FELIZ ANO-BOM

            Desde a mais remota antiguidade, o velho Cronos, que guarda a prerrogativa de gerar caminhos e transformar coisas e pessoas, vem sendo saudado, de ciclo a ciclo, como se fora, magicamente, capaz de se fracionar, consoante o homem concebe ao interpretar-lhe o poder intocável mas objetivo sobre tudo.

            Das esferas espirituais, nós, os Espíritos que amamos o Brasil e operamos, consoante nos é possível, em favor da iluminação moral de seu povo, também lamentamos a onda de violência surda que, acima da média habitual, caracterizou este inesquecível 2015 da era cristã.

            Todavia, fazendo valer o entendimento de nossa condição de “libertos da carne”, em grupos imensos de servidores espirituais que enfeixam religiosos de todas as denominações, educadores de valor, políticos conscientes e ardorosos, artistas notáveis, ex-escravos com suas histórias de heroísmo e bondade e também índios que dão corpo ao programa da caridade, nos unimos para louvar o coração de Jesus e agradecer a Ismael por não termos visto, no solo da Pátria do Cruzeiro, as insatisfações e os muitos temores se transfigurando em guerra civil, de lamentáveis consequências…

            No período em que se deu a Abolição da escravatura, os ânimos estiveram tão exaltados quanto agora e temos o dever de reverenciar a Misericórdia do Cristo e enaltecer o símbolo sagrado de seu martírio, estampado no Céu deste gigante americano, pois em mais de quinhentos anos de cultura do Evangelho, em nenhum momento de profundas transformações de nossa história o sangue coletivo jamais foi derramado, cumprindo-nos a intensificação da obra educativa e espiritual mais intensiva, de coração para coração, a fim de alcançarmos, como Nação, como povo convertido ao Cristianismo, a legítima expressão da Fraternidade!

            O Ano-Novo é novamente uma promessa e, considerando que neste ano que agoniza, o Brasil das esperanças de Jesus, em movimentos espirituais, conheceu a libertação de milhares de Espíritos viciosos e perversos que, durante todo o ano, de modo ativo, atuaram sobre a sociedade, como instrumentos de aferição dos valores cívicos e morais da família brasileira, sobrevivemos todos, com nossa capacidade de renovar esperanças e exercitar o bem legítimo. E não se diga que isso ocorreu à revelia do Poder Divino, pois embora o mal seja fogo-fátuo, ele queima, arde e ameaça, mas a benefício do amadurecimento de nossas possibilidades individuais e coletivas, no rumo do grande amanhã, para cumprimento da sublime profecia: Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho redentor!

IRMÃO X

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner G. Paixão durante reunião pública do Grupo Espírita da Bênção, no dia 28 de dezembro de 2015, em Mário Campos, MG, Brasil) 

Carta de Ano Novo

Ano Novo é também oportunidade de aprender, trabalhar e servir. O tempo, como paternal amigo, como que se reencarna no corpo do calendário, descerrando-nos horizontes mais claros para necessária ascensão.

Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para a execução de velhas promessas que ainda não tivestes a coragem de cumprir.

Se tens inimigos, faze das horas renascer-te o caminho da reconciliação.

Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada para frente.

Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações e planta o bem com destemor para a colheita do porvir.

Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência tranquila no dever bem cumprido.

Ano Novo! Novo Dia!

Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora.

Recorda que há mais ignorância que maldade em torno de teu destino.

Não maldigas nem condenes.

Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado, na inquietude da escuridão.

Não te desanimes nem te desconsoles.

Cultiva o bom ânimo com os que te visitam dominados pelo frio do desencanto ou da indiferença.

Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Ama e auxilia sempre. Ajuda aos outros amparando a ti mesmo, porque se o dia volta amanhã, eu estou contigo, esperando pela doce alegria da porta aberta de teu coração.

 

EMMANUEL

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Vida e Caminho. Ed.GEEM)

ORAÇÃO DO NATAL

Rei Divino, na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofusca-los com a grandeza do Teu Reino?

Soberano da Eternidade, porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?

Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração, para libertá-lo.

Procuravas o asilo de nossa alma, para convertê-la em harpa nas tuas mãos.

Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.

Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção…

E modificaste assim, o destino das nações. Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela…

É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração…

Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!… Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos jubilosos, a mensagem dos anjos:

– Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!…

MEIMEI

(Xavier, Francisco Cândido. ANTOLOGIA MEDIÙNICA DO NATAL. Cap. 26. Ed.FEB)

 

Atenção:

Acesse esta mensagem lida por Chico Xavier:

https://www.youtube.com/watch?v=nnhpFdfXynY

José da Galiléia

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: – José, filho de David, não temas receber a Maria.” – Mateus: 1-20

 

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atendemos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somente os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.

É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.

José da Galiléia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.

Já pensaste no cristianismo sem ele?

Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.

Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.

Não obstante contemplas a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.

O mundo não tem outras notícias de suas atividades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho. Sem qualquer situação de evidencia, deu a Jesus tudo quanto podia dar.

A ele deve o cristianismo à porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Levantar e Seguir.  Ed.GEEM)

O selo do amor

Pelo caminho da ascensão espiritual, denominado “cada dia”, encontrarás variados recursos de aprimoramento, a cada passo.

É o trabalho que te espera a noção de responsabilidade no devotamento ao dever.

É a oportunidade de praticar o bem, incessantemente.

É o companheiro da parentela consanguínea que te não compreende ainda e, junto do qual, podes exercer o ministério do auxílio e do perdão.

É o adversário que te combate os propósitos de melhoria com quem a luta te possibilita a hora de paciência e aprendizado.

É o espinho que te fere ou a pedra que te maltrata, que se fazem benfeitoras de tua jornada, por te descerrarem o santuário da prece e da humildade, se a tua mente vive acordada à luz do Senhor.

É a dificuldade que, muitas vezes, te surpreende nos lábios dos mais queridos, constrangendo-te à consolidação de virtudes imprecisas.

Segue, pois, adiante, amando, crendo, esperando e servindo sempre.

Cada obstáculo e cada amargura guardam raízes no processo educativo de nossa própria regeneração.

Cada ensinamento tem o seu lugar, a sua hora e a sua finalidade.

Aproveitar semelhantes bençãos, de conformidade com os padrões de Jesus, que passou entre nós fazendo o bem, que nos ama desde o princípio e que permanecerá conosco, até o fim dos séculos.

Dirás, talvez, diante de nosso apelo: – “Não compreendo, não me lembro, não posso”.

O Senhor, entretanto, não nos impõe fardos que não possamos suportar, não nos endereça problemas que não estejamos aptos a resolver e jamais esqueçamos de que a reencarnação traz o selo do amor divino, em benemérito esquecimento, enriquecendo-nos de bênçãos de reaproximação, fraternidade e serviço, a fim de executarmos, sem percalços invencíveis, o trabalho de nossa própria redenção.

 

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Taça de Luz. Lição nº 06. Ed. LAKE)

A ESTRANHA CRISE

O mundo vem criando soluções adequadas para a generalidade das crises que o atormentam.

A carência do pão, em determinados distritos, é suprida, de imediato, pela superprodução de outras faixas de terra.

Corrige-se a inflação, podando a despesa.

O desemprego desaparece pela improvisação de trabalho.

A epidemia é sustada pela vacina.

Existe, porém, uma crise estranha – e das que mais afligem os povos – francamente inacessível à intervenção dos poderes públicos, tanto quanto aos recursos da ciência nas conquistas modernas.

Referimo-nos à crise da intolerância que, desde o travo de amargura, que sugere o desânimo, à violência do ódio, que impele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com a destruição conseqüente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.

Para a liquidação do problema que assume tremendo vulto em todas as coletividades terrestres, o remédio não se forma de quaisquer ingredientes políticos e financeiros, por ser encontrado tão-somente na farmácia da alma, a exprimir-se no perdão puro e simples.

O perdão é o único antibiótico mental suscetível de extinguir as infecções do ressentimento no organismo do mundo.

Perdão entre dirigentes e dirigidos, sábios e ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolência entre o pensamento que governa e o braço que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.

Consultem-se nos foros – autênticos hospitais de relações humanas – os processos por demandas, questões salariais, divórcios e desquites baseados na intransigência doméstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamações, indenizações e reivindicações de toda ordem, e observe-se, para além dos tribunais de justiça, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves de múltiplas procedências, as queixas de parentela, os duelos de opinião entre a juventude e a madureza, as divergências raciais e os conflitos de guerra, e verificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condição de espíritos frágeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividade acabará expulsando a civilização dos cenários terrestres.

Eis por que Jesus, há quase vinte séculos, nos exortou perdoarmos aos que nos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes.

Tão só nessa operação aritmética do Senhor, resolveremos a crise da intolerância, sempre grave em todos os tempos.

Repitamos, no entanto, que a preciosidade do perdão não se adquire nos armazéns, por que, na essência, o perdão é uma luz que irradia, começando de nós.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo Espírito Emmanuel. Mãos Unidas. Lição nº 37. Ed. IDE)

NO GRUPO ESPÍRITA

“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome,
ali estou no meio deles.”- Jesus. (Mateus , 18:20)

Compreendendo-se que cada obreiro da seara espírita cristã se incumbe de tarefa específica, é forçoso indagar, de quando em quando, a nós mesmos, o que somos no grupo de trabalho a que pertencemos:

Uma chave de solução nos obstáculos ou um elemento que os agrava?

Um companheiro assíduo às lições ou um assistente que, por desfastio, aparece de vez em vez?

Um amigo que compreende e ajuda ou um crítico inveterado que tudo complica ou desaprova?

Um bálsamo que restaura ou um cáustico que envenena?

Um enfermeiro consagrado ao bem da comunidade ou um doente que deva ser tolerado e tratado pelos demais?

Um manancial de auxílio ou uma charneca deserta sem benefícios para ninguém?

Um apoio nas boas obras ou uma brecha para a influência do mal?

Uma planta frutífera ou um parasita destruidor?

Um esteio da paz ou um veículo da discórdia?

Uma benção ou um problema?

Façamos semelhante observação e verificaremos, sem dificuldade, se estamos simplesmente na Doutrina Espírita ou se a Doutrina Espírita já está claramente em nós.

 

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Segue-me. Cap. No grupo espírita. Ed. O Clarim)

REFUGIA-TE EM PAZ

“Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer.” (Marcos, cap. 6, vs. 31)

O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar a parte, a fim de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.

Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vem atormentados pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimentação espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam carregadas de desilusões. Outras muitas correm, às aventuras, sedentas de novidade emocional, e regressam com o tédio destruidor.

Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto nas almas.

A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos, como nunca; no entanto, em tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.

As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia, as aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento científico.

Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.

Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia.

Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos homens permanece no vai-e-vem dos caminhos, entre a procura desorientada e o achado falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e a desencarnação em desespero.

Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.

É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia, penetra o santuário, dentro de ti mesmo.

Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo, o fluxo e o refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz espiritual. São os princípios fantasistas de paz e justiça, de amor e felicidade que o plano da carne te impôs. Em certas circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto, não vivas exclusivamente ao lado deles.

Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.

Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o Senhor te destinou.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva. Cap. 147. FEB)