Livros de Chico Xavier relacionados com o mês de julho

Livros de Chico Xavier relacionados com o mês de julho

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Interessante é que o mês de julho assinala alguns episódios históricos relacionados com a psicografia de Chico Xavier.

A começar pela sua primeira psicografia em Pedro Leopoldo (MG). Aos 17 anos de idade, poucos dias após fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, repentinamente, no dia 08 de julho de 1927, na reunião do novel Centro, Chico psicografa pela primeira vez, deixando todos atônitos. Mensagem assinada por um espírito amigo. Iniciava-se a profícua tarefa psicográfica de Chico Xavier.

Cinco anos depois, no dia 08 de julho de 1932, a Federação Espírita Brasileira lança sua primeira obra mediúnica: Parnaso de além túmulo. Esta foi um marco histórico e gerou impactos no meio espírita e no ambiente literário do país pelo fato de reunir poemas assinados por grandes poetas brasileiros e portugueses.

O orientador espiritual de Chico, Emmanuel, no dia 8 de julho de 1941, escreve a apresentação da monumental obra Paulo e Estêvão. Nesse texto de abertura do livro, considerado obra prima da psicografia do médium, o autor espiritual registra observações importantes que definem o objetivo da obra e oferecem rápida visão sobre a tarefa do apóstolo e do primeiro mártir do Cristianismo: “Nosso escopo essencial não poderia ser apenas rememorar passagens sublimes dos tempos apostólicos, e sim apresentar, antes de tudo, a figura do cooperador fiel, na sua legitima feição de homem transformado por Jesus Cristo e atento ao divino ministério. […] Paulo de Tarso foi um homem intrépido e sincero, caminhando entre as sombras do mundo, […] Sem Estêvão, não teríamos Paulo de Tarso”. O livro Paulo e Estêvão representa um registro histórico diferenciado, pois sua leitura oferece mentalmente uma visão cinematográfica.

Momento que presenciamos desde eventos prévios, aconteceu nos últimos dias de julho de 1983 com o lançamento em Uberaba do livro "…E o amor continua", contendo mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier e por Divaldo Pereira Franco. Nesse livro, editado pela LEAL, foram incluídas cartas familiares recebidas por ambos, em reuniões públicas no Grupo Espírita da Prece, em Uberaba.

Há poucos dias comentamos os 23 anos da desencarnação de Chico Xavier e fatos significativos que ocorrem como repercussão de seu exemplo de vida e de sua vasta literatura psicográfica.

Sem dúvida, além das respeitáveis homenagens que se sucedem, o mais importante é a valorização do profícuo conteúdo das obras que ele foi intermediário. Nessas obras, compreende-se claramente as abordagens relacionadas com as palavras chaves que sintetizem seu perfil e que alimentaram as divulgações sobre seu Centenário de nascimento, em 2010: espírito, saber, fé, caridade, amor!

Nossa sugestão é a leitura, estudo, valorização da literatura psicográfica de Chico Xavier.

(*) Autor do livro: Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. São Paulo: USE-SP e Capivari: EME. 2019. 223p.

Artigo sobre Divaldo na RIE e revista americana

Artigo sobre Divaldo na RIE e em revista americana

    

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Cinquenta dias após a desencarnação de Divaldo Pereira Franco tornam-se públicos os registros de nossas homenagens ao vulto.

Simultaneamente artigo nosso com algumas adequações, mas na essência valorizando o legado de Divaldo, foram publicados na Revista Internacional de Espiritismo1 (Casa Editora O Clarim) e em The Spiritist Magazine2 (editada por Spiritist Society of Virginia, EUA).

Em ambos destacamos a longa amizade que mantivemos com Divaldo, desde o ano de 1962, nos tempos de nossa atuação em Araçatuba (SP), passando pela União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, Federação Espírita Brasileira e Conselho Espírita Internacional. Em função das atividades dessas instituições presenciamos centenas de palestras dele em várias partes do Brasil e em diversos países.

Realçamos o valor das beneméritas atividades do Centro Espírita Caminho da Redenção e da Mansão do Caminho que visitamos inúmeras vezes, desde 1972 até novembro de 2024.

Sem dúvida, a profícua produção literária psicográfica, desde os iniciais do espírito Joanna de Ângelis a esclarecimentos doutrinários de Manoel Filomeno de Miranda.

Do artigo estampado pela RIE, realçamos matéria publicada pelo jornal O Clarim:

“A nosso ver, a presença mais significativa de Divaldo em Matão, e que tivemos oportunidade de presenciar, aconteceu nas comemorações do Centenário do jornal O Clarim, de 12 a 14 de agosto de 2005. Naquele evento histórico compareceram representantes de três países, 112 cidades de 14 Estados do país. Integraram a mesa de abertura do evento com palestra de Divaldo, dirigentes da Casa Editora O Clarim, de várias instituições paulistas, o presidente da FEB Nestor João Masotti e nós representando o Conselho Espírita Internacional”.

Na revista The Spiritist Magazine, acrescentamos sobre a disponibilidade de livros psicográficos disponíveis em vários idiomas, inclusive inglês.

Em ambos os artigos anotamos:

“Episódio interessante ocorreu na madrugada do dia 12 de maio, véspera da desencarnação de Divaldo. Tivemos um sonho muito nítido em que ele repentinamente surgiu com aspecto mais jovem e conversou alegre e rapidamente conosco em tom de gratidão pelo apoio que sempre dispensamos a ele. Ao despertarmos, relatamos à nossa esposa e de imediato ela comentou: “Ih, ele está mesmo partindo e se despedindo…” Em nossas lembranças há instantes proveitosos e alegres na convivência com Divaldo, desde os tempos de Araçatuba e em inúmeros locais do país e do exterior, momentos significativos e inspiradores para a prática espírita, estímulo ao bem e à paz! Nossas homenagens e gratidão ao marcante seareiro que retornou ao mundo espiritual!”

Referências:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. As influências marcantes do legado de Divaldo Pereira Franco. Revista internacional de espiritismo. Ano C. N.6. Julho de 2025. P. 269-271.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Gratitude and tribute to Divaldo Pereira Franco. The spiritist magazine. Vol. 17. N.70. Julho-setembro de 2025. P. 24-27.

Chico Xavier – Há 23 anos…

Chico Xavier – Há 23 anos…

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Há 23 anos, no dia 30 de junho de 2002 desencarnava Chico Xavier. Nesse período ocorreram várias repercussões relacionadas com a vida e obra do médium.

Há cinco palavras-chave que o caracterizam e que foram utilizadas durante as comemorações de seu Centenário de nascimento, em 2010: espírito, saber, fé, caridade e amor.

Durante estes anos, vários eventos e homenagens foram feitas ao médium , como: o nome na rodovia federal entre a divisão com o Estado de São Paulo e Uberlândia; tributo a Chico Xavier na ONU; comemorações em todo o país por ocasião do Centenário de seu nascimento no ano de 2010; filmes com seu nome e sobre suas obras com enorme frequência; homenagens no Congresso Espírita Mundial em Valencia (Espanha); homenagens no Congresso Nacional; a Medalha da Paz/Chico Xavier, do Governo do Estado de Minas Gerais; registro no Panteão da Pátria, da Liberdade e da Democracia Tancredo Neves; o título de “maior brasileiro de todos os tempos” pela TV SBT; designação de centros espíritas, praças e ruas, e, inúmeros eventos presenciais e virtuais focalizando sua vida e obra.

A marcante película “Chico Xavier – O Filme”, lançada aos 02 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou, baseado na biografia As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, com roteiro de Marcos Bernstein, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida. Na época, o filme alcançou a marca de mais de 3,5 milhões de espectadores nos cinemas. Seguiram-se filmes sobre obras do espírito André Luiz e sobre cartas familiares.

No dia 14 de outubro de 2022, cinemas de várias capitais e cidades do país começaram a exibir o documentário “Chico Para Sempre”. Um longa-metragem, com 2h20 de duração, dirigido por Wagner de Assis, da Cinética e com marcante participação do jornalista e colaborador no roteiro Marcel Souto Maior, autor de biografia do médium. Atualmente, todos os filmes sobre Chico Xavier e suas obras encontram-se disponíveis na internet, nos provedores dos chamados streamings.

Há muitas homenagens e reconhecimentos significativos, mas é cabível a análise sobre como a experiência de vida e a profícua obra psicográfica de Chico Xavier vem sendo valorizados no ambiente do movimento espírita.

Parece-nos pertinente recordarmos alguns aspectos sobre as linhas de pensamento desenvolvidas nas centenas de livros do médium. O conteúdo dos livros, que se concretizaram em ações, exemplos de vida de Chico Xavier, são fontes de inspiração e de roteiro para nossas trajetórias de vida.

Desde o ano de 2005, por iniciativa do Conselho Espírita Internacional e durante os dez anos consecutivos, foram traduzidos dezenas de obras do médium para diversos idiomas. Interessante que a Revue spirite, a Revista espírita fundada por Kardec (http://www.revue-spirite.org), trimestralmente editada na França, comenta o livro Pão nosso (de Emmanuel), e durante muito tempo, analisou as cartas familiares estudadas no livro A vida triunfa (pesquisa original de Paulo Rossi Severino). Também a revista The spiritist magazine (https://www.spiritistmagazine.org/), trimestralmente editada nos Estados Unidos, em todos os números traz artigos sobre obras do médium ou psicografias vertidas para o inglês.

Independentemente de se apreciar, participar ou não das festas carnavalescas, nelas surgem manifestações que são interpretadas como reconhecimentos populares. No desfile em 2023, a escola de samba Gaviões da Fiel, de São Paulo, apresentou enredo com componentes religiosos das mais diversas crenças, destacando as mais populares. Uma delas foi o espiritismo, contando com um carro alegórico homenageando Chico Xavier.

Recentemente, Vladimir Alexei ao analisar dados do Censo do IBGE de 2022, questiona se “seria coincidência a redução de espíritas no censo após o desencarne de Chico Xavier”. Considera que “Chico Xavier não apenas era um médium missionário, como também um aglutinador capaz de agregar pessoas de diversas crenças em torno dos ensinamentos do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita. […] Chico exalava um amor maduro. O perfume do carisma toca a face, o amor maduro do Chico penetra corações.” Assim, admite que “é preciso amadurecer o movimento de divulgação do Espiritismo de forma a conseguirmos colocar o archote para o alto e unir os pontos de luz para que haja harmonia na diversidade; respeito nas diferenças; e amor. Muito amor, que é o que o Evangelho de Jesus nos convida a sentir: o amor genuíno” (https://salakardec.blogspot.com/2025/06/seria-coincidencia-reducao-de-espiritas.html).

A nosso ver, em que pese o valor das homenagens e reconhecimentos públicos, a maior e continuada homenagem que devemos propugnar será o aproveitamento dos exemplos da experiência de vida, o profícuo e profundo conteúdo das obras psicográficas de Chico Xavier e sua fidelidade a Jesus e a Kardec.

Aos 23 anos após a partida espiritual de Chico Xavier, a nossa sugestão é que seja divulgada e valorizada a literatura psicográfica do notável médium, que foi um autêntico “divisor de águas” na trajetória do Espiritismo no Brasil.

(*) Autor do livro: Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. São Paulo: USE-SP e Capivari: EME. 2019. 223p.

DE: https://grupochicoxavier.com.br/chico-xavier-ha-23-anos/

Chico Xavier – Há 23 anos…

Chico Xavier – Há 23 anos…

     

Antonio Cesar Perri de Carvalho (*)

Há 23 anos, no dia 30 de junho de 2002 desencarnava Chico Xavier.

Nesse período ocorreram várias repercussões relacionadas com a vida e obra do médium.

Há cinco palavras-chave que o caracterizam e que foram utilizadas durante as comemorações de seu Centenário de nascimento, em 2010: espírito, saber, fé, caridade e amor.

Durante estes anos, vários eventos e homenagens foram feitas ao médium , como: o nome na rodovia federal entre a divisão com o Estado de São Paulo e Uberlândia; tributo a Chico Xavier na ONU; comemorações em todo o país por ocasião do Centenário de seu nascimento no ano de 2010; filmes com seu nome e sobre suas obras com enorme frequência; homenagens no Congresso Espírita Mundial em Valencia (Espanha); homenagens no Congresso Nacional; registro no Panteão da Pátria, da Liberdade e da Democracia Tancredo Neves; o título de “maior brasileiro de todos os tempos” pela TV SBT; designação de centros espíritas, praças e ruas, e, inúmeros eventos presenciais e virtuais focalizando sua vida e obra.

A marcante película “Chico Xavier – O Filme”, lançada aos 02 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou, baseado na biografia As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, com roteiro de Marcos Bernstein, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida. Na época, o filme alcançou a marca de mais de 3,5 milhões de espectadores nos cinemas.

Seguiram-se filmes sobre obras do espírito André Luiz e sobre cartas familiares.

No dia 14 de outubro de 2022, cinemas de várias capitais e cidades do país começaram a exibir o documentário “Chico Para Sempre”. Um longa-metragem, com 2h20 de duração, dirigido por Wagner de Assis, da Cinética e com marcante participação do jornalista e colaborador no roteiro Marcel Souto Maior, autor de biografia do médium.

Atualmente, todos os filmes sobre Chico Xavier e suas obras encontram-se disponíveis na internet, nos provedores dos chamados streamings.

Há muitas homenagens e reconhecimentos significativos, mas é cabível a análise sobre como a experiência de vida e a profícua obra psicográfica de Chico Xavier vem sendo valorizados no ambiente do movimento espírita.

Parece-nos pertinente recordarmos alguns aspectos sobre as linhas de pensamento desenvolvidas nas centenas de livros do médium. O conteúdo dos livros, que se concretizaram em ações, exemplos de vida de Chico Xavier, são fontes de inspiração e de roteiro para nossas trajetórias de vida.

Desde o ano de 2005, por iniciativa do Conselho Espírita Internacional e durante os dez anos consecutivos, foram traduzidos dezenas de obras do médium para diversos idiomas.

Interessante que a Revue spirite, a Revista espírita fundada por Kardec (http://www.revue-spirite.org), trimestralmente editada na França, comenta o livro Pão nosso (de Emmanuel), e durante muito tempo, analisou as cartas familiares estudadas no livro A vida triunfa (pesquisa original de Paulo Rossi Severino).

Também a revista The spiritist magazine (https://www.spiritistmagazine.org/), trimestralmente editada nos Estados Unidos, em todos os números traz artigos sobre obras do médium ou psicografias vertidas para o inglês.

Independentemente de se apreciar, participar ou não das festas carnavalescas, nelas surgem manifestações que são interpretadas como reconhecimentos populares. No desfile em 2023, a escola de samba Gaviões da Fiel, de São Paulo, apresentou enredo com componentes religiosos das mais diversas crenças, destacando as mais populares. Uma delas foi o espiritismo, contando com um carro alegórico homenageando Chico Xavier.

Recentemente, Vladimir Alexei ao analisar dados do Censo do IBGE de 2022, questiona se “seria coincidência a redução de espíritas no censo após o desencarne de Chico Xavier”. Considera que “Chico Xavier não apenas era um médium missionário, como também um aglutinador capaz de agregar pessoas de diversas crenças em torno dos ensinamentos do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita. […] Chico exalava um amor maduro. O perfume do carisma toca a face, o amor maduro do Chico penetra corações.” Assim, admite que “é preciso amadurecer o movimento de divulgação do Espiritismo de forma a conseguirmos colocar o archote para o alto e unir os pontos de luz para que haja harmonia na diversidade; respeito nas diferenças; e amor. Muito amor, que é o que o Evangelho de Jesus nos convida a sentir: o amor genuíno” (https://salakardec.blogspot.com/2025/06/seria-coincidencia-reducao-de-espiritas.html).

A nosso ver, em que pese o valor das homenagens e reconhecimentos públicos, a maior e continuada homenagem que devemos propugnar será o aproveitamento dos exemplos da experiência de vida, o profícuo e profundo conteúdo das obras psicográficas de Chico Xavier e sua fidelidade a Jesus e a Kardec.

Aos 23 anos após a partida espiritual de Chico Xavier, a nossa sugestão é que seja divulgada e valorizada a literatura psicográfica do notável médium, que foi um autêntico “divisor de águas” na trajetória do Espiritismo no Brasil.

(*) Autor do livro: Chico Xavier. O homem, a obra e as repercussões. São Paulo: USE-SP e Capivari: EME. 2019. 223p.

Duas opiniões sobre os espíritas e os Censos do IBGE: sociológica e espírita

Duas opiniões sobre os espíritas e os Censos do IBGE: sociológica e espírita

a) Sociológica:

Por que tratarmos da nossa permanência espírita nos 2% da população nacional?

André Ricardo de Souza (*)

Não coloco o critério da quantidade acima da qualidade quanto à adesão ao espiritismo, mas é, sim, realmente importante fazê-lo crescer para que se possa evitar o mal a mais pessoas, principalmente o suicídio (Kardec, 2022, p. 79-81), além de propiciar a elas esclarecedora consolação.

Embora o Brasil seja o maior país espírita do mundo, o espiritismo sempre se constituiu aqui como um segmento religioso minoritário. Cabe dizer que só foi possível apontar o tamanho real dele a partir do censo demográfico feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1980. Isto porque, nos censos anteriores, os espíritas eram contados junto com os adeptos dos cultos afro-brasileiros: umbanda e candomblé.

Comparativamente, o tamanho pequeno do espiritismo se deve sobremaneira a três fatores:

1) não ser uma religião trazida e propagada pelos colonizadores portugueses, lugar ocupado pelo catolicismo, a maior do país;

2) ser um grupo religioso composto predominantemente por pessoas de classe média e razoável escolaridade (Lewgoy, 2020), algo oposto à condição dos evangélicos, que constituem o segundo maior segmento religioso nacional, abrangendo (com sua vertente pentecostal), predominantemente, os mais pobres e menos escolarizados (Mariz; Gracino Junior 2013; Prandi 2013, p. 211-212);

3) o fato de uma parte (não grande) dos espíritas responderem ao IBGE dizendo que não têm religião, pois rejeitam a identidade religiosa do espiritismo (Arribas 2010; Lewgoy, 2013). Deve-se ponderar ainda que uma parcela das pessoas que se declaram espíritas nas pesquisas são, na verdade, umbandistas (Lewgoy, 2013).

A enorme audiência do programa televisivo Pinga Fogo, da antiga TV Tupi, contendo longas entrevistas com Chico Xavier (exibidas em 28 de julho e 21 de dezembro de 1971), certamente, deu bastante impulso ao crescimento espírita. Infelizmente, isso não pode ser dimensionado devido à limitação censitária então vigente, como apontado acima.

Em 1980, 1991, 2000 e 2010, o IBGE registrou, respectivamente, as seguintes proporções espíritas: 0,7%, 1,1%, 1,3% e 2,0%. Por sua vez, os católicos tiveram: 89%, 83,3%, 73,9% e 64,6%; já os evangélicos marcaram: 6,6%, 9,0%, 15,6% e 22,2%; e, por fim, o contingente dos sem religião obteve: 1,6%, 4,7%, 7,4% e 8,0.

Cabe lembrar que devido à pandemia do Covid-19 e à combinação de irresponsabilidade e incompetência do atual governo federal o recenseamento de 2020 só começou a ser feito em agosto de 2022, não havendo ainda previsão de resultados.

Chegou-se a imaginar que as comemorações pelo centenário do nascimento de Chico Xavier, em 2010 (principalmente os filmes de grandes bilheterias no cinema e audiências televisivas: “Chico Xavier” e “Nosso Lar”) dessem relevante impulso de expansão ao segmento espírita. Ao menos foi isso que a pesquisa amostral do Instituto Datafolha indicou em janeiro de 2017, apontando os espíritas com 4% da pulação nacional[1]. Ocorre que a pesquisa do mesmo Datafolha, feita em janeiro de 2022, mostrou o contingente espírita com 3%[2] e a de junho de 2022 apontou apenas 2%[3].

Mesmo ponderando que o instituto considera em seus levantamentos a margem de erro de dois pontos percentuais para cima e para baixo, o fato objetivo é que, tanto o censo de 2010 quanto a pesquisa amostral de junho de 2022 registraram o espiritismo com apenas 2% da população brasileira. Lembrando-se que, como visto acima, em todos os censos anteriores houve crescimento espírita. Nos levantamentos do Datafolha, feitos entre janeiro e junho de 2022, o instituto mostrou um índice bem maior do grupo dos sem religião, se comparado ao censo de 2010, nada menos que 14%.

Chamou bastante atenção a proporção de jovens em tal segmento: 25%[4]. Talvez a pandemia tenha contribuído para o crescimento desse contingente dos sem religião.

A razão de haver alto índice de jovens que afirmam não ter religião passa pelo caráter inerente a eles de experimentações e pela diversidade de suas redes de sociabilidade, diferentes da religião, algo que abrange: escolas, redes sociais, grupos artísticos e de entretenimento. A grande elevação de jovens sem religião se mostra como principal ingrediente na explicação do fato de todo o segmento espírita, após 12 anos, permanecer com os mesmos 2% da população nacional.

Embora tenham surgido, na última década, grupos de jovens voltados a estudos bíblicos, à luz da literatura espírita (Torres, 2019), isto não foi capaz de mudar tal realidade. Por um lado, as atividades nos centros espíritas, infelizmente, não se mostram efetivamente atraentes ao público juvenil. Por outro, posicionamentos polêmicos de determinadas lideranças espíritas parecem ter repelido jovens, sobremaneira os universitários, que são mais bem informados e críticos também. Isto se deu, ainda em 2018, através de controversos pronunciamentos político-ideológicos, abrangendo inclusive questões de gênero e sexualidade: orientação ou opção sexual (Barbosa 2019, p. 171; Arribas 2020, p. 615-617; Camurça 2021, p. 139-142; Souza; Torres, 2022, p. 229-231).

Diante de tal quadro o desafio maior do segmento espírita brasileiro parece ser o de fazer-se mais atraente e acolhedor aos jovens (Carvalho, 2022). Isto passa, necessariamente, pela priorização nas federações e nos núcleos espíritas do trabalho voltado a crianças e jovens, contemplando mais as causas do que efeitos, em termos de problemas espirituais. Implica em desenvolver atividades educativas, lúdicas, criativas, artísticas, dinâmicas, descontraídas e alegres, algo que não é contraditório com a seriedade cristã, cabe ressaltar.

Os centros espíritas precisam ser bem menos sisudos, ou seja, fazerem-se mais leves e alegremente sóbrios. Talvez a valorização maior da música, contemplando a combinação de estilos juvenis e mensagens edificantes, seja o caminho mais fácil para iniciar tal mudança. Ademais é preciso refletir seriamente sobre o que o Jesus Cristo faria, hoje, na Terra, em relação aos jovens considerados diferentes (socialmente discriminados, ainda). Tal desafio abrange a abertura para o diálogo responsável sobre questões que permeiam a juventude contemporânea, inclusive as relacionadas a gênero e sexualidade.

Embora este seja tema de livros dos espíritos André Luiz e Emmanuel (Xavier; Vieira; Xavier, 2014; Guimarães, 2018), e tenha sido tratado por Chico Xavier no Pinga Fogo[5], é ainda um tabu nos núcleos espíritas. Trata-se de algo complexo que precisa ser valente e caridosamente enfrentado. [1]

(Globo-1 – Acesso em: 14/04/2021. [2] Globo-2 – Acesso em: 20/01/2022. [3] Folha.UOL – Acesso em: 29/06/2022. [4] Globo-3 Acesso em: 25/05/2022. [5] YouTube-1 – Acesso em: 10/04/2022._

Referências bibliográficas:

1)ARRIBAS, Célia da Graça. Afinal, espiritismo é religião? São Paulo: FAPESP; Alameda, 2020. ______ Política, gênero e sexualidade: controvérsias espíritas entre progressistas e conservadores”. Contemporânea. vol. 10, nº 2, 2020, p. 613-638.

2) BARBOSA, Allan Wine Santos. A construção espírita do problema do aborto: ordem espiritual e discurso público. Religião e Sociedade. vol. 39, nº 3, 2019, p. 152-172.

3) CAMURÇA, Marcelo Ayres. Conservadores x progressistas no espiritismo brasileiro: tentativa de interpretação histórico-hermenêutica. Plural, vol. 28, 2021, 136-160.

4) CARVALHO, Antonio Cesar Perri. Juventude: alertas sobre contextos sociais e espirituais. Boletim do GEECX. 27 de julho de 2022. LINK-1

5) GRACINO JUNIOR, Paulo; SOUZA, Carlos Henrique Pereira de. (2020), “Evangélicos e conservadorismo – afinidades eletivas: as novas configurações da democracia no Brasil”. Horizonte. vol. 18, nº 57, p. 1188-1225.

6) KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo (Capítulo 5: “Bem aventurados os aflitos” – “O suicídio e a loucura”). Araras, IDE, 2002.

7) LEWGOY, Bernardo. Os espíritas e as letras: um estudo antropológico sobre cultura escrita e oralidade no espiritismo kardecista. São Paulo, Tese de doutorado em antropologia social, USP, 2000.

8) ________ A contagem do rebanho e a magia dos números: nota sobre o espiritismo no Censo 2010. In: TEIXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata (Orgs.). Religiões em movimento: o censo de 2010. Petrópolis, Vozes, 2013.

9) MARIZ, Cecília Loreto; GRACINO JUNIOR, Paulo. As igrejas pentecostais no censo de 2010. In: TEIXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata (Orgs.). Religiões em movimento: o censo de 2010. Petrópolis, Vozes, 2013.

10) PRANDI, Reginaldo. As religiões afro-brasileiras em ascensão e declínio. In: TEIXEIRA, Faustino; MENEZES, Renata (Orgs.). Religiões em movimento: o censo de 2010. Petrópolis, Vozes, 2013.

11) SOUZA, André Ricardo de; TORRES, Natália Canizza. As duas faces evangélicas do espiritismo brasileiro. Religião e Sociedade. 2022, v. 42, n1, p. 221-239.

12) TORRES, Natália Cannizza. “Jesus a porta, Kardec a chave”: a apropriação do Novo Testamento pelo segmento espírita. São Carlos. Dissertação de mestrado em sociologia, UFSCar, 2019.

13) XAVIER, Francisco Cândido. Vida e sexo. Pelo espírito Emmanuel. 27ª edição. Brasília, FEB, 2007.

14) XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Sexo e Destino. Pelo espírito André Luiz. 64ª edição. Brasília, FEB, 2014.

(*) O autor é doutor em sociologia pela USP, professor de sociologia da UFSCar, organizador de dois livros científicos publicados sobre o espiritismo e integrante do paulistano Núcleo Espírita Coração de Jesus (NECJ).

Transcrito de: http://www.oconsolador.com.br/ano16/789/ca2.html

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b) Espírita:

Seria coincidência a redução de espíritas no censo após o desencarne de Chico Xavier?

Vladimir Alexei (**)

No país em que nasceu o Mineiro do Século XX, o Espírita Chico Xavier, observamos no censo de 2022, um movimento que já era sentido nas Casas Espíritas. Muita coisa mudou após 23 anos do desencarne de Chico Xavier, a começar pela desunião entre Espíritas. Parece que o Chico Xavier não apenas era um médium missionário, como também um aglutinador capaz de agregar pessoas de diversas crenças em torno dos ensinamentos do Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita. O poder de arregimentar recursos era, sobretudo, espiritual. Chico Xavier foi e continua sendo a maior referência da divulgação doutrinária no Brasil.

Desculpem-nos os "anti-Chico Xavier". Acho até melhor esses não lerem o texto, que não é "chiquista", mas que reconhece a grandeza do trabalho desse missionário. Não se trata de uma “ode” ao Chico e sim uma reflexão em torno de uma possível “debandada” de simpatizantes das fieiras espíritas. Possível debandada que estamos conectando com o desencarne de Chico Xavier em 2002, ou seja, não é uma “debandada” que se iniciou agora. É um processo que vem acontecendo gradativamente.

Não obstante, é só observar a “rotatividade” de tarefeiros nas Casas Espíritas. Nas Casas Espíritas menores, os tarefeiros são os mesmos há décadas. É possível até interpretar que existe a Casa Espírita apenas para esses trabalhadores porque não agregam novos e o número de frequentadores diminuiu consideravelmente, embora haja alguma reação em alguns dias da semana em que ocorrem reuniões públicas – sobretudo em Casas Espíritas maiores.

A ausência do Chico Xavier no movimento espírita, deflagrou uma percepção que só não enxerga quem se sente confortável com o que está acontecendo: o movimento espírita perdeu sua doçura. O Amor quase não é percebido em meio a linguagens técnicas, exóticas e adaptadas de outras áreas do conhecimento que não permitem que o frequentador aprofunde na essência doutrinária (que é educadora e consoladora) e seja obrigado a manter-se por mais de uma hora ouvindo a acidez daqueles que assumem a tribuna fazendo do Espiritismo “profissão de fé”.

Palestrantes arrogantes (travestidos de "humildes"), ilustrando conteúdos doutrinários de forma personalista, tentando impor o Evangelho da maneira dele, com tons imperativos quando, na realidade, o convite do Evangelho à luz da Doutrina Espírita é para esclarecer, fazer luz para iluminar os caminhos daqueles que, assim como nós outros, tateia na escuridão da ignorância. Não se trata apenas de carisma. Existem pessoas conhecidas e desconhecidas, tão carismáticas quanto o Chico.

Mas o Chico exalava um amor maduro. O perfume do carisma toca a face, o amor maduro do Chico penetra corações.

Em meio a pandemia de Covid-19 e uma campanha eleitoral desastrosa no Brasil (para ficar apenas aqui), a desunião dos Espíritas talvez tenha atingido o ápice, ou, como dizemos aqui em Minas, “a coisa escancarou de vez" foi nessa época. (Mineiro tem um vocabulário próprio. Quando faltam adjetivos e outros recursos, palavras como “trem”, “coisa”, “negócio” e “uai” ocupam espaço de forma a que quase todos compreendam do que se trata…!)

Diversos trabalhadores espíritas assumiram posturas separatistas, extremistas (independente do viés político) e isso foi notado pelos frequentadores, seja por meio dos buchichos, pelos corredores, ou até mesmo por meio de campanhas urdidas por palestrantes famosos.

Para toda ação há uma reação. Para todo efeito há uma causa.

O resultado está aí: o “coração do mundo e a pátria do Evangelho” perdeu o coração há 23 anos e não conseguiu se recuperar. A máxima que se divulgou durante muito tempo no movimento espírita organizado, é tão atual quanto necessária, contudo, parece que era movida pelo dinheiro porque, uma vez sem o “vil metal”, as campanhas perderam poder: a justiça foi personalizada em Moisés; o Amor foi personalizado em Jesus; a Doutrina Espírita é resultado de um trabalho em conjunto, onde as lideranças são servidoras, ou seja, elas não existem para serem capas de revistas e jornais e sim para estarem na base promovendo a assistência e o desenvolvimento da equipe e daqueles que buscam a Casa Espírita.

Todavia, o que se vê é o contrário, salvo honrosas e queridas exceções em que nem se conhece o presidente, diretores e essas pessoas se misturam conosco nas atividades cotidianas da Casa Espírita sem que se perceba um visgo de vaidade e prepotência.

Quer dizer então que o Movimento Espírita nunca mais será o mesmo? “Nunca” é muito forte, entretanto, se houver algo tão sublime quanto conviver no mesmo orbe com um Espírito como o Chico Xavier, penso que deve demorar a acontecer novamente.

O que precisa ser feito? Bom, se tivéssemos a resposta, como alguns ousados espíritas, seria provável que não estivéssemos “amassando barro” na atualidade, contudo, ousamos dizer que é preciso amadurecer o movimento de divulgação do Espiritismo de forma a conseguirmos colocar o archote para o alto e unir os pontos de luz para que haja harmonia na diversidade; respeito nas diferenças; e amor.

Muito amor, que é o que o Evangelho de Jesus nos convida a sentir: o amor genuíno.

Transcrito de Sala de Estudos Allan Kardec, 10 de junho de 2025: https://salakardec.blogspot.com/2025/06/seria-coincidencia-reducao-de-espiritas.html

(**) De Belo Horizonte (MG).

Benedita – mensagem e livro – de Araçatuba a Mato Grosso

Benedita – mensagem e livro – de Araçatuba a Mato Grosso

Antonio Cesar Perri de Carvalho


O vulto Benedita Fernandes que se notabilizou em Araçatuba com a fundação da Associação das Senhoras Cristãs em 1932, gerando várias obras como o antigo Hospital Psiquiátrico Benedita Fernandes, tem sido homenageada em vários locais.
Em roteiro na região próxima a Cáceres (MT), nos dias 31 de maio e 01 de junho, cumprimos roteiro de palestra no Centro Espírita Allan Kardec, de São José dos Quatro Marcos (MT), sobre o tema “Benedita Fernandes. A dama da caridade”; seguindo-se programação na Sociedade Espírita Allan Kardec, de Mirassol do Oeste (MT). Com o mesmo tema fundamentado em nosso livro biográfico sobre Benedita Fernandes, foi apresentado o filme “Benedita – legado de superação” (Cocriação e Lalucci Filmes), com nossos comentários e desenvolvido um seminário.
Durante o desenvolvimento do seminário o médium Paulo Henrique dos Anjos, psicografou mensagem do espírito Benedita Fernandes.
Eis o texto, tendo por título “Evangelizando almas”:
“Estamos além da evangelização do Evangelho, vivemos momentos para a caminhada dos passos da bondade em nossas vidas.
As almas começam a ser evangelizadas em cada lar, pois é neste espaço que se dá o começo da harmonia de uma família, surgindo um ambiente de saúde espiritual para a evolução familiar.
Criamos espaços para a educação verdadeira, através do verbo e da comunicação amorosa entre os entes encarnados, espíritos da caminhada da vida eterna. Além de falar, devemos também escutar cada sentimento que busca a orientação em tempos da colaboração de cada ser; a voz que emite todos os sentimentos é de amor.
Em busca da vivência do Evangelho em nossos passos, evangelizar é colocar o amor à frente dos ensinamentos do materialismo. É buscar ensinar a colaboração da amorosidade por todos.
Que encontremos em nosso ser uma vida para as almas caridosas. Somos instrumentos do Evangelho vivo. Benedita Fernandes.”
(Mensagem psicografadas por Paulo Henrique dos Anjos, durante o seminário "Benedita Fernandes – a dama da caridade", desenvolvido por Cesar Perri na Sociedade Espírita Allan Kardec, em Mirassol do Oeste – MT, no dia 01/06/2025).
Nesses dias, entre 04 e 08 de junho, as cidades de Araçatuba, Penápolis e Fernandópolis recebem a visita do médium José Francisco Gomes, de Ipatinga (MG), que psicografou o livro “Desafios para a educação”, da autora espiritual Benedita Fernandes. É publicação da editora local Cocriação. Em palestras – em Araçatuba com nossa presença, como prefaciador do livro -, José Francisco estará lançando o livro citado e realizando autógrafos.
O médium visitante já tem outros livros psicografados, inclusive do espírito Benedita Fernandes.
O novo livro contém considerações espirituais sobre a realidade atual da infância e traz oportunas contribuições aos pais, professores e a todos que atuam nos espaços das instituições espíritas nas relações com as várias faixas etárias.

Benedita Fernandes e os Desafios da Educação

Benedita Fernandes e os Desafios da Educação

Antonio Cesar Perri de Carvalho

O vulto araçatubense Benedita Fernandes que se notabilizou por ter fundado na cidade a Associação das Senhoras Cristãs, aos 06/03/1932, um marco histórico, a primeira entidade assistencial espírita em toda a região Noroeste do Estado de São Paulo.

Essa Associação pioneira, contando com a liderança, dinamismo e extrema dedicação ao próximo da pioneira, congregou diversas áreas de atuação: o antigo Asilo, depois Sanatório, e Hospital Psiquiátrico; a Casa da Criança, albergando infantes abandonados e órfãos; o Albergue Noturno; e uma Escola Municipal para o chamado ensino primário. Os focos principais de atenção de Benedita eram os doentes mentais e as crianças, e em consequência conquistou o respeito da população e de autoridades. Em Araçatuba é nome de rua e designa instituição espírita.

Após essas recordações rápidas sobre Benedita Fernandes, registramos que em espírito ela prossegue na vida plena e imortal, a se preocupar com as crianças.

Em nosso livro biográfico Benedita Fernandes. A dama da Caridade (Araçatuba, Ed. Cocriação) reproduzimos várias mensagens desse espírito através de alguns médiuns, principalmente Divaldo Pereira Franco. Destacamos que a primeira mensagem espiritual dela psicografada por Divaldo ocorreu em reunião familiar na residência de meus genitores Bebé e Rodolfo, em Araçatuba, aos 24/04/1973, e é intitulada “Emergência para a criança”.

Em nossas atividades espíritas pelo Brasil sempre temos informações sobre a atuação espiritual de Benedita.

Recentemente, o espírito Benedita Fernandes tem escrito utilizando o médium José Francisco Gomes (de Ipatinga, MG). Portanto não nos surpreende o fato dela estar se utilizando das condições mediúnicas de um ativo seareiro do interior de Minas Gerais e focalizando questões sobre a infância.

Agora, está disponível o livro Desafios da educação1, do médium citado, em que a autora espiritual transmite novos aprendizados dela, numa vertente profundamente espiritual e relata explanações de espíritos luminares. O espírito Benedita Fernandes relata ambientes espirituais voltados à recepção, ao atendimento de desencarnados e à educação espiritual. O texto culmina com as considerações espirituais sobre a realidade atual da infância, com o nascimento de crianças que requerem atenções especiais e especificamente com a maior frequência de diagnósticos no espectro do autismo.

A nosso ver, o livro traz oportunas contribuições aos pais, professores e a todos que atuam nos espaços das instituições espíritas nas relações com as várias faixas etárias.

1) Editora Cocriação, Araçatuba (WZ 18-99709-4684).

 

Rumos novos na religiosidade

Rumos novos na religiosidade

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há evidentes sinais de mudanças na relação entre as pessoas e as religiões.

O mundo acompanha as transformações em andamento no seio da Igreja Católica.

O papa Francisco foi um concretizador de premissas do histórico Concílio Vaticano II (1962-1965), um continuador do papa reformista João XXIII. Este Concílio definiu novos rumos, com ênfase pastoral, sem imposição de normas rígidas e sanções disciplinares; reavivou o retorno às fontes primeiras do Cristianismo. A palavra “aggiornamento”, um termo italiano que significa atualização, renovação, foi a orientação chave para este Concílio. Iniciou-se um processo complexo e lento de adequação da Igreja Católica aos tempos atuais. O pontificado de Francisco enfatizou uma nova forma de vida na sociedade, a defesa das várias formas de vida, um horizonte da esperança e a opção de amplo diálogo com a sociedade, incluindo os “não-crentes”. Em suma, respaldado na mensagem de Jesus. Nesses 12 anos de pontificado de Francisco, avulta a figura nobre, simples, fraterna, de grande coragem e desafiadora por reformas desse valoroso vulto do século XXI.

O papa Leão XIV, eleito em maio de 2025, aparece como um continuador de propostas básicas de Francisco. Tem ampla vivência como bispo no interior do Peru e vinculado à ordem agostiniana. Esta valoriza o exemplo e o envolvimento em especial com atividades de educação e de assistência social, sendo mantenedora de diversas instituições educacionais, especialmente na América Latina. Essa ordem se inspira em Agostinho de Hipona (354-430 d.C.), conhecido como Santo Agostinho, um dos mais importantes teólogos e filósofos dos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras influenciaram o desenvolvimento do cristianismo e filosofia. Interessante que há várias mensagens desse espírito incluídas nas obras de Allan Kardec. Outro detalhe é que o novo Papa homenageia Leão XIII, autor da encíclica Rerum Novarum, a primeira voltada às questões sociais.

Nessas rápidas anotações transparecem processos de mudanças e indícios de repercussões num cenário geral. Simultaneamente há expansão das religiões vinculadas às igrejas reformadas e as chamadas pentecostais.

O contexto atual nos remete a uma pesquisa do Datafolha1 do ano de 2022 mostra que no Rio de Janeiro e São Paulo, cresce a quantidade de brasileiros que se dizem "sem religião" é ainda mais marcante, particularmente entre os jovens. Alguns especialistas sobre esse tema comentaram: "Então esse sujeito é sem religião porque não está vinculado a uma igreja, porque não frequenta, mas pode ter crenças relacionadas a alguma religião que já teve ou ter uma dimensão mais pluralista da religiosidade".1 Há o aumento de famílias plurirreligiosas e a ampla rede de múltiplas fontes de informação, completamente diferente das faixas etárias, por exemplo, dos idosos, “cuja sociabilidade muitas vezes é restrita à família e à igreja”. Há a hipótese de que "A maior parcela dos sem religião tem a ver com uma desinstitucionalização, o que quer dizer que o sujeito está afastado das instituições religiosas, mas ele pode ter uma visão de mundo e até mesmo práticas pessoais informadas por crenças religiosas".1

Nas análises de especialistas sobre a pesquisa do Datafolha parece-nos claro que "há uma trajetória de busca e experimentação que foi colocada para as novas gerações que não era colocada para as antigas"; o afastamento de instituições religiosas, e que há “outros modos de ter fé".

Esses dados da atualidade devem representar um estímulo para oportunas e rápidas análises e avaliações no contexto do movimento espírita, com destaque para as formas de atuação dentro dos centros espíritas; o nítido afastamento da faixa etária jovem que foi um dos principais objetos da pesquisa do Datafolha que, especificamente, sobre a faixa jovem no segmento espírita, já vínhamos apontando resultados preocupantes do censo do IBGE de 2010.2

Há necessidade de preparo e adequações necessárias para se lidar com as famílias dos frequentadores, notadamente das faixas etárias jovens, que parecem não estar muito presentes ou ativas no seio do movimento espírita.2 E, sem dúvida, para o estímulo ao enlaçamento fraterno e à movimentação dentro da seara espírita com interatividade, dinamismo e meios atualizados para viabilizar a difusão do estudo e prática do Espiritismo. Os princípios espíritas, revigorados na vivência dentro da seara espírita, podem contribuir para a melhoria do bem-estar moral e espiritual dos homens.

Recordamos de uma das frases inseridas em obra básica de Kardec: “[…] este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a Lei de Deus (Santo Agostinho, Paris, 1862).”3

Referências:

1) Jovens sem religião superam católicos e evangélicos: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2022/05/09/jovens-sem-religiao-superam-catolicos-e-evangelicos-em-sp-e-rio.ghtml; consulta em 12/05/2025.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Araçatuba: Cocriação. 2021. 632p.

3) Kardec, Allan. Trad. Ribeiro, Guillon. O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 3. Brasília: FEB.

Divaldo – gratidão e homenagem

Divaldo – gratidão e homenagem

              

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Há poucos dias – 05 de maio – em artigo, parabenizamos Divaldo Pereira Franco que completava 98 anos.

Agora, em seguida à sua partida para o mundo espiritual, ocorrida na noite do dia 13 de maio, reiteramos as homenagens, eivadas de gratidão e reconhecimento pela sua profícua existência de divulgação da mensagem espírita.

No período do velório público no Ginásio de Esportes da Mansão do Caminho, milhares de pessoas ali passaram, mas a distância, milhões de pessoas do Brasil e de várias partes do mundo vibram paz, reconhecimento e gratidão ao vulto que cumpriu longa missão marcante no campo do bem.

Até final de outubro passado manteve um ritmo incansável na difusão espírita, apesar dos limites de enfermidades e da idade, superando desafios.

Ao longo de 63 anos, desde visita que ele fez à Instituição Nosso Lar em Araçatuba, acompanhamos inúmeros momentos da trajetória de Divaldo incluindo muitas de suas dificuldades seguidas de superações.

Em nossa memória desfilam como flashes de um filme os panoramas sobre inúmeros encontros que mantivemos com o orador ao longo dessas décadas, nas regiões do Brasil e em diversos países. A começar no convívio familiar, pois durante 30 anos foi hóspede de nossos genitores e de nosso lar com Célia, nos tempos de seus roteiros por Araçatuba e região. Para os nossos filhos, que ele viu crescerem, ele era o tio. Bons tempos da vivência com ele no ambiente familiar e descontraído.

Em várias oportunidades fomos seu hóspede na Mansão do Caminho e em muitos outros momentos, desde 1972, visitamos essa obra por ele fundada em Salvador.

Em incumbências nossas na União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, na Federação Espírita Brasileira e no Conselho Espírita Internacional, Divaldo era presença continuada e amiga.

Em nossa gestão como presidente da Federação Espírita Brasileira, durante reunião do Conselho Federativo Nacional (novembro de 2014), ocorreram várias atividades com Divaldo: palestras, promoção do “Movimento Você e Paz” em solenidade no plenário da Câmara dos Deputados, e inauguração de Exposição sobre a Mansão do Caminho e a obra de Divaldo no Espaço Cultural na sede FEB em Brasília.

Atualmente como colaborador do Grupo Espírita Casa do Caminho, em São Paulo, fomos o intermediário para um vídeo gravado por Divaldo em homenagem aos 50 anos desse centro em 03/10/2021. Igualmente, gravações para a webtv Estação Dama da Caridade Benedita Fernandes, de Araçatuba.

Divaldo foi responsável por mais de 20 mil conferências, realizadas em mais de 2.500 cidades e 71 países ao redor do mundo. Com mais de 260 obras publicadas que abrange mais de 200 autores espirituais nos mais diversos temas e gêneros textuais. Suas obras foram traduzidas para 17 idiomas.

Além de privarmos de amizade e de continuados contatos, pudemos participar de publicações, como organizador, como: “Repositório de sabedoria” e “Em louvor à vida”, ambos da Ed.LEAL; “Diálogo. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas” e “Laços de família”, editados pela USE-SP; “Em nome do amor. A mediunidade com Jesus” (Ed.FEB). Em nossa obra biográfica “Benedita Fernandes. A dama da caridade” (Ed.Cocriação), há contribuições mediúnicas de Divaldo.

Até sua recente enfermidade, mantivemos continuados contatos, em trocas de e-mails, ele sempre fraterno e atencioso.

Eis alguns, como o e-mail de Divaldo em 2020: “[…] Tenho prosseguido com destemor e fiel a Jesus-Kardec. […] Sou muito grato a você e família que me receberam desde jovem até hoje.” Em outra mensagem: “[…] Naquele lindo tempo éramos muito felizes. […] Sigamos, erguendo o mundo novo.” Em e-mail do mesmo ano: “Carinho à amada família.”

Sobre nosso livro Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões (Ed.Cocriação, 2021), que conta com um prefácio dele: “Acabo de ler o seu maravilhoso trabalho sobre nossa longa e abençoada convivência. Não pude deixar de chorar. […] sobrevivemos e continuamos”.

Ainda em outubro de 2024 informou-nos em e-mail que estaria presente na exibição do filme “Benedita Fernandes – legado da superação” na Mansão do Caminho, “embora a saúde insegura”. Divaldo é participante do citado filme.

Aliás na divulgação que ele fez publicamente e gravada pela TV Mansão do Caminho, Divaldo exibe a mensagem “Emergência para a criança”, em folheto de divulgação da União Municipal Espírita de Araçatuba. Essa foi a primeira assinada por Benedita que ele psicografou, e em reunião familiar na residência de nossos genitores em Araçatuba, no dia 24/04/1973.

Episódio interessante ocorreu na madrugada do dia 12 de maio, véspera da desencarnação de Divaldo. Tivemos um sonho muito nítido em que ele repentinamente surgiu com aspecto mais jovem e conversou alegre e rapidamente conosco em tom de gratidão pelo apoio que sempre dispensamos a ele. Ao despertarmos, relatamos à nossa esposa e de imediato ela comentou: “Ih, ele está mesmo partindo e se despedindo…”

Em nossas lembranças há instantes proveitosos e alegres na convivência com Divaldo, desde os tempos de Araçatuba e em inúmeros locais do país e do exterior, momentos significativos e inspiradores para a prática espírita, estímulo ao bem e à paz!

Nossas homenagens e gratidão ao marcante seareiro que retorna ao mundo espiritual!

Kardec na atualidade

Kardec na atualidade

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Atualmente sabe-se que Hippolyte Léon Denizard Rivail apenas nasceu na histórica cidade francesa e nunca lá residiu.

Foi criado com a família de sua genitora em Bourg en Bresse e Saint Denis les Bourg, duas cidades do Departamento de Ain, próximas a Lyon. Já se esclareceu que seu genitor, Jean-Baptiste Antoine Rivail, não desapareceu em guerras napoleônicas, mas, após estas, constituiu outra família no oeste da França e desencarnou aos 75 anos em 1834.

Rivail estudou em Yverdon com Pestalozzi e depois atuou como professor em Paris, casou-se com Amélie Boudet, destacada companheira como professora e depois nas lides espíritas. Ambos criaram e educaram uma menina chamada Jeanne Louise, provavelmente adotiva e que desencarnou bem jovem.

Após viver a experiência de professor, tradutor, interessado em temas emergentes na época como o magnetismo, entrou em contato com os fenômenos das chamadas “mesas girantes”. Em seguida, o ilustre professor onde veio a executar seu papel como Codificador do Espiritismo.

Como intelectual, portador de uma dose de ceticismo, e visão de arguto observador, rapidamente superou a etapa inicial de envolvimento com os fenômenos e passou a centralizar sua atenção na análise do conteúdo das informações que emanavam dos chamativos fatos ou efeitos pois, necessariamente “haveriam de ter uma causa”…

A partir da publicação de O livro dos espíritos, rapidamente se sucedem outras obras, naturalmente, um desdobramento aprofundado e com sentido prático, a partir das quatro grandes partes da obra pioneira. Do conjunto se destacam aquelas que são consideradas as obras básicas do Espiritismo: O livro dos espíritos, O livro dos médiuns, O evangelho segundo o espiritismo, O céu e o inferno e A gênese.

Simultaneamente, o lúcido Kardec, dá início à Revista espírita, funda a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e empreende viagens para intercâmbio com grupos espíritas nascentes pelo interior da França e da Bélgica. Num prazo curto de tempo, com atividades múltiplas e muito intensas,

Allan Kardec deu início à Doutrina, à imprensa, a uma instituição e a uma movimentação de intercâmbio e compartilhamento de ideias e de experiências.

Todas essas ações fazendo juz à adjetivação “espírita”, no conceito por ele caracterizado. Kardec realmente foi o começo! A propósito da palavra e do enunciado acima citados, lembramos que neste ano completa-se 50 anos da aprovação inicial da “Campanha Comece pelo Começo”. Esta foi idealizada pelo publicitário muito dedicado ao Espiritismo Merhy Seba e tem por foco a valorização das obras da Codificação Espírita, de Allan Kardec. Historicamente, a Campanha “Comece pelo Começo” foi aprovada no final do ano de 1971 pelo Conselho Metropolitano Espírita da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (atual USE Regional de São Paulo). No início de 1972 essa Campanha já foi implementada em nível da Capital.

Naquela época assistimos exposição de Merhy Seba sobre o tema na II Confraternização de Mocidades e Juventudes Espíritas do Estado de São Paulo (COMJESP), em Marília, em abril de 1972.

A referida Campanha nos interessou porque à época éramos presidente da União Municipal Espírita de Araçatuba (atual USE Intermunicipal de Araçatuba) e reforçaria nossos esforços de divulgação. Depois de aprovada pelo Conselho Deliberativo Estadual da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, a marcante Campanha foi lançada em nível estadual no ano de 1975, com a divulgação de cartazes e folderes definindo o objetivo da mesma e apresentando uma síntese sobre as obras de Kardec. Em nível nacional essa Campanha foi aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, durante nossa gestão como presidente, em reunião de novembro de 2014.

À vista da proliferação de livros espíritas – e com a influência de vários modismos -, criando desfocagens sobre a literatura básica e nas ações a ela relacionadas, e também pelo fato de que muitos cursos se basearem em material apostilado, torna-se muito importante que os centros e o Movimento Espírita dêem prioridade para a divulgação e o estímulo à leitura e ao estudo das Obras Básicas do Espiritismo.

É sempre oportuna a valorização ao estímulo pelo estudo de suas obras, ou seja, “comece pelo começo”!

Nos últimos anos com a disponibilização por instituições oficiais da França de documentos digitalizados muitos detalhes estão vindo à tona e outros poderão ser acrescentados aos momentos pós-Kardec em Paris. As biografias clássicas de Kardec estão desatualizadas.

Em nosso país, os documentos que estavam em poder da família do dr. Canuto Abreu, estão sendo trabalhados na Fundação Espírita André Luiz, de São Paulo, e em convênio com pesquisadores do NUPES da Universidade Federal de Juiz de Fora. Na atualidade, há várias páginas eletrônicas que disponibilizam informações sobre a vida e obra de Allan Kardec, como: Autores Espíritas Clássicos; CSI Imagens e Registros Históricos do Espiritismo; ECK – Espiritismo com Kardec; GEAE – Grupo de Estudos Avançados Espíritas; Grupo Espírita Amélie Boudet; IPEAK – Instituto de Pesquisas Espíritas Allan Kardec; Jornal de Estudos Espíritas; Kardecpedia; Liga de Pesquisadores do Espiritismo; NUPES – Núcleo de Pesquisa e Espiritualidade em Saúde da UFJF.

Bibliografia:

1) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Centro espírita. Prática espírita e cristã. Cap. 6.2. São Paulo: USE. 2016.

2) Carvalho, Antonio Cesar Perri. Pelos caminhos da vida. Memórias e reflexões. Caps. 2.16 e 5.11. Araçatuba: Cocriação. 2021.

3) Página eletrônica: https://www.allankardec.online/