Palestras em Brasília – Julho

Palestras em Brasília – Julho

Com Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-presidente da FEB):

“Benedita Fernandes. A dama da caridade”

Com lançamento do livro de mesmo título e também do livro “Em ações espíritas”:

Dia 6 – 20h: Casa Espírita Recanto de Maria – Lago Sul;

Dia 7 – 20h: Centro Espírita e Obras Sociais Cantinho da Fé – Candangolândia;

Dia 8 – 9h: Grupo de Estudos Espíritas Chico Xavier – GFE Irmão Estêvão – Asa Norte;

Dia 8 – 18h30: Vida – Instituto Espírita Bezerra de Menezes – Areal;

Dia 9 – 9h: Palestra na assistência social da Sociedade Espírita Irmã Rosália – Areal;

Dia 10 – 20h: Centro Espírita André Luiz – Guará.

Selo da USE

Os Correios lançaram um selo comemorativo dos 70 anos da USE-SP – 1o. porte – por ocasião da abertura do 17o. Congresso Estadual de Espiritismo da USE-SP, na noite do dia 23 de junho. Representante dos Correios dirigiu a obliteração, feita pela presidente Júlia Nezu e ex-presidentes da USE-SP, presidente da FEB e Divaldo Pereira Franco.

Palestra e livro sobre “Espiritualismo e Espiritismo”

No final da tarde do dia 24 de junho, o Núcleo de Estudos Espíritas Apóstolo Mateus, no bairro Jardim Cachoeira, em São Paulo, houve o lançamento do livro "Espiritualismo e Espiritismo. Reflexões para além da espiritualidade" (Editora Porto de Ideias), seguido de autógrafos e palestras de André Ricardo de Souza (organizador do livro) e de Flávio Rey de Carvalho, um dos autores do capítulo "Espiritismo como religião: algumas considerações sobre seu caráter religioso e seu desenvolvimento no Brasil". Informações sobre livro: http://grupochicoxavier.com.br/espiritualidade-e-espiritismo-reflexoes-para-alem-da-religiosidade/

Congresso da USE: diálogos oportunos, palestras e livros

O 17º Congresso Estadual de Espiritismo, promovido pela USE-SP em comemoração aos 70 anos de sua fundação, no Hotel Tauá, em Atibaia, contou com o limite máximo de inscritos, quase mil e cem participantes. Na abertura ocorreram apresentações musicais de bom gosto, lançamento do selo comemorativo pelos Correios e palestra de Divaldo Pereira Franco. Este, superando limites e com esforço físico, também foi homenageado pelos seus 70 anos de oratória e 90 anos de idade. Compuseram a mesa a presidente e os ex-presidente da USE-SP, Júlia Nezu de Oliveira, Antonio Cesar Perri de Carvalho e José Antonio Luiz Balieiro, a representante dos Correios e o presidente da FEB. O evento prossegue com palestras, as “rodas de conversa” e oficinas. No sábado ocorreu o lançamento do livro comemorativo “USE 70 anos. Passado, presente e futuro em nossas mãos”, organizado por Rubens Toledo, e, homenagens aos ex-presidentes Perri e Balieiro e dirigentes de órgãos de unificação. Lançamento dos livros de Perri: "Em Ações Espíritas" e "Benedita Fernandes. A dama da Caridade" (Ed.Cocriação/USE Regional de Araçatuba). Palestras de André Peixinho, Haroldo Dutra e Alberto Almeida; Oficinas de trabalho; Rodas de conversa, com vários grupos e com síntese apresentada em reunião plenária. Encerramento com palestra da presidente da USE Júlia Nezu de Oliveira, sobre o tema central: "USE 70 anos. Prossigo para o alvo. Passado, presente e futuro em nossas mãos".

Medidas

Richard Simonetti

Um dos mais famosos filósofos gregos foi Protágoras (480-410 a.C.), de cujas ideias temos apenas fragmentos, com destaque para a frase famosa: O Homem é a medida de todas as coisas.

Concepção perturbadora. Significa que o bem e o mal, o certo e o errado, a moralidade e a imoralidade, tudo que envolva a sociedade humana, só pode ser conduzido em relação aos interesses e necessidades do Homem, atendendo aos tempos e aos costumes, de acordo com suas conveniências.

Só é admissível o conhecimento que se possa assimilar mediante os sentidos físicos, pondo em dúvida, portanto, princípios como a imortalidade da alma, a vida além-túmulo, a presença de Deus…

Indagado sobre a existência dos deuses, enfatizava: Nada posso dizer de concreto. São muitas as coisas que ocultam o saber: a obscuridade do assunto e a brevidade da vida humana.

Aplicadas ao cotidiano, essas ideias induzem a uma concepção utilitária e imediatista da existência, sem cogitações superiores. Na verdade, mesmo sem conhecer o sábio grego, o homem comum tende a viver dessa forma, orientando suas iniciativas em torno de seus interesses. Ainda que concebendo a existência de um ser superior , que tudo vê, não tem grandes preocupações com isso.

É ele sempre a medida das próprias ações. Em tudo o que faz, prevalecem seus desejos, sob inspiração do egocentrismo que lhe marca as aspirações e atividades, pretendendo que a vida gire em torno de seus desejos.

Quando ligado à religião, dificilmente ultrapassa as águas da superficialidade, interessado em garantir seu bem-estar, na medida de suas necessidades, sem nenhuma preocupação em observar as medidas de sua crença. 

O conceito de Protágoras é derrubado pela Doutrina Espírita, que desdobra para nós a vida espiritual, com testemunhos e experiências daqueles que partiram.

Fossem os princípios espíritas mera questão de fé e continuaríamos sujeitos à mesma medida – nós mesmos –, dispostos a aplicá-los de conformidade com nossas conveniências.

Ocorre que o enfoque espírita é o da razão, desdobrando-nos realidades que transcendem as limitações dos sentidos. Então, o apelo espírita deixa de ser uma questão de crença, condicionada à aceitação, e passa a ser um imperativo do conhecimento, orientado pela razão.

O reconhecimento das realidades espirituais impõe mudanças também nas medidas que utilizamos na vida de relação, convocados a superar mesquinhos interesses particulares, em favor de nobres ideais.

Um aspecto importante: A tendência arraigada no espírito humano , de julgar o comportamento alheio, usando por medida nossas próprias mazelas. Diz Jesus (Lucas, 6:37-38):

Não julgueis, para não serdes julgados, não condeneis, para não serdes condenados; perdoai, e vos será perdoado. Dai, e vos será dado; será derramada no vosso regaço boa medida, calcada, sacudida, transbordante, pois com a medida com que medirdes sereis medidos também.

O que vemos nos outros é, geralmente, o que há em nós. Jesus enfatiza que isso nos causará problemas, quando convocados a prestar contas de nossas ações diante da justiça divina.

Com o Espiritismo temos ilustrações perfeitas sobre o assunto, a partir do intercâmbio com o Além. Observamos, compadecidos, a situação daqueles que assim o fizeram durante a jornada humana. Sofridos e atormentados, é como se advertissem:

– Cuidado. Alimento-me de amargos frutos que você também colherá, se não mudar a medida de suas ações…

Superada a máxima de Protágoras pela revelação espírita, que transcende os acanhados sentidos físicos, uma providência se impõe à nossa iniciativa: Utilizar a régua evangélica, insistentemente enfatizada nas abordagens doutrinárias.

Ela nos permite identificar a gloriosa presença de Deus no Universo, e avaliar a precariedade e o perigo de nossas medições quando apreciamos a vida e o próximo com a métrica de nossas fragilidades.

(Transcrito do boletim Notícias do Movimento Espírita: http://www.noticiasespiritas.com.br/2017/JUNHO/05-06-2017.htm)

Sem desfalecimentos

“E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos,
se não houvermos desfalecido.” – Paulo. (Gálatas, 6:9.)

 

Há pessoas de singulares disposições em matéria de serviço espiritual.

Hoje crêem, amanhã descrêem.

Entregaram-se, ontem, às manifestações da fé; entretanto, porque alguém não se curou de uma enxaqueca, perdem hoje a confiança, penetrando o caminho largo da negação.

Iniciam a prática do bem, mas, se aparece um espinho de ingratidão dos semelhantes, proclamam a falência dos propósitos de bem-fazer.

São crianças que ensaiam aprendizado na escola da vida, distantes ainda da posição de discípulos do Mestre.

O exercício do amor verdadeiro não pode cansar o coração.

Quem ama em Cristo Jesus guarda confiança em Deus, é feliz na renúncia e sabe alimentar-se de esperança.

O mal extenua o espírito, mas o bem revigora sempre.

O aprendiz sincero do Evangelho, portanto, não se irrita nem conhece a derrota nas lutas edificantes, porque compreende o desânimo por perda de oportunidade.

Problemas da alma não se circunscrevem a questões de dias e semanas terrestres, nem podem viver condicionados a deficiências físicas. São problemas de vida, renovação e eternidade.

Não te canses, pois, de fazer o bem, convencido, todavia, de que a colheita, por tuas próprias mãos, depende de prosseguires no sacerdócio do amor, sem desfalecimentos.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Vinha de luz. Cap. 82. FEB)

Mensagem de União

    Filhos, o Senhor nos abençoe.

    Solidários, seremos união.

    Separados uns dos outros, seremos pontos de vista.

    Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.

    Distanciados entre nós, continuaremos à procura do trabalho com que já nos encontramos honrados com a Providência Divina.

    Crede! A humildade e a paciência no mecanismo de nosso relacionamento são as energias de entrosagem de que não podemos prescindir, na execução de nossos compromissos.

    Roguemos, pois, a Deus a força indispensável para nos sustentar fiéis aos nossos compromissos de união em torno do Evangelho de Cristo, a fim de concretizar-lhe os princípios de amor e luz.

    Mantenhamos unidos, em Jesus, para edificar e acender Kardec no caminho de nossas vidas, porque unicamente assim, agindo com a fraternidade e progredindo com o discernimento, é que conseguiremos obter    os valores que nos erguerão na existência em degraus libertadores de paz e ascensão.

    Bezerra de Menezes

 

(No dia 23 de abril de 1976, portanto há mais de quatro anos, os companheiros da União Municipal Espírita de Marília-SP, receberam, através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, uma significativa mensagem do dr. Bezerra de Menezes. Considerando a íntima relação do conteúdo dessa mensagem com o movimento de unificação dos espíritas, e, também pelo fato de ter sido pouco divulgada, tomamos a liberdade de publicá-la, nesta edição, para conhecimento dos leitores – Comentários de dirigentes da USE-SP).

Transcrito de:

Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Bezerra de Menezes. Mensagem de união. Unificação. USE. São Paulo. Ano XXVII. No. 309. São Paulo. Novembro-dezembro de 1980.

Chico Xavier, a USE e a união

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Por ocasião do 17o Congresso Estadual de Espiritismo, em que a União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, comemora 70 anos de sua fundação, há muitos fatos históricos que merecem ênfase. Todavia, destacaremos alguns episódios ligando Chico Xavier e suas psicografias, com a USE-SP.

Um ano após a fundação da USE-SP, esta promoveu o 1o Congresso Brasileiro de Unificação Espírita de 31 de outubro a 05 de novembro de 1948, em São Paulo. Chico Xavier foi convidado, e como não poderia comparecer, enviou a mensagem assinada por Emmanuel – “Em nome do Evangelho” -, e dirigida aos participantes do citado Congresso, psicografada no dia 14 de setembro de 1948, em Pedro Leopoldo (MG). Enfatizamos que foi a primeira psicografia de Chico Xavier sobre união e unificação! E de conteúdo marcante comentando João (17, 22):

“Para que todos sejam um…” Emmanuel destaca: “[…] espírito de serviço e renunciação, de solidariedade e bondade pura que Jesus nos legou.”1

Na obra USE – 50 anos de unificação2 aparecem registros de outros acompanhamentos de Chico Xavier. Temos conhecimento que o ex-presidente da USE Luiz Monteiro de Barros era ligadíssimo ao médium Spártaco Ghilardi, um grande amigo de Chico Xavier, frequentador assíduo das reuniões de Chico, em Uberaba, e fundador do Grupo Espírita Batuíra, em São Paulo.

Texto de Bezerra de Menezes, aliás pouco divulgado, foi psicografado por Chico Xavier no dia 23 de abril de 1976, em função de visita de companheiros da União Municipal Espírita de Marília (atual USE de Marília, SP). Em “Mensagem de União”, Bezerra:

“[…] Solidários, seremos união. Separados uns dos outros, seremos pontos de vista. […] Mantenhamos unidos, em Jesus, para edificar e acender Kardec no caminho de nossas vidas, porque unicamente assim, agindo com a fraternidade e progredindo com o discernimento, é que conseguiremos obter    os valores que nos erguerão na existência em degraus libertadores de paz e ascensão.”3

          No ano de 1977 os diretores da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, Merhy Seba, Antonio Schilliró e Nestor João Masotti (presidente) entrevistaram Chico Xavier, em Uberaba, por ocasião do cinquentenário de suas atividades mediúnicas, de onde extraímos os trechos:

          “P – Caro Chico, gostaríamos de levar sua mensagem aos nossos irmãos da USE que prestam sua colaboração, em várias áreas de trabalho que o Centro oferece.

          R – Caro amigo, o seu desejo muito me honra, mas sinceramente, a meu ver, não temos qualquer mensagem maior que o convite à divulgação e ao conhecimento da Doutrina Espírita, vivendo-a com Jesus, interpretada por Allan Kardec. Penso que, nesse sentido, deveríamos refletir em unificação, em termos de família humana, evitando excessos de consagração das elites culturais na Doutrina Espírita, embora necessitemos sustentá-las e cultivá-las com respeitosa atenção, mas nunca em detrimento dos nossos irmãos em Humanidade, que reclamam amparo, socorro, esclarecimento e rumo. […] Não consigo entender o Espiritismo, sem Jesus e sem Allan Kardec para todos, a fim de que os nossos princípios alcancem os fins a que propõem".1

          Em diversos diálogos, inclusive conosco, em visitas a Uberaba e em eventos no Centro Espírita União, em São Paulo, Chico Xavier sempre externou ponderações cuidadosas a propósito de algumas maneiras de se operacionalizar a unificação.

    O entendimento de Chico Xavier e de seus orientadores espirituais sobre união e unificação devem merecer nossa atenção em cotejo com observações de Allan Kardec sobre os laços morais.4

Referências:

  1. Carvalho, Antonio Cesar Perri. Centro espírita. Prática espírita e cristã. São Paulo: Ed. USE, 2016.

  2. Monteiro, Eduardo Carvalho; D’Olivo, Natalino. USE – 50 anos de unificação. São Paulo: Ed. USE. 1997.

  3. Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Bezerra de Menezes. Mensagem de união. Unificação. USE. Ano XXVII. No. 309. São Paulo. Novembro-dezembro de 1980.

  4. Kardec, Allan. Trad. Noleto, Evandro Bezerra. O Espiritismo é uma religião? Revista Espírita. Dezembro de 1868. Ano XII. Rio de Janeiro: FEB. 2005.

 

(*) – Ex-presidente da USE-SP e da FEB.

Aeroporto de São Paulo homenageia vulto espírita

 

O jornal "Folha Espírita" (FE), fundada por José de Freitas Nobre, regozija-se com a notícia do último dia 25 de maio acerca da aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 89/2012, de autoria do também espírita e ex-deputado João Bittar, que deu ao Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, o nome de Aeroporto Internacional de Congonhas Deputado Freitas Nobre. Após a aprovação por unanimidade nas duas casas legislativas, o presidente da República sancionou a Lei no dia 19/06/2017.

Esse jornal foi fundado em abril de 1974, por orientação do médium Chico Xavier. Freitas Nobre cumpriu uma trajetória  digna de reconhecimento. Além de político, José Freitas Nobre (1921-1990) foi advogado, jornalista, escritor e professor, atuando em diferentes instituições. Atuando como jornalista em grandes jornais de alcance nacional, destacou-se na condução do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo por três vezes e na Federação Nacional dos Jornalistas por duas vezes. Em 1954, em eleição para a Câmara Municipal paulistana, Freitas Nobre obteve votação suficiente para deixá-lo como suplente de vereador, o que permitiu que assumisse a cadeira de titular nos últimos dois anos de mandato. Foi reeleito em 1958 como vereador em São Paulo; vice-prefeito da cidade de São Paulo (1961-1965), tendo como prefeito, Prestes Maia. Como deputado federal (1970-1986), Freitas Nobre foi, inegavelmente, um dos parlamentares mais atuantes na redemocratização de nossa pátria, sendo um dos líderes do movimento pelas "Diretas Já".

Escreveu mais de 20 livros, entre os quais o célebre Comentários à Lei de Imprensa. Freitas Nobre era esposo da dra. Marlene Severino Nobre, com quem compartilhou intensas atividades espíritas, e amizade com Chico Xavier.