oração à Mulher

Missionária da vida.

Ampara o homem para que o homem te ampare.

Não te conspurques no prazer, nem te mergulhes no vicio.

A felicidade na Terra depende de ti, como o fruto depende da árvore.

Mãe, sê o anjo do lar.

Esposa, auxilia sempre.

Companheira, acende o lume da esperança.

Irmã, sacrifica-te e ajuda.

Mestra, orienta o caminho.

Enfermeira, compadece-te.

Fonte sublime, se as feras do mal te poluíram as águas, imita a corrente cristalina que no serviço infatigável a todos, expulsa do próprio seio a lama que lhe atiram.

Por mais te aflija a dificuldade, não te confies à tristeza ou ao desânimo.

Lembra os órfãos, os doentes, os velhos e os desvalidos da estrada que esperam por teus braços e sorri com serenidade para a luta.

Deixa que o trabalho tanja as cordas celestes do teu sentimento para que não falte a música da harmonia aos pedregosos trilhos da existência terrestre.

Teu coração é uma estrela encarcerada.

Não lhe apague a luz para que o amor resplandeça sobre as trevas.

Eleva-te, elevando-nos.

Não te esqueças de que trazes nas mãos a chave da vida porque a chave da vida é a glória de Deus.

Meimei

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. À Luz da Oração. Matão: O Clarim. 1969)

ACORDAR E ERGUER-SE

ACORDAR E ERGUER-SE

"Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminar·." – Paulo. (EFÉSIOS, 5:14.)

Há milhares de companheiros nossos que dormem, indefinidamente, enquanto se alonga debalde para eles o glorioso dia de experiência sobre a Terra.

Percebem vagamente a produção incessante da Natureza, mas não se recordam da obrigação de algo fazer em benefício do progresso coletivo.

Diante da árvore que se cobre de frutos ou da abelha que tece o favo de mel, não se lembram do comezinho dever de contribuir para a prosperidade comum.

De maneira geral, assemelham-se a mortos preciosamente adornados.

Chega, porém, um dia em que acordam e começam a louvar o Senhor, em êxtase admirável. Isso, no entanto, é insuficiente.

Há muitos irmãos de olhos abertos, guardando, porém, a alma na posição horizontal da ociosidade.

É preciso que os corações despertos se ergam para a vida, se levantem para trabalhar na sementeira e na seara do bem, a fim de que o Mestre os ilumine.

Esforcemo-nos por alertar os nossos companheiros adormecidos, mas não olvidemos a necessidade de auxiliá-los no soerguimento.

É imprescindível saibamos improvisar os recursos indispensáveis em auxílio dos nossos afeiçoados ou não, que precisam levantar-se para as bênçãos de Jesus.

Não basta recomendar.

Quem receita serviço e virtude ao próximo, sem antes preparar-lhe o entendimento, através do espírito de fraternidade, identifica-se com o instrutor exigente que reclama do aluno integral conhecimento acerca de determinado e valioso livro, sem antes ensiná-lo a ler.

Disse Paulo: – “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.”

E nós repetiremos: – “Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das boas obras e o Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros.”

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 66. FEB)

 

Pelas obras

Pelas obras

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:13.)

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista.

Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 24. FEB)

 

ESMOLA

ESMOLA

"Dai antes esmola do que tiverdes." Jesus. (LUCAS, 11:41.)

A palavra do Senhor está sempre estruturada em luminosa beleza que não podemos perder de vista. No capÌtulo da esmola, a recomendação do Mestre, dentro da narrativa de Lucas, merece apontamentos especiais. "Dai antes esmola do que tiverdes,"

Dar o que temos é diferente de dar o que detemos;

A caridade é sublime em todos os aspectos sob os quais se nos revele e em circunstância alguma devemos esquecer a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a solidariedade e ensinando-a.

… justo, porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem.

O Dono de todo o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.

Não olvidemos, assim, as dores de nossa esfera Ìntima e perguntemos a nós mesmos:

Que temos de nós próprios para dar?

Que espécie de emoção estamos comunicando aos outros?

Que reações provocamos no próximo?

Que distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?

Qual é o estoque de nossos sentimentos?

Que tipo de vibrações espalhamos?

Para difundir a bondade, ninguém precisa cultivar riso estridente ou sorrisos baratos, mas, para não darmos pedras de indiferença aos corações famintos de pão da fraternidade. 

È indispensável amealhar em nosso espírito as reservas da boa compreensão, emitindo o tesouro de amizade e entendimento que o Mestre nos confiou em serviço ao bem de quantos nos rodeiam, perto ou longe.

… sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.

O aviso do Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: – dai esmola de vossa vida Ìntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e trabalho, paz e confiança é sempre a dádiva maior de todas.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 60)

PAZ E ALEGRIA

PAZ E ALEGRIA

Planta, por onde fores,

Uma flor de bondade.

Irradia a esperança

Nas palavras de fé.

Veste de paz e amor.

O ambiente em que estejas.

Se algum mal aparece,

Olvida e faze o bem.

Suprime quanto possas

Os problemas que encontres.

Pelo Sol, Deus nos guarda

No esplendor da alegria.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Momentos de paz. São Paulo: Ideal).

 

Entre o berço e o túmulo

Entre o berço e o túmulo

“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem, porque as que se vêem são temporais e as que se não vêem são eternas.” – Paulo. (2ª Epístola aos Coríntios, 4:18.)

A flor que vemos passa breve, mas o perfume que nos escapa enriquece a economia do mundo.

O monumento que nos deslumbra sofrerá insultos do tempo, contudo, o ideal invisível que o inspirou brilha, eterno, na alma do artista.

A Acrópole de Atenas, admirada por milhões de olhos, vai desaparecendo, pouco a pouco, entretanto, a cultura grega que a produziu é imortal na glória terrestre.

A cruz que o povo impôs ao Cristo era um instrumento de tortura visto por todos, mas o espírito do Senhor, que ninguém vê, é um sol crescendo cada vez mais na passagem dos séculos.

Não te apegues demasiado à carne transitória.

Amanhã, a infância e a mocidade do corpo serão madureza e velhice da forma.

A terra que hoje reténs será no futuro inevitavelmente dividida.

Adornos de que te orgulhas presentemente serão pó e cinza.

O dinheiro que agora te serve passará depois a mãos diferentes das tuas.

Usa aquilo que vês para entesourar o que ainda não podes ver.

Entre o berço e o túmulo, o homem detém o usufruto da terra, com o fim de aperfeiçoar-se.

Não te agarres, pois, à enganosa casca dos seres e das coisas.

Aprendendo e lutando, trabalhando e servindo com humildade e paciência na construção do bem, acumularás na tua alma as riquezas da vida eterna.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap, 168. FEB).

 

Problemas do amor

Problemas do amor 

"… que vosso amor cresça cada vez mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento.” – Paulo (Filipenses, 1:9.)

O amor é a força divina do Universo.

É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a desviemos na justa aplicação.

Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se “avareza”; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma força converte-se nele em “egoísmo”; quando só vê motivos para louvar o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se “inveja”.

Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula indicação de elevado alcance.

Assegura que “o amor deve crescer, cada vez mais, no conhecimento e no discernimento, a fim de que o aprendiz possa aprovar as coisas que são excelentes”.

Instruamo-nos, pois, para conhecer.

Eduquemo-nos para discernir.

Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que nos aproxima de Deus.

Atendamos ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade, porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão-somente com o “querer” é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros da vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 91. FEB)

Saber como convém

Saber como convém

“E se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.” – Paulo. (I Coríntios, 8:2.)

A civilização sempre cuida saber excessivamente, mas, em tempo algum, soube como convém saber.

É por isto que, ainda agora, o avião bombardeia, o rádio transmite a mentira e a morte, e o combustível alimenta maquinaria de agressão.

Assim também, na esfera individual, o homem apenas cogita saber, esquecendo que é indispensável saber como convém.

Em nossas atividades evangélicas, toda a atenção é necessária ao êxito na tarefa que nos foi cometida.

Aprendizes do Evangelho existem que pretendem guardar toda a revelação do Céu, para impô-la aos vizinhos; que se presumem de posse da humildade, para tiranizarem os outros; que se declaram pacientes, irritando a quem os ouve; que se afirmam crentes, confundindo a fé alheia; que exibem títulos de benemerência, olvidando comezinhas obrigações domésticas.

Esses amigos, principalmente, são daqueles que cuidam saber sem saberem de fato.

Os que conhecem espiritualmente as situações ajudam sem ofender, melhoram sem ferir, esclarecem sem perturbar. Sabem como convém saber e aprenderam a ser úteis.

Usam o silêncio e a palavra, localizam o bem e o mal, identificam a sombra e a luz e distribuem com todos os dons do Cristo.

Informam-se quanto à Fonte da Eterna Sabedoria e ligam-se a ela como lâmpadas perfeitas ao centro da força.

Fracassos e triunfos, no plano das formas temporárias, não lhes modificam as energias.

Esses sabem porque sabem e utilizam os próprios conhecimentos como convém saber.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 44).

Exterior e Conteúdo

Exterior e Conteúdo

“Acautelai-vos, que ninguém vos engane.” JESUS – MATEUS, 24:4.

"Os fenômenos espíritas, longe de abonarem os falsos Cristos e os falsos profetas, como a algumas pessoas apraz dizer, golpe mortal desferem neles. Não peçais ao Espiritismo prodígios, nem milagres, porquanto ele formalmente declara que os não o.não opera.” – Cap.21, 7.

Forçoso distinguir sempre o exterior do conteúdo.

Exterior atende à informação e ao revestimento.

Conteúdo, porém, é substância e vida.

Exterior, em muitas ocasiões. afeta unicamente os olhos.

Conteúdo alcança a reflexão.

Simples lições de cousas aclaram-nos o propósito.

A casa impressiona pelo feitio.

O interior, contudo, é que lhe decide o aproveitamento.

A máquina atrai pelo tipo.

A engrenagem, todavia, é que lhe revela a função.

Exterior consegue enganar.

Um frasco indicando medicamento é capaz de trazer corrosivo,

Uma bolsa aparentemente inofensiva pode encerrar uma bomba.

Conteúdo, entretanto, fala por si,

A essência disso ou daquilo é ou não é. Imperioso considerar ainda que todas as aquisições, conhecidas por fora, somente denotam valor real se filtradas por dentro.

Cultura é patrimônio incorrutível, no entanto apenas vale para a vida, no exemplo de trabalho daquele que a possui.

Título profissional tem o crédito apreciado pelo bem que realiza.

Teoria de elevação não vai sem a prática.

Música é avaliada na execução.

Atendamos, pois, às definições espíritas, que nos traçam deveres imprescritíveis, confessando-nos espíritas e abraçando atitudes espíritas, mas sem esquecer que Espiritismo, na esfera de nos,,as vidas, em tudo e por tudo, é renovação moral.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Livro da esperança. Uberaba: CEC).

APROVEITEMOS

APROVEITEMOS

 

“E destas coisas sois vós testemunhas”. (Lucas, 24:48 48)


Jesus sempre aproveitou o mínimo para produzir o máximo.
Com três anos de apostolado acendeu luzes para milênios.
Congregando pequena assembleia de doze companheiros, renovou o mundo.
Com uma pregação na montanha inspirou milhões de almas para a vida eterna.
Converte a esmola de uma viúva em lição imperecível de solidariedade.
Corrigindo alguns espíritos perturbados, transforma o sistema judiciário da Terra, erigindo o “amai-vos uns aos outros” para a felicidade humana.
De cinco pães e dois peixes, retira o alimento para milhares de famintos.
Da ação de um Zaqueu bem-intencionado, traça programa edificante para os mordomos da fortuna material.
Da atitude de um fariseu orgulhoso, extrai a verdade que confunde os crentes menos sinceros.
Curando alguns doentes, institui a medicina espiritual para todos os centros da Terra.
Faz dum grão de mostarda maravilhoso símbolo do Reino de Deus.
De uma dracma perdida, forma ensinamento inesquecível sobre o amor espiritual.
De uma cruz grosseira, grava a maior lição de Divindade na História.
De tudo isso somos testemunhas em nossa condição de beneficiários. Em razão de nosso conhecimento, convém ouvirmos a própria consciência.
Que fazemos das bagatelas de nosso caminho?…
Estaremos aproveitando nossas oportunidades para fazer algo de bom?…
Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Caminho, Verdade e Vida. Lição nº 161. FEB)