Evangelho e Individualidade

Evangelho e Individualidade

Efetivamente, as massas acompanhavam o Cristo, de perto, no entanto, não vemos no Mestre a personificação do agitador comum.

Em todos os climas políticos, as escolas religiosas, aproximando-se da legalidade humana, de alguma sorte partilham da governança, estabelecendo regras espirituais com que adquirem poder sobre a multidão.

Jesus, porém, não transforma o espírito coletivo em terreno explorável.

Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim de assaltar o celeiro dos outros.

Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente.

Não convida o povo a reivindicações.

Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que recomendava seja dado “a César o que é de César”.

Muitos estudiosos do Cristianismo pretendem identificar no Mestre Divino a personalidade do revolucionário, instigando os seus contemporâneos à rebeldia e à discórdia; entretanto, em nenhuma passagem do seu ministério encontramos qualquer testemunho de indisciplina ou desespero, diante da ordem constituída.

Socorreu a turba sofredora e consolou-a; não se mostrou interessado em libertar a comunidade das criaturas, cuja evolução, até hoje, ainda exige lutas acerbas e provações incessantes, mas ajudou o Homem a libertar-se. Ao apóstolo exclama: “vem e segue-me.”.

À pecadora exorta: “vai e não peques mais”.

Ao paralítico fala, bondoso: “ergue-te e anda”.

À mulher sirofenícia diz, convincente: “a tua fé te curou”.

Por toda parte, vemo-lo interessado em levantar o espírito, buscando erigir o templo da responsabilidade em cada consciência e o altar dos serviços aos semelhantes em cada coração.

Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os legisladores costumam ditar determinações…

Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.

Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e reconhecidamente infelizes.

Usa a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no trato com Zaqueu, o rico.

Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”.

Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a sua Doutrina de revolução interior, quando disse: “e aquele que deseja fazer-se o maior no Reino do Céu, seja no mundo o servidor do todos.”

 

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Roteiro. Cap. 15.FEB)

Perante a Enfermidade

Perante a Enfermidade

Sustentar inalteráveis a fé e a confiança, sem temor, queixa ou revolta, sempre que enfermidades conhecidas ou inesperadas lhe visitem o corpo ou lhe assediem o lar.

Cada prova tem uma razão de ser.

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Com o necessário discernimento, abster-se do uso exagerado de medicamentos capazes de intoxicar a vida orgânica. Para o serviço da cura, todo medicamento exige dosagem.

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Desfazer idéias de temor ante as moléstias contagiosas ou mutilantes, usando a disciplina mental e os recursos da prece. A força poderosa do pensamento tanto elabora quanto extingue muitos distúrbios orgânicos e psíquicos.

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Sabendo que todo sofrimento orgânico é uma prova espiritual, dentro das leis cármicas, jamais recear a dor, mas aceitá-la e compreendê-la com desassombro e conformação. A intensidade do sofrimento varia segundo a confiança na Lei Divina.

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Aceitar o auxílio dos missionários e obreiros da medicina terrena, não exigindo proteção e responsabilidade exclusivas dos médicos desencarnados. A Eterna Sabedoria tudo dispõe em nosso proveito.

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Afirmar-se mentalmente em segurança, acima das enfermidades insidiosas que lhe possam assaltar o organismo, repelindo os pensamentos e as palavras de desespero ou cansaço, na fortaleza de sua fé. A doença pertinaz leva à purificação mais profunda.

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Aproveitar a moléstia como período de lições, sobretudo como tempo de aplicação dos valores alusivos à convicção religiosa. A enfermidade pode ser considerada por termômetro da fé.

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“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Jesus. (MATEUS, capítulo 11, versículo 28.)

André Luiz

(Vieira, Waldo. Pelo espírito André Luiz. Conduta Espírita. Cap. 35. FEB)

Causas espirituais das Doenças

Causas espirituais das Doenças

Perguntas e Respostas (Chico Xavier | Emmanuel)

1 – O que estrutura espiritualmente o corpo de carne?

Emmanuel: O corpo espiritual ou perispírito é o corpo básico, constituído de matéria sutil, sobre o qual se organiza o corpo de carne.

2 – O erro de uma encarnação passada pode incluir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?

Emmanuel – A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semi-material do corpo espiritual. Havendo o espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido.

3 – Quais os dois aspectos da Justiça?

Emmanuel – A Justiça na Terra pune simplesmente a crueldade manifesta, cujas conseqüências transitam nas áreas do interesse público, dilapidando a vida e induzindo à criminalidade; entretanto, esse é apenas o seu aspecto exterior, porque a Justiça é sempre manifestação constante da Lei Divina, nos processos da evolução e nas atividades da consciência.

4 – Qual a relação existente entre doenças e a Justiça?

Emmanuel – No curso das enfermidades, é imperioso venhamos a examinar a Justiça, funcionando com todo o seu poder regenerativo, para sanar os males que acalentamos.

5 – O que faz o Espírito, antes de reencarnar-se visando à própria melhoria?

Emmanuel – Antes da reencarnação, nós mesmos, em plenitude de responsabilidade, analisamos os pontos vulneráveis da própria alma, advogando em nosso próprio favor a concessão dos impedimentos físicos que, em tempo certo, nos imunizem, ante a possibilidade de reincidência nos erros em que estamos incursos.

6 – Que pedem, para regenerar-se, os intelectuais que conspurcaram os tesouros da alma?

Emmanuel – Artífices do pensamento, que malversamos os patrimônios do espírito, rogam empeços cerebrais, que se façam por algum tempo alavancas coercitivas, contra as nossas tendências ao desequilíbrio intelectual.

7 – Que medidas de reabilitação rogam os artistas que corromperam a inteligência?

Emmanuel – Artistas, que intoxicamos a sensibilidade alheia com os abusos da representação viciosa, imploramos moléstias ou mutilações, que nos incapacitem para a queda em novas culpas.

8 – Que emendas solicitam os oradores e pessoas que influenciaram negativamente pela palavra?

Emmanuel – Tarefeiros da palavra, que nos prevalecemos dela para caluniar ou para ferir, solicitamos as deficiências dos aparelhos vocais e auditivos, que nos garantam a segregação providencial.

9 – Que providências retificadoras pedem para si próprios aqueles que abraçaram graves compromissos do sexo?

Emmanuel – Criaturas dotadas de harmonia orgânica, que arremessamos os valores do sexo ao terreno das paixões aviltantes, enlouquecendo corações e fomentando tragédias, suplicamos as doenças e as inibições genésicas que em nos humilhando, servem por válvulas de contenção dos nossos impulsos inferiores.

10 – Todas as enfermidades conhecidas foram solicitadas pelo Espírito do próprio enfermo, antes de renascer?

Emmanuel – Nem sempre o Espírito requisita deliberadamente determinadas enfermidades de vez que, em muitas circunstâncias quais aqueles que se verificam no suicídio ou na delinqüência, caímos, de imediato, na desagregação ou na insanidade das próprias forças, lesando o corpo espiritual, o que nos constrange a renascer no berço físico, exibindo defeitos e moléstias congênitas, em aflitivos quadros expiatórios.

11 – Quais são os casos mais comuns de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina?

Emmanuel – Encontramos numerosos casos de doenças compulsórias, impostas pela Lei Divina, na maioria das criaturas que trazem as provações da idiotia ou da loucura, da cegueira ou da paralisia irreversíveis, ou ainda, nas crianças-problemas, cujos corpos, irremediavelmente frustrados, durante todo o curso da reencarnação, mostram-se na condição de celas regenerativas, para a internação compulsória daqueles que fizeram jus a semelhantes recursos drásticos da Lei. Justo acrescentar que todos esses companheiros, em transitórias, mas duras dificuldades, renascem na companhia daqueles mesmos amigos e familiares de outro tempo que, um dia, se cumpliciaram com eles na prática das ações reprováveis em que delinqüiram.

12 – A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? E o que pode provocar doenças de causas espirituais na vida diária?

Emmanuel – A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos. Necessário, pois, considerar igualmente, que desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagam a ponto de arruinar a saúde; que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitas destruidores; que se encolerizam pelas menores razões, destrambelhando os próprios nervos; os que passam, todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo pela movimentação do trabalho, prejudicando a função dos órgãos do corpo físico, em razão da própria imobilidade, são criaturas que geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas.

13 – Qual a advertência de Jesus para que nos previnamos dos males do corpo e da alma?

Emmanuel – Assinalando as causas distantes e próximas das doenças de agora, destacamos o motivo por que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos fazem considerar, com mais senso de gravidade, a advertência do Mestre: “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”.

EMMANUEL

(Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo. Pelo espírito Emmanuel. Leis do Amor. Cap. 1. São Paulo: FEESP).

Evita contender

Evita contender

“Ao servo do Senhor não convém contender.” Paulo (II Timóteo, 2:24)

Foge aos que buscam demanda no serviço do Senhor.

Não estão eles à procura de claridade divina para o coração.

Apenas disputam louvor e destaque no terreno das considerações passageiras.

Analisando as letras sagradas, não atraem recursos necessários à própria iluminação e, sim, os meios de se evidenciarem no personalismo inferior. Combatem os semelhantes que lhes não adotam a cartilha particular, atiram­se contra os serviços que lhes não guardam o controle direto, não colaboram senão do vértice para a base, não enxergam vantagens senão nas tarefas de que eles mesmos se incumbem. Estimam as longas discussões a propósito da colocação de uma vírgula e perdem dias imensos para descobrir as contradições aparentes dos escritores consagrados ao ideal de Jesus. Jamais dispõem de tempo para os serviços da humildade cristã, interessados que se acham na evidência pessoal. Encontram sempre grande estranheza na conjugação dos verbos ajudar, perdoar e servir. Fixam­ se, invariavelmente, na zona imperfeita da humanidade e trazem azorragues nas mãos pelo mau gosto de vergastar. Contendem acerca de todas as particularidades da edificação evangélica e, quando surgem perspectivas de acordo construtivo, criam novos motivos de perturbação.

Os que se incorporam ao Evangelho Salvador, por espírito de contenda, são dos maiores e dos mais sutis adversários do Reino de Deus.

É indispensável a vigilância do aprendiz, a fim de que se não perca no desvario das palavras contundentes e inúteis.

Não estamos convocados a querelar e, sim, a servir e a aprender com o Mestre; nem fomos chamados à entronização do “eu”, mas, sim, a cumprir os desígnios superiores na construção do Reino Divino em nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 98. FEB)

JUNTO AOS QUE SOFREM

JUNTO AOS QUE SOFREM

O expositor da Doutrina Espírita, em geral, e o médium consciente dos próprios deveres, em particular, no exercício do mandato superior da caridade com Jesus, fazem-se instrumento de graves responsabilidades, em consideração as aflições do próximo, que neles espera encontrar apoio espiritual e consolo moral, a fim de ter diminuídas as provações em que se estertora, em face das excelentes diretrizes que dimanam do Consolador.

Enfermidades do corpo e da mente, desequilíbrios da emoção, dramas do sentimento e da consciência, ansiedades injustificáveis ou não, e frustrações amesquinhadoras são uma constante à volta deles, em rosários de desesperos, rogando-lhes orientação, socorro, solução, ajuda providencial…

O desconhecimento do Espiritismo, por parte dos que choram e anelam por encontrar respostas simples e equações rápidas para as suas necessidades, mais agrava o relacionamento entre aqueles e o companheiro portador de precárias expressões de equilíbrio, como, também, enseja uma ideia falsíssima da função que estes exercem em relação à vida.

Porque lidam e se identificam com relativa facilidade com o Mundo Espiritual, quando não são vistos na condição de charlatães ou inescrupulosos, passam por criaturas sobrenaturais ou especiais, dotadas de poderes de exceção, com que podem a bel prazer modificar destinos e corrigir erros, a golpes de interferência caprichosa.

Não desejando à maioria dos consulentes submeter-se a um programa de reeducação, quando desorganizados interiormente, ou de educação diante das imposições superiores que regem a vida, nas quais a dor surge como cadinho purificador, supõem que, através do artifício das lágrimas de momento ou dos compromissos de futuros labores beneficentes, com vistas ao próximo, conseguirão modificar as paisagens íntimas sombrias e carrear merecimentos instantâneos, com os quais se transformarão os quadros dos valores vigentes.

Arrimados às pieguices religiosas com que no passado esperavam subornar e submeter a Divina Consciência, transferem-se de crença com a leviandade de quem muda de traje, iludindo-se com as perspectivas de amealhar maior soma de favores espirituais, sem a correspondente doação de sacrifício pessoal.

Não se lhes negando solidariedade nem concurso fraterno, faz-se, porém, imperioso, aclará-los quanto às próprias responsabilidades, bem assim, quanto ao significado dos sofrimentos que os sobrecarregam, tendo-se em vista a legitimidade das leis que regem os destinos, a fim de que compreendam o impositivo da meditação e da oração, superando dificuldades mediante renúncia e paciência em perfeita sintonia com as Entidades Superiores que lhes supervisionam a existência.

Auxiliá-los com a palavra amiga, inspirada no Evangelho de Jesus, sim; porém, não ser conivente com as suas de-fecções e erros, dando margem a conceitos inexatos sobre o ministério da mediunidade e da doutrinação.

Atendê-los com o passe restaurador de forças, impulsioná-los à mudança de atitude perante a vida, para melhor, com que poderão marchar em confiança e paz.

Socorrê-los na desobsessão, esclarecendo os seus inimigos desencarnados, ao mesmo tempo, elucidando-os quanto ao esforço pela transformação interior com que se lhes modificarão os clichês mentais, predispondo-os para novos e superiores tentames.

Em qualquer momento e em toda situação, manter a atitude de honesta humildade, não deixando que se exteriorizem as próprias imperfeições, as quais, disfarçadas, procuram angariar de falsas posições de privilégio de que gozariam na economia moral terrestre, em que todos nos encontramos na condição de espíritos necessitados de elevação, portanto, ainda cheios de mazelas e problemas…

Quando as proposituras dos aflitos parecerem mais difíceis de orientar, evitarem-se respostas dúbias, desculpistas ou indiferentes, confessando-se as limitações em que se encontram, e, orando por eles com sincero interesse, conseguirão haurir força e inspiração para prosseguir fiéis si mesmos e a Jesus, que é, afinal, o Excelso Amigo e Benfeitor, que nunca se escusava a compreender, a amar e a servir a todos quantos o buscavam batidos pelas aflições redentoras.

Benedita Fernandes

Página recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, em Araçatuba (SP), em 12/12/1976, em residência de Cesar Perri. Divulgada pela União Municipal Espírita de Araçatuba. Incluída no livro Sementes de Vida Eterna, psicografia de Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada Editora: Salvador, 1978; e, em Benedita Fernandes. A dama da caridade (1a. edição em 1982), de Antonio Cesar Perri de Carvalho.

O PASSE

O PASSE

“Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.” (Mateus, 8:17)

Meu amigo, o passe é transfusão de energias físio-psíquicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem recebe de si mesmo em teu benefício.

Se a moléstia, a tristeza e a amargura são remanescentes de nossas imperfeições, enganos e excessos, importa considerar que, no serviço do passe, as tuas melhoras resultam da troca de elementos vivos e atuantes.

Trazes detritos e aflições e alguém te confere recursos novos e bálsamos reconfortantes.

No clima de provas e da angustia, és da necessidade e do sofrimento.

Na esfera da prece e do Amor, um amigo se converte no instrumento da infinita Bondade, para que recebas remédio e assistência.

Ajuda o trabalho de socorro aqui mesmo, com esforço da limpeza interna.

Esquece os males que te apoquentam, desculpa as ofensas das criaturas que te não compreendem, foge ao desânimo destrutivo e enche-te de simpatia e entendimento para com todos os que te cercam.

O mal é sempre a ignorância, e a ignorância reclama perdão e auxílio para que se desfaça em favor da nossa própria tranqüilidade.

Se pretendes, pois, guardar as vantagens do Passe que, em substância, é ato sublime de fraternidade cristã, purifica o sentimento e o raciocínio, o coração e o cérebro.

Ninguém deita alimento indispensável em vaso impuro.

Não abuses, sobretudo, daqueles que te auxiliam. Não tomes o lugar do verdadeiro necessitado, tão-só porque teus caprichos e melindres pessoais estejam feridos.

O passe exprime também gastos de forças e não deves provocar o dispêndio de energia do Alto com infantilidades e ninharias.

Se necessitas de semelhantes intervenção, recolhe-te à boa vontade, centraliza a tua expectativa nas fontes celestes do suprimento divino, humilha-te, conservando a receptividade edificante, inflama o teu coração na confiança positiva e, recordando que alguém vai arcar com o peso das tuas aflições, retifica o teu caminho, considerando igualmente o sacrifício incessante de Jesus por todos nós, porque, de conformidade com as letras sagradas,

Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Cap. O Passe. Matão: O Clarim).

Conversar

CONVERSAR

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graças aos que a ouvem.” — Paulo. (EFÉSIOS, capítulo 4, versículo 29.)

O gosto de conversar retamente e as palestras edificantes caracterizam as relações de legítimo amor fraternal.

As almas que se compreendem, nesse ou naquele setor da atividade comum, estimam as conversações afetuosas e sábias, como escrínios vivos de Deus, que permutam, entre si, os valores mais preciosos.

A palavra precede todos os movimentos nobres da vida.

Tece os ideais do amor, estimula a parte divina, desdobra a civilização, organiza famílias e povos. Jesus legou o Evangelho ao mundo, conversando.

E quantos atingem mais elevado plano de manifestação, prezam a palestra amorosa e esclarecedora.

Pela perda do gosto de conversar com alguém, pode o homem avaliar se está caindo ou se o amigo estaciona em desvios inesperados.

Todavia, além dos que se conservam em posição de superioridade, existem aqueles que desfiguram o dom sagrado do verbo, compelindo-o às maiores torpezas.

São os amantes do ridículo, da zombaria, dos falsos costumes.

A palavra, porém, é dádiva tão santa que, ainda aí, revela aos ouvintes corretos a qualidade do espírito que a insulta e desfigura, colocandoo, imediatamente, no baixo lugar que lhe compete nos quadros da vida.

Conversar é possibilidade sublime.

Não relaxes, pois, essa concessão do Altíssimo, porque pela tua conversação serás conhecido.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 45; FEB).

QUE FAREI?

QUE FAREI?

"Que farei?" – Paulo. ATOS,22:10.

Muita gente aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo.

Como dominarei? – interrogam alguns.

Como descansarei? – indagam outros.

E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis…

Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem.

A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.

O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.

– Que farei? – disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.

E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício.

Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual.

Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a sublime renovação.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Matão: O Clarim)

SOLIDARIEDADE

SOLIDARIEDADE

“Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.” – Paulo. (ROMANOS, 12:15.)

Realmente, na Terra, é mais fácil chorar com os que choram.

Em muitas circunstâncias, mágoas alheias servem de consolação para nossas mágoas.

Quem carrega fardos enormes como que nos estimula a suportar os estorvos leves.

Num desastre qualquer, que nos teria colhido, inclinamo-nos, comovidamente, para as vítimas, guardando, muita vez, a ilusão de que fomos agraciados por Deus, como se a responsabilidade de moratórias e empréstimos, que nos são concedidos pela Misericórdia Divina, dentro da Lei, fosse para nós regime de favoritismo e exceção.

Ajudar aos que se encontram em provocações maiores que as nossas é caridade sublime; no entanto, é forçoso reconhecer que aconselhar paciência aos que choram, na posição de superiores tranqüilos, é o mesmo que falar à margem de um problema, sem estar dentro dele.

Com isso, não queremos diminuir o valor da beneficência.

Sem ela, nossas mãos se fariam garras de usura e o egoísmo transformaria a Terra num manicômio.

Desejamos simplesmente afirmar que é mais fácil chorar com os que choram, que alegrar-se alguém com os que se alegram; porquanto, ajudar com o pão ou com a alegria que nos sobram é ato que podemos realizar sem dificuldade, ao passo que, para regozijar-se com o regozijo dos outros, sem qualquer ponta de inveja ou despeito, é preciso trazermos suficiente amor puro no coração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Palavras de vida eterna. Cap. 92. Uberaba: CEC).

OPEREMOS

OPEREMOS

“…Operai a vossa salvação…”-Paulo. (Filipenses, 2:12)

Salvar quer dizer "guardar, preservar, livrar-se do perigo…"

Operar significa "agir, efetuar, executar…"

O apóstolo induz-nos a refletir sobre o imperativo do próprio esforço na elevação espiritual, como a dizer-nos que o Criador não dispensa a cooperação do homem nas edificações da vida.

E, em verdade, nas faixas mais simples da Natureza vemos semelhante princípio dominar, claro e metódico.

Deus concede ao homem a gleba que produzirá o pão, contudo não lhe dispensará o concurso na lavoura frustescente; confere-lhe as vantagens da biblioteca preciosa, mas reclama-lhe a aplicação pessoal na conquista do conhecimento; cede-lhe o bloco de mármore puro, entretanto exige-lhes suor e atenção no buril, para que a obra-prima de estatuária se expresse, vitoriosa…

Assim também a colaboração humana jamais será excluída na solução dos problemas de natureza espiritual.

Jesus opera em nós o amor ao bem e as disposições renovadoras da fé, acrescentandonos a sede de luz; no entanto cabe-nos operar, por nossa vez, a transformação de nossa existência e de nossa alma, a fim de que os valores do céu nos sublimem a vida.

O Senhor, para ajudar-nos, não prescindirá do auxílio que devemos a nós mesmos.

O Mestre acendeu à luz no caminho. Mobiliza tua alma ao encontro Dele.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Matão: O Clarim)