Filme Benedita em Portugal

Filme Benedita em Portugal

    

O Ciclo de Cinema Espírita da Associação Cultural Espírita (ACE), de Caldas da Rainha, Portugal exibe o filme “Benedita: uma heroína invisível. O legado da superação”, no dia 05 de outubro (sábado).

Em transmissão no dia 28 de Setembro, às 19 horas (horário de Portugal), houve uma Roda de conversa com Maria Lenice Camões, fundadora da ACE, e Maria Luíza Tagliaro, idealizadora do Ciclo de Cinema, tendo como convidado Cesar Perri (São Paulo), autor de biografia sobre Benedita Fernandes.

O filme tem enredo baseado nessa obra. Após a exposição do convidado houve um diálogo com as duas dirigentes da Associação de Caldas da Rainha. Após o diálogo, houve apresentação de um trailer do filme. A transmissão foi feita pela Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes em parceria com a Associação portuguesa.

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Oração por doentes e obsediados

Oração por doentes e obsediados

Em live na noite do dia 27 de setembro, Célia Maria Rey de Carvalho (São Paulo) desenvolveu o tema “como orar pelos doentes e obsediados”, com base em “O Evangelho segundo o Espiritismo” (Cap. XXVIII item 77 ao 84), e depois atendeu a perguntas apresentadas pelos coordenadores do programa e por internautas. Foi transmissão conjunta do Centro Espírita e Centro Espírita Amor e Luz Maria Madalena, ambos da cidade do Rio de Janeiro, contando com várias parcerias, e tendo a coordenação de Luiz Erruas e Marcos Fonseca.

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Seria inútil

SERIA INÚTIL

“Respondeu-lhes: Já vo-lo disse e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir?” — (JOÃO, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 27.)

É muito freqüente a preocupação de muitos religiosos, no sentido de transformarem os amigos compulsoriamente, conclamando-os às suas convicções particularistas.

Quase sempre se empenham em longas e fastidiosas discussões, em contínuos jogos de palavras, sem uma realização sadia ou edificante.

O coração sinceramente renovado na fé, entretanto, jamais procede assim.

É indispensável diluir o prurido de superioridade que infesta o sentimento de grande parte dos aprendizes, tão logo se deixam conduzir a novos portos de conhecimento, nas revelações gradativas da sabedoria divina, porque os discutidores de más inclinações se incumbem de interceptar-lhes a marcha.

A resposta do cego de nascença aos judeus argutos e inquiridores é padrão ativo para os discípulos sinceros.

Lógico que o seguidor de Jesus não negará um esclarecimento acerca do Mestre, mas se já explicou o assunto, se já tentou beneficiar o irmão mais próximo com os valores que o felicitam, sem atingir o alheio entendimento, para que discutir?

Se um homem ouviu a verdade e não a compreendeu, fornece evidentes sinais de paralisia espiritual.

Ser-lhe-á inútil, portanto, escutar repetições imediatas, porque ninguém enganará o tempo, e o sábio que desafiasse o ignorante rebaixar-se-ia ao título de insensato.

Não percas, pois, as tuas horas através de elucidações minuciosas e repetídas para quem não as pode entender, antes que lhe sobrevenham no caminho o sol e a chuva, o fogo e a água da experiência.

Tens mil recursos de trabalhar em favor de teu amigo, sem provocá-lo ao teu modo de ser e à tua fé.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Pão nosso. Cap. 37. FEB)

Kardec, o bom senso encarnado

Kardec, o bom senso encarnado

Marco Milani (*)

Tradicionalmente, no dia 3 de outubro, os espíritas destacam a relevância e o legado do Professor Rivail, posteriormente conhecido como Allan Kardec, lembrando o seu nascimento nessa data, em Lyon, França. Educador, filósofo e cientista, Kardec deve ser homenageado pelo protagonismo na estruturação e divulgação do Espiritismo, com suas valiosíssimas contribuições à compreensão das questões que sempre intrigaram a humanidade: quem somos, de onde viemos e para onde iremos.

A Doutrina Espírita, apesar de não ser o produto de um só homem, expressa a síntese do conhecimento obtido no intercâmbio mediúnico, criteriosamente analisado, organizado e validado por Kardec. Sua disciplina, sensatez, postura ética e capacidade administrativa diante das inúmeras atividades sob sua responsabilidade, e os desafios decorrentes do embate entre as novas abordagens trazidas pelo Espiritismo e as ideias cristalizadas, geraram a admiração e o respeito não somente daqueles que compartilharam de sua proximidade, mas da sociedade em geral. Após sua desencarnação, algumas características marcantes de Kardec foram evidenciadas nos discursos proferidos durante seu funeral1.

Jules Levent, vice-presidente da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), comentou sobre a benevolência e austeridade do mestre lionês, enfatizando sua ponderação e lógica incomparável, que pareciam ser inspiradas. O renomado astrônomo Camille Flammarion pontuou aspectos relevantes sobre a trajetória de pesquisa do Professor Rivail, até que ele se dedicou integralmente ao estudo e divulgação do Espiritismo a milhões de pessoas em diversos continentes. Flammarion enalteceu o poder consolador e a proposta científica do Espiritismo. Por conta da razão reta e judiciosa de Kardec, Flammarion o designou como o “bom senso encarnado”. Alexandre Delanne, amigo pessoal e membro da SPEE, expressou o sentimento de pesar que ele compartilhava com inúmeros adeptos que tiveram a oportunidade de conhecer a filosofia dos Espíritos, graças à habilidade e sabedoria do mestre, que conseguiu colocá-la à altura de todas as inteligências, desde as mais simples até as mais eruditas. Por fim, o senhor Muller, amigo de Kardec e de sua esposa Amélie, enalteceu a conduta do dedicado educador, detentor de brilhante inteligência, que sempre procurou auxiliar a todos, inclusive com aulas gratuitas sobre diversas disciplinas para aqueles que não tinham condições financeiras.

Com relação ao Espiritismo, o senhor Muller apontou que Kardec vivenciava completamente a tríade: Razão, Trabalho e Solidariedade. Todos os elogiosos discursos tinham como pontos comuns a benevolência, a ética e a acuidade intelectual, reconhecidos pela comunidade espírita e científica da época como características desse nobre Espírito que acabava de deixar a experiência carnal. A capacidade de Kardec para pensar de forma clara, precisa e crítica envolvia uma percepção aguçada e a habilidade de discernir detalhes complexos, de identificar nuances em argumentos e processar informações de maneira lógica e coerente, algo que ele simplificadamente chamava de bom senso, mas que Flammarion capturou adequadamente em seu discurso póstumo.

Ao analisar situações, problemas ou conceitos com profundidade, reconhecendo padrões, implicações e possíveis soluções que outros podem não perceber, Kardec demonstrava a tolerância e paciência para comunicar-se e esclarecer fraternalmente como um verdadeiro educador e líder.

Nos trabalhos iniciais para a elaboração da doutrina espírita, fazia-se necessária a centralização do processo em um só homem encarnado, como relata Kardec em suas anotações particulares2, a fim de manter a unidade e evitar o desvirtuamento conceitual diante de diferentes opiniões e motivações. Contudo, como elemento fundamental para a interpretação e aprimoramento do edifício doutrinário, alinhado com a própria realidade, Kardec insistiu no uso da razão e da lógica para unir a todos e superar divergências em nome do bom senso. Não por acaso, os conceitos de fé inabalável e de fé raciocinada perpassam todas as obras fundamentais do Espiritismo, uma vez que a proposta doutrinária exige a interpretação crítica dos fatos para se contrapor à superstição e ao misticismo inerentes a diversas correntes religiosas estabelecidas com seus dogmas inquestionáveis.

O Espiritismo representa uma ruptura com o pensamento acrítico e devocional religioso, e com as crendices populares, situação que exige maturidade moral e intelectual para ser compreendida por adeptos e não-adeptos. A adoção do Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE), como método prevalente para validar as informações mediúnicas, representou um marco crucial ao corpo teórico espírita e exemplificou a prudência inerente à fé raciocinada. A autoridade do Espiritismo repousa essencialmente na aplicação desse método.3

Passados quase dois séculos após a publicação de sua obra inicial, o Espiritismo ainda é um grande desconhecido para aqueles que não meditaram adequadamente no ensino dos Espíritos, validados pelo CUEE, e o aplicaram em suas vidas.

Possivelmente, a maneira mais efetiva de se homenagear Kardec não é pela simples apresentação de seus dados biográficos ou contando curiosidades históricas de sua vida privada, mas estudando seriamente a doutrina espírita, autoconhecendo-se, praticando a caridade e analisando criticamente qualquer informação envolvendo a natureza e a realidade espiritual com o bom senso que ele tanto prezou e se esforçou para que todos utilizassem.

Notas:

1) Ver Revista Espírita, maio/1869 – Discursos pronunciados sobre o túmulo.

2) Ver Obras póstumas, 2ª parte – Minha iniciação no Espiritismo – O meu sucessor.

3) Ver O evangelho segundo o espiritismo – Introdução – item II – Autoridade da doutrina espírita.

(*) Artigo extraído de Dirigente Espírita. edição de setembro-outubro de 2024 (copie e cole): https://usesp.org.br/wp-content/uploads/2024/09/reDE-202-Set-Out-2024.pdf

Várias palestras e registros de experiências no Encontro Nacional dos NEPEs

Várias palestras e registros de experiências no Encontro Nacional dos NEPEs

             

Com mais de três centenas de participantes, oriundos de diversos Estados, ocorreu o Encontro Nacional dos NEPEs, em Brasília, nos dias 20 a 22 de setembro, promovido pela rede virtual NEPE Brasil (coordenado por Cris Mascarenhas, de Recife). O Encontro teve como objetivo promover a confraternização dos participantes do Brasil e demais países onde foram implantados Núcleos de Estudo e Pesquisa do Evangelho (NEPEs), com o tema central “Por muito se amarem”.

Num ambiente fraterno e de intercâmbio ocorreram relatos de experiências e reflexões em torno do ensino do Cristo, à luz do Espiritismo. O evento foi iniciado na noite do dia 20, com palestra de Cesar Perri sobre “160 anos de O Evangelho segundo o Espiritsmo: elaboração, lançamento e repercussões”. Em seguida o expositor autografou os livros de sua autoria, principalmente o recente Evangelho com simplicidade (Ed. O Clarim).

Durante os dias 21 e 22 de setembro aconteceram momentos de arte, exposições, autógrafos em livros dos expositores, mesas redondas e interações entre todos os participantes, com vários convidados: Aluízio Elias, Álvaro Mordechai, Aluízio Elias, Arthur Valadares, Cris Mascarenhas, Filipe Pereira, Gustavo Silveira, Haroldo Dutra Dias (a distância, por live), Hemerson Xaxá, Jefferson Vasques, João Alves, Jonas Poli, Saulo Silva, Wagner Gomes Paixão. No último bloco houve uma apresentação participativa de coordenadores de NEPEs desenvolvendo interpretações da parábola do bom samaritano, com direção de Cris Mascarenhas.

O Encontro foi realizado no Grêmio Espírita Atualpa Barbosa Lima – Avenida L2 Sul, em Brasília (DF), inclusive com refeições coletivas, e contando com um grande número de colaboradores. Houve transmissão ao vivo pela RAETV e várias parcerias. As gravações das palestras podem ser acessadas pela RAETV no You Tube.

Acesse a palestra de abertura pelo link:

Evangelho com simplicidade em Centro de Brasília

Evangelho com simplicidade em Centro de Brasília

O Grupo Espírita Recanto de Maria (REMA), contou com palestra pública de Cesar Perri (de São Paulo), na noite do dia 19/09 (5a feira). O expositor desenvolveu o tema “Evangelho com simplicidade”, conteúdo de seu livro ali lançado, edição da Casa Editora O Clarim. Presentes os dirigentes do Grupo. Em seguida ocorreram os autógrafos nessa e outras obras do autor. O REMA funciona no Lago Sul e está prestes a completar 50 anos, fundado pela médium Irene Pacheco Machado (1936-2018).

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Dirigente destaca seus 35 anos, política, família e Kardec

Dirigente destaca seus 35 anos, política, família e Kardec

A revista digital Dirigente Espírita, órgão da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, já está em circulação, edição de setembro-outubro de 2024. A presidente da USE-SP Júlia Nezu destaca: “transcorridos 35 anos desde sua implementação, a agora revista digital Dirigente Espírita continua com o mesmo objetivo de levar informação e formação aos dirigentes de centros espíritas e de órgãos de unificação. Antonio Cesar Perri de Carvalho, o presidente daquela DE de 1990, apresenta as ideias envolvendo o novo veículo da USE-SP.

A edição também comemora os 76 anos de realização do Congresso Brasileiro de Unificação Espírita, que aconteceu de 31 de outubro a 5 de novembro de 1948. Seguem artigos em homenagem ao nascimento de Kardec em 1804 e ao seu trabalho na codificação do espiritismo. Também artigo de Wilson Garcia constante da primeira edição de Dirigente Espírita, sobre eleições, que ainda continua válido; textos dos departamentos na seção Circuito Aberto e os painéis do movimento espírita.

A USE reforça anualmente a “Campanha da Família – fortaleça mais esse laço”, pois a família é a base para a estabilidade emocional e equilíbrio espiritual de seus membros e, principalmente, dos filhos ainda menores”.

Acesse a edição pelo link (copie e cole): https://usesp.org.br/wp-content/uploads/2024/09/reDE-202-Set-Out-2024.pdf

Os tempos do Consolador

Os tempos do Consolador

  

No estudo virtual do livro “Emmanuel” (psicografado por Chico Xavier), no dia 24 de setembro, foi analisado o Capítulo XXVI – Os tempos do Consolador. Emmanuel inicia com a frase: “A permissão de Deus para que nos manifestássemos ostensivamente, entre os agrupamentos dos nossos irmãos encarnados, chegou, justamente, a seu tempo…”. Cesar Perri fez a exposição complementando com citações de obras de Kardec sobre o tema. No final, ocorreram diálogos dos participantes. A reunião foi coordenada por Pedro Nakano. Essa programação promovida pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo-CCDPE (São Paulo), é coordenada por Perri e se desenvolve às terças-feiras, às 20h.

Inscrições pelo link (copie e cole): bit.ly/CCDPE-Trajetoria

Semana do Livro e temas sobre Família

Semana do Livro e temas sobre Família

O Grupo Espírita Casa do Caminho, São Paulo, promoverá a Semana do Livro, realizando uma feira do livro em sua sede, e, ao mesmo tempo realizará palestras públicas diurnas e noturnas de 30 de setembro a 06 de outubro com o tema central "A família na visão espírita". Os expositores integram sua equipe de colaboradores. Sede do Grupo: Rua Estado de Israel, 59 – Vila Clementino, Capital.

As casas espíritas não se envolvem em política partidária

As casas espíritas não se envolvem em política partidária

Wilson Garcia – Publicado no jornal Dirigente Espírita, setembro/outubro de 1990.

É, pois, necessária a união da inteligência e da moralidade para haver legítima preponderância, a que a massa se submeterá, confiada em suas luzes. Esta será a última aristocracia, sinal do advento do reino do bem na terra. Esta previsão é de Allan Kardec e está contida em Obras póstumas.

Apesar de haver mais de um século que foi feita, pode-se notar que a oportunidade do brasileiro ser dirigido por uma aristocracia intelecto-moral, resultado da união da inteligência com a moralidade, como o quis o Codificador, está ainda bastante distante.

Desejar estar sob a direção de homens inteligentes e moralizados é ainda um sonho nos nossos dias.

No entanto, as eleições estão aí. A cada dois anos os cidadãos deste País se encontram diante da oportunidade de votar e renovar, manter, modificar, fortalecer ou excluir políticos.

E o que tem a ver o espírita com isso? E a casa espírita, como se porta nestes instantes graves? Ambos, diríamos, com naturalidade e participação, guardados os limites de cada um. Para que serve o cidadão espírita, se não for para participar ativamente da sociedade e ajudar a transformá-la para melhor? Ora, o espiritismo não cria parasitas, homens inertes, para que portem alheios ao que se passa em seu redor. Pelo contrário, a Doutrina Espírita os quer participativos, integrados ao meio, agentes do bem social. Assim sendo, sua ação neste momento em que o povo deve ir às urnas é tão necessária quanto a de qualquer outro cidadão. O que se espera de um cidadão espírita é um comportamento diferenciado, onde prepondere a inteligência e a moral, seja ele um cidadão comum seja um candidato a cargo público. No momento do voto, pela inteligência saberá discernir entre os enganadores e interesseiros e os políticos sérios, bem intencionados e corajosos o bastante para pôr em prática seus projetos.

Se candidato, seu comportamento será o de um homem que conhece seus limites, que não faz promessas vãs, impossíveis. Mas, que, conhecendo a realidade social e sem interesses outros; que não sejam trabalhar para o povo, se coloca à disposição para ocupar os cargos a que se candidata.

A presença da casa espírita neste contexto é, de certa forma, um pouco diferente. Os seus horizontes lhe indicam que deve participar, de um lado, e ter cautela, de outro. Participar através de orientação clara, segura, aos seus frequentadores, de modo a oferecer-lhes condições de raciocinar sobre as questões políticas e poder decidir. Não se trata de mandar votar neste ou naquele, isto é óbvio, mas de ensinar a usar a razão para votar bem e certo, de acordo com a consciência. A cautela advém de determinados “perigos”. E dois deles se apresentam como os mais próximos: o uso da casa; espírita como palanque e o engajamento político-partidário. Ambos inadmissíveis. Mas que não se confundam as coisas. Cautela não é proibição pura e simples da abordagem de assuntos políticos, mesmo porque quando a proibição impera, impera também a irresponsabilidade, a fuga do compromisso de orientar e bem o frequentador. Cautela é uma ação equilibrada que impede o estabelecimento de compromissos inconvenientes.

Muitos políticos e até falsos espíritas vão atrás das casas espíritas para obter seu apoio, muitas vezes em troca de favores, com a promessa de conseguir terrenos, prédios públicos e outros. A única coisa que exigem é que a casa lhes abra as portas para que eles exponham aos frequentadores o seu pensamento. Em primeiro lugar, ninguém pode garantir o cumprimento dessas promessas de campanha; em segundo lugar, tal atitude é totalmente imoral. Dar guarida a este tipo de candidato é contribuir para a manutenção do status quo, da política de interesses particulares, em detrimento da vinda da aristocracia intelecto-moral preconizada por Kardec.

Por outro lado, há que separar a participação de certos dirigentes, que, tendo em vista sua presença – muito justa – em determinados partidos políticos, muitas vezes confundem as coisas e querem transformar o seu centro espírita numa extensão do partido. Nem uma coisa nem outra pode acontecer, ou seja, nem o partido político pode ser transformado em centro espírita nem o centro em partido. Cada um tem sua função. Cada cidadão espírita tem o direito de agir socialmente da forma como lhe convier e de se filiar ao partido do seu interesse. Caso queira e isto é até aconselhável quando possui vocação – pode se candidatar aos cargos públicos. Mesmo porque, se souber se comportar como ensina o espiritismo, muito terá para ajudar a melhorar as nossas instituições políticas. Só não pode e não deve é usar o movimento espírita para alcançar objetivos políticos.

A ação política séria não acena com favores. Em sã consciência, ninguém vota em determinado político na esperança de obter dele favores pessoais. Esse tipo de política só interessa aos grupos dominadores, que não se importam com as condições miseráveis em que vive o nosso povo. Expressa, quando acontece, o egoísmo particular. É condenável em nível de pensamento espírita. A união de casas espíritas com partidos políticos traz graves desvios. Em primeiro lugar, para levar para dentro da casa a discussão em torno de interesses políticos, com a intenção de alguns de dominar o voto de outros. Isto gera a eliminação da liberdade de opção que cada pessoa possui. A tendência será de criação de um clima de confusão totalmente prejudicial aos desígnios maiores da casa.

Por isto mesmo a casa espírita é apartidária. A política ali pode sevir de estudo como tema amplo, geral, sem entrar no mérito dos interesses classistas, de grupos como meio de forçar a que todos tenham visão única das coisas. Como a política faz parte da vida do cidadão e da sociedade, consequentemente, dever ser preocupação de tantos quantos se dedicam a criar a sociedade justa e de paz. E entre eles se encontra a casa espírita.

A questão, portanto, parece clara. Espiritismo e política partidária são coisas que não se misturam. Espiritismo e política, esta no seu sentido amplo, são temas que se tocam e influenciam. É bom pensar.

Transcrito de: Dirigente Espírita. USE-SP. Setembro-Outubro de 2024. Acesse pelo link (copie e cole): https://usesp.org.br/wp-content/uploads/2024/09/reDE-202-Set-Out-2024.pdf