OBSESSÕES

OBSESSÕES

“…e não nos deixei cair em tentação mas livra-nos do mal” – Jesus (Mateus, 6:13).

Nem sempre conseguimos perceber.

Os processos obsessivos, vastas vezes, porém, principiam de bagatelas:

O olhar de desconfiança…

Um grito de cólera…

Uma frase pejorativa…

A ponta de sarcasmo…

O momento de irritação…

A tristeza sem motivo…

O instante de impaciência…

A indisposição descontrolada…

Estabelecida a ligação com as sombras por semelhantes tomadas de invigilância, eis que surgem as grandes brechas na organização da vida ou na moradia da alma:

A desarmonia em casa…

A discórdia no grupo da ação…

O fogo da crítica…

O veneno da queixa…

A doença imaginária…

A rede da intriga…

A treva do ressentimento…

A discussão infeliz…

O afastamento de companheiros…

A rixa sem propósito…

As obsessões que envolvem individualidades e equipes quase sempre partem de inconveniências pequeninas que devem ser evitadas, qual se procede com o minúsculo foco de infecção.

Para isso, dispomos todos de recursos infalíveis, quais sejam:a dieta do silêncio, a vacina da tolerância, o detergente do trabalho e o antisséptico da oração.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Matão: Casa Editora O Clarim)

OBEDEÇAMOS

OBEDEÇAMOS

"Escrevi-te confiando na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que te digo". – Paulo (Filemon, 1:21)

Escrevendo ao companheiro, Paulo não afirma confiar na inteligência que pode envaidecer-se e desgovernar-se.

Nem na força que induz à mentira.

Nem no entusiasmo suscetível de enganar a si próprio.

Nem no desassombro que, muita vez, é simples temeridade. Nem no poder capaz de iludir-se.

Nem na superioridade que costuma desmandar-se no orgulho.

O apóstolo confia na obediência.

Não na passividade-cegueira que alimenta a discórdia e o fanatismo, mas na compreensão que se subordina ao trabalho por devotamento ao bem de todos, enxergando na felicidade alheia a felicidade que lhe é própria.

Para que atinjas a comunhão com o Senhor não é necessário te consagres ao incenso da adoração, admirando-o ou defendendo-o.

Obedece-lhe.

Seguindo-lhe as recomendações aperfeiçoarás a ti mesmo pela cultura e pelo sentimento e terás contigo o amor e a lealdade, a harmonia e o discernimento, a energia e a brandura que garantem a eficiência do serviço a que foste chamado.

Saibamos, pois, – obedecer ao Senhor em nosso mundo íntimo e aprenderemos a fazer mais pela vida do que a vida espera de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Segue-me. Matão: Casa Editora O Clarim).

GLÓRIA AO BEM

GLÓRIA AO BEM

“Glória, porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem.” — Paulo (ROMANOS, capítulo 2, versículo 10.)

A malícia costuma conduzir o homem a falsas apreciações do bem, quando não parta da confissão religiosa a que se dedica, do ambiente de trabalho que lhe é próprio, da comunidade familiar em que se integra.

O egoísmo fá-lo crer que o bem completo só poderia nascer de suas mãos ou dos seus.

Esse é dos característicos mais inferiores da personalidade.

O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens.

E é através do homem bom que o Altíssimo trabalha contra o sectarismo que lhe transformou os filhos terrestres em combatentes contumazes, de ações estéreis e sanguinolentas.

Por mais que as lições espontâneas do Céu convoquem as criaturas ao reconhecimento dessa verdade, continuam os homens em atitudes de ofensiva, ameaça e destruição, uns para com os outros.

O Pai, no entanto, consagrará o bem, onde quer que o bem esteja.

É indispensável não atentarmos para os indivíduos, mas, sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles.

Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? que interessam a sua nacionalidade, o seu nome, a sua cor?

Anotemos a mensagem de que são portadores.

Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap. 42. FEB)

MEU TESOURO

MEU TESOURO

Agradeço, senhor,

O mundo em verde e flor que nos fizeste… 

– A Terra – O lar de luz que se equilibra, em pleno Lar Celeste!…

Agradeço a esperança que me acalenta o ser,

A benção de servir, o Dom de compreender…

Agradeço a amizade em que meu coração se renova e se ufana, toda vez que se alegra ou se refaz, no entendimento da ternura humana.

Agradeço a lição do sofrimento, no cadinho da prova em que me exaltas, entregandome a dor por auxílio divino e apagando em silêncio as minhas próprias faltas !…

Agradeço a instrução e o carinho da escola,

O socorro do bem e a palavra tranqüila que me ajuda ou consola!…

Agradeço a alvorada, o Sol que me sustenta e acaricia,

A noite que me acalma o pensamento, o pão de cada dia…

Entretanto, meu Deus, mais do que tudo, agradeço-te em prece enternecida

O regaço materno que me trouxe para a glória da vida!…

Em tudo, em todo o tempo e em toda a parte, sê bendito, Senhor,

Pela santa Mãezinha que me deste, me tesouro de amor!

Maria Dolores

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Mãe. Antologia Mediúnica. Matão: Casa Editora O Clarim)

Perante Allan Kardec

Perante Allan Kardec

Disse o Cristo: Há muitas moradas na casa do Pai.

Sem Allan Kardec não perceberíamos que o Mestre relaciona os mundos que enxameiam na imensidade cósmica, a valerem por escolas de experiência, nos objetivos da ascensão espiritual.

Disse o Cristo: Necessário é nascer de novo.

Sem Allan Kardec, não saberíamos que o Sublime Instrutor não se refere à mudança íntima da criatura, nos grandes momentos da curta existência física, e sim à lei da reencarnação.

Disse o Cristo: Se a tua mão te escandalizar, corta-a; ser-te-á melhor entrar na vida aleijado que, tendo duas mãos, ires para o inferno.

Sem Allan Kardec, não concluiríamos que o Excelso Orientador se reporta às grandes resoluções da alma culpada, antes do renascimento no berço humano, com vistas à regeneração necessária, de modo a não tombar no sofrimento maior, em regiões inferiores ao planeta terrestre.

Disse o Cristo: Quem vier a mim e não deixar pai e mãe, filhos e irmãos, não pode ser meu discípulo.

Sem Allan Kardec, não reconheceríamos que o Divino Benfeitor não nos solicita a deserção dos compromissos para com os entes amados, e sim nos convida a renunciar ao prazer de sermos entendidos e seguidos por eles, de imediato, sustentando, ainda, a obrigação de compreendê-los e ser-vi-los por nossa vez.

Disse o Cristo: Perdoai não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.

Sem Allan Kardec, não aprenderíamos que o Mestre não nos inclina à falsa superioridade daqueles que anelam o reino dos céus tão somente para si próprios, e sim nos faz sentir que o perdão é dever puro e simples, a fim de não cairmos indefinidamente nas grilhetas do mal.

Disse o Cristo: Conhecereis a Verdade e a Verdade vos fará livres.

Sem Allan Kardec, desconheceríamos que o raciocínio não pode ser alienado em assuntos da fé e que a religião deve ser sentida e praticada, estudada e pesquisada, para que não venhamos a converter o Evangelho em museu de fanatismo e superstição.

Cristo revela. Kardec descortina.

Diante, assim, do Três de Outubro, que nos recorda o natalício do Codificador, enderecemos a ele, onde estiver, o nosso preito de reconhecimento e de amor, porquanto todos encontramos em Allan Kardec o inolvidável paladino de nossa libertação.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Irmãos Unidos. São Bernardo do Campo: GEEM)

Doutrina Espírita

Doutrina Espírita

Reunião pública de 13/11/59 – Questão nº 838

Toda crença é respeitável.

No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negues fidelidade.

*

Toda religião é sublime.

No entanto, só a Doutrina Espírita consegue explicar-te os fenômenos mediúnicos em que toda religião se baseia.

*

Toda religião é santa nas intenções.

No entanto, só a Doutrina Espírita pode guiar-te na solução dos problemas do destino e da dor.

*

Toda religião auxilia.

No entanto, só a Doutrina Espírita é capaz de exonerar-te do pavor ilusório do inferno, que apenas subsiste na consciência culpada.

*

Toda religião é conforto na morte.

No entanto, só a Doutrina Espírita é suscetível de descerrar a continuidade da vida, além do sepulcro.

*

Toda religião apregoa o bem como preço do paraíso aos seus profitentes.

No entanto, só a Doutrina Espírita estabelece a caridade incondicional como simples dever.

*

Toda religião exorciza os Espíritos infelizes.

No entanto, só a Doutrina Espírita se dispõe a abraçá-los, como a doentes, neles reconhecendo as próprias criaturas humanas desencarnadas, em outras faixas de evolução.

*

Toda religião educa sempre.

No entanto, só a Doutrina Espírita é aquela em que se permite o livre exame, com o sentimento livre de compressões dogmáticas, para que a fé contemple a razão, face a face.

*

Toda religião fala de penas e recompensas.

No entanto, só a Doutrina Espírita elucida que todos colheremos conforme a plantação que tenhamos lançado à vida, sem qualquer privilégio na Justiça Divina.

*

Toda religião erguida em princípios nobres, mesmo as que vigem nos outros continentes, embora nos pareçam estranhas, guardam a essência cristã.

No entanto, só a Doutrina Espírita nos oferece a chave precisa para a verdadeira interpretação do Evangelho.

*

Porque a Doutrina Espírita é em si a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

«Espírita» deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda. «Espírita» deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências. «Espírita» deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo. «Espírita» deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, por isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.

Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Religião dos espíritos. Cap. 80. FEB)

INGREDIENTES DO ÊXITO

INGREDIENTES DO ÊXITO

... nas águas revoltas do mar tanta vez agressivo da atualidade, navegamos…

Dias calmos, dias tempestuosos. O que importa é a rota segura. E desta nos louvamos todos, à frente do Divino Timoneiro.

*

… capacitemo-nos, cada vez mais, de que a obra não nos pertence e sim ao Senhor que nos utiliza por instrumentos.

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… à vista disso e firmados em semelhante convicção, compreendamos que a fidelidade é o ingrediente de base para o êxito. Entender a todos e auxiliar a todos, abençoando e construindo sempre e guardar, sobretudo, a certeza de que o serviço e o amor devem constituir as margens de nosso caminho para frente.

*

… momentos aparecem nos quais os testemunhos de abnegação representam imperativos a que não nos é lícito fugir… Notadamente, quando a perturbação e a calúnia nos ameaçam a estabilidade moral. Ainda assim, aceitemos os desafios da sombra, na condição de aprendizes no educandário da luz.

*

… à frente de todas as dificuldades é imprescindível opor a bênção, como princípio de solução.

*

… é certo que o desdobramento da edificação em andamento vos exige quotas de sacrifício sempre mais altas. Imperioso dar de nós para que a obra do Cristo se erga e se consolide no campo das necessidades humanas.

*

… esquecer-nos e trabalhar.

Trabalhar e servir sempre. … na execução desse programa as lutas e problemas explodem, por vezes, de todos os flancos, a reclamar-nos fraternidade em suas mais altas demonstrações.

Todavia, se atribuirmos a Jesus a importância do esforço e não a nós, sabendo receber para nós os obstáculos naturais da senda a percorrer, então, a carga ser-nos-á sempre qual estrela de amor que o Céu nos permite carregar em auxílio a nós mesmos!

Bezerra de Menezes

(De mensagem recebida em 01.04.1969).

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Bezerra de Menezes. Bezerra, Chico e você. Cap. 9. São Bernardo do Campo: GEEM)

Obreiros atentos

Obreiros atentos

“Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, esse tal será bemaventurado em seus feitos.”

(Tiago, 1:25.)

O discípulo da Boa Nova, que realmente comunga com o Mestre, antes de tudo compreende as obrigações que lhe estão afetas e rende sincero culto à lei de liberdade, ciente de que ele mesmo recolherá nas leiras do mundo o que houver semeado.

Sabe que o juiz dará conta do tribunal, que o administrador responderá pela mordomia e que o servo se fará responsabilizado pelo trabalho que lhe foi conferido.

E, respeitando cada tarefeiro do progresso e da ordem, da luz e do bem, no lugar que lhe é próprio, persevera no aproveitamento das possibilidades que recebeu da Providência Divina, atencioso para com as lições da verdade e aplicado às boas obras de que se sente encarregado pelos Poderes Superiores da Terra.

Caracterizando-se por semelhante atitude, o colaborador do Cristo, seja estadista ou varredor, está integrado com o dever que lhe cabe, na posição de agir e servir, tão naturalmente quanto comunga com o oxigênio no ato de respirar.

Se dirige, não espera que outros lhe recordem os empreendimentos que lhe competem.

Se obedece, não reclama instruções reiteradas, quanto às atribuições que lhe são deferidas na disposição regimental dos trabalhos de qualquer natureza.

Não exige que o governo do seu distrito lhe mande adubar a horta, nem aguarda decretos para instruir-se ou melhorar-se.

Fortalecendo a sua própria liberdade de aprender, aprimorarse e ajudar a todos, através da inteira consagração aos nobres deveres que o mundo lhe confere, faz-se bem-aventurado em todas as suas ações, que passam a produzir vantagens substanciais na prosperidade e elevação da vida comum.

Semelhante seguidor do Evangelho, de aprendiz do Mestre passa à categoria dos obreiros atentos, penetrando em glorioso silêncio nas reservas sublimes do Celeste Apostolado.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 8. FEB)

REFUGIADOS

REFUGIADOS

Em Doutrina Espírita falas de calamidades e tempos difíceis, simbolizando a própria situação como sendo a de alguém que se vê ante o rigor da tempestade.

E, ao mesmo tempo, regozijas-te com a fé, a cujo clarão te iluminas, à feição da pessoa que se reconhece sob teto seguro.

Não te esqueças, assim, dos companheiros expostos à intempérie, que te batem às portas do coração.

Chegam de todas as procedências.

Trilharam caminhos ásperos à procura de entendimento.

Alcançam-te as “áreas de trabalho, buscando apoio que os livre da insegurança.

Muitos deles mostram os pés sangrando a recordarem os espinheiros em que se enrodilharam pelo cansaço extremo;

outros trazem as mãos calejadas no esforço com que se escoraram em pedras rudes por agentes de salvação;

outros ainda se envolvem no frio do pessimismo, haurido ao contato de almas imaturas que lhes responderam aos testemunhos de afeto a golpes de incompreensão;

muitos exibem chagas de sofrimento a remanescerem das lutas travadas consigo mesmos, para não se marginalizarem na delinqüência;

surgem outros muitos revelando inibições complexas que adquiriram no trato com as desilusões que lhes abafaram as esperanças e outros muitos ainda carregam o cérebro dementado pela angústia cristalizada no espírito ante a força das provas a que se viram sujeitos.

*

Se a luz da Doutrina Espírita já te alcançou a existência, não desprezes e nem reproves os irmãos que te abordam o campo de ideal e de ação, entremostrando sinais e feridas, lembrando os caminhos obscuros em que transitaram.

Recorda que o Cristo nos chamou para auxiliar.

Acolhe-os como puderes e faze-lhes o bem que possas.

São refugiados em tua construção de fé sem serem ainda viajores de espírito perfeito.

Qual nos ocorre, erigem-se por agora à posição de criaturas em evolução, entre erro e acerto, sombra e luz.

E se alguém te recriminar porque lhes estendas braços fraternos, insiste no bem e estende o bem, recordando as palavras do próprio Cristo quando asseverou não ter vindo à Terra para curar os sãos.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Caminhos de volta. Cap. Renovação em toda parte. São Bernardo do Campo: GEEM. 1975).

Embainha tua espada

Embainha tua espada

“Embainha tua espada…” – Jesus. (João, 18:11.)

A guerra foi sempre o terror das nações.

Furacão de inconsciência, abre a porta a todos os monstros da iniqüidade por onde se manifesta.

O que a civilização ergue, ao preço dos séculos laboriosos de suor, destrói com a fúria de poucos dias.

Diante dela, surgem o morticínio e o arrasamento, que compelem o povo à crueldade e à barbaria, através das quais aparecem dias amargos de sofrimento e regeneração para as coletividades que lhe aceitaram os desvarios.

Ocorre o mesmo, dentro de nós, quando abrimos luta contra os semelhantes…

Sustentando a contenda com o próximo, destruidora tempestade de sentimentos nos desarvora o coração. Ideais superiores e aspirações sublimes longamente acariciados por nosso espírito, construções do presente para o futuro e plantações de luz e amor, no terreno de nossas almas, sofrem desabamento e desintegração, porque o desequilíbrio e a violência nos fazem tremer e cair nas vibrações do egoísmo absoluto que havíamos relegado à retaguarda da evolução.

Depois disso, muitas vezes devemos atravessar aflitivas existências de expiação para corrigir as brechas que nos aviltam o barco do destino, em breves momentos de insânia…

Em nosso aprendizado cristão, lembremo-nos da palavra do Senhor: – “Embainha tua espada…”

Alimentando a guerra com os outros, perdemo-nos nas trevas exteriores, esquecendo o bom combate que nos cabe manter em nós mesmos.

Façamos a paz com os que nos cercam, lutando contra as sombras que ainda nos perturbam a existência, para que se faça em nós o reinado da luz. De lança em riste, jamais conquistaremos o bem que desejamos.

A cruz do Mestre tem a forma de uma espada com a lâmina voltada para baixo.

Recordemos, assim, que, em se sacrificando sobre uma espada simbólica, devidamente ensarilhada, é que Jesus conferiu ao homem a bênção da paz, com felicidade e renovação.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Fonte viva. Cap. 114. FEB)