AS SENTINELAS DA LUZ DO SANTUÁRIO

A tempestade avizinha-se nos horizontes políticos e sociais do mundo inteiro. Todas as vozes falam de um perigo iminente e todos os corações sentem algo de estranho no ar que respiram.

Fala-se no coletivismo, recolhendo-se cada qual no exclusivismo feroz, e fala-se de nacionalismo e de pátria, dentro do mesmo conceito de egoísmo e de isolamento. Esses extremismos caracterizam um período de profunda decadência nos costumes sociais e políticos desta época de transições.

Apesar, porém, de sua complexidade, esse fenômeno pode ser definido como a angústia generalizada do homem, nas vésperas de abandonar a sua crisálida de cidadão.

Todos os acontecimentos que abalam o planeta, espalhando nos seus recantos mais remotos uma onda revolucionária e regeneradora, significam o trabalho intenso e difícil da laboriosa gestação do novo organismo de leis pelo qual se regerão, mais tarde, os institutos terrenos.

Ditadores e extremismos são expressões transitórias dessa fase de experiências dolorosas porque a verdade é que o cidadão da pátria será substituído pelo homem fraterno, irmão dos seus semelhantes e compenetrado dos seus deveres de amor. Muitas dores implicam, por certo, nessa transformação das fórmulas patrióticas da atualidade, mas as democracias avançadas guardam, na sua estrutura, as sementes desse luminoso porvir.

Todavia, se falamos com respeito a esse assunto, é para dizermos aos nossos Irmãos Espiritualistas que eles são as sentinelas da Luz do Santuário, à maneira dos antigos heróis que guardavam as primícias do fogo sagrado.

Na hora das sombras, quando a subversão ameaçar o planeta, compete-lhes fornecer o testemunho de sua fé, como um penhor de segurança para as gerações do futuro.

A tarefa do Espiritismo está, portanto, adstrita à realização do homem interior, dentro de um novo conceito de fraternidade.

Fora desses princípios, as atividades de cada qual serão como folhas volantes, dentro do seu caráter dispersivo, porque todo o nosso esforço está enquadrado no “amarmo-nos uns aos outros” e é essa fórmula que deverá representar a bússola das atividades dos espiritualistas sinceros, os quais, com os seus abençoados sacrifícios, serão os “engenheiros sociais” dos tempos do porvir.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Esperança e Luz. Lição nº 03. São Paulo: Ed. CEU)

 

 

Tela: Reunião do Grupo Meimei, com Chico Xavier

Hilda Tavares e Chico

A educadora D. Hilda Mussa Tavares, sentou nesta mesa em 1954, para participar das reuniões mediúnicas com Chico Xavier no Grupo Espírita Meimei, em Pedro Leopoldo, MG. Ela está ao lado do seu esposo, o escritor e palestrante espírita Prof. Clóvis Tavares, neste óleo sobre tela da Exposição Chico Xavier. (Do facebook – Oceano Vieira de Melo). Oceano montou exposição durante visita à Escola Jesus Cristo, em Campos (RJ). do lado direito de Chico está Arnaldo Rocha, que gravou as reuniões, e foi organizador dos livros "Instruções Psicofônicas" e "Vozes do Grande Além" (FEB). Informações: oceano.vieira@dvdversatil.com.br

Teatro: “Paulo de Tarso” no Teatro Coliseu – Santos, SP

Peça Paulo de Tarso

No próximo dia 19 de julho às 19 horas o público santista terá a oportunidade de assistir mais um monumental espetáculo no Teatro Coliseu. Os ingressos encontram-se a venda na bilheteria do Teatro (rua Amador Bueno com Praça José Bonifácio, em Santos. Trata de “Paulo de Tarso”, com base no livro “Paulo e Estevão” psicografado por Chico Xavier. O espetáculo com a direção de Caique Assunção e um grande elenco e levado ao palco  por grandioso elenco vindo diretamente do Rio de Janeiro, numa grande produção com luzes, som e figurinos da época. Maiores informações pelo telefone (13) 99 760 1865.  

Juventude espírita: antecedentes históricos e primeiros tempos

Juventude-RIE

As iniciativas pioneiras do movimento jovem, que conquistou expressão e abrangência nacional.

Antonio Cesar Perri de Carvalho

De tempos imemoriais há registros de ações e admoestações vinculadas à etapa juvenil assinalados por filósofos, historiadores e evangelistas. 1

Entre os apóstolos diretos e indiretos do Cristo havia jovens, como João, o evangelista, como também relacionados com Paulo de Tarso. Um dos personagens que deu nome ao romance Paulo e Estêvão, este último foi o primeiro mártir do Cristianismo com aproximadamente com anos e atuava como expositor da Boa Nova. Em Portugal, o culto a “Santo” Estêvão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-os-Montes, como uma “padroeiro”. João Marcos e Timóteo atuaram junto a Paulo, em momentos diferentes. Marcos veio a ser um dos evangelistas e o “apóstolo da gentilidade” dedicou duas de suas epístolas são dirigidas a Timóteo.

Na história da igreja, há vários jovens com atuação histórica, como Joana D’Arc e Luiz Gonzaga. Este último “santo” viveu apenas 23 anos e é considerado “padroeiro da juventude e dos estudantes”. Seu nome denomina muitas escolas católicas e o centro espírita fundado por Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. Nos albores do “novo espiritualismo”, um médium começa a atuar com 18 anos, Andrew Jackson Davis, nos Estados Unidos, e descreve uma colônia espiritual -“Summerland” – com jovens.

No início da elaboração das obras da Codificação, Allan Kardec contou com médiuns jovens como Ruth Celine Japhet e as irmãs Caroline e Julie Baudin. Contemporâneos e seguidores de Kardec tiveram papel destacado desde a juventude: Camille Flammarion, Gabriel Delanne e Léon Denis. Nas primeiras décadas do Movimento Espírita brasileiro houve histórica atuação de jovens como o vice-presidente e presidente da FEB Leopoldo Cirne, Eurípedes Barsanulfo e Francisco Cândido Xavier.

Na mesma época em que o médium de Pedro Leopoldo, com 22 anos de idade, tinha sua obra Parnaso de Além Túmulo lançada pela FEB, surgiam as primeiras mocidades espíritas, em geral autônomas: 1930 – Mocidade Espírita de Bebedouro (SP); 1932 – União da Juventude Espírita do C. E. Maria de Nazaré, Santana, São Paulo (SP); 1932 – Sociedade de Moças “Pioneiras Sociais” – Presidente Soares (MG); 1933 – Mocidade Espírita de Araçatuba (SP); 1934 – Associação dos Moços Espíritas de Santos (SP); 1936 – Juventude Espírita Amaral Ornellas, Rio de Janeiro (RJ); 1936 – Mocidade Espírita de Nova Iguaçu (RJ); 1937 – União das Mocidades Espíritas de São Paulo (UMESP), São Paulo (SP); 1937 – Mocidade Espírita Bezerra de Menezes, de Três Rios (RJ); 1940 – União da Mocidade Espírita de Uberaba (MG).2,3,4,5

 Em nossa terra natal – Araçatuba (SP) – na passagem dos anos 1930/40, Ivan de Albuquerque viveu uma parte de sua juventude e manteve amizade com familiares nossos. Lá fundou um núcleo juvenil no Centro Espírita “Cairbar Schutel”.

Na década de 1940 surge o profícuo trabalho de Leopoldo Machado com a chama “Cruzada do Espiritismo de Vivos”, tendo como propostas: abertura dos Centros Espíritas para a sociedade; criação de Mocidades Espíritas e de Escolas de Moral Cristã. Nesse período foram criados: a União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal (31/8/1947), formada por 11 Mocidades Espíritas do Rio de Janeiro; a Mocidade Espírita Cairbar Schutel, de Matão- SP (16/09/1947); o Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas do Brasil (24/7/1948). Este último relacionado com o 1º. Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil (17 a 25/7/1948) efetivado na cidade do Rio de Janeiro, liderado pelo incansável líder Leopoldo Machado.

O ano de 1948 registra importantes fatos: surgiu a Concentração de Mocidades Espíritas do Brasil Central e Estado de São Paulo – COMBESP, reunindo jovens de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e depois o Distrito Federal (Brasília). Este certame foi um celeiro de formação de expositores e lideranças.2,3 Entre outubro e novembro, o Congresso Brasileiro de Unificação, em São Paulo, contando com adesão de lideranças adultas e jovens de Estados do Sul e do Sudeste do país. Os dois últimos eventos alimentaram propostas que geraram o “Pacto Áureo”, assinado com a FEB, em 1949, quando foi criado o Conselho Federativo Nacional da FEB.3 Logo depois houve o Ato de Unificação das Mocidades Espíritas do Brasil (13/11/1949). Em decorrência, esta data foi comemorada durante muitos anos como o “dia do moço espírita”, e, a criação do Departamento de Juventude da FEB (2/12/1949). Em janeiro de 1950 nasceu o jornal Brasil Espírita, de responsabilidade desse Departamento da FEB.

Em 1956, surgiu o primeiro evento regional do Estado de São Paulo, a “Concentração de Mocidades Espíritas da Noroeste do Estado de São Paulo” (COMENOESP), e logo depois das regiões Nordeste, Leste e Capital do mesmo Estado. Sob os auspícios dos Conselhos Regionais da região do Triângulo Mineiro surgiu em 1964 a COMETRIM – Confraternização de Mocidades Espíritas do Triângulo Mineiro.6 Depois, por sugestão de Chico Xavier passou incluir também os adultos e inclui mais um “M” na sigla: “[…] acreditamos que as reuniões e confraternizações de Mocidades Espíritas – que a nosso ver deveriam ser também acompanhadas de reuniões e confraternizações de adultos espíritas, é trabalho de muito valor…”7. Pouco antes, o CFN da FEB, em eventos regionais iniciava a discussão sobre temas do Movimento Espírita. Em 1962, o Simpósio Centro-Sulino, realizado em Curitiba, aprovou deliberações significativas para as Mocidades Espíritas.8,9 Com base neste documento recomendou-se a suspensão da COMBESP, encerrada na mesma cidade onde surgiu: Barretos (SP), em 1966, estimulando-se a promoção de eventos estaduais, pelas Entidades Federativas Estaduais. Outra recomendação é que as Mocidades e Juventudes Espíritas se transformassem ou fossem criadas como departamentos de centros espíritas.  Durante muito tempo poucos conclaves foram concretizados neste novo modelo, como a Confraternização de Mocidades e Juventudes Espíritas do Estado de São Paulo, iniciada em 19673 e mantida até nossos dias. Os eventos estaduais surgiram após as recomendações do 1º. Simpósio Centro Sulino, promovido pelo CFN da FEB, no ano de 1962, e houve a cessação das COMBESPs. Assim surgiu, por exemplo, a 1ª. Confraternização de Mocidades e Juventudes Espíritas do Estado de São Paulo (1967).

O entusiasmo juvenil gerou a formação de grupos, inicialmente autônomos e depois como departamentos de instituições espíritas. O movimento jovem conquistou expressão, com abrangência nacional. Daí a razão da efetivação da 1ª. Confraternização de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil – COMJEB, realizada em Marília (SP), em 1965, contando com o apoio da FEB10.

Ainda no final dos anos 1960, o Departamento de Mocidades da USE-SP promoveu Cursos Intensivos para a Preparação de Dirigentes de Mocidades Espíritas, liderado por equipes principalmente das cidades de Lins e de Bauru.11

Como partícipe das ações jovens no Estado de São Paulo, nos anos 1960, vivemos momentos importantes e históricos relacionados com a juventude espírita do Estado de São Paulo e do país, e, fundamos a Mocidade Espírita Irma Ragazzi Martins, em Araçatuba, em 1964. Entre as lideranças que conhecemos na época, está Altivo Ferreira que atuou na juventude na passagem dos anos 1930/40 e durante a década de 1940, e que nos enriqueceu com algumas informações.5

Referências:

1) Perri de Carvalho, Antonio Cesar. Jovens no movimento espírita. Reformador. Ano 131, No.2.214, setembro de 2013, p. 326-328.

2) Perri de Carvalho, Antonio Cesar. Abordagem sobre a juventude. In: Autores diversos, Rumos para uma nova sociedade. São Paulo: Ed. USE. 1996. p.145-155.

3) Idem, Espiritismo e modernidade. São Paulo: Ed. USE. 1996. p.65-66.

4) Oliva Filho, Apolo. As realizações juvenis espíritas, Anuário Espírita 1967, Araras: IDE. p. 95-97.

5) Ferreira, Altivo. Registro de informações pessoais ao articulista, 2013.

6) Cometrim: uma experiência no campo da unificação. Anuário Espírita 1966. Araras: IDE. p. 148-151.

7) Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Entrevistas. Araras: IDE, 1972. p.112-114.

8) 1º Simpósio Espírita Centro-Sulino. Unificação. Órgão da USE. Abril de 1963. p. 5-6.

9) Conselho Federativo Nacional. Reformador. Ano 80. No.9. Setembro de 1962. p.202.

10 ) I COMJEB – Acontecimento espírita do ano. Anuário Espírita 1967, Araras: IDE. p.172-175.

11) II Curso Intensivo para a Preparação de Dirigentes de Mocidades Espíritas  Anuário Espírita 1970, Araras: IDE. p.231.

Obs.: O autor solicita de quem os possuir, informações sobre dados dos anos 1930/1950.

Publicada na Revista Internacional de Espiritismo, edição de julho de 2015, p.310-312.

Bichinhos

Declara-se você esgotado pelos conflitos internos da instituição espírita de que se fez devotado servidor, e revela-se faminto de uma solução para os problemas que lhe atormentam a antiga casa de fé.

Lutas entre companheiros e hostilidades constantes minaram o altar do templo, onde, muitas vezes, você observou a manifestação da Providência Divina, através de abnegados mensageiros da luz, e hoje, ao invés da fraternidade e da confiança, do entusiasmo e da alegria, imperam no santuário a discórdia e a dúvida, o desânimo e a tristeza.

Pede-nos você um esclarecimento, entretanto, a propósito do assunto, lembro-me de velha e valorosa árvore que conheci em minha primeira infância.

Verde e forte, assemelhava-se a uma catedral na obra prodigiosa da Natureza.

Cheia de ninhos, era o palácio predileto das aves canoras que, em suas frondes, trinavam felizes.

Tropeiros exaustos encontravam a sua sombra, que protegia cristalina fonte, o reconforto e a paz, o repouso e o abrigo.

Lenhadores, de quando em quando, furtavam-lhe pedaços vivos e peregrinos ingratos roubavam-lhe ramos preciosos para utilidades diversas.

Tempestades terríveis caíam sobre ela, anualmente, oprimindo-a e dilacerando-a, mas parecia refazer-se, sempre mais bela.

Coriscos alcançaram-na em muitas ocasiões, mas a árvore robusta ressurgia, sublime.

Ventanias furiosas, periodicamente, inclinavam-lhe a copa, decepando-lhe galhos vigorosos; a canícula demorada impunha-lhe pavorosa sede e a enxurrada costumava rodeá-la de pesados detritos…

O tronco, porém, sempre adornado de milhares e milhares de folhas seivosas, parecia inabalável e invencível.

Um dia, contudo, alguns bichinhos começaram a penetrá-la de modo imperceptível.

Ninguém lhes conferiria qualquer significação.

Microscópicos, incolores, quase inatingíveis, que mal poderiam trazer ao gigante do solo? Viajores e servos do campo não lhes identificaram a presença.

Mas os bichinhos multiplicaram-se, indefinidamente, invadiram as raízes e ganharam o coração da árvore vigorosa, devorando-o, pouco a pouco…

E o vegetal que superara as ameaças do céu e as tentações da Terra, em reduzido tempo, triste e emurchecido,transformava-se em lenho seco, destinado ao fogo.

Assim também, meu caro, são muitas das associações respeitáveis, quando não se acautelam contra os perigos, aparentemente sem importância.

São admiráveis na caridade e na resistência aos golpes do exterior.
Suportam, com heroísmo e serenidade, estranhas provações e contundentes pedradas.

Afrontam a calúnia e a maldade, a perseguição e o menosprezo público, dentro de inalterável paciência e indefinível força moral…

Irmão X

(Do Livro “Cartas e Crônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, Cap. 29, Edição FEB)

 

Livros de Chico Xavier em vários idiomas

 


capa_atencion   Livros em alemão-edicei       our daily bread - capa 

 

Livros psicografados por Francisco Cândido Xavier têm sido lançados em vários idiomas pela EDICEI (Editora do Conselho Espírita Internacional), em diversos países, tendo como ponto de apoio a EDICEI of America (Miami, EUA) e a EDICEI Europe (Wintenthur, Suíça). Recentemente, a edição em inglês de “Pão Nosso” (“Our Daily Bread”), traduzida por Darrel Kimble, foi premiada com medalha de Bronze na categoria de Literatura “Christian Thought” no “2015 Illumination Book Award” (EUA). A Editora Mensaje (Venezuela) em parceria com o IDE (SP), edita há mais de 35 anos livros traduzidos para o espanhol, do referido médium, realizando principalmente distribuição gratuita pela América Latina. Informações: www.intercei.com; www.ediceiofamerica.com; www.edicei.eu; www.mensajefraternal.org.br

NOS PASSOS DE KARDEC: Diretrizes para o estudo da Boa Nova extraídas de O evangelho segundo o espiritismo

Flávio Rey de Carvalho

Considerações preliminares

O evangelho segundo o espiritismo é o livro, entre os demais que integram o Pentateuco Kardequiano, que se dedica, especificamente, ao restabelecimento do verdadeiro sentido do ensino moral[1] que se encontra disseminado nas narrativas do Novo Testamento. Conforme foi explicado por Kardec,

[…] reunimos nesta obra os artigos que podem constituir, a bem dizer, um código de moral universal, sem distinção de culto. Nas citações, conservamos o que é útil ao desenvolvimento da ideia, suprimindo unicamente o que não dizia respeito ao assunto. […] as máximas foram agrupadas e classificadas metodicamente, segundo a natureza de cada uma, de modo que possam ser deduzidas umas das outras tanto quanto possível.[2]

Recentemente, durante a realização de um estudo[3] voltado à identificação dos excertos bíblicos que foram transcritos pelo Codificador – em meio às narrativas originais, ou seja, recorrendo-se “à classificação vulgar”[4] -, foi possível identificar cinco procedimentos de análise adotados por Kardec ao longo da obra em questão, consistindo no objeto deste artigo, a sumária exposição dos pontos que fundamentam essas diretrizes para o estudo da Boa Nova.[5]

(Trecho de artigo publicado em Reformador, edição de novembro de 2014, p.656-660)

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Acesse o artigo completo em arquivo pdf, clicando na imagem abaixo:

Nos passos de Kardec-Flávio-2014_Page_1

 

CHICO XAVIER E EVENTOS MARCANTES DE JULHO

Chico e Manoel Quintão-1938Chico Xavier e Manoel Quintão (1938)

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Na trajetória da vida de Chico Xavier, alguns eventos importantes transcorreram no mês de julho, e, principalmente no dia 8, todos na cidade de Pedro Leopoldo (MG).

Com dezessete anos de idade, recém conhecedor do Espiritismo, no dia 8 de julho de 1927, Chico Xavier fez sua primeira psicografia numa reunião pública do novel Centro Espírita Luiz Gonzaga. Atendendo a conselho da médium Carmem Pena Perácio dispôs-se a escrever e psicografou dezessete páginas assinadas por “um espírito amigo”.1

Cinco anos depois, depois do interesse e apoio de Inácio Bittencourt e de Manoel Quintão, a FEB lançou o primeiro livro mediúnico de Chico, no dia 8 de julho de 1932.1,2 Em entrevista, o médium destacou: “Não exagero afirmando que, dentre os amigos encarnados, devemos a Manoel Quintão o lançamento do Parnaso de além túmulo, em 1932”.1

No dia 8 de julho de 1941, o espírito Emmanuel conclui a elaboração de Paulo e Estêvão, assinando a apresentação do romance histórico.3 A obra foi psicografada ao longo de poucos meses, no ambiente simples e bucólico da Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo (MG). No ano seguinte, foi editada pela Federação Espírita Brasileira. Chico declarou que este romance e uma obra de Maria João de Deus foram as que mais o sensibilizaram durante a psicografia.1

Nos 10 anos iniciais de suas tarefas, Chico Xavier já se diferenciava e demonstrava características ímpares.

Em entrevista a Elias Barbosa, face à pergunta sobre “o método que Emmanuel tem seguido em seu desenvolvimento mediúnico”, Chico responde: “- Estudo e trabalho, com disciplina e dever cumprido”.1

As citadas efemérides nos ensejam reflexões sobre o importante período de consolidação dos labores mediúnicos de Chico Xavier nos ambientes simples da pequena cidade interiorana de Minas Gerais.

Repetimos que: “Em que pesem a importância e a significação do labor do médium ao longo de mais de sete décadas, as centenas de obras psicografadas, o reconhecimento e as homenagens de que foi e continua sendo alvo em nosso país, destacamos a concretude de seus exemplos de dedicação, simplicidade, humildade e amor ao próximo.”4

 

Fontes:

  1. Barbosa, Elias. No mundo de Chico Xavier. 2. ed. Araras: IDE. 1975. 166p.
  2. Xavier, Francisco Cândido. Parnaso de além túmulo. Palavras minhas. 19. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. P. 31-36.
  3. Xavier, Francisco C. Paulo e Estêvão. Pelo Espírito Emmanuel. ed. esp. Rio de Janeiro: FEB, 2002, Cap. Breve notícia, p.8-9.
  4. Carvalho, Antonio Cesar Perri. Chico Xavier – 13 anos depois. http://grupochicoxavier.com.br/chico-xavier-13-anos-depois/