Evangelho para os simples

FullSizeRender       IMG_1227       ClubeVovóBebé-3
(Clique nas imagens para ampliá-las)

Na noite do dia 5 de agosto, com apoio das USEs Municipal e Regional de Araçatuba (SP), foi realizada a palestra "Evangelho para os simples", por Cesar Perri (DF) nas dependências do Centro Espírita Irmã Angélica, Araçatuba. Na abertura, um dos dirigentes, Gregório Carlos Rodrigues, fez homenagem a tios do expositor, o casal Belks e Pedro Perri, fundadores do Centro anfitrião. O evento foi transmitido ao vivo pela webtv Rede Amigo Espírita. O jornal local "Folha da Região" publicou artigo sobre o tema da palestra, de autoria do visitante. Houve visita ao Clube da Vovó Josefina Perri de Carvalho, da Instituição Nosso Lar. O expositor será entrevistado pela Rádio Bandeirantes local. Informações: https://www.facebook.com/pages/Use-Regional-Ara%C3%A7atuba/113774912139587

12º COLÓQUIO FRANÇA-BRASIL

 O organizador Paulo Sérgio Peixoto    Monumento a Kardec-Niterói    Palestra abertura Perri

Mesa de abertura    Integrantes da abertura e apoiadores 

 12º COLÓQUIO FRANÇA-BRASIL

ESPIRITISMO: ELO DE DUAS CULTURAS

HOMENAGEM AOS 150 ANOS DE O CÉU E O INFERNO

Evento internacional reunindo espíritas do Brasil, França e Suíça, destacando os elos França-Brasil e os 150 anos de O céu e o inferno, contou palestras de excelente conteúdo, proferidas por Antonio Cesar Perri de Carvalho, Nadja do Couto Valle, Marion Aubrée, Luciano Klein, Samuel Magalhães, François Gaudin, Alexander Moreira-Almeida, Marcelo Gulão, Vincent Fleurot, Paulo Sérgio Peixoto, Olivier Geneviève, Evandro Noleto Bezerra, Jorge Brito, Dora Incontri, Yasmin Moreira. Participação musical de Brigitta Gründing, Sonia Leal Wegenast e Anatasha Mechenna. Compuseram a mesa de abertura e realizaram saudações: Antonio Cesar Perri de Carvalho, representando o CEI; de Paulo Sérgio Peixoto, um dos organizadores; de Hélio Ribeiro, representando o CEERJ; Nelly Berchtold, UCESS/Suíça; Cláudia Bonmartin, CSF/França; Telma da Gama e Nadja do Couto Valle, da UERJ; Roberto Cavalcanti, da UFRJ; Gerson Simões Monteiro, da Rádio Rio de Janeiro; Pedro Nakano, do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro. A palestra de abertura em homenagem a O céu e o inferno foi proferida pelo representante do CEI, acima citado.

Na manhã do dia 31 houve reinauguração do monumento reformado em homenagem a Kardec, em Niterói, na praia de Piratininga, seguindo de almoço de confraternização na sede do GEPAR.

                O evento internacional contou com quase 400 inscritos e houve momentos de transmissão ao vivo pela WebTV Espírita Nova Luz. Estão sendo editados DVDs das palestras. Realizado no Rio de Janeiro, no Teatro Odylo Costa Filho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, de 31 de julho a 2 de agosto. Houve apoio do Conselho Espírita Internacional; Conselho Espírita Francês; Grupo Espírita Paz e Renovação; Editora Lachâtre; Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas; Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro; Correio Espírita; Correio Fraterno do ABC; Rádio Boa Nova; WebTV Espírita Nova Luz; Rádio Rio de Janeiro. Realização: CEERJ, UERJ, PROEPER/UERJ,  CCS, 38º C.E.E./CEERJ. Informações: www.gepar.org.br; www.tvnovaluz.com

O céu e o inferno: 150 anos do lançamento por Kardec – 140 anos de lançamento no Brasil

O céu e o inferno-original-1865

 

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Allan Kardec lançou a obra O céu e o inferno em Paris no dia 01/08/1865. A versão considerada final – 4ª. edição – surgiu em 1869 e sem o prefácio de Kardec.

No Brasil, dr. Joaquim Carlos Travassos manteve correspondência com Pierre-Gaétan Leymarie, dirigente da Sociedade citada e redator de “Revue Spirite”, com o objetivo de traduzir as obras de Kardec. E lançou em 1875, pela Editora B. L. Garnier, O Céu e o Inferno, traduzido da 4ª edição francesa, sem o nome do tradutor. Em nosso país, com exceção da tradução pioneira e da realizada por Manoel Quintão, em 1904 (FEB), a maioria contém o Prefácio de Kardec, inclusive a mais recente tradução, de Evandro Noleto Bezerra.

Com as obras da Codificação, surge uma maneira de racionalismo espírita, com destaque para as colocações em “O evangelho segundo o espiritismo”, de que “Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as etapas da humanidade”. Herculano Pires comenta que coube a Allan Kardec, a serviço do Consolador, libertar da letra que mata o espírito que vivifica. Ou seja, a religião dedutiva faz Deus baixar à terra e materializar-se em ritos e objetos; a religião indutiva faz o homem subir ao céu e desmaterializar-se, em razão e amor, para encontrar Deus.

No Prefácio, ausente na 4ª. edição francesa (1869) e em muitas traduções, Kardec comenta: “O título desta obra indica claramente o seu objetivo. Nela reunimos todos os elementos destinados a esclarecer o homem quanto ao seu destino. Como em nossas publicações  anteriores sobre a Doutrina Espírita, nada colocamos neste livro que seja produto de um sistema preconcebido ou de concepção pessoal, que aliás, não teria nenhuma autoridade. Tudo foi deduzido da observação e da concordância dos fatos”.

Em outro trecho esclarece: “As mesmas razões que nos fizeram omitir os nomes dos médiuns em O evangelho segundo o espiritismo, levaram-nos a omiti-los também nesta obra, tendo em vista mais o futuro do que o presente.”

A 1ª. parte trata de Doutrina, em 12 capítulos, contém o exame comparado das diversas crenças sobre: O porvir e o nada; Temor da morte; O céu; O inferno; O purgatório; As penas futuras segundo o Espiritismo; Os anjos; Os demônios; Intervenção dos demônios nas modernas manifestações. Com as penas eternas na visão espírita caem naturalmente as consequências que se acreditavam tirar de tal doutrina. Como as penitências, indulgências, e complexos de culpa.

Na 2ª. Parte, o Codificador analisou “Exemplos” e há numerosos casos que sustentam a teoria. A autoridade deles se baseia na diversidade dos tempos e dos lugares onde foram obtidos, porquanto, se emanassem de uma fonte única, poderiam ser produto de uma mesma influência. De início Kardec esclarece como se desenvolve o processo da desencarnação. Detalha algumas circunstâncias, lembrando que “A certeza da vida futura não exclui as apreensões quanto à passagem desta para a outra vida”. Em seguida, realizou um trabalho pioneiro de estudo das manifestações espirituais, cotejando-as com dados sobre a existência do manifestante, enquanto encarnado. Trata-se, portanto, do primeiro estudo de casos, de análise das manifestações espirituais, e de estudo de sobrevivência.

Sem pieguismo e adotando método de estudo, como em seus trabalhos em geral, analisa as manifestações dentro de uma classificação que estabeleceu de: Espíritos felizes; Espíritos em condições medianas; Espíritos sofredores; Suicidas; Criminosos arrependidos; Espíritos endurecidos; Expiações terrestres. Torna-se muito importante a compreensão dessas distintas situações de espíritos desencarnados. Esta classificação genérica formulada por Kardec chama atenção para essa relação entre a vida e morte corpórea e seus desdobramentos. O importante é o estado de alma e o nível e profundidade de como “a lei divina se encontra escrita na consciência” de cada um.

Por ocasião do centenário de O céu e o inferno, o espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, homenageou esta obra do Codificador, escrevendo Justiça divina, “com o propósito sincero de reafirmar-lhes os conceitos, […] no serviço interpretativo da palavra libertadora de Allan Kardec”. Com base nos itens do livro agora sesquicentenário, Emmanuel tece considerações de orientação para a vida cotidiana. Entre outras afirma: “[…] prevenindo-nos para compreender as realidades da Natureza, no grande porvir, ensinou-nos Jesus, claramente: ‘O Reino de Deus está dentro de vós”.

O Espiritismo responde às dúvidas existenciais mais freqüentes. E à pergunta insistente que brota na alma humana: “para onde vou após a morte?”. O livro O céu e o inferno – que completa 150 anos de lançamento – é a resposta clara e fundamentada!

Fontes:

Kardec, Allan. O céu e o inferno. Trad. Bezerra, Evandro Noleto. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 2010.

Pires, Herculano. O espírito e o tempo. Introdução histórica ao espiritismo. 1.ed. São Paulo: Ed.Pensamento, 1964.

Xavier, Francisco Cândido. Justiça divina. 13. ed. Pelo espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: FEB. 2008.

Wantuil, Zêus. Grandes espíritas do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB. 1969.

(Transcrito de “O Consolador” – revista semanal digital, no 425, 2/8/2015)

 

 

Céu e inferno

Reunião pública de 22-9-61

 1ª Parte, cap. VII, § 5

Em matéria de prêmio e castigo, a se definirem por céu e inferno, suponhamo-nos à frente de um pai amoroso, mas justo, dividindo a sua propriedade entre os filhos, aos quais se associa, abnegado, para que todos eles prestigiem e cresçam, de maneira a lhe desfrutarem os bens totais.

O genitor compassivo e reto concede aos filhos, em regime de gratuidade, todos os recursos da fazenda Divina:

a vestimenta do corpo;

a energia vital;

a terra fecunda;

o ar nutriente;

a defesa do monte;

o refúgio do vale;

as águas circulantes;

as fontes suspensas;

a submissão dos vários reinos da natureza;

a organização da família;

os fundamentos do lar;

a proteção das leis;

os tesouros da escola;

a luz do raciocínio;

as riquezas do sentimento;

os prodígios da afeição;

os valores da experiência;

a possibilidade de servir…

Os filhos recebem tudo isso, mecanicamente, sem que se lhes reclame esforço algum, e o pai apenas lhes pede para que se aprimorem, pelo dever nobremente cumprido, e se consagrem ao bem de todos, através do trabalho que lhes valorizará o tempo e a vida.

*

Nessa imagem, simples embora, encontramos alguma notícia da magnanimidade do Criador para nós outros, as criaturas.

Fácil, assim, perceber que, com tantos favores, concessões e doações, facilidades e vantagens, entremeados de bênçãos, suprimentos, auxílios, empréstimos e moratórias, o céu começará sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Justiça divina. 13.ed.Rio de Janeiro: FEB. 2008)

CONSIDERAÇÕES SOBRE O OBJETIVO E O CARÁTER DA SOCIEDADE

Revista espírita — Ano III — Abril de 1860

 

SEXTA-FEIRA, 9 DE MARÇO

(Sessão Particular)

Leitura do projeto de modificações a ser introduzido no regulamento da Sociedade. A respeito, o Sr. Allan Kardec apresenta as seguintes observações:

CONSIDERAÇÕES SOBRE O OBJETIVO E O CARÁTER DA SOCIEDADE

“Senhores,

“Algumas pessoas parecem equivocadas quanto ao verdadeiro objetivo e o caráter da Sociedade. Permiti-me relembrá-los em poucas palavras.

“O objetivo da Sociedade está claramente definido em seu título e no preâmbulo do regimento atual. Esse objetivo é, essencialmente e, pode-se dizer, com exclusividade, o estudo da ciência espírita. O que queremos, antes de tudo, não é nos convencer, pois já o estamos, mas instruir-nos e aprender o que não sabemos. Para tanto, queremos nos colocar nas mais favoráveis condições. Como esses estudos exigem calma e recolhimento, queremos evitar tudo quanto seja causa de perturbação. Tal é a consideração que deve prevalecer na apreciação das medidas que vamos adotar.

 

Texto completo – Acesse:

http://www.redeamigoespirita.com.br/profiles/blogs/considera-es-sobre-o-objetivo-e-o-car-ter-da-sociedade

O Evangelho é a nossa bússola

Humberto de Campos

“[…] podemos observar, de perto, as agonias silenciosas dos lares abandonados e desprotegidos, que balançam na árvore da vida, arrancados pelas mãos impiedosas dos nossos bárbaros que ameaçam as bases cristãs, de que a nossa civilização fugiu, um dia, levada pelo egoísmo dos mais fortes.

Ante as sombras dolorosas que invadem o mundo velho, sinto contigo o frio do crepúsculo, preludiando a noite de tempestade, cheia de amarguras e de assombros.

Dentro, porém, de nossa angústia, somos obrigados a recordar que a nossa geração de perversidade e descrença está condenada, por si mesma, aos mais dolorosos movimentos de destruição.

O mundo cogitou de ciência, mas esqueceu a consciência, ilustrou o cérebro e olvidou o coração, organizou tratados de teologia e de política, fazendo tábua rasa de todos os valores da sinceridade e da confiança.

É por isso que vemos o polvo da guerra envolver os corações desesperados, em seus tentáculos monstruosos, enquanto há gigantes da nova barbaria, preferindo discursos bélicos, em nome de Deus, e sacerdotes abençoando, em nome do Céu, as armas da carnificina.

Os sociólogos mais atilados não conseguem estabelecer a extensão dos fenômenos dolorosos que invadem os departamentos do mundo.

A embriaguez de ruína mobiliza os furacões destruidores das novas tiranias sobre a fronte dos homens, e nós acompanharemos a torrente das dores com as nossas lágrimas, porque fizemos jus a essas agonias amarguradas e sinistra, em virtude do nosso esquecimento da lei do amor, no passado espiritual.

A hora que passa é um rosário de soluços apocalípticos, porque merecemos as mais tristes provações coletivas, dentro das nossas características de espíritos ingratos, pois as angústias humanas não ocorrem à revelia d'Aquele que acendeu a luz da manjedoura e do calvário, clarificando os séculos terrestres.

Das culminâncias espirituais, Jesus contempla o seu rebanho de ovelhas tresmalhadas e segue o curso dos acontecimentos dos mundos, com a mesma divina melancolia que assinalou a sua passagem sobre as urzes da Terra.

Enevoados de lágrimas sublimes, seus olhos contemplam os canhões e os prostíbulos da guerra, os gabinetes de despotismo e da ambição, os hospitais de sangue, no centro dos cadáveres insepultos, e, observando a extensão de nossas misérias, exclama como Jeremias: – Oh! Jerusalém!… Jerusalém!…"

E nós, operários obscuros do plano espiritual, buscamos disseminar a nossa consolação, junto aos que sucumbem ou fraquejam.

O Evangelho é a nossa bússola, e não nos detemos para a lamentação, porque, hoje, meu amigo, eu sei orar, de novo, juntando as mãos em rogativa, como no tempo da infância em Parnaíba, quando a simplicidade infantil me enfeitava o coração.

Aqui, oramos, trabalhamos e esperamos, porque sabemos que Jesus é o fundamento eterno da Verdade e que um dia, como Príncipe da Paz, instalará sobre a Terra dos lobos o redil de suas ovelhas abençoadas, e mansas.

Nessa era nova, vê-Lo-emos outra vez, nos seus ensinos redivivos, espalhando a esperança e a fé, confundindo quantos mentiram à Humanidade em seu nome.

Antes, porém, que o novo sol resplenda nos horizontes do orbe, seremos reunidos no plano espiritual para sentir as vibrações suaves do seu amor infinito.

Nesse dia, meu irmão, certamente o Senhor fará descer as suas bênçãos compassivas sobre o teu coração generoso e fraterno. […]”

 

(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 6 de outubro de 1939).”

Trechos de: Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Humberto de Campos. Novas Mensagens. Cap. Carta a Gastão Penalva. Rio de Janeiro: Ed. FEB. 2009.