José Reis Chaves
Esta coluna de hoje abordará questões relacionadas com as interpretações bíblicas, como demonstra o seu título, além de alguns de seus comentaristas no espaço dos comentários sobre as matérias no portal de O TEMPO.
Alguns debatedores, sem argumentos bíblicos e teológicos convincentes para defenderem seus pontos de vista, têm apelado para dizerem que os textos dos seus adversários e deste colunista são sem contexto.
Por isso, vamos falar também sobre texto e contexto de maneira bem simples como é o meu estilo literário. Texto é um artigo, uma composição e mesmo um livro. Já o contexto é alguma coisa relacionada com o texto dando-lhe ênfase e crédito, o qual pode ser também oral como um sermão ou um discurso. Assim, pois, quando alguém faz um texto em defesa da reencarnação e quer mostrar que ela está também na Bíblia, é normal que ele mencione passagens bíblicas. Porém, alguns dos tais comentaristas, por não crerem na reencarnação, querem dizer que o texto está fora de contexto. Para eles só pode haver contexto, se ele estiver de acordo com o modo de eles interpretarem os textos bíblicos, o que torna falso o seu conceito de contexto, ou seja, eles confundem contexto com a sua crença.
E convenhamos que não se pode aceitar que tudo na Bíblia é a palavra de Deus, pois ela contém também coisas diabólicas que é até blasfêmia atribuí-las a Deus, e nas quais, pois, não creio! Mas creio em outras partes dela. Portanto, não é uma incoerência eu citar partes dela!
Na coluna “Deus é vitorioso absoluto na criação do homem, principalmente”, de 10.7.2017, as referências bíblicas que apresentamos foram justamente para elas confirmarem o título da coluna e o seu texto, como fazem, em todo o mundo, todos os escritores e autores da arte literária. É errada, pois, a afirmação de que o texto da citada coluna é fora de contexto!
Este colunista tem seu modo próprio de interpretar a Bíblia, o que é feito de modo racional e equilibrado como ensina a doutrina espírita. Por isso, fugimos dos excessos de interpretações literais e das abusivas interpretações figuradas. É normal que existam os que discordam de minhas interpretações da Bíblia, o que, porém, nada tem a ver com o meu estilo literário que procuro tornar bem simples e bem ao alcance do grande público, o que sabemos que incomoda muita gente. Realmente, procuro deixar bem claros para o grande público os meus trabalhos em palestras, livros, artigos, traduções, rádios e TV, evitando sempre expressões e vocabulário difíceis. É que quero que meu público não somente entenda o que digo, mas também, que sinta o que sinto!
E na coluna referida, citamos o texto bíblico de Oseias 13: 14: “Onde estás tu, ó inferno?” O qual foi lançado no lago de fogo, o que quer dizer, figuradamente, que o inferno, um dia, será mesmo extinto. É que, se esse tal de inferno “eterno” (o “hades” da mitologia grega) existisse mesmo, Deus teria fracassado totalmente no seu projeto de criação da humanidade, pois de Deus só podem emanar a misericórdia e o amor infinitos! Mas nossos irmãos evangélicos ainda continuam aceitando esse inferno medieval concebido por Dante Alighieri na sua “Divina Comédia”, e que, na época, foi adotado imediatamente pela Igreja, mas que, hoje, acertadamente e graças a Deus, ela não aceita mais!
(Publicado originalmente em coluna de O Tempo, Belo Horizonte, MG, 24/07/2017)