Quem sois?

QUEM SOIS?

“Mas o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?” — (ATOS, capítulo 19, versículo 15.)

Qualquer expressão de comércio tem sua base no poder aquisitivo.

Para obter, é preciso possuir.

No intercâmbio dos dois mundos, terrestre e espiritual, o fenômeno obedece ao mesmo princípio.

Nas operações comerciais de César, requerem-se moedas ou expressões fiduciárias com efígies e identificações que lhes digam respeito.

Nas operações de permuta espiritual requisitam-se valores individualíssimos, com os sinais do Cristo.

O dinheiro de Jesus é o amor.

Sem ele, não é lícito aventurar-se alguém ao sagrado comércio das almas.

O versículo aqui nomeado constitui benéfica advertência a quantos, para o esclarecimento dos outros, invocam o Mestre, sem títulos vivos de sua escola sacrificial.

Mormente no que se refere às relações com o plano invisível, mantendo cuidado por evitar afirmativas a esmo.

Não vos aventureis ao movimento, sem o poder aquisitivo do amor de Jesus.

O Mestre é igualmente conhecido de seus infelizes adversários.

Os discípulos sinceros do Senhor são observados por eles também.

Os inimigos da luz reconhecem-lhes o sublime valor.

Quando vos dispuserdes, portanto, a esse gênero de trabalho, não olvideis vossa própria identificação, porque, provavelmente, sereis interpelados pelos representantes do mal, que vos perguntarão quem sois.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 63. FEB).

FRUTOS DO BEM

FRUTOS DO BEM

Cada criatura é percebida no plano da verdade e apreciada, de perto, pelas forças que a representam no mundo.

Não olvides que a nota de nossa influência na Terra é amplamente reconhecida nas esferas superiores.

Não pelas palavras brilhantes que, em muitas circunstâncias, podem ocultar delituosos e obscuros pensamentos.

Não pelos modos gentis que, em muitas ocasiões, constituem maneiras que a disciplina nos impõe à impulsividade agressiva, através da contenção compreensivelmente louvável.

Não pela cultura intelectual que, muitas vezes, se faz porta de acesso à perturbação.

Não pela idade longa que tenhamos alcançado no corpo físico, de vez que, em muitos lances da experiência, o tempo foi menosprezado ante a responsabilidade que as horas significam.

Não pela fé religiosa no culto externo, porquanto a rotulagem convencional nem sempre define o caráter elevado e as qualidades edificantes.

O verbo, a atitude, o tempo, a inteligência e a convicção representarão expressivos valores em nossa romagem na Terra, mas apenas quando com eles formamos o Fruto do Bem – o único patrimônio pelo qual pode o espírito merecer a bênção do Senhor e incorporá-la ao campo dos próprios dias.

Seja qual for a nossa situação no quadro terrestre, mantenhamos a planta da existência sobre as raízes do Cristo, o Divino Mestre, porque, em verdade, somente em Jesus, encontraremos a seiva da imortalidade, capaz de auxiliar-nos na produção dos frutos do bem, talentos imperecíveis que sustentam a paz e a alegria na Terra por serem os verdadeiros tesouros dos Céus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Reconforto. Lição nº 15. São Bernardo do Campo: GEEM)

Algo de nós (crises de transição)

Algo de nós

Reconhecemos todos que o mundo atravessa agitadas crises de transição.

Mas podes ser, onde estiveres, a escora de fé, em que outros se apoiem.

Surgem calamidades.

Entretanto, nada te impede ser o refúgio em que se alimente pequenina tarefa socorrista.

Golpes de violência demonstram os desvarios de muitos companheiros da Humanidade.

Todavia, o conhecimento superior te autoriza a efetuar o esforço do reajuste.

Labaredas de discórdia rebentam, às vezes, nos melhores grupos sociais.

No entanto, reténs os necessários recursos de espírito, a fim de restaurar a obra da união.

Tribulações em família se destacam, aqui e ali, com ímpeto arrasador.

Dispões, contudo, de meios precisos para ser um ponto de amparo e compreensão no reduto doméstico. Ideias estranhas enxameiam no campo da inteligência, tentando desprimorar valores humanos.

Guardas, porém, a possibilidade de ser fiel à dignidade da vida.

Muitos se inclinam para o ódio.

Se quiseres consegues personalizar a presença do amor.

Há quem vibre, favorecendo a guerra.

Serás, no entanto, o toque da paz.

Todos nós, os Espíritos encarnados ou desencarnados, ainda no regime de vinculação ao Planeta Terrestre, estamos vendo as transformações do mundo e compartilhando o trabalho que decorre de todas elas.

Urge reconhecer, porém, que cada um de nós pode ser uma parcela de serviço, acrescentando algo de bom ao processo evolutivo, em que nos achamos irmanados, com vistas à vitória do bem na construção do futuro para o Reino de Deus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelos espíritos Emmanuel e André Luiz. Busca e acharás. São Paulo: Ed. IDEAL)

Carta de Ano Novo

CARTA DE ANO NOVO

 Ano Novo é também a renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir.

*

O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para a necessária ascensão.

*

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.

*

Se tens algum inimigo, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

*

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

*

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

*

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever bem cumprido.

*

Novo Ano! Novo Dia! Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

*

Recorda que há mais ignorância que maldade, em torno de teu destino.

*

Não maldigas, nem condenes.

*

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

*

Não te desanimes, nem te desconsoles.

*

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam, dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

*

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros, amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Vida e caminho. São Bernardo do Campo: GEEM).

 

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RECORDAÇÃO DO NATAL

RECORDAÇÃO DO NATAL

Não permitas que o júbilo do Natal vibre em teu coração à maneira de uma lâmpada encarcerada…

Toma o facho de luz que a mensagem do Céu acende ao redor de teus passos e estende-lhe a claridade sublime…

Não te detenhas…

Se a fé resplandece em teu santuário interior, que importam a ventania e o temporal?

O Sol, cada manhã, penetra os recôncavos do abismo sem contaminar-se.

Segue, invencível em tua esperança e sereno em tua coragem, sob a inspiração da fraternidade e da paz! …

Sê um raio estelar da sabedoria para a noite da ignorância; sê a gota de orvalho da consolação e do carinho que diminua a tensão do sofrimento por onde passes; sê o fio imperceptível da compreensão e do auxílio que dissipe o nevoeiro da discórdia; sê a frase simples e boa que ajude e reconforte, onde o fogo do mal esteja crestando as flores do bem…

Um sorriso idealiza milagres…

Um gesto amigo ampara a multidão…

Com algumas palavras, o Cristo articulou o roteiro regenerativo do mundo e com a bênção da própria renúncia retificou os caminhos da Humanidade.

Renovam-se no Natal as vibrações da Estrela do Amor que exaltou com Jesus a glorificação a Deus e ao reino da Boa Vontade entre os homens.

Jamais ensurdeçamos ante o apelo celestial que se repete…

Ampliemos a comunhão fraterna e louvemos a cooperação, porque, anualmente, o Cristo nos requisita a verdadeira solidariedade, a fim de que, em nos tornando mais irmãos uns dos outros, possa Ele nascer, em espírito, na manjedoura do nosso coração, transformando em incessante e Divino Natal todos os dias de nossa vida.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Relicário de Luz. Lição nº 14. FEB)

Cartão de Natal

Cartão de Natal

Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!…

Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura escondida no peito.

Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.

Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternais que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeiçoes que te parecem distantes.

Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a gloria; entretanto, vergaste ao peso das lagrimas que te desafogam o coração…

É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.

Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!…

Sorri de novo para os que te ofenderam; abençoa os que te feriram; divide o farnel com os irmão em necessidade; entrega um minuto de reconforto ao doente; oferece uma fatia de bolo aos que moram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas; estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar; cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome, ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.

Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!…

Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprendemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.

Meimei

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Antologia mediúnica do Natal. Cap. 5. FEB)

Viver melhor

Viver melhor

Todos queremos ser felizes, viver melhor.

Entretanto, ouçamos a experiência.

A felicidade não é um tapete mágico.

Ela nasce do bem que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente.

Tanto isto é verdade que a alegria é a única doação que você pode fazer sem possuir nenhuma.

Você pode estar em dificuldade e suprimir muitas dificuldades dos outros.

Conquanto às vezes sem qualquer consolação, você dispõe de imensos recursos para reconfortar e reerguer os irmãos em prova ou desvalimento.

A receita de vida melhor será sempre melhorar-nos, através da melhora que venhamos a realizar para os outros.

A vida é dom de Deus em todos.

E quem serve só pra si não serve para os objetivos da vida, porque viver é participar, progredir, elevar, integrar-se.

Se aspiramos a viver melhor, escolhamos o lugar de servir na causa do bem de todos.

Para isso, não precisa você condicionar-se a alheios pontos de vista.. .

Engaje-se na fileira de servidores que se lhe afine com as aptidões.

Aliste-se em qualquer serviço no bem comum.

É tão importante colaborar na higiene do seu bairro ou na construção de uma escola, quanto auxiliar a uma criança necessitada ou prestar apoio a um doente.

Procure a Paz, garantindo a Paz onde esteja.

Viva em segurança, cooperando na segurança dos outros.

Aprendamos a entregar o melhor de nós à vida que nos rodeia e a vida nos fará receber o melhor dela própria.

Seja feliz, fazendo os outros felizes.

Saia de você mesmo ao encontro dos outros, mas não resmungue, nem se queixe contra ninguém.

E os outros nos farão encontrar Deus.

Não julgue que semelhante instrução seja assunto unicamente para você que ainda se acha na Terra.

Se você acredita que os chamados mortos estão em paz gratuita, engano seu, porque os mortos se quiserem paz que aprendam a sair de si mesmos e a servirem também.

André Luiz

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito André Luiz. Respostas da Vida. Cap. 4. São Paulo: IDEAL)

De ânimo forte

De ânimo forte

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação.” – Paulo. (II Timóteo, 1:7.)

Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.

Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.

A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o de-sespero suplica orientadores.

Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?

Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.

Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.

Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?

Nesse caso, temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no mundo.

Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranqüilize e ajude a nós mesmos?

como recolher felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?

Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, “Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação”.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Vinha de luz. Cap. 31. FEB)

Tua Mente

Tua Mente

Entre os cuidados devidos ao corpo e a alma, recordemos o problema da habitação.

Quanto mais instruída a pessoa, mais asseio na moradia.

Nem sempre a residência é rica do ponto de vista material.

Vê-se, aí, contudo, limpeza e ordem, segurança e bom gosto.

É imperioso porém, que o senso de higiene e harmonia não se fixe, unicamente, no domicilio externo.

Necessário que semelhante preocupação nos alcance o pouso íntimo.

A mente é a casa do espírito.

Como acontece a qualquer vivenda, ela possui muitos compartilhamentos com serventia para atividades diversas.

E, às vezes, sobrecarregamos as dependências de nosso lar interior com idéias positivamente inadequadas as nossas necessidades reais.

Quando preconceitos enquistados, teorias inúteis, inquietações e tensões, queixas e mágoas se nos instalam por dentro, dilapidamos os tesouros do tempo e as oportunidades de progresso, de vez que impedimos a passagem da corrente transformadora da vida, através de nossas próprias forças.

Sabemos que uma casa, por mais simples, deve ser arejada e batida de sol para garantir a saúde.

Ninguém conserva lixo, de propósito, no ambiente familiar.

Qualquer perturbação no sistema de esgoto ou na circulação de energia elétrica representa motivos para assistência imediata.

Desde épocas remotas, combatemos a escuridão.

Da tocha à candeia, da candeia à lâmpada moderna, esmera-se o homem na criação de recursos com que se defender contra o predomínio das trevas.

Pondera quanto a isso e não guardes, ressentimentos e nem cultives discórdias no campo da própria alma.

Trabalha, estuda, faze o bem e esquece o mal, afim de que te arregimentes contra o nevoeiro da ignorância.

Tua mente, tua casa intransferível.

Nela te nascem os sonhos e aspirações, emoções e idéias, planos e realizações.

Dela partem as tuas manifestações nos caminhos da vida, e de nossas manifestações nos caminhos da vida depende o nosso cativeiro à sombra ou a nossa libertação para a luz.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Alma e Coração. São Paulo: Pensamento)

Advertência aos pais de família

Advertência aos pais de família

“Estas páginas, foram escritas de preferência para os adultos de poucas letras doutrinárias e não propriamente para crianças, visto que para ensinar a Doutrina Espírita aos filhos é necessário que os pais possuam noções doutrinárias, um guia, um conselheiro que lhes norteie o caminho a seguir. Não obstante, será bom que a criança e o adolescente assistam às aulas educativas de moral religiosa na sua agremiação espírita. Poderão assistir a elas, e deverão mesmo fazê-lo, pois será também necessário cultivar a convivência com os futuros companheiros de ideal, ampliar e desenvolver relações fraternas e adquirir traquejo para futuros certames de cunho espírita.”

“Patrocinando, pois, um ensaio lítero-doutrinário-evangélico para auxílio às mães e aos pais de família, durante as noites de serão no lar, onde o Evangelho do Senhor e seus benefícios ao indivíduo e à sociedade serão ministrados e examinados, eu o faço no cumprimento dos próprios deveres para com o Consolador, enviado pelo Céu à Terra como orientador da renovação moral de cada um, para efetivação dos desígnios de Deus em relação à humanidade. Que tão belos serões renovadores do lar e dos corações obtenham êxito na boa educação da infância e dos iniciantes em geral, é o meu desejo.”

Bezerra de Menezes

(Mensagem “Advertência aos pais de família”, 26/01/1964, incluída em: Pereira, Yvonne Amaral. A família espírita. Brasília: FEB. 2013)