ESTÁS AFLITO?

ESTÁS AFLITO?

Está alguém entre vós aflito? Ore. (TIAGO, 5:13).

A maioria da pessoas inquietas pede alívio, apressadamente, como se a consolação real fosse obra de improviso, a impor-se de fora para dentro.

Se tens fé, meu amigo, aprende a orar nas situações difíceis.

Toda aflição tem uma causa.

Não é preciso, porém, que o médico ou o sacerdote venha indicá-la ao teus olhos.

Geralmente, nossas angústias se radicam em nossa própria leviandade no trato com a vida, quando não procede de reprováveis deslizes nas existências anteriores.

Se o erro é de hoje, reparemo-lo, enquanto respiramos no caminho daqueles que ofendemos; se as sombras chegam de ontem, demonstremos coragem e valor moral, desfazendo-as, através do trabalho perseverante no bem. Se a inquietação te bate à porta, busca a prece e medita.

Amigos espirituais, benfeitores da tua paz íntima, acudirão em teu socorro, inspirando-te o roteiro a seguir, com palavras consoladoras e reconstrutivas, em forma de pensamentos santificantes.

Humilhaste alguém?

Solicita desculpas e corrige o erro impensado.

Credores atormentam-te?

Habitua-te a comer e vestir, de acordo com as tuas possibilidades e paga os teus débitos com paciência.

O desânimo absorve-te o coração?

Lembra-te de que o tédio é um insulto à fraternidade humana, porque a dor e a necessidade, a tristeza e a doença, a pobreza e a morte não se acham longe de tí.

Há muito trabalho por fazer, além dos teus muros felizes.

Ajusta-te ao ideal de servir por amor, sem espírito de recompensa e as tuas horas estarão repletas de abençoado serviço aos semelhantes.

De qualquer modo, nas aflições, não atires a tua cruz sobre os companheiros de tarefa.

Ora, com serenidade, examina-te à claridade da verdadeira justiça e busca solucionar os problemas que te inquietam, usando os recursos divinos que o Senhor confiou a tí mesmo.

EMMANUEL

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Nosso livro. Cap. Estás aflito?. São Paulo: LAKE)

JESUS ESTÁ CHAMANDO

JESUS ESTÁ CHAMANDO

Desde a primeira hora do Apostolado Divino, Jesus está chamando cooperadores para os serviços de extensão do Reino de Deus na Terra.

A princípio, buscou Pedro e André, os pescadores humildes, à tarefa de salvação.

Convocou Mateus, o administrador de impostos, à coleta de bens do Céu.

Trouxe Maria de Magdala, a obsidiada de vários demônios, à necessária renovação.

Convocou Joana, a esposa admirável de ilustre funcionário do bem público, ao concurso fraterno.

Chamou Zaqueu, o mordomo da fortuna, do alto de um sicômoro, ao esforço de benemerência.

Exaltou em Maria da Betânia o valor da meditação.

Requisitou Marta, a preocupada servidora doméstica, às obras do pensamento sublime.

Acordou Nicodemos, o mestre intelectual de Israel, para o ministério da santificação…

Ergueu Lázaro, no sepulcro, para a manifestação do Divino Poder.

E ainda, no último dia e na derradeira hora, despertou um ladrão crucificado para a divina esperança.

Em todos os vinte séculos de Cristianismo que estamos vivendo, o Senhor está chamando colaboradores para a sua obra excelsa de redenção e aprimoramento.

Há serviço para cada um e degraus iluminativos para todos.

Para onde segues, irmão?

Jesus, por nós, imolou-se na cruz.

Que fazemos nós por ele?

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Nosso livro. Cap. Jesus está chamando. São Paulo: LAKE)

ACORDA E SEGUE

ACORDA E SEGUE

Desde o primeiro instante da Boa Nova, Jesus vem estimulando a mente das criaturas, anestesiadas nos convencionalismos da Terra, para a luminosa aquisição da glória divina.

Na Manjedoura, desperta o espírito popular induzindo-o à simplicidade edificante.

No Templo, desentorpece o ânimo dos doutores.

Nas bodas de Caná, transforma a água em vinho, inspirando indagações novas àqueles que o observam.

No Monte, multiplica pães e peixes, para que a multidão medite nos celeiros da eternidade.

No Poço de Jacob, pede água à mulher samaritana, instilando-lhe a sede das águas vivas.

Nas estradas comuns, reergue paralíticos e loucos, cegos e leprosos, imprimindo-lhes novo rumo à jornada terrestre.

Na desolada casa de Betânia, ressuscita um amigo morto, para que a idéia de imortalidade vibre no santuário familiar.

No Horto, acorda os discípulos adormecidos.

Na cruz, entrega o coração ao Pai Supremo, em dolorosa vigília, a fim de que os seguidores do Evangelho aprendam a morrer no trabalho e no testemunho.

Na Ressurreição, exorta Maria de Magdala a reavivar o bom ânimo, nos companheiros abatidos.

No caminho de Emaús, refaz a coragem e a confiança de dois apóstolos conturbados.

E ainda, nas repetidas reuniões em Jerusalém, ressurge materializado entre os aprendizes, revelando-lhes, nas chagas que Tomé examina, a continuidade do seu ministério de trabalho e renúncia até à perfeição final do mundo.

Meu amigo, se procuras o Cristo, acorda e segue para diante, trabalhando e amando, construindo para o bem e perdoando sempre.

Em verdade, todos os seres da Terra, desde o verme ao sábio, vivem e sentem, alimentam-se e se reproduzem, mas não te esqueças de que somente Jesus é o Doador da Vida Abundante.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Nosso livro. Cap. Acorda e segue São Paulo: LAKE)

Para vencer tempestades da vida

Para vencer tempestades da vida

Se procuras ensejo para realizar-te, em matéria de paz e felicidade, age e serve sempre.

No trabalho não somente surpreenderás o caminho do aprimoramento próprio, mas igualmente a ginástica do espírito conferindo-te sustentação e segurança.

Lembra as águas estagnadas, o arado ocioso sob a ferrugem, a terra de qualidade quando entregue ao mato inculto e os móveis abandonados que a poeira consome.

Mantém-te na melhor forma de auxiliar e socorrer, elevar e construir.

No mundo, o inesperado vigia sempre. Indispensável afiar os instrumentos da emoção para fazer os imprevistos que apareçam quando as ocorrências sejam de molde a espaçar-te a sensibilidade.

O trabalho é a única força capaz de adestrar-nos para vencer nos encargos que a vida nos imponha.

Sem atividade que as dignifique, a própria riqueza amoedada assemelha-se à múmia emparedada no cofre, tanto quanto a cultura que não ampara os outros é uma luz escondida sem proveito para ninguém.

Não te iludas.

Por muito serenas se mostrem as águas em que navegamos, a tempestade virá, um dia, testar-nos a resistência e a coragem, a criatividade e a compreensão.

Necessário exercitar as próprias energias, aprender algo mais, aperfeiçoar o que se sabe e caminhar adiante. Seja qual for a estrada em que te encontres não marginalizes.

Age e serve.

Se dificuldades maiores te alvejam o espírito, não te detenhas porque as circunstancias te hajam colocado num labirinto de problemas dos quais ainda não conheces a estrutura.

Prossegue trabalhando e a mais difícil de todas as soluções te surgirá.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Ação, Vida e Luz. Cap.1. São Paulo: CEU).

NEM TODOS OS AFLITOS, por Emmanuel

NEM TODOS OS AFLITOS

A provação é um desafio que poucos suportam, lição que raros aprendem.

Depois de regulares períodos de paz e ordem, a alma é visitada pela provação que, em nome da Sabedoria Divina, lhe afere os valores e conquistas.

Raros, porém, são aqueles que a recebem dignamente.

O impulsivo, quase sempre, converte-a em falta grave.

O impaciente faz dela a escura paisagem do desespero, onde perde as melhores oportunidades de servir.

O triste desvaloriza-lhe as sugestões e dorme sobre as probabilidades de autosuperação, em longas e pesadas horas de choro e desalento.

O ingrato transforma-a em calhau com que apedreja o nome e o serviço de companheiros e vizinhos.

O indiferente foge-lhe aos avisos como quem escapa impensadamente da orientadora que lhe renovaria os destinos.

O leviano esquece-lhe os ensinamentos e perde o ensejo de elevar-se, por sua influência, a planos mais altos.

O espírito prudente, entretanto, recebe a provação qual o oleiro que encontra no fogo o único recurso para imprimir solidez e beleza ao vaso que o gênio idealiza.

Se a tempestade purifica a atmosfera e se o fel, por vezes, é o exclusivo medicamento da cura, a provação é a porta de acesso ao engrandecimento espiritual.

Só aqueles que a recebem por esmeril renovador conseguem extrair-lhe as preciosidades.

É por isso que nem todos os aflitos podem ser bem-aventurados, de vez que, somente aproveitando a dor para a materialização consistente de nossos ideais e de nossos sonhos, é que se nos fará possível encontrar a alegria triunfante do aprimoramento em nós mesmos, a que somos todos chamados pela vida comum, nas lutas de cada dia.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Reconforto. Cap. Nem todos os aflitos. São Bernardo do Campo: GEEM).

SEDE FIRMES

SEDE FIRMES

"E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis". Jesus (Lucas: 21-9.)

O aprendiz sincero de Cristo para merecer-lhe a assistência generosa precisa conservar intangível o caráter resoluto.

É indispensável que o coração do discípulo se entregue às mãos do Mestre com a firmeza necessária. Instituindo os princípios redentores do Evangelho,

Jesus não desconhecia que iniciava período imenso de lutas e trabalhos sacrificiais.

Ele que observava o orgulho romano, o dogmatismo farisaico, a vaidade e o preconceito de todos os tempos, manteria a ingenuidade de crer no Evangelho vitorioso sem suor e sem lágrimas?

Quando pronunciou a primeira palavra de amor, contava com os inimigos gratuitos e esperava os embates inevitáveis.

Por isso mesmo, seu apostolado está cheio de luz, compaixão, verdade e bondade, mas igualmente cheio de resistência.

As nações aflitas da Terra referem-se hoje à guerra de nervos com o sabor da última novidade.

No entanto, este gênero de combate preocupou o Salvador, há dois mil anos. Jesus sabia que o medo é mais destrutivo que a espada, que o homem atemorizado é homem vencido.

Ninguém ignora que o conflito devastador dos dias que correm é o duelo formidando da sombra contra a luz. A vitória do bem reclama espíritos fortalecidos de coragem e fé, acima de tudo.

É indispensável combater a tensão nervosa, como quem sabe que o medo é o adversário terrível oculto na cidadela de cada um.

O mundo cheio de sombras do mal não oferece lugar a espectadores.

Cada homem deve encarregar-se do trabalho que lhe compete.

A guerra de nervos traz ameaças, gritos, terrores, bombas, incêndios, metralhadoras, mas o defensor do bem traz o caráter firme, solidificado na confiança em Deus e em si mesmo.

O discípulo do Senhor não ignora que os cristãos morreram nos circos, de mãos vazias, mas na qualidade de combatentes pelo bem e pela verdade.

Nestas horas de apreensões justas, recordai as palavras serenas do Mestre: – "E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis".

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Harmonização. Lição nº 19. São Bernardo do Campo: GEEM. 1990)

Testemunho

Testemunho

“Pois para isto é que tostes chamados, porque também o Cristo padeceu por vós, deixando­vos exemplo para que lhe sigais as pegadas.” Pedro (I Pedro, 2 :21)

Muitos se queixam da luta moral em que se sentem envolvidos, depois da aceitação do Evangelho.

Em caminhos diferentes, sentem­-se modificados.

Não mais mergulham nas correntes escuras da vaidade.

Não mais se comprazem no orgulho.

Não mais se compadecem com o egoísmo.

Não mais rendem culto à discórdia.

E, por isso, de alma desenfaixada, por perderem velhos envoltórios da ilusão, reconhecem que a sensibilidade se lhes aguça, agravando­lhes as aflições na romagem do mundo.

Sentem-­se expostos a doloroso processo de burilamento e admitem padecer, mais que os outros, angustiosas provas.

Mas, na sublimação espiritual de que oferecem testemunho, outros filhos da Terra tomam contacto com a Boa Nova, descobrindo as excelsitudes da vida cristã e estendendo-­lhe a luz divina.

Se nos encontrarmos, pois, em extremos desajustes na vida íntima, à face dos problemas suscitados pela fé, saibamos superar corajosamente os conflitos da senda, optando sempre pelo sacrifício de nós mesmos, em favor do bem geral, de vez que não fomos trazidos à comunhão com Jesus, simplesmente para o ato de crer, mas para contribuir na extensão do Reino de Deus, ao preço de nossa própria renovação.

Ninguém recue, diante do sofrimento.

Aprendamos a usá-­lo, na edificação da vida mais eficiente, em frutos de paz e luz, serviço e fraternidade, bom ânimo e alegria, porque, segundo o Evangelho, “a isso fomos chamados”, com o exemplo do Divino Mestre, que renunciou em nosso benefício, deixando­nos o padrão de altura espiritual que nos compete atingir.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 171. FEB)

Nunca desfalecer

Nunca desfalecer

“Orar sempre e nunca desfalecer.” (Lucas, 18:1)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação.

Enquanto te encontras no plano de exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor.

A lição dada é caminho para novas lições.

Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.

Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.

Enche-­te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.

Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.

Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.

Dispõe-­te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual. Lembra­te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.

Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?

Onde os romanos vaidosos e dominadores?

Onde os verdugos da Boa Nova nascente?

Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?

Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?

Onde as trevas da Idade Média?

Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?

Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandece, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.

Centraliza­te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina.

Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap.61.FEB)

 

AMOR E RENÚNCIA

AMOR E RENÚNCIA

[…] Dando o testemunho real de seus ensinamentos, o Cristo soube ser, em todas as circunstâncias, o amigo fiel e dedicado. Nas elucidações de João, vemo-lo a exclamar: – "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; tenho-vos chamado amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai!" E, na narrativa de Lucas, ouvimo-lo dizer, antes da hora extrema: – "Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes da minha Paixão."

Ninguém no mundo já conseguiu elevar, à altura em que o Senhor as colocou, a beleza e a amplitude dos elos afetivos, mesmo porque a sua obra inteira é a de reunir, pelo amor, todas as nações e todos os homens, no círculo divino da família universal. Mas, também, por demonstrar que o reino de Deus deve constituir a preocupação primeira das almas, ninguém como ele soube retirar-se das posições, no instante oportuno, em obediência aos desígnios divinos. Depois da magnífica vitória da entrada em Jerusalém, é traído por um dos discípulos amados; negam-no os seus seguidores e companheiros; suas idéias são tidas como perversoras e revolucionárias; é acusado como bandido e feiticeiro; sua morte passa por ser a de um ladrão.

Jesus, entretanto, ensina às criaturas, nessa hora suprema, a excelsa virtude de retirar-se com a solidão dos homens, mas com a proteção de Deus. Ele, que transformara toda a Galiléia numa fonte divina; que se levantara com desassombro contra as hipocrisias do farisaísmo do tempo; que desapontara os cambistas, no próprio templo de Jerusalém, como advogado enérgico e superior de todas as grandes causas da verdade e do bem, passa, no dia do Calvário, em espetáculo para o povo, com a alma num maravilhoso e profundo silêncio. Sem proferir a mais leve acusação, caminha humilde, coroado de espinhos, sustentando nas mãos uma cana imunda à guisa de cetro, vestindo a túnica da ironia, sob as cusparadas dos populares exaltados, de faces sangrentas e passos vacilantes, sob o peso da cruz, vilipendiado, sem articular uma queixa.

No momento do Calvário, Jesus atravessa as ruas de Jerusalém, como se estivesse diante da humanidade inteira, sem queixar-se, ensinando a virtude da renúncia por amor do Reino de Deus, revelando por essa a sua derradeira lição.

Humberto de Campos

Trecho final do capítulo “Amor e Renúncia”, extraído de:

Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Humberto de Campos. Boa nova. Cap.12. FEB.

Aprendamos quanto antes

Aprendamos quanto antes

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele.” Paulo (Colossenses, 2:6)

Entre os que se referem a Jesus Cristo podemos identificar duas grandes correntes diversas entre si: a dos que o conhecem por informações e a dos que lhe receberam os benefícios.

Os primeiros recolheram notícias do Mestre nos livros ou nas alheias exortações, entretanto, caminham para a situação dos segundos, que já lhe receberam as bênçãos.

A estes últimos, com mais propriedade, dever­-se-­á falar do Evangelho.

Como encontramos o Senhor, na passagem pelo mundo?

Às vezes, sua divina presença se manifesta numa solução difícil de problema humano, no restabelecimento da saúde do corpo, no retorno de um ente amado, na espontânea renovação da estrada comum para que nova luz se faça no raciocínio.

Há muita gente informada com respeito a Jesus e inúmeras pessoas que já lhe absorveram a salvadora caridade.

É indispensável, contudo, que os beneficiários do Cristo, tanto quanto experimentam alegria na dádiva, sintam igual prazer no trabalho e no testemunho de fé.

Não bastará fartarmo­nos de bênçãos.

É necessário colaborarmos, por nossa vez, no serviço do Evangelho, atendendo­lhe o programa santificador.

Muitas recapitulações fastidiosas e muita atividade inútil podem ser peculiares aos espíritos meramente informados; todavia, nós, que já recebemos infinitamente da Misericórdia do Senhor, aprendamos, quanto antes, a adaptação pessoal aos seus sublimes desígnios.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 73. FEB)