RENOVAÇÃO

 Ante os conflitos mentais com que somos defrontados, habituamo-nos a falar em desobsessão, liberação, cura espiritual, sedação, socorro magnético e, efetivamente, é impossível negar o valor dessas formas de auxílio.

Cabe-nos, porém, reconhecer que a renovação íntima é o fator básico de todo reequilíbrio nesse sentido.

Daí procede, leitor amigo, a organização deste volume despretensioso, englobando avisos, apelos, comentários e lembretes de irmãos para irmãos, no propósito de estudarmos juntos as nossas próprias necessidades.

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Compreendamos que atuar no rendimento do bem de todos; projetar a luz da instrução sobre os labirintos da ignorância; efetuar o próprio burilamento; promover iniciativas de solidariedade; praticar a abnegação e realizar o melhor que possamos fazer de nós, onde estejamos, são alguns dos programas de ação que a todos nós compete.

Por isso mesmo, todos aqueles companheiros da Humanidade que não mais desejam:

zelar pela própria apresentação; aprender uma lição nova;

multiplicar os interesses de viver; acentuar estudos para discernir com mais segurança;

partilhar campanhas de educação e beneficência;

aperfeiçoar-se na profissão; prestar serviço ao próximo;

adaptar-se a novidades construtivas; acompanhar o progresso; aprimorar expressões e maneiras;

alterar ideias e emoções; ler um livro recente;

adquirir mais cultura;

recomeçar um empreendimento que o fracasso esmagou; aumentar o número das afeições;

sofrer complicações em favor dos amigos; criar novos recursos de atividade edificante, em torno de si mesmo;

todos aqueles, enfim, que desistiram de qualquer transformação na própria senda, renunciando no dever de melhorar-se, mais e sempre, se fazem menos permeáveis ao apoio curativo ou libertador, seja com a intervenção da Ciência ou com o amparo da Religião.

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[…]E estejamos convencidos de que marchar para a verdade será sempre transitar para diante nos caminhos do burilamento e do trabalho, da renovação e da luz.

Emmanuel

Uberaba, 1 de fevereiro de 1970

(Xavier, Francisco, Cândido. Paz e renovação. Prefácio. Araras: IDE).

QUE É A CARNE?

“Se  vivemos  em  Espírito,  andemos  também  em  Espírito.” Paulo (Gálatas, 5: 25)

Quase sempre, quando se fala de espiritualidade, apresentam-­se muitas pessoas que se queixam das exigências da carne. É verdade que os apóstolos muitas vezes falaram de concupiscências da carne, de seus criminosos impulsos e nocivos desejos. Nós mesmos, frequentemente, nos sentimos na necessidade de aproveitar o símbolo para tornar mais acessíveis as lições do Evangelho. O próprio Mestre figurou  que o espírito, como  elemento  divino, é forte, mas que a carne, como expressão humana, é fraca.

Entretanto, que é a carne?

Cada personalidade espiritual tem o seu  corpo fluídico e ainda não  percebestes, porventura, que a carne é um composto  de fluídos condensados? Naturalmente, esses fluídos, em se reunindo, obedecerão  aos imperativos da existência terrestre, no que designais por lei de hereditariedade; mas, esse conjunto é passivo e não determina por si. Podemos figurá­-lo como casa terrestre, dentro da qual o espírito é dirigente, habitação essa que tomará as características boas ou más de seu possuidor.

Quando falamos em pecados da carne, podemos traduzir a expressão por  faltas devidas à condição inferior do homem espiritual sobre o planeta.

Os desejos aviltantes, os impulsos deprimentes, a ingratidão, a má ­fé, o  traço do traidor, nunca foram da carne.

É preciso se instale no homem a compreensão de sua necessidade de autodomínio, acordando-­lhe as faculdades de disciplinador e renovador de si mesmo, em Jesus Cristo.

Um dos maiores absurdos de alguns discípulos é atribuir ao conjunto de células passivas, que servem ao  homem, a paternidade dos crimes e desvios da Terra, quando sabemos que tudo procede do espírito.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Caminho, verdade e vida. Cap.13. FEB)

No domínio das palavras

Fala e conhecer-te-ão.

Referes-te aos outros quanto ao que está em ti mesmo.

A palavra é sempre o canal mais seguro pelo qual te revelas.

A frase de esperança é um jorro de luz.

O que notas de bem ou de mal na vida de alguém é complemento de teu próprio eu.

Comentários sobre os outros, no fundo, são exposições daquilo que carregas contigo.

Quase que imperceptivelmente apenas falamos daquilo que já conseguimos aprender.

O que vimos nas estradas alheias é o que está em nossos próprios caminhos.

Quem fala sem o coração naquilo que fala não alcança o coração que deseja atingir.

Quando quiseres ser visto não uses a queixa para semelhante exibição; trabalha em silêncio e serás visto com mais segurança.

A palavra mais cruel é aquela que se usa destruindo o bem.

Não te refiras ao infortúnio porque a felicidade de quem sofre talvez chegue amanhã.

Se o verbo não está iluminado de compreensão e de amor, a conversa será sempre inútil.

Quem se propõe a iluminar não menciona qualquer ingrediente das trevas.

Nunca te arrependerás de haver dito uma boa palavra.

Nada ensines destacando o mal, pelo simples prazer de salientá-lo, porque os teus ouvintes serão hipnotizados pelas imagens com as quais não desejarias prejudicá-los.

Quem perdoa não deve reportar-se à dívida que foi liquidada, sob pena de abrir nova ferida no coração daquele que se lhe fez devedor.

Criteriosa dieta na conversação é saúde no espírito.

A palavra indulgente é vacina contra muitos males.

Discutindo talvez esclareças, mas servindo convences.

​​​​

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Companheiro. Cap. No domínio das palavras. IDE)

 

Guardemos o cuidado

“…mas nada é puro para os contaminados e infiéis.” – Paulo (Tito, 1:15)

O homem enxerga sempre através da visão interior.

Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora.

Pelo que sente, examina os sentimentos alheios.

Na conduta dos outros, supõe encontrar os meios e fins das ações que lhe são peculiares.

Daí o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.

Quando a sombra vagueia em nossa mente, não vislumbramos senão sombras em toda parte.

Junto das manifestações do amor mais puro, imaginamos alucinações carnais.

Se encontramos um companheiro trajado com louvável apuro, pensamos em vaidade.

Ante o amigo chamado à carreira pública, mentalizamos a tirania política.

Se o vizinho sabe economizar com perfeito aproveitamento da oportunidade, fixamo-lo com desconfiança e costumamos tecer longas reflexões em torno de apropriações indébitas.

Quando ouvimos um amigo na defesa justa, usando a energia que lhe compete, relegamo-lo, de imediato, à categoria dos intratáveis.

Quando a treva se estende, na intimidade de nossa vida, deploráveis alterações nos atingem os pensamentos.

Virtudes, nessas circunstâncias, jamais são vistas. Os males, contudo, sobram sempre.

Os mais largos gestos de bênção recebem lastimáveis interpretações.

Guardemos cuidado toda vez que formos visitados pela inveja, pelo ciúme, pela suspeita ou pela maledicência.

Casos intrincados existem nos quais o silêncio é o remédio bendito e eficaz, porque, sem dúvida, cada espírito observa o caminho ou o caminheiro, segundo a visão clara ou escura de que dispõe.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Fonte viva. Cap. 34. Ed.FEB)

Prece por Luz

Senhor!…[…] Estamos em oração, rogando-te mais luz por acréscimo de misericórdia.

Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas consequências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, onde estão as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus depósitos.

Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

Senhor!…

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

Assim seja.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Ceifa de Luz. Apresentação. Ed. FEB)

Perante o Mundo

“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede  também em mim.”  Jesus (João, 14:1)

 “A  casa  do  Pai  é  o  Universo.  As  diferentes  moradas  São os Mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos  Espíritos  que  neles      encarnam,  moradas  correspondentes  ao  adiantamento dos mesmos Espíritos.”(Cap. 111, Item 2)

Clamas que não encontraste a felicidade no mundo, quando o mundo —  bendita universidade do espírito  —, dilapidado  por inúmeras gerações, te inclui entre aqueles de quem espera cooperação para construir a própria felicidade.

Quando atingiste o diminuto porto do berço, com a fadiga da ave que tomba inerme, depois de haver planado longo tempo sobre mares enormes, conquanto  chorasses, argamassavas com teus vagidos, a alegria e a esperança dos pais que te acolhiam, entusiasmados e jubilosos, para seres em casa o esteio da segurança.

Alcançaste o verde refúgio da meninice embora mostrasses a inconsciência afável da infância, foste para os mestres que te afagaram na escola a promessa viva de luz e realização que lhes emblemava o porvir.

Chegaste ao róseo distrito da juventude e apesar da inexperiência em que se te esfloravam todos os sonhos, os dirigentes de serviço, na profissão que abraçaste, contavam contigo para dignificar o  trabalho e clarear os caminhos.

Constituíste o lar  próprio e, não obstante tateasses os domínios da responsabilidade, em meio de flores e aspirações, espíritos, afeiçoados e amigos te aguardavam generoso  concurso para se corporificarem na condição de teus filhos através da reencarnação.

Penetraste os círculos da fé renovadora que te honra os anseios de perfeição  espiritual e se bem que externasses imediata necessidade de esclarecimento e socorro, companheiros de ideal saudaram­-te a presença, na certeza de teu apoio ao  levantamento das iniciativas mais nobres.

Casa que habitas, campo que lavras, plano que arquitetas e obras que edificas, solicitam­-te paz e trabalho.

Amigos que te ouvem rogam­-te bom amimo. Doentes que te buscam suspiram por melhoras.

Criaturas que te rodeiam pedem-­te amparo e compreensão para que lhes acrescentes a coragem.

Cousas que te cercam requisitam­-te proteção e entendimento para que se lhes aprimore o dom de servir. Tudo é ansiosa expectativa, ao redor de teus passos.

Não maldigais a Terra que te abençoa.

Afirmas que esperas, em vão, pelo auxílio do mundo… Entretanto é o  mundo que espera confiantemente por ti.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Livro da esperança. Cap.4. Ed.CEC)

DIANTE DA CARIDADE

Em todos os temas da caridade, lembra-te de Jesus que jamais desistiu do culto incessante ao Eterno Bem.

Recusado por aqueles mesmos que se diziam escolhidos para garantir-lhe a missão, aceita a estrebaria singela para o ingresso à experiência dos homens.

Incompreendido pelos sacerdotes, que se declaravam habilitados à interpretação das Leis Divinas, acolhe-se no lar de pescadores humildes, utilizando-lhes as possibilidades diminutas, para administrar a Boa Nova, em favor de sábios e ignorantes, justos e injustos.

Negado por Simão Pedro, no lance mais difícil do apostolado, longe de condená-lo à reprovação, procura meios de reconduzi-lo indiretamente à responsabilidade e à confiança.

Conhece a fraqueza de Judas e percebe-lhe as negociações infelizes, mas, nem por isso o expulsa do Cenáculo ou se furta a receber-lhe o ósculo de imaginário carinho.

Crucificado e esquecido pelos amigos e beneficiários da véspera, não se volta em definitivo para o Céu, à distância das deserções e pedradas humanas, mas, sim retorna à comunidade dos aprendizes, ofertando-lhes, devotado, o sol da ressurreição.

Escarnecido e odiado gratuitamente por Saulo de Tarso não se ofende perante a ironia e a crueldade, que o famoso doutor lhe lança à memória, e sim, reconhecendo-lhe as reservas de nobreza moral, vai ao encontro dele, pessoalmente, às portas de Damasco, trazendo-o, generoso, das trevas para a luz.

Recorda o Mestre dos Mestres e não olvides que a caridade, sem humildade e renúncia, é quase sempre flor ressequida, que o espinheiro da vaidade cobre e consome.

Dar do que Deus nos empresta e auxiliar constantemente é simples dever, que nos cabe a todos, de vez que nenhum de nós consegue respirar sem a bênção do auxílio alheio.

Caridade é o amor espontâneo e infatigável que colocamos em nossos menores gestos, para que a vida seja um cântico de progresso e alegria para todas as criaturas, exaltando em toda parte a eterna glória de Deus.

Emmanuel

(Xavier, Francisco Cândido. Espíritos diversos. Irmãos Unidos.  Lição nº 09. Ed.GEEM)

 

COMEÇAR DE NOVO

(Texto e Power point)

Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!… Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!…

Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada amanhã. Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.

Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto.

Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.

O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminha para o êxito desejado.

Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.

Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.

O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.

Desfaçamo-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito!

Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.

Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.

Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.

Emmanuel

(do livro “Alma e Coração”, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ed.Pensamento, SP).

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Acesse a mensagem em power point: https://www.youtube.com/watch?v=8WkoH8DbbEs

ESPÍRITAS NO EVANGELHO

Comenta o Evangelho, nas tarefas doutrinárias do Espiritismo; entretanto, diligencia exumar as sementes divinas da Verdade, encerradas no cárcere das teologias humanas, para que produzam os frutos da vida eterna no solo da alma.

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Exalta a glória do Cristo, mas elucida que Ele não transitou, nos caminhos humanos, usufruindo facilidades e, sim, atendendo aos desígnios de Deus, nas disciplinas de humilde servidor.

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Refere-te ao Céu, mas explica que o Céu é o espaço infinito, em cuja vastidão milhões de mundos obedecem às leis que lhe foram traçadas, a fim de que se erijam em lares e escolas das criaturas mergulhadas na evolução.

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Menciona os Guias Espirituais mas esclarece que eles não são Inteligências privilegiadas no Universo, mas, sim, Espíritos que adquiriram a sabedoria e a sublimação, à custa de amor e a preço de lágrimas.

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Reporta-te à redenção, mas observa que a bondade não exclui e que o Espírito culpado é constrangido ao resgate de si próprio, através da reencarnação, tantas vezes quantas sejam necessárias, porquanto, à frente da Lei, cada consciência deve a si mesma a sombra da derrota ou o clarão do triunfo.

Cita profetas e profecias, fenômenos e influências, mas analise os temas da mediunidade, auxiliando o entendimento comum, no intercâmbio entre encarnados e desencarnados, e ofertando adequado remédio aos problemas da obsessão.

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Salienta os benefícios da fé, mas demonstra que a oração sem as boas-obras assemelha-se a dolosa atitude nos negócios da alma, de vez que, se a prece nos clareia o lugar de trabalho, é preciso apagar o mal para que o mal nos esqueça e fazer o bem para que o bem nos procure.

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Define a excelência da virtude, mas informe que o crédito moral não é obtido em deserção da luta que nos cabe travar com as tentações acalentadas por nós mesmos, a fim de que a nossa confiança nas Esferas Superiores não seja pura ingenuidade, à distância da experiência.

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Expõe o Evangelho, mas não faça dele instrumento de hipnose destrutiva das energias espirituais daqueles que te escutem.

Mostra que Jesus não lhe plasmou a grandeza, operando sem amor e sem dor, e nem distraias a atenção dos semelhantes, encobrindo-lhes a responsabilidade de pensar e servir, que a Boa Nova nos traça a todos, de maneira indistinta. O Espiritismo te apóia o raciocínio para que lhe reveles a luz criadora e a alegria contagiante, auxiliando-te a despertar os ouvintes da verdade na compreensão do sofrimento e na felicidade do dever, nos tesouros do bem e nas vitórias da educação.

Emmanuel

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Contesse Diane, “Maximes de la vie”: Le bonheur se donne pas; il s’échange. Notre bonheur vient toujours d’autrui. A felicidade não é coisa que se dê; nós a trocamos. Nossa felicidade procede sempre de outro alguém.

(Xavier, Francisco Cândido, por Emmanuel. Escrínio de Luz. Ed. O Clarim) 

CONSIDERAÇÕES

Devemos guardar o evangelho na cabeça?

Sim, porque precisamos orientar o pensamento para o bem…

Cabe-nos a obrigação de imprimir o Evangelho nos olhos?

Sim, porque é indispensável permaneça a nossa visão identificada com o ensinamento divino, que transparece de todos os lugares.

Compete-nos conservar o Evangelho nos ouvidos?

Sim, porque é imprescindível registrar a mensagem de bondade que o Alto nos reserva, em todas as particularidades da senda a percorrer.

É imperioso guardar o Evangelho nas mãos?

Sim, porque nossos braços são os instrumentos com os quais criaremos o mundo de nossas boas-obras, na direção do Paraíso.

Será necessário respeitar o Evangelho com os nossos pés? Sim, porque a reta diretriz é imperativo comum.

Justo, porém, antes de tudo, é situar o Evangelho no coração, para que o ensino de Jesus aplicado em nós mesmos resplandeça através de nossa mente, de nosso olhar, de nossa audição, de nossas mãos e de nossos pés, a fim de que não sejamos aprendizes fragmentários, subestimando o serviço do Divino Mestre.

É imprescindível trazer a Boa-Nova, em todos os nossos pensamentos e aspirações, potências e atividades, salientando-se, contudo, o impositivo da lição de Jesus, no imo dos nossos sentimentos, para que estejamos ligados, primeiramente, ao Senhor, e não ao nosso “eu”, de vez que, segundo as velhas e sempre jovens palavras na Escritura Celeste, onde guardamos o coração aí se encontrará o tesouro de nossa vida.

Evangelho no coração será, portanto, a plenitude do Cristo em nós.

Emmanuel

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Quinto Curcio em “De rebus gesti Alexandri, V”: Fortunati semper pacem quaerunt. Os felizes sempre buscam a paz.

(Xavier, Francisco Cândido. Pelo espírito Emmanuel. Escrínio de Luz. Ed. O Clarim)