SEDE VÓS PERFEITOS, COMO É PERFEITO O VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS. (Mat., 5:48). Bíblia: Versão Almeida Revista e Corrigida.
Célia Maria Rey de Carvalho
I – SEDE VÓS PERFEITOS COMO É PERFEITO VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS.
O Vosso delimita um ponto de vista específico “NOSSO”, de como entendemos e sentimos Deus em sua perfeição. Jesus, como espírito puro, O entendia e O sentia de outra maneira.
A evolução desse pensamento e sentimento pode ser observada desde os registros de O Antigo Testamento.
As representações de Deus contidas em O Antigo Testamento apontam que Deus devia ser temido: (Dt. 10:20); (6). Que era o Senhor dos exército, vingativo: (2SM. 7:26.) (6)
Já no Novo Testamento Jesus falou sob nova ótica, expressando o seu relacionamento com Deus - MEU PAI: (Mt. 11:27) (6). A relação dos discípulos com Deus – VOSSO PAI (refere-se a situações ou coisas que os homens reconhecem): (Mat. 6: 2 a 4.) (6). Também ensinou que Deus é a personificação do amor: (I Jo. 4:8) (6); da bondade: (Sl. 52:1 – 2); (6); da misericórdia: (Lc. 6-36) (6); da justiça: (Mt. 6-33). (6)
Entendendo e sentindo Deus como nosso Pai soberanamente justo e bom, como devemos proceder para atingirmos a perfeição. Segundo Jesus: “‘Em amarmos os nossos inimigos, em fazermos o bem aos que nos odeiam, em orarmos pelos que nos perseguem.’ Mostra Ele desse modo que a essência da perfeição é a caridade na sua mais ampla acepção, porque implica a prática de todas as outras virtudes.” […](2)
A caridade, sendo a mãe das virtudes, segundo Jesus é a "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas."(1)
O Espiritismo, como O Consolador prometido por Jesus, vem em nosso auxílio no entendimento das máximas morais do Cristo. Mas, somente quando […] “bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, […] leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.” (3).
O Espiritismo, contribuindo para maior clareza em relação ao sentido da verdadeira caridade, elenca as características de O homem de bem. (3)
A espiritualidade vem ao nosso encontro assinalando que a […] “perfeição é um processo que não temos condição de admitir um ponto final. É constante, crescente e eterno. Como ponto de referência, Jesus apresenta o Criador, Deus pai. A cada novo olhar novas aprendizagens rumo à perfeição. É a perfeição segundo a imagem de Cristo, de participação na Divindade”. Ainda segundo Emmanuel estamos […] “presentemente mais distantes da perfeição que o verme da estrela. Ainda assim, Jesus formularia semelhante apelo se estivesse ele enquadrado no labirinto inextricável do ‘impossível’”? (9)
É uma caminhada difícil, mas sozinhos nada conseguiremos, pois […] “conseguir a soma que o progresso […] lhe pode proporcionar, verificará [o homem] que não está completa a sua felicidade. Reconhecerá ser esta impossível, sem a segurança nas relações sociais,” […] (2)
Além da imprescindível necessidade do conviver, Emmanuel (8), nos alerta que […] “Todas as reformas sociais, necessárias em vossos tempos de indecisão espiritual, têm de processar-se sobre a base do Evangelho, […] pela educação. Continuando, pondera que […] há necessidade de iniciar-se o esforço de regeneração em cada indivíduo, dentro do Evangelho, com a tarefa nem sempre amena da auto educação. Evangelizado o indivíduo, evangeliza-se a família; regenerada esta, a sociedade estará a caminho de sua purificação, reabilitando-se simultaneamente a vida do mundo.” Essa é a base sólida que deve nortear as relações de convivência.
Além de sua função consoladora, o Evangelho de Jesus, acima de tudo, é um roteiro de trabalho. “Em sua expressão total, é um vasto caminho ascensional, cujo fim não podemos atingir, legitimamente, sem conhecimento e aplicação dos detalhes. […] A mensagem do Cristo precisa ser conhecida, meditada, sentida e vivida.” (10)
Complementando os esclarecimentos necessários a essa caminhada, Emmanuel nos assevera que […] Ao apelo do divino Mestre de sermos perfeitos com o Pai celestial, é preciso que evitemos a indesejável resposta da aflição. Precisamos de serenidade e diligência para desintegrar, pouco a pouco, todo o acervo de sombras que ainda trazemos em nosso espírito, ao preço de nossa própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos. (7)
BIBLIOGRAFIA
- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 886.
- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Conclusão, item IV.
- KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII – Sede Perfeitos.
- ABREU, Honório Onofre. Luz Imperecível. Estudo Interpretativo do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita. União Espírita Mineira, 6ª edição, 2009.
- Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
- Concordância Bíblica. Sociedade Bíblica do Brasil.
- XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Bondade. Revista Reformador, março de 1957, p. 69. Federação Espírita Brasileira.
- XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel, pelo Espírito Emmanuel, Cap. 35, Educação Evangélica. Federação Espírita Brasileira, 28ª ed. 2013.
- XAVIER, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Teus Encargos. Revista Reformador, março de 1970, p.50. Federação Espírita Brasileira.
- XAVIER, Francisco Cândido. Renúncia, pelo Espírito Emmanuel, Segunda Parte, cap. III. Federação Espírita Brasil eira, 1ª ed. Especial, 2002.
Contribuição, como expositora, para o tema “O Evangelho e seu significado na evolução” I Colóquio Bahia-Mundo de Espiritismo – XVI Congresso Espírita da Bahia (2015) |