Qualidade e Centro Espírita em Marília

Com realização da USE de Marília (SP), no dia 16 de julho foram efetivados dois eventos. Na manhã, na sede da Fundação Eurípedes Soares da Rocha (UNIVEM), ocorreu o Seminário Qualidade Espírita, com atuação de Donizete Pinheiro (de Marília) abordando o tema “Qualidade na divulgação da mensagem espírita” e Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-presidente da USE-SP e da FEB), discorrendo sobre “Qualidade na relação pessoal no centro espírita”. Cerca de 160 inscritos participaram do seminário coordenado pelo presidente da USE de Marília. No período da tarde, o Departamento de Mocidades da USE de Marília promoveu o VII Sarau Espírita, com apresentações artísticas e Cesar Perri desenvolveu a roda de conversa “Centro espírita: passado, presente e futuro”. Este evento ocorreu na Comunidade Espírita Eurípedes Barsanulfo. Perri também autografou seu recente livro “Em ações espíritas” (Ed. Cocriação), que contém mensagem de Bezerra, psicografada por Chico Xavier durante visita de dirigentes da antiga UME de Marília. Informações: usemarilia@gmail.com

 

A REGRA ÁUREA

 “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” — Jesus (MATEUS, capítulo 22, versículo 39.)

Incontestavelmente, muitos séculos antes da vinda do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia.

Importa esclarecer, todavia, que semelhante princípio era transmitido com maior ou menor exemplificação de seus expositores.

Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”

Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”

Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”

Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aquele que fez aos outros o que desejava para si.”

Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”

Insistiam os romanos: “A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”

Na antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo.

Profetas, administradores, juizes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáticos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.

Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a novidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade inteira.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Caminho, verdade e vida. Cap.41. FEB)

A navalha de Occan

Richard Simonetti

É fácil escrever difícil. Basta colocar no papel as ideias que surgem no bestunto, ainda que, não raro, desandem em destemperos mentais.

Difícil é escrever fácil. Exige demorada e árdua elaboração para tornar a leitura elegante, atraente e objetiva, sem impor prodígios de concentração e entendimento.

Trata-se de uma gentileza que todo autor esclarecido deve ao leitor que se dispõe a examinar suas criações. O texto que exige cuidadosa interpretação é mais charada do que literatura. Fica por conta da capacidade de quem lê, no empenho em orientar-se por labirintos tortuosos, fruto dos devaneios do autor.

Jesus dizia que a verdade está ao alcance dos simples.

Os doutos e entendidos costumam sofrer uma intoxicação intelectual que oblitera o bom senso e os leva a imaginar que tortuosidade e complexidade são sinônimos de cultura e saber.

A propósito vale lembrar Guilherme de Occam (1285-1349), notável teólogo e filósofo inglês (nascido em Occam, nos arredores de Londres). Ingressou bem jovem na ordem franciscana.  Estudou e lecionou na gloriosa universidade de Oxford.

Inteligente e lúcido estimava a simplicidade na exposição de suas ideias. Complexidades ou conjecturas, apenas se absolutamente necessárias.

Adotou um princípio que ficaria conhecido como a navalha de Occam, definindo o empenho em retirar de um pensamento ou de uma tese acessórios e complicações desnecessários, louvando-se no bom senso.

Se a aplicássemos em textos herméticos e obscuros dos filósofos que fazem a história das contradições do pensamento humano, seria uma “carnificina”. Pouco sobraria.

                                        ***

Nem sempre Occam conseguiu usar sua navalha.

Aconteceu particularmente em relação à existência de Deus, assunto que preferia não abordar. Não a negava, mas considerava que, devido à transcendência do tema, seria impossível conjeturar sobre o Criador sem recorrer a argumentos complexos, de difícil entendimento.

Os Espíritos que orientaram a codificação da Doutrina Espírita ensinaram diferente. Dotados de notável capacidade de síntese, própria da sabedoria autêntica, demonstraram que é possível passar a navalha de Occam em lucubrações complexas e reduzir a argumentação em favor da existência de Deus à sua expressão mais singela.

Isso acontece na questão número quatro, em O Livro dos Espíritos.

Pergunta Kardec:

Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus?

Resposta:

Num axioma que aplicais às vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá.

Comenta Kardec:

Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa.

Simplíssimo! Se o Universo é um efeito inteligente, tão superior ao nosso entendimento que seus segredos são inabordáveis, forçosamente tem um autor infinitamente inteligente – Deus.

A partir dessa ideia o difícil é provar que Deus não existe. Teríamos que explicar o efeito sem causa, a criação sem um Criador.

Quaisquer argumentos em favor desta tese ingrata seriam facilmente eliminados pelo próprio Occam, usando a navalha do bom senso.

(Extraído de Boletim Notícias do Movimento Espírita:

http://www.noticiasespiritas.com.br/2017/JULHO/04-07-2017.htm)

Novo livro coloca Movimento Espírita no centro das atenções

Sirlei Nogueira

Experiência de 53 anos – 1/3 da História do Espiritismo – assegura status de especialista ao autor.

Desde que deixou a função de presidente da FEB, em 2015, Antonio Cesar Perri de Carvalho decidiu dividir os aprendizados e conhecimentos do caminho, chegando à quarta publicação em período de 13 meses.

O livro ‘Em Ações Espíritas’ está saindo do forno da novata Cocriação Editora, de Araçatuba, levado direto para o ambiente fraterno e aconchegante do 17.º Congresso Estadual de Espiritismo da USE-SP, de 23 a 25 de junho. 

O autor reúne, resumidamente, “algumas experiências de mais de meio século de trajetória espírita: momentos de vivências pinçados dos tempos iniciais em Araçatuba (SP), em Mocidade departamental e Centro Espírita; União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, nos níveis local, regional e estadual; Federação Espírita Brasileira e Conselho Espírita Internacional. As observações refletem algumas linhas de pensamento e de atuação que têm norteado nossa vida e podem servir de estímulo para se buscar inspirações no sentido de avaliamos continuamente os caminhos para nossas existências”.

Perri acrescenta que por pressupor movimentação, “está cunhada a expressão Movimento Espírita para se referir às ações em geral, implementadas pelas diversas instituições espíritas. Torna-se interessante lembrarmos que o ativo apóstolo Paulo, em vários trechos de suas epístolas, faz referência a bom combate, corrida, carreira, alvo. Que tenhamos sempre o ideal renovado para prosseguirmos no bom combate pelas ações no bem e de forma contínua: ‘prossigo para o alvo…’" (Filipenses, 3.14).

A partir de relatos históricos, do Brasil e do mundo, do passado – longínquo e recente – e do presente, esta obra inspira reflexões existenciais e propõe atitudes, no contexto da vivência espírita. Algumas exemplares encarnações missionárias, com notáveis contribuições a serviço do próximo, são estímulos fundamentais à ação: Bezerra de Menezes, Chico Xavier, Yvonne Pereira, Benedita Fernandes, Cairbar Schutel, Mário Barbosa, Divaldo Pereira Franco.

A partir destas e de outras inspirações, a atitude remete, necessariamente, a movimento. Neste caso, ao Movimento Espírita, nos mais variados cenários e idiomas, contribuindo para expansão e consolidação do Cristianismo, na segunda e decisiva etapa de ação entre nós, iniciada há 160 anos. ‘Em Ações Espíritas’ traduz o olhar de um dirigente com 53 anos de trajetória espírita, que começou na juventude e reúne experiências de gestão incomparáveis. O olhar de um especialista, que fraternalmente convida: em ações, espíritas!

Contatos:
Cocriação Editora | Araçatuba.SP
www.facebook.com/cocriacaoeditorial
sirleinogueira@yahoo.com.br

18 99709.4684

Homenagens a Chico Xavier

De 25 de junho a 04 de julho, realizou se em Matão (SP) a XI Semana Chico Xavier, numa promoção da USE Municipal de Matão. Os palestrantes receberam o diploma Chico Xavier: um homem  chamado amor. 

Ainda em Matão, a Editora O Clarim no dia 7 de julho lançou o livro “Chico, Diálogos e Recordações…”, de autoria do mineiro Carlos Alberto Braga Costa.

De 30 de junho a 2 de julho ocorreu o 1º Congresso Espírita de Pedro Leopoldo e IV Semana Chico Xavier. O evento na terra natal de Chico Xavier contou com participação especial de Divaldo Pereira Franco.

Várias cidades e instituições homenagearam o vulto que completou 15 anos de desencarnação e 90 anos de início de psicografias.

Homenagem a Chico Xavier em Anápolis

Na noite do dia 5 de julho, houve palestra sobre o tema "Chico Amor Xavier", por Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-presidente da FEB) em Anápolis (Go), dentro do programa da 49a. Semana Espírita, promovida pelo Conselho Espírita Regional (FEEGo). Foi realizada no auditório do Fórum, onde o expositor autografou seus novos livros sobre "Benedita Fernandes. A dama da caridade" e "Em ações espíritas". Presentes representantes de centros da cidade e região e da AJE e Feego. Transmitida ao vivo pela Rede Amigo Espírita e Rádio Fraternidade. Na manhã do dia 6, o dirigente Rodrigo organizou outra homenagem a Chico, promovendo no Parque Matinhas, ao ar livre, uma reunião tipo Evangelho no lar, onde Perri fez comentários sobre casos que vivenciou com Chico Xavier nas antigas peregrinações e nas reuniões da CEC e do Grupo Espírita da Prece, de Uberaba. Houve também um lanche fraterno.

Junto aos simples e históricos em Brasília

Em programa de palestras em Brasília, entre 6 e 10 de julho, Antonio Cesar Perri de Carvalho (ex-presidente da FEB) cumpriu programa com tema sobre o livro recém lançado "Benedita Fernandes. A dama da caridade", com autógrafos, e na obra bem recente "Em ações espíritas". Falou em instituições que contam com pessoas dos primeiros tempos de Espiritismo no Distrito Federal, como Irene Pacheco Machado no Recanto de Maria-REMA; no primeiro centro local "André Luiz" dirigido pelo pioneiro Antonio Villela; no "Cantinho da Fé"; no grupo de estudos (GEECX); no Vida-Instituto Espírita Bezerra de Menezes, dirigido por Jaime Ferreira, que atua junto a gestantes e em defesa da vida, e, na SEIR-Irmã Rosália, falando no trabalho assistencial da casa e participando de visita a famílias.

Chico Xavier em 8 de Julho

Antonio Cesar Perri de Carvalho 

O dia 8 de Julho assinala alguns eventos importantes na trajetória mediúnica de Chico Xavier, nos tempos em que residia em Pedro Leopoldo.

Nesse dia, no ano de 1927, poucos dias após a fundação do Centro Espírita Luiz Gonzaga, há o registro feito pelo próprio médium sobre sua primeira psicografia. Ele detalha em entrevista os companheiros presentes na histórica reunião do dia 7 de julho de 1927 e comenta que o espírito manifestante não se identificou, tendo assinado como “um espírito amigo”, porém Chico Xavier se recorda do episódio:

“— Estávamos em reunião pública e depois da evangelização, D. Carmen Perácio, médium de muitas faculdades, transmitiu a recomendação de um benfeitor espiritual para que eu tomasse o lápis e experimentasse a psicografia. Obedeci e minha mão de pronto escreveu dezessete páginas sobre deveres espíritas… Senti alegria e susto ao mesmo tempo. Tremia muito quando terminei.” (1)

Chico Xavier relata no seu livro pioneiro “Parnaso de Além Túmulo”, o desabrochar de sua psicografia:

“Resolvemos, então, com ingentes sacrifícios reunir um núcleo de crentes para estudo e difusão da doutrina, e foi nessas reuniões que desenvolvi-me como médium escrevente, semi-mecânico, sentindo-me muitíssimo feliz, por se me apresentar essa oportunidade de progredir, datando daí o ingresso do meu humilde nome nos jornais espíritas, para onde comecei a escrever sob a inspiração dos bondosos mentores espirituais que nos assistiam.” (2)

Em apenas 60 dias -, o jovem Chico Xavier tornou-se espírita, fundou um Centro Espírita e psicografou pela primeira vez. Era o marcante e decisivo início de longa trajetória de renúncia, dedicação, amor e iluminação espiritual!

Cinco anos depois, em 1932, veio a lume seu primeiro livro, acima citado, publicado pela FEB, e reunindo poemas de autores desencarnados brasileiros e portugueses. Foi um marco histórico e um grande impacto no meio literário brasileiro.

No dia 8 de julho de 1941, o espírito Emmanuel dá por concluída a redação da obra “Paulo e Estêvão” e faz a apresentação intitulada “Breve história”. Este romance histórico psicografado por Chico Xavier é considerada sua obra prima.

O dia 8 de julho assinala efemérides históricas na vida e obra de Francisco Cândido Xavier. E neste ano se completam os 90 anos do início de sua psicografia.

É momento de valorizarmos e divulgarmos a profícua e portentosa obra mediúnica de Chico Xavier!

 Referências:

  1. Barbosa, Elias. No mundo de Chico Xavier. 2.ed. Cap. 2. Araras: IDE. 1975.
  2. Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Parnaso de além túmulo. 19.ed. Palavras minhas. Brasília: FEB. 2010.

 

(*) Ex-presidente da FEB e da USE-SP.

(Adaptação de artigo do autor publicado em Revista Internacional de Espiritismo, Ano XCII, N. 2, Abril de 2017)

VENCEDORES

Emmanuel

Sejam quais forem as tribulações da vida em que te encontres…

Se tens a estrela da confiança sob as nuvens pesadas do sofrimento…

Diante de conflitos que te pareçam calamidades, arrasando-te a vida…

À frente de provas que mais se te figuram conspirações das trevas, aniquilando-te o ser…

Se incompreensões de criaturas queridas te colocaram em labirintos de pranto…

Quando te venha a ideia de eu todo te falta, ainda mesmo os recursos indispensáveis à própria subsistência…

Ante a presença da morte, ao subtrair-te a presença de pessoas queridas…

Nas enfermidades que te segreguem nos tratamentos difíceis e dolorosos…

No centro de problemas que se te revelem insolúveis…

Quando os seres amados se entreguem à descrença, ridicularizando-te a fé…

Ante as lutas da vida, quando o mundo te imponha ao espírito o gosto amargo da solidão e da derrota…

***

Ergue o pensamento a Deus e confia em Deus, porque Deus não te abandona e tomará tuas aflições e tuas lágrimas para alimentar com ela a luz da esperança, porque, quase sempre, é com a luz da esperança dos aparentemente vencidos que Deus ilumina o caminho dos vencedores que estão sempre agindo e servindo na construção do Mundo Melhor.

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel.  Momentos de Ouro. São Bernardo do Campo: GEEM).